Kassab descarta apoio a Lula e diz que 'não há negociação'

Candidatura própria do PSD à Presidência é definitiva e deverá priorizar caminhos para Rodrigo Pacheco

sex, 11/02/2022 - 11:45
Marcelo Camargo/Agência Brasil O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, descartou qualquer possibilidade de apoio à possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno das eleições deste ano. O líder da sigla do ‘Centrão’ também voltou a reafirmar que a candidatura de Rodrigo Pacheco ainda é prioridade do partido e que, de uma forma ou de outra, o PSD sairá com uma candidatura própria. A decisão é definitiva e sem chance de negociação, de acordo com as declarações do político ao UOL nesta sexta-feira (11). 

"Está descartada a possibilidade de apoiar Lula no 1º turno. Não tem negociação nenhuma com o Lula. O PSD, amparado em consultas com líderes partidários, terá candidatura própria no 1º turno. Essas suposições de apoio a outras candidaturas não existem", prometeu Kassab, que destacou que o diálogo com outros partidos é natural. 

Na última quinta-feira (10), durante a cerimônia comemorativa dos 42 anos do PSD, Kassab fez um aceno público mais forte ao Partido dos Trabalhadores, dando indícios de um possível apoio à chapa petista. O presidente nacional afirmou que os brasileiros possuem "profundo orgulho do legado" deixado pelo PT. No evento, ele também chegou a afirmar que alguns setores do PSD defendem o apoio a Lula no primeiro turno e que cogitou essa possibilidade. 

Kassab também deixou claro que a prioridade do PSD é lançar a candidatura de Rodrigo Pacheco como candidato a presidente, mesmo que ele não tenha decolado nas pesquisas eleitorais. 

"Se eu não acreditar que o candidato do meu partido não possa ir pro 2º turno, não precisa ter eleição. Pesquisa é verdadeira, mas não mostra o que vai acontecer no dia da eleição", declarou o presidente do PSD. O empresário admitiu que há uma conversa do PSD com o tucano Eduardo Leite, que pode ser candidato a presidente pelo partido, mas nega que ele seja prioridade neste momento. 

"Esse tema surgiu no PSD do Rio Grande do Sul, onde o partido tem aliança com Leite. Procuraram a direção nacional pra formular um convite ao Leite. A direção nacional sinalizou positivamente, que ele seria muito bem recebido. E sabemos que tem discussões lá. Já conversei com Leite no passado distante e no presente. Se houver possibilidade, o PSD vê com bons olhos e considera como hipótese - caso Pacheco, que é nosso único candidato convidado, entenda que não deva ser candidato. PSD só tem plano A", afirmou Kassab. 

Kassab também declarou que atualmente vê mais dificuldades para que uma terceira via se consolide na disputa eleitoral, pois a disputa está muito polarizada entre quem rejeita Lula ou Bolsonaro. 

"Tinha visão no passado, pela altíssima rejeição de Bolsonaro e PT, que teríamos mais facilidade pra ter 3ª via. Hoje não tenho esse sentimento. Tenho sentimento de dificuldade de consolidação da 3ª via. Talvez até por conta do piso da popularidade do Bolsonaro, que não cai mais. Hoje minha avaliação é que ele tem grandes chances de 2º turno, mesmo com rejeição maior", admitiu Kassab. 

Candidato ao governo de São Paulo 

Questionado sobre os candidatos do PSD em São Paulo, Kassab afirmou que já há uma definição sobre a disputa para governador. Mas há dúvidas sobre o Senado. 

"Poderíamos acolher o Geraldo Alckmin. Mas no final de novembro ele nos procurou dizendo que não era mais candidato e que estava abraçando projeto do PT. Continuamos na tese de candidatura própria com o prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth. Sobre o Senado, há discussão interna no partido ainda. Vamos caminhar pra essa discussão. Fizemos convite ao Datena, mas em determinado momento ele preferiu se filiar a outro partido", explicou Kassab. O apresentador da Band, José Luiz Datena, está filiado ao União Brasil, partido recém-lançado após fusão do PSL com DEM. 

 

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