Monteiro fazia sexo na frente da equipe, diz ex-assessor

Relatos apontam para constrangimento frequente dos funcionários que, em número menor, também eram coniventes com o ex-chefe

por Vitória Silva qua, 03/08/2022 - 11:51
Reprodução/Redes Sociais O vereador Gabriel Monteiro, do PL Reprodução/Redes Sociais

Um ex-assessor do vereador Gabriel Monteiro (PL) revelou, em depoimento aos membros do Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio, que seu antigo chefe fazia sexo na frente da equipe, durante o horário de trabalho, nas dependências da casa legislativa e também fora dela. O homem, identificado como Heitor Nazaré, disse também que o parlamentar levava mulheres para casa, onde seus funcionários trabalhavam, e pedia que para que ela mostrasse os seios à equipe.

"Já teve ocasiões que a gente estava editando vídeo durante o expediente, e o Gabriel chega lá com uma garota e começa a transar com a garota na nossa frente, mandava ela alisar ele e coisas do tipo”, continuou o ex-assessor. As cenas eram seguidas por bastante constrangimento, segundo o ex-funcionário, apesar de também serem aceitas “tranquilamente” por outros.

"Algumas aceitavam tranquilamente, entravam no clima, e outras já ficavam constrangidas e pediam para ele parar, mas ainda assim ele continuava. Ele pedia para ela mostrar o peito pra gente”, acrescentou Nazaré.

Além disso, segundo depoimento de outro ex-assessor do parlamentar, Vinícius Hayden Witeze, que depois de prestar depoimento morreu num acidente de carro, Gabriel mantinha relação sexual com menor de idade, ciente da idade da adolescente, o que é crime. No depoimento de Vinícius, ele informou que a menina chegou a ir para a casa de Gabriel com o uniforme da escola.

A Promotoria de Justiça apresentou a denúncia no dia 8 de abril e descreveu que o vereador, "de forma livre e consciente, filmou através de telefone celular cena de sexo explícito" com uma adolescente que, na época, tinha 15 anos.

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Esta é a primeira vez que fragmentos de depoimentos de testemunhas de acusação no processo ético-disciplinar por quebra de decoro, que o vereador responde no Conselho de Ética da Câmara do Rio foram revelados. Na semana passada, o relator do processo contra Gabriel Monteiro no Conselho de Ética da Câmara, Chico Alencar (Psol), apresentou o relatório que pede a cassação do vereador por quebra de decoro parlamentar.

No documento, é citado que os atos praticados por Monteiro "são inquestionavelmente graves" e que o "exercício de mandato público é respeito à dignidade, sobretudo dos mais vulneráveis, e não postura de manipulação, arrogância e mandonismo".

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