Em Manaus, Lula promete manter benefícios da Zona Franca
O compromisso de Lula com isenções da Zona Franca se contrapõe à ideia do governo federal de acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu, nesta quarta-feira (31), manter os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus. A declaração foi dada a apoiadores e à imprensa após visita fechada à fábrica da Honda na capital amazonense.
O Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou na terça-feira que o compromisso seria assumido durante a viagem, embora dentro do PT haja o reconhecimento de que as isenções podem causar desequilíbrios no restante do parque industrial brasileiro.
"Quem tenta mudar os benefícios na verdade são pessoas que não conhecem a importância da Zona Franca de Manaus para o desenvolvimento do Estado e para a geração de empregos", declarou Lula. "Na minha opinião, Zona Franca de Manaus é um patrimônio para desenvolvimento da região Norte", acrescentou. "A Zona Franca ficará preservada. É um compromisso que a gente tem."
O compromisso de Lula com isenções da Zona Franca se contrapõe à ideia do governo federal de acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pesadelo dos industriais manauaras por apertar a competição com outras fábricas do País.
A ofensiva do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o IPI para supostamente estimular o crescimento esteve no centro de uma recente disputa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cassou decretos do Executivo com cortes no tributo para evitar prejuízos à competitividade dos produtos da Zona Franca.
O petista aproveitou a passagem por Manaus para criticar recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. "Na maior cara de pau, diz que não tem tanta gente passando fome. Não tem na casa dele, porque esconde até o cartão corporativo", disparou.
Lula ainda prometeu a retomada de marcos petistas, como o PAC, o Luz para Todos e o Minha Casa, Minha Vida, e criticou o contingente de trabalhadores na informalidade. "As pessoas acham que isso é emprego. Emprego tem que ter registro em carteira, direito a férias, a descanso remunerado."