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Uma funcionária do Sumaúma Park, shopping localizado na Zona Norte de Manaus, no Amazonas, ligou um carro que estava em exposição e acabou batendo o veículo contra a vitrine de uma loja do local na noite da última quarta-feira (24). Segundo a assessoria do centro comercial, ninguém ficou ferido no incidente.

Por meio de nota, o shopping informou que a mulher trabalha em um estande de uma concessionária que fica em um dos corredores do local e, durante a exposição automobilística, ela ligou o carro, provocando a colisão contra o estabelecimento.

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"Ninguém ficou ferido, os devidos procedimentos foram adotados e o shopping seguiu em funcionamento", finalizou o shopping em nota.

Clientes que passavam no corredor registraram imagens do local e publicaram em suas redes sociais. Em uma publicação no X, uma seguidora escreveu que "parecia que o shopping ia cair". Já outro usuário brincou com a situação: "Até eu que sou um desastre não ia fazer uma coisa dessas".

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A Polícia Federal (PF) vai investigar a abordagem da Polícia Militar do Amazonas (AM) ao deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) na última quinta-feira, 4, após o próprio parlamentar denunciar que foi vítima de uma tentativa de intimidação.

Procurada pelo Estadão, a PF informou que não pode dar detalhes de ações em andamento. O inquérito deve apurar a versão do deputado e verificar se os policiais agiram deliberadamente para intimidar o parlamentar e se cumpriam ordens de superiores hierárquicos.

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A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas também foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o episódio. Os policiais afirmaram no boletim de ocorrência que o deputado cometeu abuso de autoridade.

Em depoimento à Polícia Federal, Amom Mandel afirmou que a abordagem foi "truculenta" e que os agentes apontaram as armas para ele, para a mulher e para uma amiga, que também estavam no carro.

Ao Estadão, o deputado contou que os policiais chegaram a fazer ameaças como: "agora você vai conhecer uma abordagem da Rocam". Rocam (Rondas Ostensivas Cândido Mariano) é a força tática de elite da PM do Amazonas.

Os agentes alegam que o carro em que estava o deputado trafegava com as lanternas apagadas e mudando constantemente de faixa. Uma confusão começou depois que o parlamentar questionou a abordagem e deu voz de prisão aos policiais.

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, o coronel Vinicius Almeida, chegou a se deslocar até a ocorrência, na avenida Autaz Mirim, em Manaus. O deputado alega que ele tentou dissuadi-lo de denunciar o caso. Um boletim de ocorrência foi registrado no 14º Distrito Integrado de Polícia.

A versão do secretário, que convocou uma coletiva de imprensa no dia seguinte, é a de que o deputado "humilhou" os policiais. "O que aconteceu foi uma abordagem padrão da Polícia Militar e que ao final os policiais foram desrespeitados, humilhados e esses são os fatos", disse Almeida.

A abordagem aconteceu menos de um mês após o deputado compartilhar com a PF um dossiê produzido por servidores do próprio governo Wilson Lima (União) que, segundo o parlamentar, teria associado autoridades da alta cúpula da Segurança Pública do Estado com o tráfico de drogas e o crime organizado.

Questionado pelo Estadão sobre os nomes implicados, o deputado alegou que não poderia adiantar informações para não prejudicar a investigação em andamento, que tramita em sigilo.

Amom Mandel está no primeiro mandato como deputado federal e alega que vem sendo ameaçado após pedir investigação da alta cúpula da Segurança Pública do Amazonas.

O dossiê entregue à PF foi produzido por um sargento e por um tenente-coronel que, na época, estavam lotados na Secretaria Adjunta de Inteligência (Seai) do Amazonas, órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Estado que cuida de informações sigilosas de investigações policiais. O documento foi entregue ao superintendente da PF no Amazonas.

O Estadão apurou que o relatório denuncia a suposta negociação paralela de favores entre autoridades da Segurança Pública e facções criminosas, em troca de informações. O irmão de um narcotraficante chegou a ser nomeado para um cargo de gerência na Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência, mas foi exonerado após o parentesco vir a público.

Mandel afirma que, desde que compartilhou o relatório com a PF, passou a receber ameaças de números estrangeiros. Também alega que foi vítima de uma campanha coordenada de fake news nas redes sociais.

O deputado pediu ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), proteção da Polícia Legislativa. Uma reunião foi marcada para avaliar a situação.

"Eu continuo temendo pela minha segurança. Há dois dias atrás botaram uma arma na minha cabeça e na cabeça na minha esposa sem justificativa."

Esta não é a primeira investigação aberta pela PF que arrasta a alta cúpula do sistema de Segurança Pública do Amazonas durante o governo Wilson Lima. Ex-secretário de segurança, o general do Exército Carlos Alberto Mansur foi exonerado do cargo em agosto, após ser alvo de uma operação sobre crimes de corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.

Entidades de defesa dos direitos LGBTQIA+ acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar uma lei do Amazonas que proibiu a participação de crianças e adolescentes em paradas de orgulho gay. O relator da ação é o ministro Gilmar Mendes.

A legislação entrou em vigor em outubro e prevê que menores de idade só podem frequentar os desfiles se tiverem autorização judicial. A multa em caso de descumprimento pode chegar a R$ 10 mil por hora do que o texto define como "indevida exposição da criança ou adolescente ao ambiente impróprio".

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O projeto convertido em lei é de autoria do deputado Delegado Péricles (PL). Ele alegou como justificativa que as paradas de orgulho LGBTQIA+ têm "prática de exposição do corpo, com constante imagem de nudez, simulação de atos sexuais e manifestações que resultam em intolerância religiosa".

A Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) e a Aliança Nacional LGBTI+ pedem que a lei seja declarada inconstitucional pelo STF. As entidades argumentam que a restrição é "quase um projeto de eugenia" porque impede jovens homossexuais de terem contato com manifestações LGBTQIA+.

"A lei impugnada não legisla para proteger a infância e juventude, mas para atacar infâncias e juventudes que destoam do padrão hegemônico da sociedade cisheteronormativa", afirmaram na ação protocolada no Supremo.

Uma decisão do STF pode ter efeito cascata. Isso porque projetos semelhantes tramitam em outras Assembleias Legislativas.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), disse nesta quarta-feira (29) que pretende se reunir com a Amazon, empresa de tecnologia de Jeff Bezos, para "fechar parceria" e pedir explicações sobre o nome da empresa. "A Amazon usa o nome do Amazonas, da Amazônia. Quanto é que a gente ganha por isso? A gente tem que saber, esse é um dos questionamentos que a gente vai fazer lá", disse Wilson Lima em entrevista a jornalistas, mencionando a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, COP28, que começa nesta quinta-feira (30), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

"Seria impensável que o Estado do Amazonas , que tem a maior extensão e floresta contínua do planeta, não estivesse participando de um evento como esse", afirmou o governador em outro momento da entrevista. Wilson Lima disse ainda que vai apresentar na COP28 um programa de desmatamento líquido zero até 2030 e de venda de crédito de carbono.

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De acordo com o site da Amazon, o nome da empresa está relacionado ao Rio Amazonas. No início da criação de sites, a organização das buscas era por ordem alfabética, e Jeff Bezos procurou no dicionário uma palavra com a letra "a".

"Surgiu, em algum momento, dessa busca na letra 'a' no dicionário, numa referência ao Rio Amazonas, o maior do mundo e com imensa diversidade de fauna e flora. Bezos ligou uma coisa à outra: queria que sua livraria fosse a maior e com o portfólio mais extenso do mundo", diz o site da empresa.

A reportagem entrou em contato com o governo do Amazonas e aguarda resposta.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, determinou a ministros que mobilizem equipes e se coloquem à disposição dos Estados de Santa Catarina e Amazonas e das prefeituras locais para remediar os danos causados por conta de eventos climáticos. O pedido ocorreu nesta quinta-feira, 12, em videoconferência realizada pelo presidente.

Em publicação no X, antigo Twitter, Lula disse que o governo tem dedicado "atenção especial" aos Estados, com a presença de técnicos, secretários, ministros e repasses de recursos.

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"Determinei aos ministros que todas as equipes estejam mobilizadas e à disposição dos governos estaduais e das prefeituras", escreveu o presidente. "O Governo Federal está atento, presente e atuando para atender a população e remediar os danos causados pelos extremos climáticos", finalizou a publicação.

Lula se reuniu com os ministros nesta manhã, às 9h30, de forma remota, no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência. De acordo com a agenda, participaram os ministros José Múcio (Defesa), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secom), Celso Amorim (Assessor-Chefe da Assessoria Especial do presidente) e Marco Aurélio Marcola (Chefe do Gabinete Pessoal do presidente).

Segundo a Secom, também foi debatida a repatriação de brasileiros em Israel.

O Estado do Amazonas enfrenta a quarta pior seca que se tem registro desde o início da série histórica, há mais de um século, e diversos municípios entraram em estado de emergência. Na terça-feira, 10, o Rio Negro, que banha Manaus, atingiu a cota de 14,29 metros.

Enquanto isso, em Santa Catarina, chuvas intensas atingem a região há quase duas semanas. No Estado, já são registradas mortes e milhares de pessoas desabrigadas.

O general do Exército Carlos Alberto Mansur foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do Amazonas, na noite desta terça-feira (29), após ser um dos alvos de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) que investiga crimes de corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro na alta cúpula da segurança do Amazonas.

De acordo com investigadores, integrantes da pasta aproveitavam informações privilegiadas para extorquir membros de organizações criminosas com atuação no Amazonas. A operação desta terça-feira cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da SSP-AM, em Manaus, e nas cidades de Apuí (AM) e São Paulo (SP).

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Em nota, o governo do Amazonas informou que a exoneração do secretário tem o objetivo de evitar "qualquer tipo de interferência nas investigações". A gestão estadual confirmou ainda que servidores efetivos que estão entre os investigados foram afastados das funções. Já os comissionados que também são alvo da PF foram exonerados.

"O governo reforça que está auxiliando nas investigações, prestando todas as informações necessárias e que não compactua com quaisquer irregularidades ou atos ilícitos cometidos por servidores públicos", finaliza a manifestação.

Deflagrada na manhã desta terça-feira, a Operação Comboio ganhou esse nome porque, segundo os investigadores, membros da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas utilizavam viaturas da pasta durante as diligências para a prática dos crimes. Os veículos seguiam organizados em comboios, sob a guarda de uma escolta.

"Esse é o contexto, de uma organização criminosa que atuava para angariar, por meio de ilícitos, dinheiro, e também ter a garantia de que não fossem encontrados", disse o promotor Igor Starling durante coletiva de imprensa. Ele coordena o Centro de Apoio Operacional de Inteligência, Investigação e de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público.

O promotor confirmou ainda que houve a prisão em flagrante de um servidor público por porte ilegal de arma de fogo. Embora não tenha citado nomes, nos bastidores, o próprio general e agora ex-secretário de Segurança Pública é apontado como a pessoa presa na ocasião. O Estadão solicitou nota da SSP-AM e aguarda retorno.

Histórico

Alberto Mansur assumiu a Secretaria de Segurança Pública em agosto de 2021, em substituição ao coronel da Polícia Militar do Amazonas Louismar Bonates, que pediu demissão no fim de julho daquele ano, alegando questões de saúde. Dias antes, a SSP-AM havia sido alvo de outra operação do Ministério Público e da Polícia Federal.

Nomeada Garimpo Urbano, a investigação identificou que agentes da Secretaria Adjunta de Inteligência (SEAI) da SSP-AM desviaram cerca de 60 quilos de ouro apreendidos em operações policiais, o equivalente a R$ 18 milhões. O delegado Samir Freire, que chefiava a SEAI à época, chegou a ser preso.

General de divisão do Exército, Alberto Mansur iniciou a vida militar em 1977, quando entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, sediada em Campinas (SP). Anos depois, se formou bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, onde também já atuou como docente.

Uma criança de 3 anos morreu nesta quarta-feira (7) após ter sido espancada pelo pai em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. O menino chegou a ser socorrido em um posto de saúde na terça-feira (6) com os pés inchados e hematomas na cabeça, mãos e coxas. As informações são da Rede Amazônica.

O caso aconteceu na cidade de Presidente Figueiredo, a 127 km de Manaus. A criança morava com o pai e outros três irmãos mais velhos, após a mãe ter se separado. Segundo informações, testemunhas confirmam que o menino já havia sofrido outros tipos de violência por parte do pai, como ter tido as mãos queimadas em uma panela quente, e era chamado de “veado”, de forma pejorativa. Pessoas que conheciam o homem afirmam que ele não reconhecia o menino como seu filho legítimo.

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De acordo com a polícia, o homem levou o filho para ser socorrido alegando que ele havia engasgado. As investigações apontam que ele havia usado um pedaço de madeira para bater nos pés do menino, que ficaram inchados, e ele chorou e vomitou.

O Conselho Tutelar e a polícia foram acionados ao local e o homem foi preso em flagrante e levado para a 37ª Delegacia de Presidente Figueiredo.

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) Marcelo Xavier por dolo eventual nos assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, mortos em junho de 2022 em uma emboscada na região amazônica. O ex-vice-presidente da então Fundação Nacional do Índio Alcir Amaral Teixeira também foi indiciado.

Em nota, a Polícia Federal diz que Xavier e Teixeira tomaram conhecimento, em reunião da Funai no dia 9 de outubro de 2019, do “risco de vida dos servidores do órgão e não adotaram as providências necessárias para a proteção dos funcionários”. Bruno era funcionário da Funai e estava licenciado.

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De acordo com a PF, por não tomarem providências, Marcelo Xavier e Alcir Teixeira “teriam assumido o risco do resultado de suas omissões, que culminou no duplo homicídio”.

Marcelo Xavier foi exonerado do comando da Funai em dezembro de 2022. Ele assumiu o cargo em julho de 2019.   

Caso Bruno e Dom

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos nas proximidades da Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas. Eles articulavam um trabalho conjunto para denunciar crimes socioambientais na região do Vale do Javari, onde há a maior concentração de povos isolados e de contato recente do mundo.

Na Terra Indígena Vale do Javari, encontram-se 64 aldeias de 26 povos e cerca de 6,3 mil pessoas.  As autoridades policiais colocaram sob suspeita pelo menos oito pessoas, por possível participação nos homicídios e na ocultação dos cadáveres.

A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu nesta semana anular depoimento de três acusados pelos assassinatos. Pela decisão, devem ser anulados e colhidos novamente os depoimentos dos réus Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima.

Em depoimentos da semana passada, os réus voltaram atrás na confissão que haviam feito à polícia e passaram a sustentar uma versão segundo a qual agiram em legítima defesa. Foi a primeira vez que os três se manifestaram perante o juiz.

No final de outubro de 2022, o suposto mandante do assassinato, Rubens Villar Pereira, foi posto em liberdade provisória após pagar fiança de R$ 15 mil.

A Agência Brasil tenta contato com os ex-dirigentes da Funai, indiciados pela Polícia Federal.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu que a base de referência da Cúpula da Amazônia seja o chamado “ponto de não retorno”, limiar crítico a partir do qual as mudanças climáticas deixam de ser reversíveis. Segundo ela, esse termo dará maior abrangência à política comum para o desenvolvimento sustentável, a ser construída durante o encontro que reunirá os chefes de Estado dos oito países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). 

A proposta foi apresentada nesta terça-feira (16) durante o Seminário Desenvolvimento Sustentável na Amazônia, no Itamaraty – evento que segue até o dia 18, promovendo debates entre representantes de governo e da sociedade civil, com o objetivo de unificar discursos para a apresentação da proposta brasileira durante a Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9 de agosto em Belém (PA). 

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“Precisamos muito dessas boas ideias e dessas propostas colocadas aqui”, disse Marina Silva após ouvir as primeiras participações durante a abertura do seminário. De acordo com a ministra, a reunião de chefes de Estado da OTCA quebrará uma lógica muito comum a eventos desse tipo.

“Geralmente a gente faz um evento que reúne presidentes, e todos apresentam ideias, sugestões e propostas. Mas com raras exceções conseguimos dar sequência aos necessários desdobramentos. Precisamos quebrar essa lógica e trabalhar com a lógica dos encaminhamentos, e dar um novo estamento para esses momentos grandiloquentes”, acrescentou.

Segundo ela,  o novo estamento (condição) levará em conta o fato de os países integrantes da OTCA estarem vivendo um “período que é muito rico” e de oportunidades. “Em primeiro lugar, por termos [no Brasil] um presidente que goza de acolhimento e respeito [entre seus pares dos demais países]. Todos acolhem sua liderança, e o Brasil pode fazer um papel muito importante, fazendo essa quebra de paradigma para pensarmos o desenvolvimento em uma das regiões mais importantes e sensíveis do planeta”.

Ponto de não retorno

“Para pensar a Amazônia, temos como base de referência a questão do ponto de não retorno. Não podemos ultrapassar 20% de destruição da Amazônia sob pena de ela entrar em ponto de não retorno. Isso seria apenas um enunciado genérico, mas esse painel estabeleceria as bases para o que seria uma ação conjunta, onde poderemos tomar emprestado os termos da Convenção do Clima”, disse a ministra referindo-se ao termo que foi criado tendo como referência o planeta como um todo, e não especificamente a Amazônia. 

A ideia da ministra é mostrar que os países amazônicos estarão embaixo de um “guarda-chuva” com princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, em que cada um vai dar a sua contribuição para evitar que a Amazônia entre em ponto no qual a situação fique irreversível.

“Não podemos ultrapassar um 1,5ºC de aumento da temperatura da Terra, nem ultrapassar 20% de destruição da Amazônia, sob pena de ela entrar em ponto de não retorno. Do mesmo jeito que, em 1992, mais de 170 países se reuniram [durante a ECO 92, no Rio de Janeiro] para evitar o ponto de não retorno em relação ao clima, os oito presidentes da República podem se reunir agora para evitar o ponto de não retorno em relação à destruição da Floresta Amazônica”, completou.

Sendo assim, acrescentou a ministra, esse guarda-chuva abriria espaço para outros acordos específicos. “Quando a gente coopera cientificamente, culturalmente e politicamente, é mais fácil fazer negócio. O problema é que a gente se atém aos negócios e não cria uma base de relação onde as pessoas de países vizinhos possam vir cada vez mais para nossas universidades, e nós irmos para as universidades deles e criarmos um pensamento de região”.

“O Brasil reúne expertise fantástica de monitoramento de floresta. E temos um fundo que pode financiar ampliação desse sistema de monitoramento para além das nossas fronteiras, que é o Fundo da Amazônia”, acrescentou.  País mega florestal O objetivo do Brasil, segundo Marina Silva, é “ser um país mega florestal que vai manter os serviços ecossistêmicos do planeta, porque seremos capazes de transitar de uma economia de alto carbono para uma economia de baixo carbono”. 

"Em vez de exportar carbono, vamos exportar produtos que não sejam carbono intensivo. A China não vai exportar tecnologia para fazer a transição ecológica do planeta e ficar importando agricultura de alto carbono. Por isso que a nossa agricultura tem de ser de baixo carbono e a nossa energia tem de ser limpa, produzindo hidrogênio verde. Esse talvez seja o grande termo de referência para uma cúpula dos povos amazônicos em pleno século 21”, completou.

Foi iniciada nesta quinta-feira (13) a força-tarefa para vacinar mais de 8 mil indígenas que vivem em áreas de difícil acesso. A ação começará pelo município de São Gabriel da Cachoeira (AM), na região do Alto Rio Negro. As equipes irão percorrer 11 aldeias pelo período de 20 dias.

Chamada Operação Gota 2023, é uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Defesa e deve durar até outubro, com imunização de comunidades do Médio Rio Solimões e Afluentes, Vale do Javari, Alto Rio Juruá, Alto Rio Purus, Amapá, norte do Pará e Médio Rio Purus.

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De acordo com o Ministério da Saúde, as áreas foram selecionadas a partir dos seguintes critérios: sem acesso por rodovia ou hidrovia, mais de cinco dias de viagem para chegar ao local, área sem visitação ou entrada por mais de seis meses no ano, barreiras geográficas e região de floresta que exige permanência de um profissional por mais de quatro dias sem comunicação.

“Retomar as altas coberturas vacinais é prioridade do Ministério da Saúde e as ações em territórios indígenas tem o objetivo de recuperar os índices vacinais de todas os imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação que sofreram queda nos últimos anos. Desde fevereiro, o Ministério da Saúde está unindo o Brasil no Movimento Nacional pela Vacinação, que começou pelo reforço da imunização contra a Covid-19”, aponta nota da pasta. 

As comunidades indígenas serão vacinadas contra diversas doenças, entre elas covid-19 e influenza. No total, conforme o ministério, serão utilizadas aproximadamente 11 mil doses de mais de 20 tipos de imunobiológicos.

A estratégia é levar ainda vacinação para populações ribeirinhas e quilombolas.

Entre maio e junho de 2022, as mudanças climáticas estiveram em evidência no Brasil, seguindo as dezenas de tragédias acontecidas em decorrência de enchentes e temporais, do Norte ao Sul do Brasil. No Amazonas, o Rio Negro teve uma das maiores cheias da história, e também a mais veloz, chegando ao nível dos 29,38m, por influência do fenômeno La Niña. Em Minas, Rio e São Paulo, mais temporais e deslizamentos foram responsáveis por tirar o lar e os parentes de muitas famílias.

Dentre esses eventos, certamente as cheias em Pernambuco foram destaque em todo o país. Uma das maiores tragédias humanas e ambientais de 2022, os temporais na Região Metropolitana do Recife deixaram pelo menos 128 mil desalojados e 132 mortos, a maior parte vítima de deslizamentos de terra em barreiras e encostas. Tudo aconteceu entre maio e junho, meses em que o acumulado das chuvas costuma ser maior em todo o estado.

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Apesar dos pernambucanos estarem acostumados com o cenário caótico que todo período chuvoso proporciona, ano após ano, 2022 trouxe números sem precedentes. Começando com os deslizamentos entre Olinda e Recife, na última semana de maio, quando sete pessoas morreram. Em menos de duas semanas, a tragédia escalou, e rápido: mais de 100 pessoas morreram soterradas na RMR, em cerca de três dias de chuvas, durante a segunda semana de junho.

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Chuvas no Sudeste

São Paulo

Na região Sudeste, a chuva provocou estragos em São Paulo logo no primeiro mês do ano. Os temporais começaram no dia 11 e se perduraram até fevereiro. Ao todo, 36 municípios foram atingidos pelas enxurradas que transbordaram rios, causaram deslizamentos de barreiras e obrigou a suspensão da vacinação contra a Covid-19. 

No dia 31 de janeiro, o levantamento do governo do estado apontava 21 mortos - sendo oito crianças-, 11 desaparecidos e cerca de 660 famílias desabrigadas ou desalojadas. Dois dias depois, os números saltaram para 28 mortes e sete desaparecidos, além de 2,9 mil famílias desabrigadas ou desalojadas. 

As mortes causadas pelas chuvas foram registradas em oito cidades, sendo Franco da Rocha a com o maior número de vítimas fatais, com 11 casos. As demais foram Itapevi (1), Arujá (1), Francisco Morato (5), Embu das Artes (3), Várzea Paulista (5), Jaú (1) e Ribeirão Preto (1).  Até o início de fevereiro, a Defesa Civil distribuiu 622 cestas básicas, 666 kits de higiene e 834 kits dormitório. 

Chuvas causam ao menos 19 mortes na Grande SP e interior

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Deslizamentos: Brasil soma quase 4 mil mortes desde 1988

Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro

Um temporal também atingiu Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, e deixou a região central inundada no dia 15 de fevereiro. Mais de 30 mortes foram confirmadas em virtude das quedas de barreiras em diferentes pontos da cidade. 

Um mês depois, 233 mortes foram confirmadas e 994 desabrigados. Mais de três mil vistorias foram iniciadas pelas equipes de engenheiros, geólogos e técnicos da Defesa Civil. Ao todo, 4.368 ocorrências foram registradas em pelos menos 44 localidades do município. 

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Justiça cobra obras para evitar tragédias em Petrópolis

A Polícia Federal apreendeu nesta sexta-feira, 30, com um ‘assessor eleitoral’ de candidato ao governo do Amazonas, 38 cheques no valor total de R$ 20 mil. A diligência ocorreu no Aeroclube do Estado e encontrou ainda, na posse do mesmo assessor, contratos ‘genéricos’ de prestação de serviço para o dia 02, que marca o primeiro turno das eleições, além de material de campanha do candidato.

De acordo com a corporação, os contratos considerados ‘suspeitos’ eram endereçados à cidade de Barreirinha, localizada a 330 quilômetros de Manaus. Já quanto aos materiais de campanha, a PF detalhou que tratavam-se de cartazes, panfletos e santinhos do candidato ao governo do Estado.

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Todos os objetos foram levados pela PF, que instaurou inquérito policial para esclarecer os fatos e encaminhou o ‘assessor eleitoral’ para prestar esclarecimento. A corporação não divulgou o nome do investigado.

Ainda na tarde desta sexta, 30, a Polícia Federal no Amazonas realizou uma fiscalização que resultou no fechamento de um posto de combustível em Itacoatiara - cidade a cerca de 270 km de Manaus.

De acordo com a PF, o posto que fornece combustível para Prefeitura estaria ‘distribuindo grandes quantidades de combustível à véspera da eleição sem o devido controle documental’.

A equipe da Justiça Eleitoral foi acionada e, por ordem judicial, fechou o posto e sua filial até que sejam apresentados os devidos comprovantes dos destinatários dos combustíveis ou, até a segunda-feira, 3 - dia seguinte ao primeiro turno.

Também na região norte, a Polícia Militar e o Ministério Público do Amapá prenderam nesta sexta, 30, por crime eleitoral, um homem e uma mulher, irmã de uma candidata à deputada estadual, que transportavam R$ 11 mil e santinhos. Os materiais de campanha envolviam cargos da Assembleia Legislativa amapaense e a Câmara dos Deputados.

A Polícia Federal formalizou o flagrante por compra de votos, delito que pode implicar em penas de até a quatro anos de reclusão e pagamento de multa. Caso se comprove o envolvimento dos candidatos, poderá haver a perda do mandato, caso sejam eleitos, diz a corporação.

Em passos graduais em direção ao voto religioso, um dos pilares da campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), o candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu na noite de quarta-feira, 31, em Manaus, um grupo de adventistas que orou por sua saúde e vitória eleitoral.

O encontro foi registrado pelo fotógrafo pessoal de Lula, Ricardo Stuckert, e a foto foi cedida com exclusividade ao Estadão/Broadcast. Ela mostra os religiosos em imposição de mãos sobre o candidato, em oração, e ele de cabeça abaixada e olhos fechados.

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A agenda reservada aconteceu no início da noite de quarta-feira em um hotel na capital do Amazonas, entre a atividade de Lula com povos indígenas e lideranças do setor ambiental, e o comício com aliados políticos, que atrasou e se estendeu até as 22 horas, pelo horário local.

A campanha petista tenta conter a campanha difamatória contra si protagonizada por bolsonaristas sobre o eleitorado evangélico. A princípio resistente a embarcar na "guerra santa", o PT resolveu reagir, embora o caráter mais incisivo sobre o tema, por enquanto, deva ficar restrito às redes sociais para o horário eleitoral focar na seara econômica. "Ataque no submundo se responde no submundo", disse à reportagem uma fonte da área de comunicação da campanha.

Já circula entre petistas vídeo para contestar a narrativa de Bolsonaro e lembrar que Lula foi quem sancionou a Lei da Liberdade Religiosa, em 2003, e a Lei da Marcha Nacional para Jesus, em 2009. "Lula governou por oito anos e foi o tempo de maior liberdade para as igrejas", diz a peça, compartilhada nas redes sociais pela mulher do candidato, a socióloga Janja.

Genocida

No segundo dia de seu giro pelo Norte, nesta quinta-feira, 1º, Lula voltou a chamar Bolsonaro de genocida durante um discurso de campanha em Belém (Pará). A declaração foi dada no mesmo dia em que a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rejeitou um pedido do PL para tirar do ar vídeos em que Lula usa essa expressão contra Bolsonaro.

No discurso desta quinta-feira, Lula estava criticando o presidente por seus ataques a Cuba, Paraguai, Venezuela e Nicarágua. "Os americanos vão nos respeitar porque no nosso governo vai ser abolido o complexo de vira-latas", afirmou o ex-presidente, em novo sinal de como seria a política externa de seu governo caso seja eleito novamente ao Palácio do Planalto.

Na área econômica, ainda sem apresentar qual seria a âncora fiscal em um eventual novo governo petista, Lula reforçou críticas ao teto de gastos. "Não aceito a ideia de criar teto de gastos. Teto de gastos é o compromisso moral que a gente tem com esse País. A gente não pode gastar mais do que arrecada, mas é preciso saber o que é gasto e o que é investimento para não ficar ‘tudo é gasto’", seguiu o candidato.

Dono de relação tensa com agentes do setor financeiro, o candidato ao Palácio do Planalto afirmou que se interessa pelo mercado que as mulheres entram para comprar comida. "Só se fala em mercado, mercado, mercado. O mercado que me interessa é aquele que as mulheres entram para comprar comida e que muitas vezes não conseguem levar aquilo que têm o direito de levar", declarou, em evento com lideranças culturais em Belém.

Gil e Juca

Reiterando a promessa de um governo melhor que seus anteriores, o candidato também afirmou que, se eleito, vai achar "gente melhor" que os ex-ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira para comandar o Ministério da Cultura. A recriação da pasta é um compromisso do petista nessas eleições.

"A gente não vai achar um Gilberto Gil todo dia para colocar no Ministério da Cultura, a gente não vai achar um Juca Ferreira todo dia para o Ministério da Cultura. Eu vou ter que achar gente melhor, mais ousada", declarou Lula.

No pronunciamento, após duas horas e meia de discursos de artistas e aliados, Lula reconheceu que precisa economizar a voz, que tem ficado rouca e exigido um espaçamento maior nas agendas políticas. "Vou ser curto porque toda hora que eu levanto, a Janja fala: ‘Economiza a voz, economiza a voz’. Eu preciso parar de falar por um mês para recuperar minha voz", declarou o candidato.

Conteúdo regional

Luz fez ainda críticas à suposta falta de conteúdos regionais nas televisões do Brasil, que, segundo ele, fariam apenas retransmissão de conteúdos a partir de matrizes instaladas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Por outro lado, disse que não pode resolver a questão, por se tratar de assunto do Congresso.

"Tem uma coisa que não posso dizer que vou fazer, porque não vai depender do presidente da República, depende do Congresso. É que não é mais possível, no século 21, a gente ter emissoras de televisões retransmissoras das matrizes que normalmente estão em São Paulo ou no Rio de Janeiro, que não têm programação estadual", avaliou o ex-presidente.

"Por que as grandes cadeias de televisão não mostram artistas do Pará, de Pernambuco?", seguiu o petista, em encontro com lideranças do setor de cultura em Belém. "Não é aceitável não ter uma política de nacionalização da cultura."

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu, nesta quarta-feira (31), manter os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus. A declaração foi dada a apoiadores e à imprensa após visita fechada à fábrica da Honda na capital amazonense.

O Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou na terça-feira que o compromisso seria assumido durante a viagem, embora dentro do PT haja o reconhecimento de que as isenções podem causar desequilíbrios no restante do parque industrial brasileiro.

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"Quem tenta mudar os benefícios na verdade são pessoas que não conhecem a importância da Zona Franca de Manaus para o desenvolvimento do Estado e para a geração de empregos", declarou Lula. "Na minha opinião, Zona Franca de Manaus é um patrimônio para desenvolvimento da região Norte", acrescentou. "A Zona Franca ficará preservada. É um compromisso que a gente tem."

O compromisso de Lula com isenções da Zona Franca se contrapõe à ideia do governo federal de acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pesadelo dos industriais manauaras por apertar a competição com outras fábricas do País.

A ofensiva do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o IPI para supostamente estimular o crescimento esteve no centro de uma recente disputa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cassou decretos do Executivo com cortes no tributo para evitar prejuízos à competitividade dos produtos da Zona Franca.

O petista aproveitou a passagem por Manaus para criticar recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. "Na maior cara de pau, diz que não tem tanta gente passando fome. Não tem na casa dele, porque esconde até o cartão corporativo", disparou.

Lula ainda prometeu a retomada de marcos petistas, como o PAC, o Luz para Todos e o Minha Casa, Minha Vida, e criticou o contingente de trabalhadores na informalidade. "As pessoas acham que isso é emprego. Emprego tem que ter registro em carteira, direito a férias, a descanso remunerado."

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou por volta das 12h desta quarta-feira, 31, à fábrica da Honda em Manaus. A agenda foi fechada à imprensa por questões de segurança, segundo o PT, e será o aceno do candidato à manutenção dos estímulos da Zona Franca de Manaus.

A viagem de Lula a Manaus tem um tripé: compromisso com a pauta ambiental, afago a aliados no Estado e aceno à Zona Franca. No entanto, como mostrou na terça-feira o Broadcast Político, embora mudanças no regime tributário amazonense não estejam no radar, dentro do PT há a percepção de desequilíbrio entre o local e outros parques industriais do País.

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Lula chegou à Honda acompanhado de assessores, de seu candidato a governador do Amazonas, Eduardo Braga (MDB), e da ex-senadora Vanessa Graziotin, candidata a deputada federal e uma das maiores defensoras da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado durante o processo de impeachment.

O senador Omar Aziz (PSD-AM) e o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), ex-vice presidente da Câmara, chegaram pouco antes. Os dois parlamentares são considerados aliados estratégicos para o PT ter, de fato, o apoio do PSD em um eventual segundo turno contra o presidente e candidato à Jair Bolsonaro (PL).

À tarde, Lula deverá ir ao Museu da Amazônia e, à noite, participar de comício com Braga e Aziz, que concorre à reeleição.

O candidato do PT à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (30) que é preciso conciliar o desenvolvimento econômico da região amazônica com a preservação ambiental. “É plenamente possível você trabalhar corretamente a questão climática, a questão ambiental e você dar a segurança necessária para que você possa fazer uma ou duas estradas que possam interligar o estado do Amazonas com o restante do país”, disse em entrevista à Rádio Mais Brasil FM, de Manaus (AM), retransmitida pelas redes sociais do candidato.

As obras de infraestrutura devem, segundo Lula, ser objeto de um “estudo profundo” para determinar as exigências que façam com que o impacto no meio ambiente seja o menor possível. Lula voltou a defender que, a partir de pesquisas científicas, sejam identificadas substâncias da floresta que possam ter utilidade industrial e comercial.

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“Ao mesmo tempo nós temos que saber que é plenamente possível não fazer mais desmatamento, a gente não fazer mais queimada e tentar explorar cientificamente a biodiversidade existente em toda a Amazônia. Para que a gente possa tirar dessa riqueza o fortalecimento da indústria na área de fármacos, na área de cosméticos”, acrescentou.

Esses investimentos podem ser feitos, na opinião do candidato, a partir de cooperação com instituições e empresas de outros países. “Nós temos que fazer com que pesquisadores do mundo inteiro, administrados pela soberania brasileira, possa pesquisar para que a gente saiba o que podemos tirar da Amazônia de proveito para o próprio povo da Amazônia e do Brasil inteiro”, disse.

O desenvolvimento baseado em tecnologia é o caminho, segundo Lula, para promover a expansão econômica sustentável na região. “Um processo de inovação para que a gente possa garantir que para o estado do Amazonas a gente não vai levar nenhuma empresa poluidora”, enfatizou.

Lula disse ainda que quer fazer investimentos na Polícia Federal e outros órgãos que fiscalizam a Amazônia, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional do Índio (Funai). “A Funai vai voltar a funcionar com toda a força. O Ibama vai voltar a funcionar com toda a força”, ressaltou.

Apesar da complexidade dos crimes transfronteiriços e do discurso antidrogas do presidente Jair Bolsonaro (PL), a Polícia Federal tem reduzido o efetivo em Tabatinga (AM), nos últimos anos. Na delegacia localizada na cidade que faz fronteira com Letícia, na Colômbia, trabalham menos policiais do que em 2013.

A região é um conhecido corredor do narcotráfico e onde operam cartéis e quadrilhas nacionais e internacionais. Há, atualmente, 32 policiais federais lotados em Tabatinga, sendo três delegados, três escrivães e 24 agentes. É o mesmo efetivo de 2012.

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Desde que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados, no Vale do Javari, na Amazônia, no início de junho, voltou à tona a gama de crimes que fazem da região uma "terra sem lei". Cabe à delegacia de Tabatinga atuar contra o crime organizado nesta região amazônica e em cidades da tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru. A viúva de Bruno cobrou reforço na segurança.

Em 17 de junho, Bolsonaro disse que faltam recursos. "É só ela me dizer onde eu acho recurso para melhorar o trabalho de fiscalização, eu resolvo agora. Eu tenho um teto de gastos", disse ele. Apesar de alegar falta de recursos, o governo conseguiu a aprovação, em julho, da PEC Kamikaze, que possibilitará gastos, às vésperas da eleição, de R$ 41 bilhões para benefícios sociais.

CRIMES

Tráfico de drogas e armas, lavagem de dinheiro, pesca ilegal, garimpo, extração de madeira e execuções costumam ser praticados pelos mesmos grupos. Segundo investigadores, o crime organizado se beneficia da ausência do Estado e as características da atividade criminosa na região tornam o combate mais complexo.

Policiais federais ouvidos pela reportagem sob a condição de anonimato disseram que o efetivo não é suficiente para dar resposta à quantidade de crimes. Agentes consultados relataram que padecem por falta de estrutura para confirmar suspeitas de crimes e que procedimentos básicos de apuração são dificultados. A conexão de internet funciona muito mal em Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte, cidades fronteiriças.

O superintendente da PF no Amazonas, delegado Eduardo Fontes, disse que o efetivo é suficiente. "Lá nós temos uma delegacia física. Temos um efetivo, não vou citar números, mas é suficiente para atender às nossas demandas. Em sendo necessário, a superintendência dá todo apoio", afirmou, na primeira entrevista coletiva sobre o caso Bruno e Dom, em 15 de junho.

O terceiro suspeito de envolvimento no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na região do Vale do Javari, no Amazonas, se entregou neste sábado, 18, à Polícia Civil.

Jeferson da Silva Lima, conhecido Pelado da Dinha, é apontado como alguém que participou diretamente do duplo homicídio e ajudou na ocultação dos corpos. Ele se apresentou por volta das 6h na Delegacia de Atalaia do Norte, no extremo oeste do Amazonas, e está sendo interrogado pelos investigadores. Depois de prestar depoimento, será encaminhado para audiência de custódia.

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Pelado da Dinha estava com a prisão decretada pela Justiça e era considerado foragido. Em comunicado publicado na noite de ontem, a Polícia Federal (PF) pediu que a população da região entrasse em contato com as autoridades imediatamente se tivesse informações que pudessem ajudar a localizá-lo.

"Na sexta, montamos uma equipe e fomos até o sítio da mãe dele no município de Benjamin. Ele não se encontrava. Conversamos com os familiares e pedimos pra convencê-lo a se entregar", informou o delegado Alex Perez, da Delegacia de Atalaia.

Estão presos ainda Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que confessou o crime, e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Ambos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça do Amazonas por 30 dias.

Mandantes

Os policiais federais informaram na sexta-feira, 17, que os assassinos agiram sozinhos e que o crime não teve um mandante. O envolvimento de facções criminosas também foi descartado.

As linhas de investigação foram consideradas inicialmente tanto por causa do trabalho desenvolvido por Bruno, que orientava moradores a denunciar irregularidades nas reservas indígenas, quanto pela presença de traficantes de drogas e armas, caçadores ilegais, madeireiros e garimpeiros na região.

A Univaja, entidade para a qual o indigenista prestava serviços ao ser assassinado na Amazônia, criticou que a PF tenha descartado crime de mando na investigação.

"Com esse posicionamento, a PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela Univaja em inúmeros ofícios, desde o segundo semestre de 2021", diz um trecho do comunicado divulgado pela entidade.

Perícia

A PF aguarda ainda o resultado da perícia nos restos mortais apontados por Pelado como sendo de Bruno e Dom. Ele guiou as equipes de busca na última quarta-feira, 15, até o local onde teria enterrado os corpos, a cerca de três quilômetros da margem do rio Itaguaí. O Instituto Nacional de Criminalística de Brasília, responsável pelos exames, confirmou a identidade do repórter. Os testes, no entanto, ainda não foram concluídos. Falta a identificação de Bruno e outros exames que devem ajudar a esclarecer a dinâmica do crime.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmou neste domingo (12) ter encontrado uma nova embarcação na mesma região em que são realizadas as buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips. Os dois estão desaparecidos desde 5 de junho na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. 

“O que a equipe de busca encontrou foi um possível local onde vestígios, observados na beira de barranco, apontam que uma embarcação poderia ter sido arrastada no local. Essa informação foi repassada às autoridades responsáveis pelas investigações e, por essa razão, o local foi isolado pelas autoridades competentes para que a busca e a perícia sejam realizadas”, diz o informe assinado pelo procurador jurídico da Univaja, Eliésio Marubo. 

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Ainda segundo o comunicado, nas proximidades do local foi encontrada também uma embarcação que pode ser de propriedade de Amarildo da Costa Oliveira, detido para investigação. "A informação sobre a propriedade da embarcação ainda precisa ser confirmada pelos responsáveis pelas investigações", ressalta o documento. 

Material genético Na última sexta-feira (10), a Polícia Federal (PF) no Amazonas, que está à frente das forças de segurança na Operação Javari, informou que equipes de busca encontraram material orgânico, “aparentemente humano”, em uma área próxima ao porto de Atalaia do Norte. Ainda não há informação se a amostra recolhida tem alguma relação com o desaparecimento de Dom Phillips e de Bruno Pereira. 

O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal é quem vai realizar a análise pericial do material recolhido, como também fará a perícia em vestígios de sangue encontrados na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como “Pelado”. 

Ele é suspeito de envolvimento no caso e teve a prisão temporária por 30 dias decretada na noite de quinta-feira (9) pela juíza plantonista Jacinta Santos, durante a audiência de custódia na Comarca de Atalaia do Norte (AM). O processo segue em segredo de justiça. 

Além dessas perícias, serão analisados materiais genéticos coletados por investigadores de referência de Dom Phillips, em Salvador, e de Bruno Pereira, no Recife. As amostras serão utilizadas na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação.

Parentes, amigos e manifestantes se concentraram, neste domingo (12), no posto 6 da Praia de Copacabana, zona sul do Rio, para pedir respostas sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, há uma semana. 

Eles desapareceram na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Os manifestantes vestiam camiseta branca com uma foto dos dois e a pergunta: Onde estão Dom Phillips e Bruno Pereira? 

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A manifestação começou pouco depois das 9h, no posto 6, lugar onde Dom costumava praticar stand-up paddle, e por volta das 10h houve uma caminhada até o posto 5, onde permaneceram por cerca de uma hora.  Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram vistos, pela última vez, na manhã de domingo (5).

Os dois saíram da comunidade ribeirinha de São Rafael em direção à cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.  Bruno Pereira, que é atualmente colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), já havia denunciado ameaças que vinha sofrendo. 

Na última sexta-feira (10), a Polícia Federal (PF) no Amazonas, que está à frente das forças de segurança na Operação Javari, informou que equipes de busca encontraram material orgânico, “aparentemente humano”, em uma área próxima ao porto de Atalaia do Norte. Não há informação ainda se a amostra recolhida tem alguma relação com o desaparecimento de Dom Phillips e de Bruno Pereira. 

O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal é quem vai realizar a análise pericial do material recolhido, como também fará a perícia em vestígios de sangue encontrados na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como “Pelado”. 

Ele é suspeito de envolvimento no caso e teve a prisão temporária por 30 dias decretada na noite de quinta-feira (9) pela juíza plantonista Jacinta Santos, durante a audiência de custódia de Oliveira, na Comarca de Atalaia do Norte (AM). O processo segue em segredo de justiça. 

Além dessas perícias, serão analisados materiais genéticos coletados por investigadores de referência de Dom Phillips, em Salvador, e de Bruno Pereira, no Recife. Estas amostras serão utilizadas na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação. 

As buscas na região estão sendo feitas com apoio da Marinha, que enviou ao local uma equipe de Busca e Salvamento (SAR) da Capitania Fluvial de Tabatinga, com lancha, helicóptero, embarcações e uma moto aquática. Também há apoio da Funai.

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