Guedes diz que fome já existia e a culpa não é do governo

O ministro afirmou que o atual governo “descobriu os invisíveis”

sex, 18/11/2022 - 20:55
Edu Andrade/Ministério da Economia O ministro Paulo Guedes Edu Andrade/Ministério da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou, nesta sexta-feira (18), sobre o teto de gastos e a fome no Brasil no seu primeiro pronunciamento depois do resultado da eleição presidencial. Os temas mencionados pelo ministro são discutidos pela equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Quarenta milhões de pessoas passando fome, onde estavam essas pessoas que não descobriram antes? Estavam já passando fome no governo deles [PT], mas nós descobrimos os invisíveis. É válido para ganhar a eleição, mas já ganhou. Cala a boca, vai trabalhar, vai construir um negócio melhor”, atacou, em evento do Ministério da Economia. 

O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil mostrou que a pandemia agravou a fome no País. Atualmente, há 33,1 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade alimentar, o que representa 14 milhões de pessoas a mais em insegurança alimentar do que em 2020. 

Teto de gastos

Paulo Guedes falou sobre a importância de manter o teto de gastos, a regra que controla os gastos de acordo com a inflação. No entanto, ele reconheceu que a gestão de Bolsonaro furou o teto “em situações excepcionais em que o teto foi mal construído”, justificou. “O teto foi mal construído. Por exemplo, em 2019, chegamos com a mentalidade mais Brasil para transferir recursos para estados e municípios, mas não podia porque estourava o teto, mal construído”. 

Um levantamento realizado pelo economista Bráulio Borges, pesquisador do FGV IBRE, revelou que Bolsonaro não abriu exceção sobre o teto apenas em 2019. Os gastos ao longo dos quatro anos do governo Bolsonaro somam R$ 794,9 bilhões. 

Na ocasião, Guedes também criticou o governo Lula e apontou que o maior programa social “e com responsabilidade fiscal” foi criado por Bolsonaro, em referência ao Auxílio Brasil. Ele também repudiou algumas falas de Lula que movimentaram o mercado financeiro nesta semana. “Que historinha é essa de conflito social e fiscal? Isso revela ignorância, desconhecimento, incapacidade técnica de resolver problemas”. 

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