Bolsonarista convoca atiradores para ato contra Lula

Em vídeo, homem também pede que empresários liberem caminhoneiros para participar de ação antidemocrática no dia da diplomação de Lula

por Vitória Silva seg, 28/11/2022 - 09:00
Reprodução/Redes Sociais Bolsonarista identificado como Milton Baldin em ato antidemocrático no DF Reprodução/Redes Sociais

Viralizou nas redes sociais um vídeo que mostra um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) convocando atiradores à diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 19 de dezembro, para impedir a chegada do petista à chefia do Planalto. Nas imagens, que foram registradas durante um dos atos antidemocráticos que seguem sendo realizados no país, ele faz chamado às pessoas com certificado de registro para colecionar, atirar desportivamente e caçar (CACs), mas também aos caminhoneiros. 

O vídeo teria sido gravado no último sábado (26), durante uma manifestação de bolsonaristas em frente ao Quartel General de Brasília. O homem se identifica como Milton Baldin, de Juruena, do Mato Grosso. 

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"Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília. São só 15 dias, não vai fazer diferença. Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais... Somos 900 mil atiradores no Brasil hoje, venham aqui mostrar presença", disse. 

Diante de aplausos, o bolsonarista afirmou ainda que a bandeira nacional vai ser tornar vermelha, "mas com o próprio sangue". "Se nós perdermos essa batalha, o que você acha que vai acontecer dia 19? Vão entregar as armas, e o que eles vão falar? 'Perdeu, mané'", completou o manifestante, referindo-se à frase dita pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista em Nova Iorque, nos Estados Unidos. 

Os atos antidemocráticos coordenados nacionalmente acontecem desde 31 de outubro, um dia após o segundo turno das Eleições 2022 e a derrota de Bolsonaro nas urnas. Os bolsonaristas reivindicam a anulação do segundo turno do pleito e intervenção militar, além da prisão de ministros do Supremo. 

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