Nos EUA, Bolsonaro reconhece possível inelegibilidade

Fala ocorreu durante discurso para empreendedores em Orlando, na Flórida

qua, 15/03/2023 - 12:53
Alan Santos/PR Jair Bolsonaro, ex-presidente da República Alan Santos/PR

O discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um evento para brasileiros na Flórida, nos Estados Unidos, repercutiu após ter trechos revelados. O encontro privado com empreendedores ocorreu na cidade de Orlando, onde Bolsonaro está desde o ano passado. Lá, ele falou ao seu eleitorado e apoiadores que reconhece a possibilidade de ficar inelegível para 2026 e alegou existir um movimento para reprimir a direita no Brasil.

Para ele, em alguns casos no Brasil, "não precisa ter culpa para ser condenado". Ao comentar sobre uma eventual prisão, Bolsonaro disse que "só se for arbitrariedade", pois defende não ter cometido crimes durante sua gestão. A declaração foi feita nessa terça-feira (14).

“Não tenho uma denúncia de corrupção, zero. O processo que vai ser julgado no TSE é pela reunião que fiz com embaixadores no ano passado. Foi o crime que cometi, mas infelizmente no Brasil, em alguns casos, você não precisa ter culpa para ser condenado”, disse o ex-mandatário.

Bolsonaro está nos Estados Unidos desde 30 de dezembro de 2022, um dia antes de deixar a Presidência. No evento de Orlando, ele se encontrou com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pela primeira vez após o escândalo das joias sauditas. De acordo com o senador Flávio Bolsonaro (PL), o chefe da família deve retornar ao Brasil ainda em março.

Na sequência, Bolsonaro comentou os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro que levaram à depredação dos Três Poderes e disse que não tem nenhum envolvimento com os atos golpistas.

"Atos antidemocráticos, não participei de quebra-quebra. Respeitei o pessoal na frente dos quartéis porque é direito deles se manifestarem publicamente. Lamentavelmente aconteceu o 8 de janeiro", disse. Para Bolsonaro, 8 de janeiro teve o objetivo de "sepultar a direita que mal nasceu no Brasil".

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, afastado após os atos golpistas de janeiro, presta depoimento, nesta quinta-feira (16), sobre sua eventual participação na reunião com embaixadores no Palácio do Planalto. Ele também será ouvido sobre a minuta do golpe encontrado em sua casa.

 

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