Zambelli é condenada a indenizar Manuela d’Ávila

Em fevereiro de 2022, a bolsonarista publicou uma montagem na qual Manuela era comparada a uma imagem diabólica

por Guilherme Gusmão qui, 13/04/2023 - 20:00
Flickr/D'Avila A ex-deputada Manuela d'Ávila Flickr/D'Avila

A ex-deputada federal e jornalista Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) afirmou nesta quinta-feira (13) através das suas redes sociais que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada pelo Tribunal de Justiça a pagar uma indenização após veicular uma montagem de d'Ávila caracterizada como "diabo" e chamá-la de genocida.

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A publicação da bolsonarista foi feita em fevereiro de 2022 e tinha como alvo, além de Manuela, as deputadas federais Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP). As três apareciam na foto divulgada por Zambelli caracterizadas como figuras diabólicas, com chifres e olhos vermelhos, e eram chamadas de “genocidas”.

No post, d’Ávila reflete sobre o teor da montagem replicada pela parlamentar que é apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Ter a imagem associada ao diabo, ao mal maior, é algo frequente quando somos vítimas de campanhas permanentes por parte dos grupos de extrema direita. Hoje o Tribunal de justiça condenou a deputada Carla Zambeli a me indenizar por publicar essa imagem me chamando de genocida. A indenização não paga (nem apaga) o que eu e minha família vivemos juntos nos últimos anos. Não apaga a violência, as ameaças, as consequências reais na minha saúde física e mental por sofrer esses ataques misóginos virtuais. Mas, de algum modo, faz justiça. Tá me devendo, hein Carla?'', escreveu.

Violência política contra Manuela d'Ávila

Em 19 anos de vida política de Manuela d'Ávila, os oito últimos foram marcados pela violência política de gênero. Além de receber várias ameaças de mortes e estupro contra a sua vida e da sua filha de sete anos de idade, há ataques à sua aparência e à vida pessoal, além de montagens, fake news, e ataques em ambientes públicos. Em 2018 quando foi candidata a vice-presidente da chapa presidencial com Fernando Haddad (PT-SP), sofreu ataques de grupos bolsonaristas e de candidatos apoiadores do ex-mandatário.

A filha de Manuela, Laura Leindecker, já foi ameaçada e agredida diversas vezes. Em junho de 2022, um pai de uma colega da escola que Laura estuda, tirou uma foto da criança e enviou para grupos que disseminam ódio nas redes sociais.

 

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