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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) negou, em depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, ter contratado o hacker Walter Delgatti Neto para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça. A deputada foi ouvida pela polícia nesta terça-feira (14).

Em suas redes sociais, Zambelli comentou que está sendo investigada por supostamente ter contratado Delgatti para inserir no Banco Nacional de Mandados de Prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um mandato de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, além de 11 alvarás de soltura falsos, o que a parlamentar nega.

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O caso ocorreu em janeiro deste ano. Em depoimento à PF, Delgatti afirmou que Zambelli havia pago R$ 40 mil para que ele invadisse sites do poder judiciário.

A deputada ainda afirmou que havia contratado Delgatti apenas para fazer um novo site para ela, pagando o valor de R$ 3 mil. Além disso, um ex-assessor da parlamentar teria pago ao hacker R$ 10 mil para suposta compra de garrafas de uísque.

Ela também confirmou que levou o hacker para uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a segurança das urnas eletrônicas. Mas também inocentou Bolsonaro da relação com Delgatti.

Carla Zambelli também foi alvo de uma operação da PF de busca e apreensão em agosto deste ano.

Walter Delgatti ficou conhecido por hackear os celulares de procuradores da operação Lava Jato, no caso conhecido como vaza-jato.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passou mal e desmaiou no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, nesse domingo (29). Em publicação no X, Zambelli explicou que teve uma queda de pressão.

"Na noite deste domingo, após uma exaustiva agenda política nos últimos dias, a parlamentar teve um leve mal-estar em decorrência de uma queda de pressão. A deputada agradece todo o apoio da tripulação da Latam e de outros passageiros e declara que passa bem", diz o texto.

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Vídeos do momento circularam nas redes sociais. De acordo com o jornal Estadão, Zambelli recebeu atendimento dos bombeiros e depois, quando já estava melhor, foi conduzida ao avião de cadeira de rodas. 

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A Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, inaugurada nesta terça-feira (12) na Câmara dos Deputados, teve como um dos pontos de interesse os discursos de seus membros principais, que compõem a mesa diretora. O presidente da frente, deputado federal Coronel Meira (PL-PE), teve a companhia na mesa de abertura do primeiro vice-presidente, deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ), a segunda vice-presidente, deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o coordenador geral, senador General Girão (PL-RN), e a coordenadora jurídica, deputada federal Bia Kicis (PL-DF).

Com bottons confeccionados com uma estrela vermelha riscada na lapela, parlamentares fizeram apontamentos, de forma contraditória, que a corrupção é uma característica inerentemente humana e que ao mesmo tempo o brasileiro é honesto em sua essência. Sem mencionar o nome do presidente Lula (PT), membros da Frente criticaram a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli de anular as investigações da extinta operação Lava Jato e dizer que a condenação do atual Chefe do Executivo foi um "erro histórico".

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Durante suas falas, o deputado federal Coronel Meira fez uso de argumentos questionáveis ao mencionar o Foro de São Paulo, instituição política fundada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que reúne partidos de esquerda de diferentes países da América Latina. “É nossa missão pesquisar essas relações e diálogos cabulosos, para criarmos mecanismos que protejam a soberania e a sociedade brasileira. É preciso, portanto, utilizando mecanismos transparentes, constitucionais e democráticos, que enfrentemos o projeto totalitário de poder, que eu não tenho dúvida nenhuma, nasceram no Foro de São Paulo”, declarou. 

O parlamentar ainda citou o filósofo irlandês Edmund Burke, conhecido como o pai do conservadorismo, que fez duras críticas à Revolução Francesa. Nas palavras do coronel, o momento vivido na França no século XVIII foi um “marco de ignorância e brutalidade”. 

O deputado concluiu que o Brasil deve se espelhar em países que são exemplos no combate à corrupção, como é o caso de Cingapura, no sudeste asiático. O país reverteu os índices de corrupção com medidas consideradas socialistas, como a criação de estatais, reforma educacional e aumento de salário da classe trabalhadora. As leis vigentes, no entanto, são consideradas duras em comparação a outros países, como é o caso da pena de morte, sentença considerada no Brasil inconstitucional, segundo a Constituição Federal de 1988.

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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi intimada pela Polícia Federal (PF) a prestar depoimento no âmbito do inquérito que investiga as informações fornecidas pelo hacker Walter Delgatti, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”. A informação foi confirmada pela defesa da parlamentar à coluna de Andréia Sadi, e o depoimento está agendado para a semana do dia 12 de setembro. Zambelli, que foi assessorada pelo preso, é alvo de diversas alegações criminosas do ex-aliado. 

Carla é citada por Walter Delgatti como a responsável por coordenar a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de inserir um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que também é presidente do TSE.  

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A relação dos dois teria nascido de um encontro supostamente espontâneo no interior de São Paulo, em um hotel. A partir dali, eles teriam trocado números de telefone e Delgatti chegou a realizar um trabalho freelance para Carla, recebendo o retorno de R$ 3 mil e uma proposta de emprego no Governo Bolsonaro. 

Delgatti alegou ainda ter recebido R$ 40 mil por parte de Zambelli. Segundo seu advogado, Ariovaldo Moreira, esses pagamentos foram destinados a financiar a operação de invasão ao CNJ.

A CPMI do 8 de Janeiro pode votar nesta quinta-feira (24) a reconvocação do ex-ajudante-de-ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e de pessoas ligadas a ela. A reunião deliberativa está marcada para as 9h e tem 57 requerimentos na pauta.

A reconvocação de Mauro Cid foi sugerida pela relatora da comissão parlamentar mista de inquérito, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O tenente-coronel prestou um primeiro depoimento à CPMI no dia 11 de julho. Depois disso, investigações da Polícia Federal apontaram a participação dele na venda ilegal de presentes recebidos pelo Brasil de autoridades estrangeiras.

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"Requer-se nova inquirição do tenente-coronel Mauro Cid em parte em razão das práticas já apontadas em outras investigações, em parte pelo fato de que suas manifestações em diálogos já divulgados sugerem eventual envolvimento em escala até maior do que a inicialmente apontada", argumenta Eliziane Gama.

Além de Mauro Cid, a comissão pode votar a quebra de sigilos de outros três militares ligados à Ajudância de Ordens da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro. A relatora quer investigar o possível envolvimento deles no pagamento de despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com dinheiro vivo e sem comprovação de origem.

São alvos dos requerimentos o coronel Marcelo de Costa Câmara, o tenente Osmar Crivelatti e sargento Luis Marcos dos Reis, que presta depoimento à CPMI nesta quinta-feira logo após a reunião deliberativa. Eliziane também apresentou um pedido de convocação para o tenente Osmar Crivelatti.

Carla Zambelli

Um lote de requerimentos se refere à deputada Carla Zambelli, além de pessoas ligadas à família e ao gabinete dela. A relatora da CPMI pede a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da parlamentar para investigar uma denúncia feita à comissão pelo hacker Walter Delgatti Neto. Segundo o depoente, a deputada teria pago R$ 40 mil para que ele tentasse invadir plataformas mantidas pela Justiça na internet.

"Carla Zambelli teria negociado com este (Delgatti), inclusive ofertando-lhe dinheiro em espécie, para que invadisse as urnas eletrônicas e realizasse invasões de dispositivos informáticos, com o fim de questionar a validade do sistema eleitoral brasileiro", justifica Eliziane.

A relatora defende ainda a quebra dos sigilos de três pessoas ligadas à deputada federal. Ela quer investigar se o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), irmão da parlamentar, testemunhou um telefonema em que Jair Bolsonaro teria sugerido que Walter Delgatti Neto assumisse a responsabilidade por um grampo ilegal contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eliziane Gama questiona ainda se o coronel Antonio Aginaldo de Oliveira, marido de Carla Zambelli, e Renan Cesar Silva Goulart, motorista da deputada, fizeram pagamentos ao hacker.

Bloqueios em rodovias

Outro conjunto de requerimentos se refere à participação de servidores públicos no planejamento e na execução de bloqueios em rodovias no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, especialmente na região Nordeste. São alvos dos pedidos de quebra de sigilo:

Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça;

André Saul do Nascimento, gestor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina;

Luís Carlos Reischak Júnior, ex-superintendente da PRF no Rio Grande do Sul;

Marcelo de Ávila, servidor da PRF; e

Djairlon Henrique Moura, servidor da PRF.

A CPMI pode votar ainda requerimentos para apurar o financiamento de caravanas de manifestantes a Brasília (DF) nas vésperas dos atentados de 8 de janeiro. Segundo relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), houve "grande pulverização dos contratantes de fretados", o que pode indicar que pessoas envolvidas no aluguel dos ônibus possivelmente foram "utilizadas como laranjas com o objetivo de ocultar os verdadeiros financiadores das caravanas e dos manifestantes".

Outras convocações

A comissão também pode votar a convocação de dois integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal: o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues e o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior. O objetivo é identificar quem determinou a abertura da Esplanada dos Ministérios a manifestantes antes do dia 8 de janeiro e analisar as tentativas para dissuadir a perturbação da ordem pública.

*Da Agência Senado

Chegaram a público, nesta terça-feira (22), uma série de gravações das conversas trocadas, de forma privada, entre o hacker Walter Delgatti Netto e outros investigados em uma operação para fraudar o sistema eleitoral e, assim, promover dúvidas infundadas sobre as urnas eletrônicas. 

Os áudios foram entregues à Polícia Federal na última sexta-feira (18) e recém-divulgados à imprensa, tendo a primeira divulgação no portal Metrópoles. Nos registros, o preso cita o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a deputada federal Carla Zambelli (PL), no contexto de simulação de fraude que tem sido apurado pelas autoridades. 

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O programador cita, por exemplo, que Bolsonaro fez questão de encontrá-lo, mesmo recebendo contraindicações quanto à proximidade com Delgatti. O hacker também afirma ter se aproximado da família de Zambelli. 

A história do código-fonte 

Em 9 de agosto de 2022, Delgatti foi gravado citando uma reunião na sede do Partido Liberal, em Brasília. Trata-se da reunião de 10 de agosto, supostamente com o presidente do partido, Waldemar Costa Neto, e outros aliados, menos de 24h após a gravação.  

“Eles vão configurar o código-fonte para dar o resultado que eles querem. Eles vão pegar agora uma urna. Eles mesmo vão fazer isso”, afirmou Walter Delgatti. Na ocasião, explicou que o objetivo do ataque ao sistema eleitoral era induzir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a autorizar militares a fazer uma “fiscalização” nas urnas, de modo a facilitar possíveis contestações a uma eventual vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda era candidato. 

Nesse mesmo dia, Delgatti foi filmado dentro do hotel Phenícia, em Brasília, conversando com um funcionário no balcão da recepção. Lá, um motorista que dirigia um carro com uma placa “fria” passou para buscá-lo e levou o hacker ao encontro de Bolsonaro no Palácio da Alvorada, como revelou a revista Veja em agosto do ano passado. 

"Quem manda aqui sou eu" 

No mês seguinte, no dia 22 de setembro, dez dias antes do primeiro turno, o programador contou detalhes do que seria um protagonismo do ex-presidente Bolsonaro na empreitada, dando a entender que os dois teriam se encontrado várias vezes. “O Bolsonaro, ele tá fazendo questão que eu vá lá. Aí, teve alguém da equipe que falou: “Irmão, é bom ele não vir aqui porque pode queimar”. Ele (Bolsonaro) falou: “Quem manda aqui sou eu, e ele vai vir”. 

Proximidade com a família Zambelli 

Na sessão da CPMI dos Atos Golpistas, Delgatti foi questionado sobre a proximidade com a deputada Carla Zambelli, investigada por ter recrutado o programador. Segundo a defesa da parlamentar, a proximidade seria por conta de um projeto de trabalho que envolvia o cuidado com as redes sociais da política. Segundo a gravação obtida pelo Metrópoles, no entanto, o programador e Zambelli tinham uma relação quase familiar, segundo relato do hacker. 

“Eles estenderam a mão para mim, cara. A Carla me tratou hoje como se fosse um filho, coisa que nunca aconteceu na minha vida”, disse Delgatti. “A ponto da mãe dela me servir leite com Nescau, na mesa, e acompanhado com ela”, contou o programador, revelando que jogou até vídeo-game com o filho de Zambelli. 

 

Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro ainda tentam acordo para definir a pauta de votações da reunião desta terça-feira (22). Prevista para começar às 9h, a reunião foi adiada para as 14h em razão da falta de consenso sobre os requerimentos que devem ser votados. De acordo com a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), parlamentares estão tentando negociar em reunião com o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA). Até o momento, a pauta não foi divulgada. 

Ainda segundo Eliziane, há um avanço nas negociações para que sejam apreciados na reunião deliberativa desta terça-feira os requerimentos para transferência de sigilos telefônico e telemático, além da transferência de informações do Relatório de Inteligência Financeira (RIF) de pessoas relacionadas ao depoimento feito na semana passada pelo hacker Walter Delgatti. Entre elas, da deputada Carla Zambelli (PL-SP), do advogado Frederick Wassef e de integrantes das Forças Armadas como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. 

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"Eu pedi e eu acho que a gente vai conseguir fazer a aprovação das quebras. Ainda não consegui construir acordo em relação às convocações especificamente. Mas as quebras de sigilo telemático e RIFs a gente está conseguindo avançar", disse. 

Eliziane informou que não há ainda entendimento para análise dos requerimentos que pedem as quebras de sigilo e transferência de informações por meio de RIFs do ex-presidente da República Jair Bolsonaro; da ex-primeira dama Michele Bolsonaro e do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. 

Há uma série de requerimentos apresentados à CPMI com pedidos para a quebra de sigilos e convocações além dos requerimentos envolvendo o casal Bolsonaro, existem outros relacionados ao presidente do PL, Valdemar da Costa Neto; ao coronel do Exército Marcelo Gonçalves de Jesus; ao irmão da deputada Carla Zambelli, Bruno Zambelli Salgado; além do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid. 

Na semana passada, durante depoimento, Walter Delgatti declarou que foi ao Ministério da Defesa cinco vezes em encontros com o ex-ministro Paulo Sérgio, além de servidores da área de tecnologia da informação da pasta, onde, segundo ele, foram viabilizados todos os caminhos e as condições para tentar invadir as urnas eletrônicas e buscar fraudar as eleições. 

Oposição

Já a oposição, conforme declaração do senador Marcos Rogério (PL-RO) criticou a ação de governistas de tentar aprovar requerimentos para quebra de sigilos do casal Bolsonaro. Para ele, não há nexo de causalidade as denúncias sobre eventual venda de patrimônio público por parte de ex-assessores do ex-presidente com o escopo da CPMI. Ele argumentou que pedidos para transferência de sigilos são o último recurso a serem utilizados por uma comissão de investigação, e que, para isso, é preciso que todos os elementos levantados justifiquem a ação. Ele vê a postura governista como ato grave. 

"Você não sai quebrando os sigilos das pessoas à revelia. Isso é um desrespeito, uma ilegalidade, uma agressão. E me preocupa muito a relatora, simplesmente porque acha que deve quebrar o sigilo da ex-primeira dama Michele Bolsonaro", disse. 

Novos depoimentos

Em outra frente, a oposição defende que o presidente da CPMI marque para os próximos dias o depoimento do ex-diretor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias. À frente do posto na semana dos ataques às sedes dos três Poderes, o nome do general é o mais defendido pelos opositores para que esclareça à comissão a versão do Palácio do Planalto sobre os planos de segurança do prédio. Eles buscam aprofundar a linha investigatória defendida por eles sobre uma possível omissão do governo federal. 

"As evidências que temos na CPMI é que não só G.Dias sabia. Ele tanto sabia que dois dias antes ele alerta a Abin para o que estava a acontecer. E aí a Abin passa a monitorar, a informar, a indicar a situação preocupante que se avizinhava e ele [G.Dias] simplesmente silencia e simplesmente não fala mais nada. Posteriormente, conversas internas, apontam que os próprios integrantes da Abin entenderam que houve facilitação por parte do GSI", disse Marcos Rogério em entrevista à imprensa. 

*Da Agência Senado

Por 9 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou ré a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

A maioria dos ministros aceitou denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a parlamentar após o episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

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Votaram pela aceitação da denúncia o relator Gilmar Mendes, e os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Rosa Weber e Luiz Fux.

Mendes entendeu que há indícios suficientes para a abertura da ação penal contra Carla Zambelli.

“Ainda que a arguida tenha porte de arma, o uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais às vésperas das eleições, em tese, pode significar responsabilidade penal”, argumentou.

O ministro André Mendonça votou pelo envio das acusações para a primeira instância da Justiça.

O ministro Nunes Marques votou pela rejeição da denúncia e entendeu que o caso só poderia ser levado à Justiça por meio de ação penal privada, cuja propositura deveria ser feita por Luan Araújo. O ministro também entendeu que Carla Zambelli reagiu a "ofensas".

"Consoante se infere do teor da própria denúncia, a conduta da acusada, consistente em sacar sua arma e sair em busca de Luan Araújo, com a finalidade de realizar sua prisão em flagrante delito, situou-se, claramente, no contexto das ofensas a ela dirigidas", afirmou Nunes Marques.

Com a aceitação da denúncia, será aberto um processo criminal contra a deputada. Testemunhas de defesa e de acusação serão ouvidas. Ao final, será decidida a condenação ou não da parlamentar.

A defesa da deputada informou à Agência Brasil que vai se pronunciar por meio de nota à imprensa.

O hacker Walter Delgatti Netto apresentou à Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (18), um áudio que afirma ter recebido de uma assessora da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Segundo o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, na mensagem de voz, enviada por WhatsApp, a assessora trata do pagamento para que o hacker invadisse o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

“Ele [Delgatti] apresentou ao delegado que preside a investigação um áudio onde esta pessoa, assessora da Zambelli, faz promessa de pagamento”, disse Moreira a jornalistas após a conclusão do novo depoimento de Delgatti à PF. 

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Delgatti já tinha prestado depoimento à PF na quarta-feira (16). Na ocasião, o hacker afirmou ter recebido R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli para invadir o sistema do CNJ e inserir falsos documentos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, entre eles, um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A deputada nega as acusações. 

De acordo com o advogado Ariovaldo Moreira, Delgatti já tinha mencionado aos policiais federais a conversa com a assessora da deputada, mas só hoje ele lembrou o nome da assessora, que Moreira não revelou aos jornalistas.

Ainda segundo o advogado, no depoimento que prestou à PF na quarta-feira, Delgatti deixou de fora informações que revelou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), nesta quinta-feira (17), porque o delegado federal que o inquiriu “entendeu que não eram informações relevantes para o inquérito que investiga a invasão do sistema do CNJ”.

“Hoje, [à PF] ele reiterou o que foi dito ontem, na CPMI”, disse o advogado, que, mais cedo, já tinha dito a jornalistas que Delgatti não descarta a possibilidade de fazer um acordo de delação premiada. Perguntado sobre o que seu cliente teria a oferecer em troca de vantagens após fornecer tantas informações à PF e à CPMI, Moreira disse que Delgatti tem colaborado para as autoridades obterem “indícios de provas”. 

“Entendo quando vocês [jornalistas] perguntam se há provas [do que Delgatti afirma]. Há indícios de provas. Porque não há dúvidas de que o Walter esteve com Jair Bolsonaro. Ontem, o filho do Bolsonaro [o senador Flávio Bolsonaro] confessou isso. E há, com certeza, no Ministério da Defesa, câmeras e imagens. Com o Walter [informando as] datas e horários [em que afirma ter estado no prédio do ministério], muito provavelmente será possível obter estas provas”, disse Moreira.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria da deputada Carla Zambelli e aguarda a manifestação da parlamentar. A deputada está internada em um hospital particular em Brasília desde terça-feira (15), devido a uma diverticulite - inflamação que costuma afetar partes do trato gastrointestinal.

Acusada pelo hacker Walter Delgatti de articular para enfraquecer a confiabilidade do sistema de votação eletrônica, a deputada Carla Zambelli (PL) está internada em um hospital particular em Brasília. Ativa nas redes sociais mesmo hospitalizada, a parlamentar acompanhou a oitiva na CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro na unidade de saúde.

O hospital informou que Zambelli deu entrada na terça (15), com quadro de diverticulite aguda, uma inflamação ou infecção em uma ou mais das bolsas do trato digestivo. Sem previsão de alta, seu tratamento consiste em antibioticoterapia endovenosa, acrescentou o hospital. A assessoria da deputada acrescentou que o quadro de saúde segue estável.

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Ao Congresso Nacional, Delgatti disse que recebeu R$ 40 mil da deputada para que ele invadisse os canais do sistema Judiciário e que ela foi a ponte ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria encomendado uma invasão a uma urna eletrônica para comprovar eventuais falhas de segurança do sistema. Zambelli nega o contato e as denúncias feitas pelo hacker.

Ele disse conseguiu invadir o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas comunicou que não teve êxito contra a urna.

Walter Delgatti, hacker investigado pela Polícia Federal (PF), prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (17). A primeira fase do depoimento foi marcada por revelações graves do depoente, em especial, sobre a relação com o Governo Bolsonaro e aliados. As figuras políticas mais citadas foram a deputada federal Carla Zambelli (PL), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, e o antigo publicitário de Bolsonaro, Duda Lima.

Confira, abaixo, o resumo das principais declarações de Delgatti, que seguem consideradas alegações até que sejam investigadas oficialmente

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- Bolsonaro teria oferecido indulto a Walter Delgatti para assumir a responsabilidade de um grampo contra Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido teria sido feito diretamente por Bolsonaro, em ligação telefônica, quando o hacker encontrou a deputada Carla Zambelli em um posto de combustível na rodovia Bandeirantes, em São Paulo. Segundo Delgatti, a ligação a Jair Bolsonaro foi feita por um celular novo e que também tinha um chip novo, aparentemente utilizado apenas para aquele contato; 

- O hacker Walter Delgatti Netto afirmou que orientou os militares responsáveis por produzir o relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas entregue no dia 9 de novembro de 2022; 

- Delgatti teve momentos de embate com o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) nesta quinta-feira (17), durante seu depoimento à CPMI do 8 de Janeiro. O preso chegou a chamar o parlamentar e ex-juiz titular da força tarefa em Curitiba de "criminoso contumaz"; 

- Zambelli buscou Delgatti para fingir insegurança das urnas: respondendo à relatora Eliziane Gama (PSD) sobre uma reunião acontecida em 9 de agosto de 2022, na sede do PL, junto à Zambelli e ao presidente Valdemar Costa Neto, Delgatti alegou que foi oferecido duas propostas de participação na campanha de apoio a Bolsonaro. A primeira ideia foi de o hacker funcionar como "garoto propaganda" do antigo governo e se infiltrar em uma entrevista com figuras da esquerda, para "jogar" a ideia de que a urna eletrônica é violável; 

 - A segunda proposta foi para que Delgatti, na cerimônia do 7 de Setembro, simulasse uma invasão à urna. Isso aconteceria em frente à população, para "provar" que era possível computar um voto e a urna imprimir um voto diferente. A urna usada na simulação seria emprestada pela OAB; 

- Delgatti conheceu Zambelli em um hotel de São Paulo, supostamente por coincidência. Em julho de 2022, uma foto da dupla chegou à internet e levantou especulações sobre a relação da parlamentar com o investigado. Em sua fala, o hacker alegou que a foto foi feita a seu pedido e que apenas trocou números de telefone com a então aliada; 

- Delgatti detalhou um encontro que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e o general Marcelo Câmara. Ele teria sido oferecido acesso ao Ministério da Defesa para ter dados importantes do sistema eleitoral. 

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O hacker Walter Delgatti, conhecido por operar a "Vaza Jato", iniciou seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (17). Preso desde 2 de agosto por ser o principal suspeito de uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele começou a oitiva dando detalhes de sua relação com a deputada federal Carla Zambelli (PL) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Respondendo à relatora Eliziane Gama (PSD) sobre uma reunião acontecida em 9 de agosto de 2022, na sede do Partido Liberal (PL), junto à Zambelli e ao presidente Valdemar Costa Neto, Delgatti alegou que foi oferecido duas propostas de participação na campanha de apoio a Bolsonaro. A primeira ideia foi do hacker funcionar como "garoto propaganda" do antigo governo e se infiltrar em uma entrevista com figuras da esquerda, para "jogar" a ideia de que a urna eletrônica é violável.

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A segunda proposta foi para que Delgatti, na cerimônia do 7 de Setembro, simulasse uma invasão à urna. Isso aconteceria em frente à população, para "provar" que era possível computar um voto e a urna imprimir um voto diferente. A urna usada na simulação seria emprestada pela Ordem de Advogados do Brasil (OAB), segundo o hacker. As duas propostas teriam sido a pedido de Jair Bolsonaro.

“O Duda disse que o ideal era eu fazer uma entrevista com a esquerda e de forma espontânea, eu falar sobre as urnas, dizer que eram frágeis. Essa foi a proposta inicial, que não ocorreu porque o meu encontro [com Zambelli] saiu na mídia e aí cancelaram. A segunda ideia era pegar uma urna da OAB e eu mostrar à população que é possível acessar a urna, que era possível apertar um voto e imprimir outro. [...] A ideia do Duda não era criar um código-fonte do TSE, mas um fake”, respondeu Delgatti. 

Reunião de 9 de agosto de 2022

Duda, a quem Walter se refere, é Duda Lima, publicitário de Jair Bolsonaro. Nessa reunião, de 9 de agosto, houve dois momentos de conversa. O primeiro com Delgatti, os advogados de Delgatti, Valdemar Costa Neto, Zambelli, e os irmãos e marido de Zambelli. Duda Lima não participou do primeiro momento, pela manhã.

O publicitário chegou para a segunda parte, às 15h, para discutir o aspecto técnico da campanha de marketing. Após um desentendimento entre Carla e os advogados do hacker, a segunda reunião aconteceu apenas com Duda, Carla Zambelli e Walter Delgatti.

“O assunto era bem técnico, até que o Valdemar entrou em contato com o Duda e agendou a outra reunião com o ‘marketeiro’ da campanha. Acredito que o Valdemar não tinha conhecimento técnico [para dar seguimento à reunião sozinho]. Voltei às 15h, mas no meio tempo, os advogados tiveram um desentendimento com Carla Zambelli e foram embora, eu fiquei só”, completou o depoente. 

A relação com Zambelli

Sob depoimento, o hacker Walter Delgatti expôs uma nova versão sobre seu primeiro encontro com a deputada federal Carla Zambelli. Em julho de 2022, uma foto da dupla chegou à internet e levantou especulações sobre a relação da parlamentar com o investigado. Em sua fala, o hacker alegou que a foto foi feita a seu pedido e que apenas trocou números de telefone com a aliada.

A foto foi registrada na saída do hotel Village Inn Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em 28 de julho. Delgatti teria ido ao local para buscar um amigo, foi apresentado à Zambelli e trocou contato no intuito de saber sobre propostas de emprego. O hacker chegou a assessorar as redes da deputada e recebeu R$ 3 mil pelo serviço, que foi suspenso após Zambelli ser impedida judicialmente de usar as redes.

"Ela [Zambelli] disse que me daria uma oportunidade de trabalho na campanha do presidente Jair Bolsonaro. Estive em Brasília, conheci o presidente e em Brasília fui trabalhar nas redes sociais dela. Houve pagamentos, ela me enviou senha dos sites e das redes, mas depois uma decisão do Alexandre de Moraes suspendeu as redes dela e eu não continuei trabalhando”, alegou.  

Nesta quarta-feira (16), em Brasília, a Polícia Federal (PF) deve interrogar o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como "hacker da Vaza Jato". A informação é do blog de Andréia Sadi, do G1, e cita também que o depoimento foi agendado para às 13h, na sede da instituição. Delgatti foi preso no começo de agosto em São Paulo e deve ser transferido para a capital federal.  

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A defesa de Walter ainda está avaliando se ele responderá às perguntas da PF, mas existe a expectativa e que, sob depoimento, o preso apresente elementos que sustentem uma delação premiada sobre a participação dele em possíveis crimes do Governo Bolsonaro e de seus aliados. 

O hacker é investigado por participar da invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça para a inclusão de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro da Suprema Corte. O documento falso teria sido feito pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada do hacker. 

Em junho, ele disse à PF que teve um encontro com Zambelli em setembro de 2022, às vésperas da eleição, em um posto de gasolina. Segundo o hacker, ela pediu que ele invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça brasileira. 

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Os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votaram contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no julgamento sobre o caso de perseguição ao jornalista Luan Araújo, em outubro do ano passado. Os votos foram favoráveis à denúncia que torna a parlamentar ré por porte ilegal de arma de fogo, além de constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. A posição dos ministros foi declarada em sessão plenária virtual, nesta sexta-feira (11). 

Na denúncia que está sendo avaliada no STF, a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu que a deputada seja multada em R$ 100 mil por danos morais coletivos. Pede-se, ainda, que ela perca a autorização para ter arma de fogo. 

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No voto inserido no plenário virtual, Gilmar Mendes alegou que Zambelli usou a arma “fora dos limites de defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais às vésperas das eleições” e que isso, “em tese, pode significar responsabilidade penal". Moraes acompanhou o voto. Para que a deputada se torne ré, são necessários seis votos ou mais. A análise da denúncia será feita até o dia 21 de agosto. 

Relembre o caso 

No dia 29 de outubro do ano passado, Zambelli foi filmada apontando uma pistola Taurus G3C contra o jornalista Luan Araújo, em uma rua dos Jardins, em São Paulo.  A parlamentar alegou que quis se defender após ter sido agredida e empurrada pelo homem. Porém, imagens do momento da confusão mostram que isso não aconteceu, pois a bolsonarista teria caído sozinha. 

Em 20 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Carla Zambelli entregasse a pistola que usou para perseguir Luan. O ministro atendeu um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Assim, o STF marcou para agosto o julgamento que pode tornar ré a aliada de Bolsonaro por perseguição armada. O julgamento será em plenário virtual, modalidade em que os ministros apenas depositam seus votos em um ambiente digital. 

 

A Polícia Federal (PF) adiou o depoimento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que estava previsto para a tarde desta segunda-feira (7). A parlamentar é suspeita de contratar o hacker Walter Delgatti Neto, preso na última semana, para inserir dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre eles um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Em nota divulgada na sexta-feira (4) pelo advogado da parlamentar, Daniel Bialski, Zambelli exigiu acesso às investigações e afirmou que só prestaria depoimento sob essas condições. Desde que se tornou investigada, a defesa da deputada nega que ela tenha cometido alguma improbidade.  

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“Por expressa orientação da defesa técnica, [Zambelli] não responderá às perguntas até que sejam fornecidas cópias de todo o inquérito e das cautelares”, diz a nota do advogado, que complementa indicando que a deputada quer “ser ouvida e prestar todos os esclarecimentos”. Ainda de acordo com a defesa, o acesso ao inquérito se dá “justamente para assegurar a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal”. 

Na última semana, Zambelli disse não ter medo da cassação de seu mandato. “A gente não sabe muito bem o que esperar da Justiça, mas eu não tenho medo de cassação. Tenho enfrentado todos os problemas que tenho tido com a Justiça”, disse. 

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a aliados que, desde janeiro deste ano, não atende aos telefonemas da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ele teria dito que chegou a ser procurado pela parlamentar novamente nas últimas semanas, mas decidiu não atendê-la.

As informações apuradas pelo blog da jornalista Daniela Lima, do G1, ainda afirmam que os aliados do ex-mandatário acompanham com apreensão os desdobramentos da operação da Polícia Federal que tem como alvos a bolsonarista e o hacker Walter Delgatti Neto.

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Vale ressaltar que a operação da PF tem como objetivo identificar os autores da invasão ao sistema do Judiciário, que foram responsáveis por criar um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

De acordo com a investigação, Carla Zambelli chegou a levar o hacker para uma reunião com o próprio Bolsonaro ainda em 2022. Na ocasião, ela teria falado sobre um plano, obviamente frustrado, de invadir o sistema das urnas eletrônicas.

Uma pessoa próxima a Bolsonaro disse que ele ouviu toda a conversa da parlamentar “calado”. Porém, Delgatti disse que durante o encontro no Palácio da Alvorada, em Brasília, o ex-presidente o perguntou se “munido do código-fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica”.

No momento, a meta do ex-mandatário e dos seus aliados é isolar totalmente a parlamentar investigada, que recebe diversas críticas da própria direita e da extrema direita brasileira desde a véspera do segundo turno da eleição de 2022, quando ela perseguiu pelas ruas de São Paulo, com arma em punho, um jornalista apoiador da esquerda.

Na decisão em que autorizou as diligências pedidas pela Polícia Federal (PF) contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou também a apreensão de celulares, tablets e computadores, bem como de armas, munições e quantias acima de R$ 10 mil eventualmente encontradas em endereços e veículos ligados à parlamentar. 

Moraes escreveu que os agentes da PF deveriam “verificar a existência de eventuais cômodos secretos ou salas reservadas em quaisquer dos endereços diligenciados”, assim como recolher registros de frequência aos endereços ligados à parlamentar. 

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O ministro também afastou o sigilo bancário de Zambelli, do hacker Walter Delgatti Neto e de outras três pessoas ligadas à deputada, de forma a esclarecer transferências de R$ 13,5 mil, via Pix, para a conta de Delgatti. Segundo as investigações, a quantia seria pagamento por serviços de invasão bem-sucedida a sistemas do Poder Judiciário. 

Delgatti foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (2), em Araraquara, no estado de São Paulo. Ele é suspeito de invadir o Banco Nacional de Mandados de Prisão, do Conselho Nacional de Justiça (BNMP/CNJ), em 4 de janeiro. Na época, o CNJ divulgou a abertura de investigações para apurar o caso.

No falso documento, consta que Moraes teria mandado prender a si mesmo por “litigância de má-fé”, isto é, por ter acionado o sistema judiciário sem causa plausível. “Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L.”, dizia outro trecho da falsa decisão. 

Moraes determinou ainda que o relatório com o resultado das buscas seja entregue pela Polícia Federal em até 30 dias. Estão à frente do caso os delegados Flávio Vieitez Reis e Elias Milhomem de Araújo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com todas as medidas, afirmando serem “necessárias” para a elucidação do caso. 

Invasão

De acordo com a decisão, Delgatti já prestou depoimento anterior à PF, no qual admitiu ser autor da invasão, após a qual, além do mandado falso pela prisão de Moraes, foram inseridos mandados de soltura de 10 presos espalhados por diferentes estados. Ele afirmou que o ato foi feito a pedido de Zambelli. 

Em nota, a defesa de Zambelli disse que "confirma a realização de mandados de busca e apreensão em seus endereços nesta quarta-feira. A medida foi recebida com surpresa, porque a deputada peticionou, através de seu advogado constituído, o Dr. Daniel Bialski, colocando-se à disposição para prestar todas informações necessárias e em nenhum momento a parlamentar deixou de cooperar com as autoridades. 

Respeita-se a decisão judicial, contudo, refuta-se a suspeita que tenha participado de qualquer ato ilícito. Por fim, a deputada Carla Zambelli aguardará, com tranquilidade, o desfecho das investigações e a demonstração de sua inocência”, acrescenta o texto.

À Agência Brasil, a defesa de Delgatti disse ainda não ter acesso ao inteiro teor da decisão pela prisão preventiva do investigado. 

O hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à chamada “Vaza Jato", recebeu ao menos R$ 13,5 mil de assessores da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A informação foi repassada pela Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Delgatti foi preso novamente nesta quarta-feira (2), na operação que investiga invasões no sistema do Conselho Nacional de Justiça.

Os pagamentos, segundo o relatório da PF, foram realizados via pix. Em depoimento à PF, Delgatti chegou a dizer já que foi pago para ficar à disposição de Carla Zambelli.

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Além da suspeita de invasão no site do CNJ, ele também é acusado de ter inserido documentos fraudados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, acrescentando um suposto mandado de prisão contra o ministro do STF, Alexandre de Moares. Na época, bolsonaristas chegaram a difundir o documento falso e criar narrativas fakes nas redes sociais. Há indícios de que ele teria sido pago pela deputada bolsonarista para realizar o serviço.

Uma reportagem do jornal O Globo, aponta que Delgatti recebeu R$ 10,5 mil, da conta de Renan Goulart, atual assessor do estadual e irmão de Carla, Bruno Zambelli (PL-SP); e R$ 3 mil de Jean Guimarães Vilela, que trabalha para a deputada.

O que diz a defesa

A defesa de Walter Delgatti confirmou a prisão dele, mas negou ter tido acesso aos autos da investigação.

Em nota, Carla Zambelli disse ter recebido com surpresa o mandado de busca e apreensão em seus endereços. Ao g1, ela negou ter pago Delgatti para invadir o sistema. 

"Como eu poderia ter pedido uma fraude nas eleições no mês de novembro depois de ela ter acontecido? Os fatos não batem. O que eu tinha subcontratado através dele foi a ligação das redes sociais minhas através do meu site. Ele não conseguiu fazer. Teve a tentativa de trabalhar com ele, mas não deu certo", afirmou Carla Zambelli.

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quarta-feira (2), o hacker Walter Delgatti Neto, investigado por invadir contas no Telegram e vazar mensagens de procuradores da antiga Operação Lava Jato, em 2019, e por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) este ano. No decorrer das investigações, foi constatado que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi assessorada pelo hacker, que atuou nas mídias da parlamentar. Pela associação, Zambelli teve seus endereços investigados através de mandados de busca e apreensão, também nesta quarta. 

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Oficialmente, a Polícia Federal divulgou que há cinco mandados de busca e apreensão (três no DF, dois no SP) e um mandado de prisão preventiva. A defesa de Delgatti confirmou a prisão, mas não deu mais detalhes. Ele também havia sido detido no fim de junho, para prestar depoimento sobre a invasão ao CNJ. 

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Nas redes sociais, o ministro Flávio Dino (PSB) havia adiantado a nova fase de buscas da PF. “Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições”, escreveu. 

Na ação, a PF tenta obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Os documentos forjados incluíam um mandado de prisão falso contra o ministro da Corte Alexandre de Moraes. No ofício, havia inclusive a frase "faz o L", um dos slogans da campanha eleitoral mais recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

"Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes", diz material da Polícia Federal. 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) entrou com um processo criminal contra Luan Araújo, jornalista que foi perseguido por ela com arma em punho, na véspera das eleições do ano passado. Na queixa-crime, a bolsonarista acusa o homem de iniciar a discussão, já que ele estaria “insatisfeito" com a sua ideologia política. 

A parlamentar ainda alega que o jornalista promoveu ofensas contra sua pessoa e cita um artigo escrito pelo jornalista no site Diário do Centro do Mundo, em que o profissional critica a apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

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"Zambelli, que diz estar com problemas, na verdade está na crista da onda. Continua no partido pelo qual foi eleita, segue com uma seita de doentes de extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades atrás de atrocidades", diz um trecho.

Na publicação, Luan ainda diz que sofreu "diversos ônus" desde o dia do conflito e viu sua vida pessoal virar "de cabeça para baixo".

Em outro trecho questionado pela defesa de Zambelli, ele escreve: "para ela, uma mulher branca com conexões com pessoas poderosas, foi apenas mais um espaço para fazer o picadeiro clássico de uma extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte".

Para a defesa da deputada, o episódio foi traumatizante tanto para Luan quanto para Zambelli, mas não garante à suposta vítima ofender a parte acusada.

“Não há explicação para o tom de suas palavras. Não há dúvida que os episódios vivenciados pelas partes tenham sido traumatizantes e tenham gerado consequências para o próprio querelado, como narrou em sua coluna. Contudo, as consequências não foram diferentes para a querelante, que sofreu danos de imagem, além de repercussões políticas, profissionais, judiciais e, principalmente, pessoais”, diz trecho da queixa-crime.

Embora o Ministério Público tenha discordado da tese de bolsonarista e afirmado que o jornalista não a ofendeu, o juiz Fabricio Reali Zia, da Vara Especial Criminal paulista, entendeu que no momento não é possível rejeitar os pedidos da autora da ação e determinou a realização de uma audiência preliminar, ainda sem data para ocorrer.   No entanto, de imediato, o magistrado determinou que Luan remova, em 48 horas, a postagem em que faz referência à Carla Zambelli. Cabe recurso. 

Relembre o caso 

No dia 29 de outubro do ano passado, Zambelli foi filmada apontando uma pistola Taurus G3C contra o rapaz, em uma rua dos Jardins, em São Paulo.  A parlamentar alegou que quis se defender após ter sido agredida e empurrada pelo homem. Porém, imagens do momento da confusão mostram que isso não aconteceu, pois a bolsonarista teria caído sozinha.

Em 20 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Carla Zambelli entregasse a pistola que usou para perseguir Luan. O ministro atendeu um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

A parlamentar cumpriu a decisão em 27 de dezembro, quando entregou a pistola e as munições na Superintendência da PF no estado de São Paulo.  Sendo assim, o STF marcou para agosto o julgamento que pode tornar ré a aliada de Bolsonaro por perseguição armada. O julgamento será em plenário virtual, modalidade em que os ministros apenas depositam seus votos em um ambiente digital.

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