​Cid movimentou R$ 3,2 milhões em 7 meses, aponta Coaf

Órgão do Governo Federal atua no combate à lavagem de dinheiro e corrupção

por Guilherme Gusmão qui, 27/07/2023 - 20:19
Marcos Oliveira/Agência Senado Mauro Cid Marcos Oliveira/Agência Senado

Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, movimentou R$ 3,2 milhões entre julho de 2022 e janeiro de 2023. Cid é investigado pela Polícia Federal por participar de supostas fraudes em cartões de vacina e ter envolvimento em atividades golpistas.

De acordo com documento do órgão de combate à lavagem de dinheiro, as contas do aliado de Bolsonaro tem indícios de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente” e “transferências unilaterais que, pela habitualidade e valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade”.

O militar que recebe mensalmente uma remuneração de R$ 26.239, movimentou R$ 3,2 milhões em sete meses, registrando operações de R$ 1,4 milhão em débitos e R$ 1,8 milhão em créditos.

O documento também chamou atenção para as transações entre Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis, que trabalhava com o tenente-coronel como supervisor na área de Ajudância de Ordens da Presidência.

O Coaf ainda afirmou que Reis trabalhou diretamente com o ex-presidente desde o início do mandato, em janeiro de 2019, até agosto de 2022, quando foi transferido para o Ministério do Turismo.

"Considerando a movimentação atípica, sem clara justificativa e as citações desabonadoras em mídia, tanto do analisado quanto do principal beneficiário, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se", diz o Coaf.

A defesa de Cid afirma que "todas as movimentações financeiras do tenente-coronel, inclusive aquelas referentes a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal".

Desde o dia 3 de maio deste ano, Mauro Cid está preso preventivamente em um batalhão do Exército. Ele foi alvo de uma operação da PF que investiga supostas fraudes no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro e de pessoas ligadas a ele. Cid era responsável por cuidar das contas pessoais do ex-mandatário e seus familiares em razão da sua atribuição como ajudante de ordens.

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