8/1: Ex-diretor diz que Abin fez 33 alertas em janeiro

'Alertas de inteligência' foram enviados através do WhatsApp, entre 2 e 8 de janeiro, para os governos distrital e federal

por Vitória Silva ter, 01/08/2023 - 13:37
Edilson Rodrigues/Agência Senado Saulo Moura, ex-diretor da Abin, durante interrogatório na CPMI do 8 de Janeiro Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira (1º), o ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha, alegou que o órgão emitiu, aos governos federal e distrital, 33 alertas sobre movimentações golpistas ou de caráter violento que estariam associadas aos atos antidemocráticos ocorridos no início do ano. 

A comissão investiga o que e quem está por trás das invasões aos Três Poderes, em Brasília, e se houve omissão de informações por parte de algum dos órgãos envolvidos na segurança pública, seja a Abin, o Ministério da Justiça, ou o Governo do Distrito Federal e suas forças policiais. 

De acordo com Moura, entre 2 e 8 de janeiro, a Abin enviou alertas aos governos através do WhatsApp, que era o meio mais rápido à ocasião. Ele foi questionado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que pediu esclarecimentos sobre a escolha do mensageiro e o formato dos supostos alertas. 

“Entre os dias 2 de janeiro e o final da madrugada do dia 8 de janeiro, a Abin produziu 33 alertas de inteligência. Não são relatórios, há uma diferença conceitual. O relatório é um documento estratégico, passa por processamento e demora para ser produzido. A gestão anterior entregou um relatório ao governo de transição, falando sobre a presença de atores extremistas nos movimentos feitos em frente aos quartéis e ao QG. Do dia 2 ao dia 8, efetivamente, [nós] não produzimos relatórios de inteligência”, disse Saulo. 

Saulo Moura fez parte da equipe de transição dos governos Lula e Bolsonaro, e posteriormente assumiu a Abin. “Efetivamente”, segundo ele, só assumiu mesmo a agência em 2 de janeiro. De acordo com o ex-diretor, o WhatsApp é um dos meios utilizados para fazer alertas, mas o mesmo não ocorre com os relatórios, enviados por meio de plataforma própria, o Correio Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência). 

“A minha gestão entregou um relatório ao governo de transição falando sobre a presença, se eu não me engano –e eu não posso entrar em detalhes aqui–, mas esse relatório foi encaminhado para a comissão, sobre a presença de atores extremistas nos movimentos que estavam sendo feitos em frente aos quartéis e ao QG [quartel-general]. Esse é um relatório bastante extenso, ele traz nomes”, disse. 

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