MEC e Câmara querem reformular o ensino médio
As propostas buscam atrair os estudantes com conteúdos que atendam aos interesses pessoais e profissionais
O Ministério da Educação estuda a possibilidade de um novo modelo para o ensino médio. Na Câmara, uma comissão especial também foi formada para analisar as propostas possíveis para o Brasil. O objetivo é propor um projeto de lei sobre o assunto.
Um dos modelos estudados é o que redistribui as atuais 13 disciplinas em quatro grandes áreas: ciências da natureza, ciências humanas, linguagem e matemática, que se assemelha às competências avaliadas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Acredita-se que essa mudança deve contribuir para o processo de aprendizagem.
“Hoje nós temos um exercício muito grande de memorização dos estudantes, isso acaba tendo poucos resultados na capacidade de resolver problemas, de construir conhecimentos. O esforço é de ressignificar o currículo, fazendo com que o saber aprendido na escola tenha sentido na vida deles. Ajude a compreender o mundo em que estão inseridos. Ajude a se autocompreender no mundo”, explicou a diretora de Currículos e Educação Integral do MEC, Jaqueline Moll.
Na comissão da Câmara, outra proposta foi sugerida por especialistas: que o currículo escolar pudesse ser diferenciado, de acordo com as habilidades e preferências dos estudantes, assim como ocorre em outros países, como a França. De acordo com o professor da faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Remi Castioni, esse modelo não retira conteúdo, mas foca nos interesses pessoais e profissionais dos estudantes. “A formação terá que abranger todos os componentes curriculares, inclusive matemática, física, química e biologia, mas em algumas [disciplinas] haverá ênfase maior”.
O especialista em educação e doutor em economia, Cláudio de Moura Castro, também defende esse modelo. “Alunos que têm interesse em humanidades, em literatura, em história, por exemplo, não vão deixar de fazer uma ou outra disciplina de matemática. Eles, no entanto, vão fazer muito mais cursos de história, de literatura, de história do pensamento. Não é uma exclusão, é uma ênfase em certas áreas”, frisou.
Para o coordenador da Frente Parlamentar da Educação, deputado Alex Canziani (PTB-PR), a discussão é necessária. “Nós temos que discutir qual ensino médio queremos para o Brasil, que oportunidades queremos que nossos jovens tenham, porque infelizmente o modelo que adotamos hoje não tem sido exitoso”.
Com informações da Agência Câmara de Notícias.