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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que é necessário incluir os debates sobre o clima no currículo escolar. Ele deu as declarações no programa Conversa com o Presidente, uma live semanal de Lula, que tem produção da EBC.

"Temos de ter aulas para as crianças sobre a questão do clima", declarou o presidente da República. "Vamos colocar no currículo escolar, é uma discussão que vou fazer com o ministro Camilo, com o pessoal da Educação", disse Lula, referindo-se a conteúdos sobre meio ambiente de forma geral.

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O presidente da República está em Belém, no Pará, onde participa da Cúpula da Amazônia. Ele também disse que é necessário fazer mais concursos da Polícia Federal para aumentar o efetivo e combater o narcotráfico na região amazônica.

O sistema educacional brasileiro, embora, na teoria, seja robusto, ainda peca em alguns pontos. As matrizes curriculares permanecem estagnadas, sem consonância com a realidade mutável do mundo. Assim, alguns temas emergentes deixam de ser introduzidos na Educação Básica, como o empreendedorismo. Ensinar crianças e adolescentes a empreender não é mostrá-los como abrir empresas, mas despertar neles características e habilidades inerentes ao comportamento empreendedor, seja nos negócios, seja na vida.

O itinerário formativo da Educação Básica, no Brasil, contempla disciplinas mais “generalistas”, básicas para a formação acadêmica. Óbvio que Português, Matemática, Física e História são essenciais para compreender o mundo, mas não devem estar sozinhas. Outras como Educação Financeira, Política e Empreendedorismo seriam muito proveitosas adições ao ról de temas levados aos adolescentes e crianças. Esta última, especialmente, é de grande importância na formação dos futuros homens e mulheres de negócios, profissionais de destaque e mesmo pessoas melhores. Porque empreender começa pelo CPF, na vida, com atitudes positivas que podem ser levadas para o CNPJ.

O pensamento empreendedor é algo que ainda falta ao brasileiro. Ter consciência de suas habilidades e das que ainda faltam, para ir atrás destas; ser determinado, ousado, obstinado; pensar de forma criativa e inovadora – tudo isso são características do bom empreendedor que não dependem de uma atividade laboral, mas que podem ser empregadas no dia a dia. Penso que, com a educação empreendedora sendo disseminada nas escolas, estaremos também construindo um futuro melhor para todo o país, com cidadãos mais conscientes e determinados a fazer tudo dar certo. Pode parecer utópico, mas sonhar também é uma grande característica empreendedora – quando aliada à realização do sonho.

Que bom que hoje já vemos projetos legislativos que estudam a inclusão da disciplina de Empreendedorismo no currículo escolar. A medida tem um enorme potencial de gerar transformação de vidas. Ao mesmo tempo, soluções educacionais já oferecem o arcabouço necessário para viabilizar esse ensino. É o caso do Geração Líder, uma plataforma de ensino que leva a educação empreendedora às escolas. A iniciativa, que inclui materiais didáticos e games educacionais, é uma grande alternativa aos centros educacionais que quiserem oferecer esse diferencial aos seus alunos. E, como o próprio nome deixa claro, formará uma nova geração de líderes muito mais capacitados.

É de pequeno que se constrói a mentalidade. Ao inserir o empreendedorismo nas bases da educação, o país estará realizando um investimento a longo prazo que retornará bons e numerosos frutos. É preciso sair do ensino tradicional e aderir ao ensino alinhado com as demandas para o futuro. Somente assim, aliando educação e empreendedorismo, conseguiremos dar um grande salto de desenvolvimento.

Nesta quinta-feira (4), o "Chega na Live" da Universidade Guarulhos (UNG) abordartá o tema "Descolonizando o Currículo escolar: Possibilidades e Reflexões". Será no Instagram @ung.centro, às 16h.

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O encontro reunirá os professores do curso de Pedagogia da UNG Marcelo Flório e Veruschka Azevedo. "A descolonização do currículo é uma crítica ao conhecimento europocêntrico, que aborda a cultura pelo viés europeu. Para descolonizar, devemos incluir a cultura africana, afro-brasileira e indígena", explica Flório, que é doutor em Ciências Sociais.

Segundo o professor, o conhecimento do currículo deve abordar culturas que sempre foram negadas e silenciadas no decorrer da história da humanidade. "É importante que a discussão sobre diversidade cultural tenha continuidade e que a ciência possa dar seguimento às suas investigações no mundo pós-Covid-19", finaliza.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou à Secretaria de Educação de Palmares e à Gerência Regional de Educação (GRE) Mata Sul que o currículo das escolas públicas e privadas do município seja aprimorado em 2020. O objetivo é garantir o cumprimento da legislação que determina o ensino de cultura afro-brasileira, africana e indígena. 

De acordo com o 3º Promotor de Justiça Cível de Palmares, João Paulo Pedrosa Barbosa, a Secretaria de Educação do município deveria reconhecer que o tema é importante e ter informado o MPPE sobre ações realizadas em escolas municipais. No entanto, nenhuma orientação sobre as ações desempenhadas junto às demais escolas de modo padronizado foi apresentada ao órgão.

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O Ministério Público recomendou que o município modifique seu plano de ação para o ano letivo de 2020 no sentido de incluir livros de referência para adequar o ensino às exigências legais para inclusão da temática histórica e cultural afrobrasileira e indígena. A recomendação também orienta a prefeitura a estimular a capacitação continuada de professores das escolas de Palmares, preparando-os para trabalhar os conteúdos ligados à cultura africana, indígena e afro-brasileira em todo o currículo escolar. 

A Secretaria de Educação tem um prazo de 30 dias para comunicar as mudanças realizadas para cumprir as recomendações à Promotoria de Justiça de Palmares. Tanto a GRE Mata Sul quanto o município devem ainda enviar relatórios anuais, sempre 30 dias antes do início de cada ano letivo, informando sobre o programa de capacitação continuada dos professores dos sistemas municipal e estadual de ensino. 

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Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Educação (MEC), em 2018 constatou que maioria da pouplação brasileira apoia a inclusão de questões sobre gênero e sexualidade no currículo escolar. O levantamento, que custou aos cofres públicos R$ 216.240,00, nunca foi divulgado pela pasta e foi obtido pela TV Globo por meio da Lei de Acesso à Informação.

De acordo com a pesquisa, 55,8% responderam "sim" sobre a abordagem de gênero e questões sexuais fazerem parte da escola. Outros 38,2% estiveram contra a proposta, e 6% não souberam responder.

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A pesquisa também abordou os principais problemas da escolas públicas. Em uma escala de zero a dez, os colégios de ensinos fundamental e médio obtiveram nota 5,8. A falta de infraestrutura nas escolas foi o segundo problema apontado pelos entrevistados.

Até o fechamento desta matéria, o MEC não retornou à nossa reportagem.

O governo deverá entregar na próxima terça-feira (3) a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A informação foi confirmada na última quarta-feira (28) pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. O conselho tem de analisar e aprovar o documento antes de começar a valer. Também deverá ser lançada uma plataforma de consulta pública para colher sugestões para a nova base.

O documento, que servirá para orientar os currículos da educação básica, estabelecerá conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam. A expectativa é que esse currículo esteja pronto para ser aplicado nas escolas no ano que vem. A BNCC para a educação infantil e o ensino fundamental foi aprovada e homologada no fim do ano passado.

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A entrega da BNCC ao Conselho Nacional de Educação deve ser um dos últimos atos de Mendonça Filho à frente da pasta da Educação. Deputado federal (DEM-PE) licenciado, o ministro deve deixar o cargo na próxima semana para concorrer às eleições de outubro. Mendonça não quis adiantar o nome de seu substituto no MEC.

“A discussão com relação ao nome do meu substituto ou substituta será definida na próxima semana pelo presidente Michel Temer. É evidente que ele poderá me ouvir, e acho que ouvirá a respeito do que eu tenho a agregar com respeito ao caminho do Ministério da Educação, que produziu mudanças durante a nossa gestão, e tenho convicção de que os programas principais serão preservados pelo novo ministro ou nova ministra”, disse Mendonça.

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O Ministério da Educação (MEC) escolheu o Ceará para começar a elaborar as estratégias de implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação infantil e o ensino fundamental. As diretrizes, que definem a aprendizagem essencial que todos os alunos, tanto na rede pública como particular, devem adquirir na escola, foram homologadas em dezembro e entram em vigor em janeiro de 2019.

O secretário da Educação Básica do MEC, Rossieli Silva, reuniu-se hoje (16) em Fortaleza com o secretário da Educação do Ceará, Idilvan Alencar, e com o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais (Undime), Aléssio Costa Lima, para debater o assunto e conhecer as experiências do estado que podem auxiliar na construção e revisão dos currículos, material didático e formação de professores.

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Silva destacou o modelo do Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic), implantado há 10 anos no Ceará e que reduziu de 32% para 0,7% o número de crianças não alfabetizadas até o final do segundo ano. “A base trouxe essa decisão de, na alfabetização, seguir o exemplo do Ceará e ter a alfabetização feita até o segundo ano. O restante será feito respeitando o contexto local. O currículo não será definido por Brasília ou por gabinetes, mas pela participação dos professores num processo que já é feito aqui no estado”, disse o representante do MEC.

Idilvan Alencar, que também preside o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), explicou que o programa cearense criou formas de cooperação entre o estado e os municípios que podem facilitar a implantação da BNCC e servir de exemplo para o Brasil. “Implantar a base significa desenvolver currículos e materiais didáticos novos. É um grande desafio, pois o documento oportuniza direitos iguais para todos. Defendemos uma boa implantação, com a participação de professores e diretores e, aqui do Ceará, vamos ajudar nacionalmente”, acrescentou Idilvan.

A elaboração ou atualização dos currículos é um dos primeiros passos da implantação da Base Nacional Comum Curricular. Segundo Aléssio Costa Lima, da Undime, os currículos podem ser municipais, regionais ou estaduais e devem envolver todos os atores. “Queremos uma discussão articulada, subsidiada pelo Ministério da Educação, que propicie aos municípios criar redes de colaboração para ter currículos que reflitam as realidades locais. É preciso ter uma formação intensa das equipes técnicas das secretarias de Educação e, a partir daí, traçar os passos para que esta discussão chegue na ponta, ao professor, e que ele participe de forma muito crítica para poder vivenciar a BNCC de forma prática”, enfatizou Rossieli.

Nesta quarta-feira (17), em Brasília, o MEC dá prosseguimento aos debates sobre a implantação da Base Comum Curricular, em reunião com representantes de outros estados e de entidades da sociedade civil.

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Exercitar a empatia, o diálogo, a cooperação e o respeito deverá fazer parte do cotidiano das escolas. Além disso, os estudantes deverão acolher e valorizar a diversidade. Estas são algumas competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que deverão servir de orientação para todas as escolas públicas e particulares do país. O documento final da BNCC para o ensino infantil e fundamental é apresentado na última quinta-feira (6) pelo Ministério da Educação (MEC).

Além de definir o que deve ser aprendido a cada ano, em cada área de conhecimento, a BNCC define dez competências gerais, que deverão ser desenvolvidas em todas as disciplinas ao longo da vida escolar do estudante. Entre essas competências, está a necessidade das escolas serem capazes de fazer os estudantes se conhecerem, apreciar-se e cuidar da sua saúde física e mental, reconhecendo suas emoções e dos outros. O objetivo é atingir a chamada formação humana integral.

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"Não existe separação entre cognitiva, socioemocionais e comunicacionais. São [habilidades] gerais, não tem como separar uma da outra, a criança precisa aprender a ser solidária, respeitar o outro, ter responsabilidade, a saber conviver. Ela precisa aprender a ler e resolver problemas, a ser cidadã do mundo, a respeitar a diversidade e a se comunicar", diz a secretária Executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, que presidiu, nos últimos meses o comitê da pasta responsável pela finalização da BNCC. "Se não tem boa autoestima, não é estimulada, não é bem acolhida na escola, terá dificuldade em desenvolver o conhecimento", acrescenta.

Para Guiomar Namo de Mello, que integrou o grupo de conformação da BNCC e membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, a presença da chamada educação integral na Base “mostra que educação não é apenas ensinar conhecimentos, mas também ensinar atitudes, posturas e formas de relacionamento. Tem a ver com o que hoje se entende como habilidades socioemocionais, mas é algo muito antigo", diz.

Guiomar acrescenta, no entanto, que isso não significa que a escola passe a ser responsável por toda a formação emocional do estudante. "A escola sozinha nunca vai dar conta da formação emocional e social dos alunos, tem que dividir com a família, com a sociedade, com grupos de socialização. A escola tem missão de trabalhar e transmitir conhecimento, transmitir competências, se não faz isso, ninguém faz".

A BNCC também garante que os estudantes tenham uma formação que lhes permitam um maior protagonismo. Entre as competências está a de exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Formação dos professores

Na avaliação de especialistas, para que a BNCC saia do papel será necessário, entre outras ações, a formação e a valorização dos professores, profissionais que, na ponta serão os responsáveis para que essas mudanças cheguem aos estudantes.

"Sem dúvida será necessário que se reveja a formação inicial, a formação continuada, a condição de trabalho e o material didático, para o professor dar conta", diz a superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Anna Helena Altenfelder, que é integrante do Movimento pela Base Nacional Comum, grupo não governamental de profissionais da educação. "É preciso dar condição de trabalho para o professor, não apenas estrutura física, mas formação, vai precisar de apoio das secretarias e  das escolas. Se ficar apoiado só no professor, a base não vai se efetivar."

Para o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, as escolas precisarão também se adaptar. “Contribuir para desenvolver o pensamento crítico dos alunos demanda um enorme esforço. Para isso aterrissar na sala de aula, no chão da escola, vai ser necessária uma nova arquitetura da sala de aula, para que uma nova escola dialogue com o novo mundo e mudanças profundas”. Ele dá como exemplo a necessidade de mudar a disposição das carteiras dos alunos. "Uma sala com carteiras enfileiradas pode criar um ambiente que não se desenvolva aspectos colaborativos e criativos."

Próximos passos

A expectativa do MEC é que a Base Nacional Comum Curricular chegue às salas de aula efetivamente a partir de 2019. Hoje, o MEC entrega a versão final da elaboração do dcumento ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Este é um dos últimos passos para que a Base passe a vigorar no país. Após análise, o CNE vai elaborar um parecer e um projeto de  resolução e a BNCC volta para o MEC para homologação. A partir de então passa a vigorar oficialmente. A partir da BNCC, estados e municípios devem elaborar os próprios currículos.

A Base apresentada hoje refere-se aos ensinos infantil e fundamental. A parte relativa ao ensino médio ainda está em elaboração e deverá ser apresentada nos próximos meses.

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“O autista assusta”. O depoimento não é de uma pessoa que desconhece a realidade de pessoas que têm autismo. A frase é de Maria Ângela Dantas, mãe da jovem Vitória Lira, de 15 anos, que é autista. Desde a descoberta do diagnóstico da filha, Ângela busca ensinar a sociedade como conviver com os autistas, principalmente no contexto educacional. A proposta dela é criar adaptações para o atual currículo escolar, inserindo essas diretrizes na realidade educacional. A tarefa é difícil, porém, pouco a pouco as escolas tentam se adaptar.

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Durante mais de cinco anos, Ângela – que atualmente é presidente da Associação de Famílias para o Bem-Estar e Tratamento da Pessoa com Autismo (Afeto) – circulou por escolas privadas em busca de ambientes e ensino que pudessem inserir Vitória no universo escolar. Em meio ao preconceito e a falta de conhecimento de educadores e dos donos desses estabelecimentos escolares, ela conseguiu uma escola que ofereceu boas condições para receber a garota autista. Trata-se da Escola Municipal Dom Hélder Câmara, localizada no bairro do Espinheiro, no Recife, onde Vitória estuda atualmente no quarto ano do ensino fundamental.

Segundo a proposta do currículo escolar de Ângela, a realização de cursos para professores e educadores em geral é um dos pilares do projeto. “É preciso adaptar o currículo ao especial. É importante entender o autista, porque, entendendo ele, os outros casos são ‘fichinha’. Um curso para professores e educadores sobre autismo é essencial. As formações universitárias ainda não trabalham esse tema e é aí que há uma problemática”, explica a presidente da Afeto.

A diretora da Escola Dom Hélder Câmara, Lucila Araújo (foto), que há 11 anos está no cargo, conta que a ideia não é criar disciplinas para autistas. “A criação de novas disciplinas só para crianças com autismo é uma exclusão. Devem sim ser criados conteúdos e atividades específicas para eles em relação às matérias e assuntos já existentes na educação regular”, diz.

Modelo atual

A diretora conta que no modelo atual de ensino os autistas não passam por provas e não são reprovados. A avaliação é feita por observação, e, conforme eles vão desempenhando as atividades de sala de aula, é realizada uma conclusão sobre a situação educacional dos alunos. No processo de integração com os estudantes típicos, chamados popularmente de normais, a aceitação dos amigos autistas é feita com êxito, fato que, segundo Lucila, faz cair uma ideia comum.

“As pessoas dizem que as crianças têm preconceito. Porém, posso dizer que criança não é preconceituosa. Quem tem preconceito é o adulto”, frisa a diretora. Segundo ela, os amigos de classe de Vitória e dos outros cinco estudantes autistas da escola, convivem de forma harmoniosa e muitos fazem questão de ajudá-los.

A professora polivalente Taciana Ferreira, que há um ano começou a atuar com autistas, revela que no início teve dificuldades. “No primeiro momento fiquei assustada. Isso aconteceu justamente pela falta de conhecimento que tenho, como outros professores. Mas, depois fui me adaptando e posso dizer que é prazeroso trabalhar com eles”, conta.

VÍDEO: para entender melhor como funcionam o ensino e a comunicação de alunos autistas nas salas de aula, confira um vídeo com a estudante de psicologia Camila Sousa e a jovem Vitória:

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Números

Na Escola Municipal Dom Hélder Câmara existem 11 alunos especiais, em que desses, seis são autistas. De acordo com Ângela, Pernambuco não tem um levantamento sobre quantas pessoas autistas existem no Estado.

Segundo dados da Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE), existem 91 alunos autistas na rede estadual de ensino. A maioria está matriculada.

Serviço

No dia 21 deste mês, a Afeto realizará um curso que vai trabalhar a proposta dessas adaptações do currículo escolar. O evento será no Auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Informações sobre o curso podem ser conseguidas no site da Associação. O Campus Recife da UFPE fica na Avenida Professor Moraes Rêgo, 1235, no bairro da Cidade Universitária, na Zona Oeste da cidade.

 

 

 

Um projeto de lei tramita no Congresso Nacional para incluir oficialmente a educação financeira no currículo escolar nos ensinos fundamental e médio. O projeto propõe que o tema integre o currículo de matemática. Especialistas no assunto, no entanto, defendem que a  educação financeira seja trabalhada de forma transversal, incluída em diversas disciplinas. Em tramitação desde 2009, o Projeto de Lei Nº 171/09, apresentado na Câmara dos Deputados, está na Comissão de Educação do Senado e aguarda para entrar na pauta.

Há também uma iniciativa do governo federal que, em 2010, publicou decreto instituindo a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef). A partir da estratégica, foi implantado um projeto piloto em escolas públicas e os resultados foram avaliados de forma positiva em 2011. Um dos desdobramentos da experiência foi a instalação de um grupo de apoio pedagógico que, de acordo com o Ministério da Educação, discute a validação de materiais pedagógicos de educação financeira elaborados para os nove anos do ensino fundamental e também para o ensino médio.

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Na rede privada de ensino, a educação financeira vem ganhando maior espaço porque as instituições tem mais flexibilidade no currículo. Um exemplo de dado sobre a implantação do tema é da consultoria Dsop Educação Financeira, que atende a mais de 500 escolas particulares em todo o país com a capacitação de professores e a distribuição de material didático. A consultoria também atende atualmente a rede municipal de educação de Goiânia,  Franco da Rocha (SP), Vitória, Guarujá (SP) e Barueri (SP), com ações em diferentes estágios de implementação.

“As escolas privadas têm mais facilidade por não ter rede e há concorrência entre elas, então buscam oferecer atividades variadas. As escolas públicas têm redes muitas vezes extensas. Quando vamos para os estados, eles já têm a predisposição de ter educação financeira, mas nos municípios fica mais fácil, por ser uma rede menos extensa que a estadual e a federal”, explica o educador e consultor da Dsop Reinaldo Domingos.

Os ensinos fundamental e médio poderão ter duas novas disciplinas na grade curricular. É o que propõe o projeto de lei do Senado 2/2012, elaborado pelo senador Sérgio Souza (PMDB-PR). A proposta insere cidadania moral e ética no ensino fundamental e ética social e política no ensino médio.

O projeto foi aprovado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte, em setembro, em decisão terminativa. Mas terá que passar também pelo Plenário do Senado, atendendo ao recurso do líder do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM). A iniciativa veio depois de articulação do Ministério da Educação, que quer evitar que a matéria seja enviada para a Câmara dos Deputados sem a apreciação de todos os senadores.

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Em nota técnica, o MEC defende que a aprovação do projeto não é a solução mais adequada para a abordagem dos temas de ética e de cidadania. O ministério argumenta que os documentos orientadores dos currículos “não sugerem a criação ilimitada de disciplinas nem de conteúdos, mas que a escola oportunize condições para que temas socialmente relevantes sejam incluídos e tratados no desenvolvimento dos conteúdos escolares”.

Atualmente, os componentes curriculares obrigatórios estão divididos em cinco áreas: línguas, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino religioso. Na avaliação do MEC, temas relevantes para a formação dos alunos devem ser tratados dentro das disciplinas já existentes. Como exemplo, a nota cita assuntos contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como a esfera individual: saúde, sexualidade e gênero, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), e a preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação ambiental (Lei 9.795/99), além de educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e outros que revelem a diversidade cultural.

O ministério também argumenta que um currículo “inchado” impossibilita o trabalho dos professores, que têm o desafio de abordar todas as questões durante 200 dias letivos. O MEC defende que seja discutido inicialmente “sobre o tempo e o espaço que a escola e seus professores vão dispor para organizar o desenvolvimento do trabalho a ser realizado”.

Para o autor do projeto, as aulas das novas disciplinas poderão ocorrer no turno contrário ao das aulas normais dos estudantes. O relator do projeto, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), elogiou a iniciativa para fazer frente ao “esvaziamento ético no Brasil”.
Com informações da Agência Senado.

O Ministério da Educação estuda a possibilidade de um novo modelo para o ensino médio. Na Câmara, uma comissão especial também foi formada para analisar as propostas possíveis para o Brasil. O objetivo é propor um projeto de lei sobre o assunto.

Um dos modelos estudados é o que redistribui as atuais 13 disciplinas em quatro grandes áreas: ciências da natureza, ciências humanas, linguagem e matemática, que se assemelha às competências avaliadas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Acredita-se que essa mudança deve contribuir para o processo de aprendizagem.

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“Hoje nós temos um exercício muito grande de memorização dos estudantes, isso acaba tendo poucos resultados na capacidade de resolver problemas, de construir conhecimentos. O esforço é de ressignificar o currículo, fazendo com que o saber aprendido na escola tenha sentido na vida deles. Ajude a compreender o mundo em que estão inseridos. Ajude a se autocompreender no mundo”, explicou a diretora de Currículos e Educação Integral do MEC, Jaqueline Moll.

Na comissão da Câmara, outra proposta foi sugerida por especialistas: que o currículo escolar pudesse ser diferenciado, de acordo com as habilidades e preferências dos estudantes, assim como ocorre em outros países, como a França. De acordo com o professor da faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Remi Castioni, esse modelo não retira conteúdo, mas foca nos interesses pessoais e profissionais dos estudantes. “A formação terá que abranger todos os componentes curriculares, inclusive matemática, física, química e biologia, mas em algumas [disciplinas] haverá ênfase maior”.

O especialista em educação e doutor em economia, Cláudio de Moura Castro, também defende esse modelo. “Alunos que têm interesse em humanidades, em literatura, em história, por exemplo, não vão deixar de fazer uma ou outra disciplina de matemática. Eles, no entanto, vão fazer muito mais cursos de história, de literatura, de história do pensamento. Não é uma exclusão, é uma ênfase em certas áreas”, frisou.

Para o coordenador da Frente Parlamentar da Educação, deputado Alex Canziani (PTB-PR), a discussão é necessária. “Nós temos que discutir qual ensino médio queremos para o Brasil, que oportunidades queremos que nossos jovens tenham, porque infelizmente o modelo que adotamos hoje não tem sido exitoso”.

Com informações da Agência Câmara de Notícias.

Brasília – Após reunião com os secretários estaduais de Educação, o ministro Aloizio Mercadante anunciou que será firmado um “pacto nacional” com os governos estaduais para melhorar a qualidade do ensino médio. A iniciativa surge uma semana depois da divulgação dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que, no ensino médio, indicaram resultados insuficientes. O ensino médio é considerado o “gargalo” da educação básica, por registrar altos índices de abandono e reprovação, além de problemas na aprendizagem.

De acordo com Mercadante, será formado um grupo de trabalho entre os secretários de Educação e dirigentes do MEC para discutir soluções para essa etapa do ensino. Um dos focos deverá ser a reforma do currículo do ensino médio. A crítica é que hoje o conhecimento é apresentado de forma muito fragmentada aos estudantes – em média são 13 disciplinas obrigatórias. O debate não é novo. No ano passado, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as novas diretrizes curriculares do ensino médio que já indicavam uma flexibilização desse formato. De acordo com o ministro, o documento servirá de base para o novo modelo.

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Mercadante ressaltou que a reforma não significa que a divisão entre as disciplinas será abolida, mas que a aprendizagem dos conteúdos será integrada em quatro grandes áreas: linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza. “Algumas redes de ensino já estão trabalhando por área de concentração. Isso não quer dizer menos disciplinas ou menos professores, mas que elas estão integradas em um processo de aprendizagem único”, disse.

Uma das funções do grupo de trabalho será levantar as boas experiências já desenvolvidas nos estados para que elas possam ser utilizadas por outras redes de ensino. Para a presidenta do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Nilene Badeca, é fundamental que os estados participem desse redesenho curricular porque são eles que executam as políticas na ponta.

“A ideia não é ter um modelo único. A gente vai buscar aquilo que é mais adequado para cada realidade. Nós vamos trocar experiências para ver o que é melhor para os estados. Vamos propor e ver o que podemos fazer junto com o MEC”, disse.

Além da reforma curricular, o MEC discutiu com os secretários outras ações para melhorar o ensino médio, como o aumento da jornada escolar e do número de professores com dedicação exclusiva a uma única escola. Segundo o ministro, outra ideia é criar um programa de intercâmbio entre diretores de escolas para que eles conheçam “as melhores experiências de ensino médio no Brasil a fim de trazer para sua rede”.

Também será discutida a possibilidade de ampliação do Programa Ensino Médio Inovador, que atualmente atende a 2 mil escolas. Por meio dele, o MEC apoia unidades de ensino que queiram desenvolver novos formatos de organização de ensino médio, inclusive com o aumento do número de horas que o aluno passa na escola.

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