Escolas precisam se adequar para a inclusão
A educação é um direito que deve ser oferecidos a todos
Uma frase bem conhecida é que “A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família”. Porém, esse direito constitucional nem sempre é colocado em prática, principalmente, quando se fala de crianças portadoras de deficiência. Embora a lei seja clara, no artigo 208, em que afirma que deve haver atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, em muitos casos não é cumprida.
Muitas escolas costumam colocar dificuldades para receber estudantes que sejam portadores de deficiência. Um exemplo, aconteceu com Uiliane Vitória, de três anos, que nasceu sem os membros superiores e não conseguiu se matricular em uma escola de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. “A diretora colocou dificuldades para fazer a matrícula. Ela disse que a escola não tinha estrutura para recebê-la. Então fui pesquisar em outros locais”, declarou Mayara, mãe de Uiliane.
Apesar da dificuldade para encontrar uma escola, Mayara conseguiu matricular a filha na Escola Reino do Saber, no bairro de Areias. Hoje, Uiliane está no jardim II e se adapta muito bem a escola e aos colegas de classe. Na mesma unidade de ensino em que estuda Uiliane, ainda existem outras 11 crianças portadoras de deficiência.
Maria Eduarda tem paralisia cerebral. Aos quase quatro anos, cursa o maternal e participa ativamente das atividades em sala de aula. “Não excluímos ela de nada, sempre a acompanhamos nas atividades, mostramos as cores, imagens, e entendemos que ela nos responde com seu sorriso”, declarou Márcia Pereira, professora de Maria Eduarda.
Além de receber estudantes deficientes físicos, a escola apoia uma campanha para ajudar Maria Eduarda, que precisa ir para a China para realizar uma cirurgia. O trabalho nessa escola vai além da educação e inclusão, mas conta com a participação dos familiares. “Maria Eduarda tem a oportunidade de participar das aulas, ela tem a cadeirinha dela, os livros adaptados”, conta Vilma da Silva, mãe de Eduarda.
As escolas precisam buscar adaptação para receber e oferecer educação para todos. As principais flexibilizações a serem feitas referem-se a quatro aspectos:
Espaço - Adaptação do ambiente escolar para permitir que todos tenham acesso às dependências da escola (rampas, elevadores, materiais especializados);
Tempo - Determinação de um período maior para que crianças e jovens possam retomar conteúdos, realizar tarefas mais complexas, entregar trabalhos e realizar provas;
Conteúdo - Adequação do programa previsto no currículo ou no planejamento de cada aula;
Recursos - Busca de materiais didáticos ou de outras estratégias para ensinar determinados conteúdos e facilitar a aprendizagem.