Escolas recifenses também na "onda" dos tablets

Especialista na área de educação orienta que é preciso estabelecer regras para a utilização dos equipamentos. Investimento da Prefeitura para a aquisição dos aparelhos passa dos R$ 11 milhões

por Nathan Santos dom, 21/07/2013 - 12:31
Cleiton Lima/LeiaJáImagens/Arquivo Nas escolas estaduais de Pernambuco, alunos já receberam os equipamentos Cleiton Lima/LeiaJáImagens/Arquivo

Assim como na rede estadual de ensino de Pernambuco, a Prefeitura do Recife decidiu aliar a tecnologia com a educação. Para algumas pessoas pode parecer uma ação comum para os dias de hoje, uma vez que a utilização de computadores é realidade na sociedade, mas, para outros indivíduos, o uso de tablets na sala de aula pode representar um avanço educacional.

Do dia 15 do próximo mês até o final do mês de setembro, a entrega dos aparelhos será realizada. Os equipamentos têm 10,1 polegadas, câmera 0,3 megapixels, disco rígido de 320 GB, bem como teclado e caneta integrados. Mas, muito além das especificidades dos tablets, o que mais valerá para estudantes e professores é como eles serão utilizados em sala de aula.







Para o professor Sérgio Abranches, do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a questão principal que deve ser levada em consideração é a pedagogia. Segundo ele, o que interessa não é apenas o poderio tecnológico dos equipamentos, mas sim como eles serão utilizados pedagogicamente. “É preciso existir um plano pedagógico. Começa com o objetivo pedagógico, em relação ao que se vai fazer em sala de aula com os tablets. A gente começa a suspeitar de um processo que simplesmente entrega os aparelhos”, explica Abranches.







De acordo com o professor, o grande erro das gestões públicas está na aquisição dos equipamentos. “As escolas começam comprando e só depois pensam como irão usar. É importante definir regras de uso”, comenta. Ele também destaca a necessidade de se oferecer suporte aos estudantes. “Esse tipo de equipamento demanda suporte técnico, e, se a Prefeitura não tiver condições de oferecer os serviços, deve rever essa situação”, diz.







E o Recife, como vai usar os tablets?







Segundo informações da Secretaria de Educação do Recife, todos os 16 mil alunos da rede municipal de ensino da cidade receberão seus tablets de forma individual, no prazo definido. Esse público estuda em 35 escolas da rede que oferecem o ensino fundamental II.







O órgão também garante que os professores estão sendo qualificados para trabalhar com os aparelhos nas salas de aulas. No total, 532 profissionais que atuam no ensino fundamental II e todos passarão por formação. Os docentes não têm tablets, mas, contam com notebook oferecido pela própria Secretaria.







Investimento – o curso de cada tablet é R$ 725. Esse valor representa um investimento de R$ 11,6 milhões. A previsão da Prefeitura é que, a partir do próximo ano, todos os alunos que ingressarem no 6º ano receberão seu aparelho individual, mas esse número dependerá das matrículas efetuadas anualmente.

“O tablet será utilizado como ferramenta de aquisição de conhecimento. Até o final do ano, todas as escolas da rede municipal terão internet. Estamos trabalhando neste sentido”, destaca o secretário executivo de gestão da rede municipal, Francisco Luiz dos Santos. Segundo o servidor, os equipamentos têm programas com assuntos das disciplinas usados em sala de aula pelos alunos, porém, a Prefeitura possui uma equipe que vai instalar outros hardwares.















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