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Presentes no dia a dia dos estudantes, inclusive nas escolas, as novas tecnologias para a educação trazem impactos para a sala de aula, e o grande desafio dos educadores tem sido proporcionar comunicação, informação, colaboração, conhecimento e aprendizagem a esses alunos conectados diariamente. E para tratar o assunto, a empresa pernambucana Ensinar Tecnologia Educacional realizará, no dia 3 de abril, das 8h às 12h, um Road Show para demonstrar as vantagens da mais nova plataforma dedicada à educação criada pela Google, a Google for Education. 

O evento é direcionado para gestores escolares, empresários do segmento de educação particular, reitores e diretores de universidades e faculdades públicas e privadas, secretários de Educação e prefeitos interessados em saber mais sobre a plataforma e sobre como adquirir o Google for Education para seus estabelecimentos de ensino. A entrada é gratuita, mas as vagas são limitadas. 

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A ferramenta, que é uma solução concebida para professores e alunos presentes em mais de 190 países e que já beneficia cerca de 70 milhões de usuários, além de ser de fácil utilização, é totalmente gratuita para escolas. Sete capitais sediarão a iniciativa. O Recife será a primeira a receber o evento na UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, localizado na Rua Fernando Lopes, 752, bairro das Graças, Zona Norte do Recife.

Os interessados em participar deverão se inscrever através do site da empresa pernambucana até o dia 2 de abril. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (81) 99126-8381 ou pelo e-mail claudio@ensinartecnologia.com.br. As próximas capitais nordestinas visitadas pelo Road Show do Google serão João Pessoa (05/04), Natal (07/04), Maceió (10/04), Aracaju (12/04), Fortaleza (25/04) e São Luís (27/04).

Programação no Recife:

8h – Welcome coffee e retirada do material.

8h30 – Apresentação cultural para os participantes

9h – Abertura - Ariel Koren | Gerente de Marketing do Google for Education para a América Latina.

9h30 - Cláudio Castro | Sócio-Diretor da Ensinar Tecnologia Educacional – “Google Educação: uma visão de Inovação”.

10h – Catarina Gonçalves | Uninassau – “Cyberbulling: a violência virtual”.

10h30 – João Cosme Neto | Activesoft – “Integrando seu sistema de gestão com a nuvem do Google”.

11h – Alberto Brasileiro | Ensinar Tecnologia – “Produtividade em sala de aula com Chomebooks”.

11h30 – Mirian Branco | Gerente comercial da Eduinfo – “Sala Google: uma nova forma de aprender com inovação”.

12h – Sorteio de brindes e encerramento. 

Mal deram os primeiros passos e os bebês já dominam tablets e smartphones. Mas os pais ainda têm dúvidas sobre a influência dos cliques no desenvolvimento infantil. Algumas escolas, de olho nas potencialidades pedagógicas, usam os aparelhos com alunos desde um ano de idade.

A bancária Vanessa Brandani deu um tablet de presente para a filha Isabela, que acabou de completar 3 anos. No aparelho, a criança curte brincadeiras tradicionais em versão high-tech, como jogo da memória e quebra-cabeça. "Mesmo novinha, ela manuseia com muita facilidade. Aprendeu quase sozinha. Parece que estava conectada desde a barriga", brinca.

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Para a mãe, há vantagens. "Ela identifica o próprio nome na tela. Tem aplicativos de pintar, desenhar. Desenvolve a coordenação motora", disse. "Sei que alguns especialistas são contra. Mas no restaurante é um santo remédio. Ela se distrai", afirma Vanessa, de 36 anos. "Controlo tudo o que ela acessa e não deixo usar por tempo demais."

Em classe

No Colégio Mater Dei, no Jardim Paulista, zona oeste da capital, os games e a internet entraram na rotina dos alunos pequenos. O bebê, de só 1 ano, desliza o dedo pela tela em um teclado virtual. Em outro jogo, escuta o ruído de um animal ao clicar na foto correspondente. "É tudo adaptado para cada faixa etária, com planejamento e limite de horário", explica Lucila Cafaro, coordenadora de educação infantil.

Os aplicativos ajudam na identificação de cores e formas, para os mais novos, e na grafia de letras ou quantificação de números, na fase de pré-alfabetização. "E não são apenas joguinhos: eles também veem vídeos e fazem tour virtual por museus", exemplifica. Mas a ideia, reforça Lucila, não é substituir as atividades físicas e manuais, mas complementar.

Mesmo antes de entrar em classe, a tecnologia tem efeitos. As crianças da era digital têm perfil diferente daquelas do passado. "Têm mais conhecimento prévio. E, por causa da tecnologia, são mais criativas", descreve Lucila. "A maior dificuldade é o contato com o próximo. São mais individualistas." Outra demanda, disse ela, é por dinamismo: têm ainda menos paciência para ficar muito tempo na mesma atividade.

Paola Carone, de 5 anos, está entusiasmada com os tablets em sala de aula. O uso da tecnologia começou no ano passado na Escola PlayPen, no Cidade Jardim, zona oeste. "É legal porque a gente pode escolher o jogo. Só não pede o que precisa escrever porque a gente não sabe ainda", contou ela. Cada turma tem um pacote próprio de games para evitar contato precoce com alguns conteúdos.

Em casa, Paola usa o tablet dos irmãos, mas quer um próprio. Gabriel Penalva, de 5 anos, colega de Paola, já tem um aparelho. E a intimidade com o teclado faz o menino preferir escrever o nome na tela ao papel. "Às vezes eu não lembro como faz a letra 'e'. Na tela, já aparece e aperto."

Segundo Glaucia Rosas, coordenadora de tecnologia da PlayPen, os equipamentos facilitam um trabalho mais personalizado. "A professora consegue ficar com o grupo de alunos que precisa de atenção individual. Enquanto isso, pode deixar um grupo mais avançado sozinho porque o iPad já dá o feedback que o aluno precisa", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São recorrentes notícias de rebeliões, atos violentos, mortes e decadência das penitenciárias do Estado e nos grandes centros urbanos. Problemas como esses estão presentes em nossa sociedade e, muitas vezes, não são devidamente esclarecidos ou enfatizados. Falta de estrutura, superlotação e conflitos são só alguns dos fatos que podemos encontrar também na Fundações de Atendimento Socioeducativas (Funase), que atende jovens infratores. No início deste ano, o LeiaJá denunciou que a falta de segurança impediu que os alunos tivessem aula, atrapalhando o desempenho educacional da unidade de Abreu e Lima, na Região Matropolitana do Recife. Nossa equipe voltou ao local e conferiu como está a atual situação.

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Por trás do muro colorido, cerca de 220 adolescentes estão em regime fechado em Abreu e Lima. No topo da entrada de todas as salas de aula, são encontrados cartazes escritos com palavras de incentivo, mas que passam despercebidas nos olhares de alguns meninos. Do total de reeducandos, 136 estão matriculados no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), os outros 84 estão como ouvintes - aqueles não estão regulamentados na escola -. O Centro tem 14 professores que se dividem para educar esses jovens em três tipos de programas educativos, mas a unidade ainda não tem nenhum tipo de projeto profissionalizante.

O coordenador técnico da Funase de Abreu e Lima, Tiago Costa, declara que apesar do último tumulto da Funase, no dia 15 de julho, que deixou dois adolescentes mortos, a instituição continuou a dar aulas. “Depois de um tempo tentamos nos reorganizar. Esperamos os internos se acalmarem para que as aulas pudessem ser retomadas”, afirma. Mas ele fala que é bastante difícil trabalhar com esses jovens. “Existe um rodízio entre os meninos, por conta da rivalidade de alguns grupos. A escola é 'refém' de horários estabelecidos. O atrito entre as gangues é um dos problemas principais que temos. Eles se confrontam lá fora e se encontram aqui dentro”, declara.

Os horários das aulas vivem em constante mudança por conta dos internos. As brigas entre guangues dificultam a segurança e o ensino dos professores, assim como as alas internas e externas ficam distantes umas da outras. “Enquanto alguns meninos estão estudando, nós tentamos manter os outros ocupados com outras atividades, como educação física”, diz Tiago.

Um dos reeducandos diz que apesar de ter aulas, é difícil manter o foco. “Por conta das brigas, a gente não estuda direito”, declara o jovem, que não teve o nome revelado. Ele diz que a vida fora do Centro é complicada e perigosa.“Não sei se quando sair daqui vou seguir o mesmo caminho, porque eu não vou saber como me virar, mas eu gostaria de sair dessa vida”, complementa.

Programas educacionais no Case

No Case, alguns programas educativos são utilizados, como o Programa Paulo Freire e o Travessia. Muitos dos jovens que chegam à Funase estão desregulados educacionalmente e através das aulas disponibilizadas podem normalizar a escola.  

O coordenador pedagógico do Case, Hermes Gomes, explica que a escola e os professores tentam fazer um bom trabalho. “Tentamos ter uma reciprocidade. Além dos programas tradicionais, fazemos atividades entre os alunos e professores. Temos aulas extraclasses, o projeto Jogos que Libertam, exibições de filmes, quando é possível, e o BeaByte, que são aulas de informática com quatro módulos”, declara o coordenador.

O programa Paulo freire tem como meta alfabetizar os internos que não sabem ler e escrever ou que têm dificuldades de leitura. Ele está estruturado em quatro módulos, que são cultura e cidadania; leitura e escrita; matemática e iniciação profissional, com duração de 4 a 8 meses. Os eixos temáticos são basicamente os usados no ensino fundamental. Os adolescentes contemplados têm, normalmente, a faixa etária de 12 e 14 anos.

O Travessia tem como objetivo acelerar os estudos dos internos. Ele traz aulas dos ensinos fundamental e médio, utilizando o Telecurso 2000 como base das aulas. O programa tem uma estrutura de quatro módulos para alunos com dois anos ou mais de defasagem escolar.

Na escola

As salas se aula poderiam ser como qualquer outra, mas o clima e as grades que rodeiam os Cases fazem daqueles lugares um lugar onde o desestímulo e a esperança travam uma batalha contínua. Meninos desencorajados, que acreditam que a única forma de vida é voltar para os perigos das ruas, e professores que incansavelmente tentam cumprir a difícil tarefa de doar conhecimentos a mentes que, muitas vezes, rejeitam a ajuda.

O professor do Funase de Abreu e Lima, Luciano Borges, relata que apesar desse preconceito ele se sente feliz com o seu trabalho. “Gosto de lecionar e foi o que escolhi para fazer pelo resto da minha vida. Sei que o trabalho é difícil, mas não tenho do que reclamar”. Aqui você encontra sentidos de desenvolvimento de atividades na educação que não encontramos em escolas consideradas normais. Os alunos aqui nos respeitam”, diz. 

A dificuldade com a leitura e a interpretação de texto são alguns dos problemas que a professora Ana Cláudia Silva revela. “Temos que fazer um trabalho reforçado para que esses meninos possam usar o raciocínio lógico deles”, afirma. Ana declara que apesar das dificuldades, ela não abre mão de ensinar aos jovens. “Meus alunos são excelentes. Tenho turmas que variam entre três e dezesseis alunos. Adoro o que faço e cada aluno com seu jeito consegue me fazer feliz por lecionar”, completa.

Pernambuco têm 24 Fundações de Atendimento Socioeducativas, que possuem 1.590 jovens. As casas diferem na estrutura. A Funase do Cabo de Santo Agostinho, por exemplo, é considerada a elhor e tem o mais bem sucedido centro educacional para jovens em regime fechado e em semi-liberdade do Estado.

 

 

Cenários de conflitos que resultaram em mortes, as unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) são alguns dos calos do Governo de Pernambuco. Dentro dos muros – espaços geralmente comparados a presídios por boa parte da população -, a estrutura física e os problemas de lotação tentam ser resolvidos pelos administradores, porém, ainda estão bem distantes de seguir o modelo do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). E, se oferecer formação intelectual a esses jovens é uma das ações que pode ajudar no processo de ressocialização, a educação dá sérios sinais que está “agonizando”.

Apenas uma unidade é tida como modelo, no contexto educacional. Em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, a educação formal oferecida por escolas estaduais, dentro ou fora da internação, apresenta bons resultados. Mas, a realidade não é essa nas outras unidades Funase. Alvo frequente de denúncias e rebeliões, a unidade de Abreu e Lima, localizada também na Região Metropolitana, desde novembro do ano passado, não consegue oferecer aulas regulares – ensinos fundamental e médio - para os jovens, por causa da última rebelião que aconteceu no local. Entretanto, mesmo que as turmas estivessem normais, somente um encontro semanal pode ser realizado para os grupos de internos. É só uma aula por semana e é com esse tempo minúsculo de aprendizado que os socioeducandos têm que aprender a ler ou chegar à série correta, já que muitos deles deixaram a escola e são repetentes.

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Segundo o assistente de direção da unidade, Márcio Henrique Oliveira, os alunos têm apenas uma aula por semana por causa da separação que é feita por alas, em consequência das brigas que existem entre eles. “Antes mesmo de chegarem às unidades, os jovens passam por uma triagem em que é investigado onde eles moram e com quem tinham conflitos nas ruas. “Existe uma separação por bairros aqui dentro e a gente procura colocar quem chega próximo aos conhecidos”, explica o assistente. Oliveira afirma que todos os reeducandos estão matriculados e que a frequência escolar é fundamental no processo de ganho de liberdade. “São feitos relatórios que contam como está o comportamento do jovem aqui dentro. Essas informações são passadas para o juiz”, explica. “A gente é ala de risco. Qualquer vacilo alguém mata nós”, diz um dos reeducandos (foto). As identidades dos internos não serão divulgadas nesta reportagem.

Apesar de Oliveira afirmar que todos 230 internos da Funase de Abreu e Lima estão matriculados – a unidade tem capacidade apenas para 98 pessoas -, a verdade é que muitos deles não frequentam as aulas, seja por falta de interesse ou medo de sofrer violência. De acordo com o assistente de direção, dentro dos grupos de internos existem líderes e, em muitos momentos, eles determinam quem pode ou não assistir as aulas.

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Educação: a posição do Estado

A Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE) possui números que apontam que 80% dos 1.509 reeducandos de todas as unidades são alfabetizados. Em contraponto, o órgão reconhece que a frequência escolar é irregular, devido à rotatividade dos jovens.

Outro fato que preocupa e, ao mesmo tempo, deixa uma dúvida sobre como os internos vão sair do processo de ressocialização, é que do número total de reeducandos, apenas 870 estão matriculados. Ainda assim, segundo a SEE, a aprovação média nas unidades é de 90%.

A Funase atende adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária dos 12 aos 18 anos, e, em alguns casos, há a internação de jovens com idade até os 21. Muitos deles deveriam estar se preparando para o vestibular, porém, dos 1.509 internos, só 20 participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Em nota enviada ao LeiaJá, a SEE se posicionou sobre a escassez de aulas:

A Secretaria de Educação do Estado (SEE) esclarece que os professores lotados no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) - Funase - de Abreu e Lima e nos demais centros cumprem expediente de segunda a sexta-feira em horário integral, função para a qual recebem gratificação de R$ 2.032. É importante destacar que os docentes ministram as aulas de acordo com a disponibilidade dos estudantes em privação de liberdade.

A SEE afirma ainda que os Cases contam com uma proposta pedagógica diferenciada da adotada na rede regular, pensada para o jovem em privação de liberdade e levando em consideração sua alta rotatividade nas unidades de atendimento socioeducativo.

Por fim, a SEE informa que, obedecendo ao calendário da rede estadual, professores e alunos se encontram em férias. As aulas serão retomadas junto com todas as demais escolas da rede estadual no dia 5 de fevereiro. 

 

Assim como na rede estadual de ensino de Pernambuco, a Prefeitura do Recife decidiu aliar a tecnologia com a educação. Para algumas pessoas pode parecer uma ação comum para os dias de hoje, uma vez que a utilização de computadores é realidade na sociedade, mas, para outros indivíduos, o uso de tablets na sala de aula pode representar um avanço educacional.

Do dia 15 do próximo mês até o final do mês de setembro, a entrega dos aparelhos será realizada. Os equipamentos têm 10,1 polegadas, câmera 0,3 megapixels, disco rígido de 320 GB, bem como teclado e caneta integrados. Mas, muito além das especificidades dos tablets, o que mais valerá para estudantes e professores é como eles serão utilizados em sala de aula.



Para o professor Sérgio Abranches, do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a questão principal que deve ser levada em consideração é a pedagogia. Segundo ele, o que interessa não é apenas o poderio tecnológico dos equipamentos, mas sim como eles serão utilizados pedagogicamente. “É preciso existir um plano pedagógico. Começa com o objetivo pedagógico, em relação ao que se vai fazer em sala de aula com os tablets. A gente começa a suspeitar de um processo que simplesmente entrega os aparelhos”, explica Abranches.



De acordo com o professor, o grande erro das gestões públicas está na aquisição dos equipamentos. “As escolas começam comprando e só depois pensam como irão usar. É importante definir regras de uso”, comenta. Ele também destaca a necessidade de se oferecer suporte aos estudantes. “Esse tipo de equipamento demanda suporte técnico, e, se a Prefeitura não tiver condições de oferecer os serviços, deve rever essa situação”, diz.



E o Recife, como vai usar os tablets?



Segundo informações da Secretaria de Educação do Recife, todos os 16 mil alunos da rede municipal de ensino da cidade receberão seus tablets de forma individual, no prazo definido. Esse público estuda em 35 escolas da rede que oferecem o ensino fundamental II.



O órgão também garante que os professores estão sendo qualificados para trabalhar com os aparelhos nas salas de aulas. No total, 532 profissionais que atuam no ensino fundamental II e todos passarão por formação. Os docentes não têm tablets, mas, contam com notebook oferecido pela própria Secretaria.



Investimento – o curso de cada tablet é R$ 725. Esse valor representa um investimento de R$ 11,6 milhões. A previsão da Prefeitura é que, a partir do próximo ano, todos os alunos que ingressarem no 6º ano receberão seu aparelho individual, mas esse número dependerá das matrículas efetuadas anualmente.

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“O tablet será utilizado como ferramenta de aquisição de conhecimento. Até o final do ano, todas as escolas da rede municipal terão internet. Estamos trabalhando neste sentido”, destaca o secretário executivo de gestão da rede municipal, Francisco Luiz dos Santos. Segundo o servidor, os equipamentos têm programas com assuntos das disciplinas usados em sala de aula pelos alunos, porém, a Prefeitura possui uma equipe que vai instalar outros hardwares.







A onda de manifestações que tomou o Brasil chegou aos colégios. Além de dominarem a conversa dos jovens, os protestos motivaram uma programação oficial das escolas, que têm promovido atividades para discutir mobilidade, política, movimentos sociais, mobilização digital, partidos políticos, representatividade, ditadura, mídia e até literatura e cinema. Tudo tem sido tema de debates nas salas de aula.

Tentar entender os atos e a importância dos atores envolvidos é a tônica das atividades dentro dos colégios, com a participação de alunos do ensino fundamental e, sobretudo, do médio. Assim como nas ruas, os jovens é que têm tido o papel mais ativo nos debates. Até porque muitos deles participaram de alguns dos atos, que começaram com a reivindicação contra o aumento da tarifa de ônibus e depois tiveram uma proliferação de pautas, indignações e causas de protesto.

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"Tudo isso rapidamente virou tema na sala, o que fizemos foi organizar esse debate e puxar os links necessários para uma boa reflexão", diz o professor de História Luis Fernando Massa, do tradicional Colégio Ofélia Fonseca, de Higienópolis, zona oeste de São Paulo. "Cidadania é um grande tema transversal, mas há também conteúdos específicos, que vão de movimentos sociais do século 19 na Europa a revoltas pelo Brasil." Ditadura militar e também manifestações no Oriente Médio, no que ficou chamado de Primavera Árabe, também tem espaço nas conversas.

O estudante Luis Gerodetti, de 16 anos, acompanhou uma das manifestações - além de participar das discussões nas redes sociais e nas aulas no Ofélia. "Nos encontros, a gente entendeu que a queda no preço da passagem foi um passo. Mas não adianta querer tudo ao mesmo tempo", disse ele, aos colegas Guilherme, Amanda e Caio, todos de 17 anos. Para eles, que estão no 3.º ano, a internet é a fonte mais confiável para se informar sobre os protestos. "As TVs só mudaram o enfoque, apoiando os atos por causa da audiência", diz Amanda.

A máscara do filme V de Vingança, que apareceu em diversas cenas nos últimos dias, também tem sido vista nos corredores da escola. "É meio que um símbolo de ativismo, nem todos que estão com a máscara vão para vandalizar", explica o estudante Luca Scuracchio, de 15 anos, dono do adereço.

Mídia

Em um movimento que ganhou proporções nas redes sociais, a análise da mídia ganhou destaque entre os alunos. A comparação de notícias foi uma das principais atividades do Colégio São Judas Tadeu, na Mooca, zona leste. "Estamos pegando os editoriais, textos de colunistas, e fazendo comparações para entender como os meios de comunicação estão abordando as manifestações, tentando ver o que está por trás do que vira notícia", diz a professora de História Mônica Broti.

Ela explica que, do ponto de vista pedagógico, a abordagem tenta abarcar toda a problemática com um foco histórico, tendo em vista as manifestações que o Brasil já teve. "Fizemos também comparações com fotos da Praça da Sé no movimento das Diretas Já e das passeatas no impeachment do Collor, ampliando o debate."

Para a estudante do 9° ano Victória Donato Ribeiro, de 13 anos, esse tem sido um momento histórico para a juventude, uma oportunidade de, assim como jovens de outras épocas, deixar sua marca. "Temos conversado muito sobre isso, que os jovens fazem a diferença. Porque a gente acreditou", diz ela. "Eu tenho gostado bastante. O governo não tem de mudar tudo, o povo tem de decidir. Os políticos não são mais povo, só ligam pra eles mesmos."

O Colégio Equipe, também em Higienópolis, tem incentivado o protagonismo e a reflexão dos estudantes. A escola montou um painel com várias reportagens com leituras diferentes sobre a manifestação, de modo a incentivar a troca de ideias sobre o que está acontecendo. "A intenção é que todos os alunos, ao longo da semana, alimentem o painel e realizem um debate com convidados", explica a diretora Luciana Fevorini. Na próxima quinta-feira, integrantes do Movimento Passe Livre vão participar dos debates. Pelo menos dois desses líderes estudaram no Equipe.

O governador do Estado, Eduardo Campos, e o secretário de educação, Ricardo Dantas, assinaram, nesse final de semana, a ordem de serviço para a construção da ETE, que funcionará no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife. O espaço terá uma área total de 15 mil metros quadrados e 5.771 de área construída. A expectativa é que a obra seja concluída em 16 meses.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação (SEE), o investimento na nova unidade é de R$ 8,4 milhões. A escola beneficiará moradores de bairros do entorno como Imbiribeira, Ipsep, Ibura e Cohab. O Jordão tem cerca de 20 mil habitantes e ocupa um território de 158 hectares.

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A nova unidade oferecerá educação profissional, direcionada a jovens e adultos que tenham finalizado o ensino médio e que almejam uma formação profissional técnica. Também será oferecida a educação integrada, voltada para os jovens estudantes concluintes do ensino médio fundamental que pretendem, além de finalizar o ensino médio, obter o diploma de formação técnica profissional.

O espaço terá 12 salas de aula, seis laboratórios (informática, língua estrangeira, química, física, biologia e matemática), dois laboratórios específicos para cursos técnicos, auditório, biblioteca, quadra poliesportiva, refeitório, entre outros. Atualmente, Pernambuco tem 14 escolas técnicas, que beneficial 10 mil alunos em 30 opções de cursos. A previsão do governo é ter, até o próximo ano, 40 unidades técnicas no Estado.

Cansaço sem fim, irritação, choros compulsivos e desinteresse. As horas dentro de sala de aula passavam arrastadas, o amor pela profissão já não era o mesmo e acordar para ir trabalhar era cada vez mais difícil.

Aconselhada pela direção da escola estadual Tabajara, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, a professora (que não quis ser identificada), L.M, 52 anos, procurou um médico e foi diagnosticada com depressão. Após sete meses de readaptação junto a tratamentos psicológicos, ela voltou à escola e hoje trabalha prestando apoio à biblioteca. “Não sinto a mínima vontade de voltar a ensinar. Já estou há três anos afastada da sala de aula e isso contribuiu para eu me sentir melhor. Devolveu a minha paz interior, porque não há mais tanta pressão em cima de mim”, conta. “Meu objetivo agora é esperar o tempo certo para a chegada da minha aposentadoria”, completa L.M.

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A educadora, que exerceu o cargo durante 30 anos, explica que a depressão foi desencadeada, especialmente, pelo desinteresse dos estudantes dentro de sala e pela falta do reconhecimento do seu trabalho. “A indisciplina e a falta de interesse dos alunos fizeram com que eu começasse a ver que todo o meu esforço em educá-los era em vão. Fora que eles mediam forças comigo, quando eu ia repreendê-los por mau comportamento. Com o passar do tempo, fui ficando saturada, não tinha vontade de abrir o livro para iniciar um novo assunto e, quando eu ia escrever no quadro, vinha vontade de chorar. Comecei a ir à escola sem motivação nenhuma, pois já estava me sentindo um nada”, desabafa a professora.

A educadora também enfatiza a ausência da participação dos pais como fator agravante do mau comportamento dos alunos: “A escola tem o papel de dar continuidade à educação, que já deve vir de casa com os princípios básicos ensinados pelos pais. Educação vem de berço, como já diz o ditado. Se ele não tem o mínimo de educação em casa, não devemos esperar que, na escola, seja diferente”.

Casos parecidos

Histórias como a da professora L.M se repetem em escolas de todo o país. O problema, porém, não é mensurável e muitos professores não dão aula atualmente pelo mesmo diagnóstico. São doenças como estresse, depressão, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, insônia, arritmia cardíaca, hipertensão, entre outros problemas que os afastam do cotidiano da sala de aula.

A professora Ceci Barbosa, 72 anos, que trabalhou na função há 40 anos, é mais um exemplo, entre tantos outros, que experimentou sintomas de doenças associadas ao esgotamento profissional. “A falta de respeito por parte dos alunos e o desinteresse me fizeram desacreditar na profissão. Eles tratam o professor da maneira que bem entendem. Não é mais como antigamente, em que os educadores eram vistos como uma autoridade em sala de aula. Hoje tudo está pelo avesso e não se sabe, realmente, qual o papel do professor nas instituições de ensino. Não tenho mais estímulo nenhum em voltar à sala de aula. Cansei”, ressalta.

“Além disso, à noite, quando faltava energia, os alunos se aproveitavam para jogar bancas, lixeiras e outros objetos para o alto. Eu ficava perto da porta para correr, qualquer coisa, pois não ia esperar ser atingida”, relembra Ceci. Ela, como a professora L.M, também trabalha dando apoio à biblioteca e participando, também, de projetos educacionais da escola. “Por conta dos estresses, vivo à base de remédio e calmante, que controlam a minha depressão, diabetes, colesterol, pressão e insônia. Como você pode ver, hoje sou uma pessoa doente”.

Ceci conta também que faltou apoio da Secretaria de Educação. "Na época, meu tratamento foi todo particular e os medicamentos, que eu continuo tomando, são caros. Isso é um descaso com nossa classe”, relata.

Segundo a assessoria da Secretaria de Educação do Estado (SEE), são oferecidos aos professores da rede estadual, através do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado de Pernambuco (Sassepe) - plano de saúde semi-particular optativo - prestação de serviços de assistência à saúde, estendido também aos dependentes do professor.

Além disso, a Secretaria de Educação informa que o docente tem à disposição o Núcleo de Atenção ao Servidor (NAS), que conta com uma equipe fonoaudiólogos, psicológicos e assistentes sociais em todas as 17 Gerências Regionais de Educação (GRE).

Adoecimento também é consequência dos baixos salários e falta de condições adequadas de trabalho

De acordo com a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Antonieta Trindade, “a solução não é individual, visto que a cada dia os problemas tornam-se mais coletivos. Esse é um indicativo que demonstra a necessidade dos estados e municípios pensarem políticas públicas que enfrentem o problema”, acredita.

“Além do desinteresse dos alunos, na maioria dos casos, o adoecimento é consequência dos baixos salários, da falta de condições adequadas de trabalho, da superlotação das turmas e do baixo resultado de aprendizagem dos estudantes”, aponta Antonieta.

Sobre a mudança de função do professor para um outro cargo, a vice-presidente opina: “Mudar de cargo não resolve o problema, pois os readaptados não são preparados para desempenhar novas funções pedagógicas na escola. No Estado, a secretaria de educação atendeu a nossa reivindicação e criou núcleos de assistência ao servidor em todas as gerências regionais, mas ainda falta um melhor entendimento por parte da Perícia Médica do Estado, que , na maioria das vezes, trata o servidor doente como alguém que simplesmente não quer trabalhar”.

Conforme Antonieta Trindade, no mês de agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), órgão que a vice-presidente também representa, realizará um seminário de âmbito nacional, que contará com a presença de diversos especialistas para aprofundar o tema e consolidar propostas a serem encaminhadas na pauta dos trabalhadores em todos os estados e municípios.







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