Bandas escolares se 'aquecem' para o 7 de setembro

Neste sábado (7), mais de 3 mil alunos das redes estadual e privada de ensino de Pernambuco desfilam no Recife

por Nathan Santos sex, 06/09/2013 - 11:34

As batidas dos instrumentos de percussão se confundem com as do coração. O “soar” dos instrumentos de sopro se misturam com a respiração dos jovens músicos. A cada batida do prato, belas meninas, cheias de elegância, fazem um verdadeiro espetáculo com bandeiras. Tudo isso representa apenas uma pequena fração do que é a apresentação de uma banda escolar de Fanfarras, uma atividade extra e que não oferece notas aos participantes e sempre é tão procurada pelos estudantes. Neste sábado (7), Dia da Independência do Brasil, mais de 3 mil alunos das redes estadual e privada de ensino de Pernambuco desfilam no Recife, após um longo período de preparação e competições disputadas.

No bairro de Casa Amarela, na Zona Norte da capital pernambucana, desde 2008, o professor de iniciação musical, Hélio Barbosa, levou à comunidade escolar da Escola Estadual Ageu Magalhães o “brilho” da música. A aceitação dos alunos do ensino foi grande, porém, no início, a tarefa de ensinar os jovens a tocar não foi fácil. Como os estudantes precisavam estar aptos para participar de competições, o professor teve de aplicar várias atividades práticas, deixando de lado um pouco da teoria. “Nosso objetivo não é formar músicos. A ideia principal é fazer com que eles toquem os instrumentos. Quando percebo que algum quer seguir a carreira, indico conservatórios”, explica Barbosa.

A metodologia de ensino deu certo. Hoje, a Banda de Fanfarras Ageu Magalhães é tetracampeã estadual de grupos musicais, fruto de um trabalho muito disciplinado, com aulas duas vezes por semana e aos sábados. Muitas vezes, os alunos passam o dia todo nos ensaios. “Quando eles chegam, sem nunca ter tido contato com a música, escolhem quais instrumentos querem usar. Depois, vou analisando quem tem mais habilidade para certos instrumentos e faço a divisão. Tocar em banda exige muita disciplina e de fato, quem participa do grupo, tem bons resultados nas outras disciplinas da escola”, complementa o professor.

No ritmo dos estudantes

“Desde a minha infância tenho o desejo de ser músico. Sou uma pessoa que aprendo muito rápido as coisas e com a música não foi diferente. Pretendo seguir a carreira da música. Eu amo tocar. É algo que vem de dentro”, relata Isaias Felipe da Silva, de 17 anos, que há seis meses participa da banda. O jovem toca um instrumento de sopro, a tuba. Já Willyson Gomes, 16, tem bem mais tempo de banda e diz que o grupo demorou a se entrosar, contexto musical. “No começo, foi difícil porque a gente não sabia tocar nada. Mas, a gente ensaiou muito e com bastante disciplina. Nosso esforço resultou em tantos títulos de competições”, diz Gomes, que toca bombardino.

As meninas também marcam presença na equipe. Luciana Anacleto Felix, de 18 anos, é responsável pelo prato. “Entrei na banda por causa de amigos e passei a gostar muito mesmo. A gente, além de aprender a tocar, cria um laço afetivo muito intenso. É muito importante para todos nós participarmos do desfile da Independência. É uma data muito linda para todos os brasileiros”, comenta a jovem.

Nathália Castro, 18, dá um espetáculo de contorcionismo e elegância. A porta bandeira está na banda há 3 anos e sabe como é “dura” a vida dos participantes. “Requer muita disciplina, responsabilidade e a gente tem que suar a camisa. Nós ensaiamos muito e isso é primordial para uma boa apresentação. Mais uma vez, minha expectativa para o 7 de setembro é muito boa”, fala.

Neste ano, o tradicional desfile comemora 190 anos e ocorre na Avenida Mascarenhas de Moraes, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife. Às 8h, haverá a revista à tropa pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, bem como pelo comandante militar do Nordeste, o general do Exército Odilson Sampaio Benzi. Logo em seguida, será realizada a execução do Hino Nacional do Brasil e depois as escolas iniciam os desfiles.

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