Escola forma feministas e introduz militância no Recife
I Etapa da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett realiza aulas um sábado por mês, para que mulheres saibam seus direitos e tenham voz na sociedade
Neste sábado (11), começaram as atividades da I Etapa da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett, no Recife. O projeto terá duração de seis meses e pretende potencializar a militância feminina em prol do emponderamento das mulheres. Os encontros serão realizados em um sábado por mês, das 9h às 17h, no Sindicato dos Bancários, localizado no bairro da Boa Vista, área central da cidade.
“A necessidade de implantação da Escola nasceu de formar mulheres para que elas ganhem autonomia na militância feminista”, explicou uma das organizadoras da escola, Bruna Leite. Segundo Bruna, o projeto também visa, além de explicar a teoria do movimento, a necessidade de ativar a militância de rua. “Por isso é importante que as mulheres ocupem o espaço público”, disse. Após as aulas, todas as participantes irão realizar uma caminhada pelo bairro da Boa Vista.
Uma das inscritas para participar das aulas de formação feminista foi a estudante Natália Lopes, de 26 anos. A jovem explicou que se descobriu feminista pelas redes sociais, mas que algo precisava complementar suas leituras virtuais. “O que eu encontrava na internet já não estava me satisfazendo mais”, disse. Graduada em engenharia, Natália contou, também, que sua área é muito machista e que pretende lutar contra isso. “Saber que você está fazendo alguma coisa, principalmente dentro do cenário político atual, é muito importante. Por isso que quero, além de aprender com a teoria, trocar experiências com as meninas”, espera.
A bióloga Juliana Sierpe Moreira, de 32 anos, foi convidada a participar das aulas dadas pela escola. “Sempre fui a favor desses ideais e estou aqui porque as mulheres precisam saber sobre seus direitos, devem ir atrás e deles e, principalmente, terem voz”, afirmou. Até o término do curso, Juliana ressaltou que pretende “atuar mais na militância feminista”.
O sistema de aulas é baseado na pedagogia de Paulo Freire, sustentando a ideia de que o espaço de rua também é local de aprendizado. Segundo a organização, não são permitidos homens participando das aulas. “Os homens já têm acesso privilegiado às informações, então precisamos acolher essas mulheres que são vulneráveis”, explicou Bruna.
Para participar, a coordenação da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett pede a contribuição de R$ 5, porém quem não puder doar o valor também pode participar o curso. O valor é empregado nas refeições compostas por café da manhã e almoço.
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