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A Polícia Militar realiza, na manhã desta terça-feira (21), uma operação de reintegração de posse de um imóvel na Zona Norte do Recife. A propriedade, que pertence ao município, estava desocupada e sem utilização há cerca de três anos, até ser novamente ocupada, em 8 de março deste ano, pelo Movimento Olga Benário. 

A casa, que funciona na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, se tornou o Centro de Referência Soledad Barett, em homenagem à guerrilheira paraguaia, que foi parte da Vanguarda Popular Revolucionária contra a ditadura militar no Brasil. No Centro, eram acolhidas mulheres vítimas de violência doméstica e em situação de vulnerabilidade. 

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Por meio de nota (confira na íntegra abaixo), a Prefeitura do Recife informou que, desde a reocupação em março, tenta dialogar com o movimento sobre a desocupação do imóvel. No local, de acordo com a gestão, deve ser construído um centro de acolhimento à pessoa idosa.

Até o momento desta publicação, a operação de reintegração seguia em andamento, com apoio, inclusive, do Batalhão de Choque da PM. 

Posicionamento da PCR:

A Prefeitura do Recife esclarece que, desde o mês de março deste ano, vem mantendo o diálogo aberto o Movimento de Mulheres Olga Benário (MMOB), no sentido de sensibilizar o grupo e desocupar imóvel situado na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro dos Aflitos, doado ao município e cuja posse foi recebida em novembro de 2021. 

Representantes das secretarias de Governo e Participação Social (SEGOV), de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Política sobre Drogas (SDSDHJPD) e da Mulher reuniram-se diversas vezes com lideranças do MMOB, onde foi apresentado o projeto de construção de um complexo de convivência, lazer e moradia para a pessoa idosa no local, equipamento destinado à prevenção da violência contra a pessoa idosa, com atividades de cidadania, cultura e lazer. A iniciativa foi pactuada com diversos segmentos da sociedade civil e que tem o aval do Conselho Municipal da Pessoa Idosa (COMDIR). 

Desde o início dos diálogos, a gestão municipal vem reiterando que a desocupação do terreno é crucial para que sejam feitos os levantamentos técnicos do terreno para estruturação do projeto-executivo e posteriormente assinatura da ordem de serviço. Além disso, a edificação é, desde 1997, classificada como Imóvel Especial de Preservação (IEP). A medida visa preservar as características físicas do imóvel e o que ele representa na história da cidade.  

Sensibilizada com movimentos de luta pelo enfrentamento de violência contra a mulher, a Prefeitura do Recife desde o início disponibilizou transporte para levar as ocupantes do imóvel para um endereço indicado pelo MMOB, além de garantir a segurança alimentar, inclusão no cadastro social e demais programas sociais ofertados pelo município, com o foco na assistência social, acolhimento e combate à violência doméstica e empregabilidade das mulheres vítimas de violência. Contudo, até o momento a gestão municipal não recebeu sinalização positiva a respeito dos pleitos apresentados. 

Além disso, em diálogo que envolveu a Secretaria da Mulher, a Prefeitura do Recife externou ao movimento a união dos esforços para assegurar às mulheres o atendimento na rede municipal dos serviços vinculados às políticas para mulheres, da qual vários equipamentos foram redimensionadas e ampliadas para atender mulheres vítimas de violência. Entre as medidas estão a ampliação da Brigada Maria da Penha, a ampliação da oferta dos serviços no Centro Clarice Lispector para 24h, a abertura de unidades nas dependências do Compaz, bem como a abertura do Serviço Especializado e Regionalizado - SER Clarice Lispector, localizado no Ipsep. 

Por fim, a Prefeitura externou apoio à luta do movimento pelo enfrentamento de violência contra a mulher e propôs a união de esforços na busca por fortalecer uma rede de apoio na cidade, visando atender mulheres vítimas de violência. 

Confira imagens do momento da ocupação:

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Neste sábado (11), começaram as atividades da I Etapa da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett, no Recife. O projeto terá duração de seis meses e pretende potencializar a militância feminina em prol do emponderamento das mulheres. Os encontros serão realizados em um sábado por mês, das 9h às 17h, no Sindicato dos Bancários, localizado no bairro da Boa Vista, área central da cidade.

“A necessidade de implantação da Escola nasceu de formar mulheres para que elas ganhem autonomia na militância feminista”, explicou uma das organizadoras da escola, Bruna Leite. Segundo Bruna, o projeto também visa, além de explicar a teoria do movimento, a necessidade de ativar a militância de rua. “Por isso é importante que as mulheres ocupem o espaço público”, disse. Após as aulas, todas as participantes irão realizar uma caminhada pelo bairro da Boa Vista.

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Uma das inscritas para participar das aulas de formação feminista foi a estudante Natália Lopes, de 26 anos. A jovem explicou que se descobriu feminista pelas redes sociais, mas que algo precisava complementar suas leituras virtuais. “O que eu encontrava na internet já não estava me satisfazendo mais”, disse. Graduada em engenharia, Natália contou, também, que sua área é muito machista e que pretende lutar contra isso. “Saber que você está fazendo alguma coisa, principalmente dentro do cenário político atual, é muito importante. Por isso que quero, além de aprender com a teoria, trocar experiências com as meninas”, espera.

A bióloga Juliana Sierpe Moreira, de 32 anos, foi convidada a participar das aulas dadas pela escola. “Sempre fui a favor desses ideais e estou aqui porque as mulheres precisam saber sobre seus direitos, devem ir atrás e deles e, principalmente, terem voz”, afirmou. Até o término do curso, Juliana ressaltou que pretende “atuar mais na militância feminista”.

O sistema de aulas é baseado na pedagogia de Paulo Freire, sustentando a ideia de que o espaço de rua também é local de aprendizado. Segundo a organização, não são permitidos homens participando das aulas. “Os homens já têm acesso privilegiado às informações, então precisamos acolher essas mulheres que são vulneráveis”, explicou Bruna. 

Para participar, a coordenação da Escola de Formação Feminista Popular Soledad Barrett pede a contribuição de R$ 5, porém quem não puder doar o valor também pode participar o curso. O valor é empregado nas refeições compostas por café da manhã e almoço. 

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