Contra ameaças, professores e alunos protestam na UFPE

Ato foi realizado pela Associação de Docentes da UFPE (Adufepe) em repúdio a uma carta, divulgada anonimamente, que previa o banimento de “doutrinadores e alunos” da instituição em 2019

qua, 07/11/2018 - 17:38
Camila de Assis / LeiaJa Alunos e professores participaram do protesto Camila de Assis / LeiaJa

Estudantes e professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizaram protestos nesta quarta-feira (07) no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). O ato foi realizado pela Associação de Docentes da UFPE (Adufepe), em repúdio a uma carta, divulgada anonimamente, que previa o banimento de “doutrinadores e alunos” do CFCH – UFPE em 2019.

O presidente da Adufepe, Ederson Siqueira, disse que o objetivo do ato foi alertar a instituição e a sociedade de que a universidade é um ambiente democrático e de múltiplas ideias. “Esse ato tem o objetivo de defender a população acadêmica e chamar atenção para o fato de que a universidade deve respeitar e debater ideias, mesmo que contraditórias”, afirmou.

A estudante de História, Beatriz Menezes, de 19 anos, afirma que a carta ameaça os estudantes e professores com visibilidade na UFPE. “A carta foi direcionada a pessoas especificas que tem visibilidade dentro da universidade. Comecei a me sentir ameaçada e insegura após a exibição do filme “José Bonifácio – o fundador do Brasil. Nesse ato é importante conscientizar a UFPE para tomar alguma atitude”, disse.

Um dos docentes citados na carta, o professor de Sociologia Gustavo Gomes relata que nunca tinha sido ameaçado diretamente. “De fato a carta intimida, mas esse ato demonstra que a gente não vai se intimidar, por que a universidade é um espaço democrático”, enfatizou.

Para a estudante de Ciências Sociais do CFCH, Maria Clara Araújo, o ato é uma afirmação da existência de mulheres trans na universidade. “Nesse momento a gente se une mais por estar nos sentindo ameaçados por ataques tão diretos. Esse ato é para alertar a UFPE quanto à segurança de travestis e trans aqui dentro”, apontou. Ao final do protesto, alunos e docentes cantaram o hino nacional.

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