MEC apresenta projeto de escola para adolescentes

Escola do Adolescente deve preparar gestores e professores do final do ensino fundamental a lidar com processos de aprendizagem dos alunos

por Lorena Barros ter, 27/11/2018 - 12:17
TV MEC / Reprodução Ministro da Educação Rossieli Soares e Secretária da Educação Básica do MEC, Katia Smole TV MEC / Reprodução

O Ministério da Educação (MEC) detalhou em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (27) o programa Escola do Adolescente, voltado para adaptar o ensino dos alunos nos últimos anos de formação do ensino fundamental no país. Ao todo, o MEC estima que mais de 12 milhões de alunos, 765 mil docentes, 65 mil estabelecimentos de ensino e 150 mil gestores possam ser beneficiados pela criação do projeto.

Um dos pontos principais do programa é fazer com que os gestores e alunos da escola se sintam em pé de igualdade com os adolescentes, com capacidade de escutá-los e aconselhá-los em uma etapa tão delicada da vida. "Nossa formação é oferecida para que eles entendam como funciona a adolescência, as características físicas e pedagógicas que a escola pode ter para atender melhor o adolescente", explicou Kátia Smole, secretária de Educação Básica da pasta.

A capacitação dos professores nessa etapa também foi um elemento importante apontado pela secretária como passível a futuras mudanças causadas pelo projeto. Segundo ela, grande parte dos docentes hoje tem formação na área de pedagogia, mas termina ensinando outras matérias nas escolas públicas. "Se você pega a língua estrangeira, vê que tem um grupo grande de professores que não tem formação na área. Isso se repete para a matemática, nas ciências. Essa é a fase da escola com a maior distorção que nós temos nesse sentdo. Mais do que no ensino médio", lembrou Kátia.

Todas as escolas que oferecem os anos finais do ensino fundamental podem receber o programa, voltado em sua maioria para um espaço virtual de capacitação de professores e gestores. A princípio, 13 mil escolas pré-selecionadas receberão um investimento inicial de R$ 360 milhões, R$ 220 milhões devem ser fornecidos ainda no mês de dezembro de 2018. "Como o programa prevê uma série de ações, queremos que as redes tenham condições de colocar isso em prática. Essas escolas [escolhidas para receber o inestimento inicial] apresentam um alto índice de vulnerabilidade, com mais de 50% dos alunos com famílias atendidas no Bolsa Família", afirmou Kátia. O dinheiro não será voltado para reformas ou instalação de computadores, e sim para a capacitação desses docentes.

A Escola do Adolescente foi apontada pelos especialistas como a concretização de um pedido feito há muito tempo pelos professores de ensino básico. Para os docentes, é importante que o ensino fundamental 2 receba atenção e prepare os alunos para a última etapa da escola. "Não é possível que se entregue um estudante no fundamental dois com tantas necessidades e esperar que o ensino médio resolva essas questões", lembrou o represetante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Hélio Daher.

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