Professores dão dicas de como estudar para as fases da OAB

Edital da 28ª edição do concurso tem previsão de ser divulgado na próxima quinta-feira (24)

por Camilla de Assis seg, 21/01/2019 - 09:23
Freepik Professores recomendam que bacharéis tenham organização e foco nos estudos Freepik

Considerada um desafio para os que querem exercer a profissão de advogado, a prova da OAB, como é conhecido o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), tem previsão de divulgação do edital da 28ª edição na próxima quinta-feira (24). O momento é de oportunidade para se familiarizar com as disciplinas e assuntos específicos previstos para a prova.

Com índice de reprovação em torno de 80% na primeira fase, é preciso que os estudantes tenham um plano de estudos para conseguir ter bom rendimento e conseguir alcançar a segunda etapa  do processo seletivo. Desde horas de focadas nas disciplinas de maior recorrência no Exame até a prática diária de peças, professores dão dicas de como estudar para a prova, nas primeira e segunda fases do teste. Confira abaixo.

Primeira fase

Composta de questões objetivas de diversas áreas do direito, a primeira fase do Exame da OAB é a que mais reprova bacharéis em direito. Segundo uma pesquisa divulgada pela FGV Projetos, responsável pela aplicação das provas, 75% das pessoas que fazem o exame precisam de até três tentativas para conseguir aprovação.

Segundo o professor de direito do trabalho Paulo Rodrigo L. de Oliveira, na primeira fase do Exame de Ordem é um diferencial buscar cursos preparatórios. “Cursos destinados à preparação para o Exame são bons porque podem ser um norte para que os alunos saibam o que estudar, até mesmo para que ele se discipline nas revisões”, explica o docente.

O estudante pode tomar como base durante seu plano de estudos, ainda segundo o professor, os editais dos Exames de Ordem anteriores. “Se tomarmos como base a 27ª edição, se o edital deste exame vier com 80 questões objetivas, é necessário que ele se programe com base na quantidade que vai cair em cada disciplina”, aconselha. Já o tempo de dedicação em cada disciplina é algo pessoal, de acordo com Paulo Rodrigo L. de Oliveira. “Já o tempo de estudo é variável, a depender a assimilação de cada aluno.”, sugere.

De acordo com Paulo Rodrigo L. de Oliveira, o bacharel deve ficar atento às chamadas “disciplinas matrizes”, aquelas cujo número de questões caem com maior incidência ao longo das edições do Exame. “Direito do trabalho e Processo do Trabalho; Direito Civil e Processo Civil; e Direito Penal e Processo Penal, são questões que sempre caem em quantidade. No último edital, questões envolvendo trabalho totalizaram em 11. Já Ética e Estatuto da OAB, por exemplo, tiveram redução em duas questões”, explicou o docente.

Segunda fase

Na segunda fase do Exame de Ordem da OAB, o estudante escolhe qual a área do direito ele vai fazer a prova. A avaliação é composta de duas partes. A primeira é a elaboração de uma peça, equivalente a cinco pontos do total da nota. Já a segunda parte é feita de quatro questões subjetivas, na mesma área de escolha da peça, também equivalente a cinco pontos.

Segundo o professor de direito processual civil Fábio Milhomens, a parte fundamental para início dos estudos é saber elaborar bem uma peça. “O aluno tem que treinar todos os dias a elaboração da peça, pegar os editais anteriores e trabalhar suas peças em cima do que está previsto neles”, sugere o docente. Milhomens ainda dá dicas de alguns temas que caem muito em sua área. “Em processo civil, cai muito peça de alimentos, divórcios, embargos”, diz.

Por outro lado, as questões discursivas, segundo o professor, podem ser até mais fáceis que a peça, caso o aluno saiba usar o Vade Mecum, permitido durante a aplicação do Exame de Ordem. “A banca [examinadora do certame] não exige doutrina, as questões são diretas e simples, e a prova é feita com o Vade Mecum. Então, é preciso saber usá-lo”, salienta Fábio Milhomens.

É preciso, de acordo com o docente, que o aluno se familiarize com Vade Mecum. “Existe um índice remissivo, em que o aluno ‘joga’ as palavras chaves e acha o que está procurando. Afinal, todas as questões devem ser embasadas no Código [em Leis]”, sugere o professor Milhomens.

O docente ainda tranquiliza o bacharéis que vão passar pela prova. “É importante que o aluno esteja tranquilo e faça uma limpeza mental para conseguir se desempenhar bem na prova. Ele também pode fazer a segunda fase novamente, caso não passe, inclusive alterando a área do direito que escolheu”, completa Milhomens.

COMENTÁRIOS dos leitores