Gráfica que imprime provas do Enem decreta falência

As provas do Enem deveriam ser encaminhas à gráfica até o próximo mês para evitar possíveis atrasos na realização do exame, marcado para novembro

seg, 01/04/2019 - 17:48
Reprodução/Site da empresa Fábrica da RR Donnelley em Blumenau (SC) Reprodução/Site da empresa

A RR Donnelley, empresa multinacional responsável pela impressão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), decretou falência e a paralisação de todos os seus trabalhos nesta segunda-feira (1). As informações são do blog da jornalista Renata Cafardo, do jornal O Estado de S. Paulo.

As provas do Enem deveriam ser encaminhas à gráfica até o próximo mês justamente para evitar possíveis atrasos na realização do exame, marcado para novembro deste ano.

Esta segunda-feira marcou o começo "oficial" do Enem 2019, com as inscrições para o interessado em solicitar a isenção da taxa. Segundo comunicado feito pela empresa, a gráfica "precisou encerrar suas operações no Brasil" devido às “atuais condições de mercado da indústria gráfica e editorial tradicional, que estão difíceis em toda parte, mas especialmente no Brasil”. A RR Donnelley assumiu a impressão do Enem quando a prova foi roubada e cancelada em 2009.

Relatos de funcionários apontam que eles já não puderam entrar na unidade na manhã desta segunda-feira. A empresa diz ainda que o pedido se justifica pela insuficiência de seu caixa para honrar a folha de pagamento do próximo mês. Aos funcionários, a empresa diz que possui ativos que, uma vez alienados, servirão como garantia dos passivos trabalhistas.

A RR Donnelley é uma empresa norte-americana e atua na fabricação de papéis, bobinas, formulários e soluções gráficas. Além de Blumenau, a empresa tinha unidades no Brasil nas cidades de Tamboré e Osasco (SP), onde fica a matriz. É neste foro que o pedido de autofalência da empresa será analisado.

Na semana passada, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, foi demitido em meio a um desentendimento com o ministro Ricardo Vélez Rodríguez. A prova só será montada depois do novo presidente do Inep dar o aval para o trabalho da comissão criada para analisar questões consideradas inadequadas.

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