Eterno aprendiz: por que é importante continuar estudando?
Para Flávia Cavalcante, especialista em gestão de carreira, o cenário atual pede reinvenção
Carregando com orgulho o status de ser a primeira da família com formação superior, Thamara Albuquerque, 32 anos, está finalizando o mestrado em economia. As horas dedicadas aos estudos são traduzidas através de um sentimento de gratidão e carinho à mãe, principal incentivadora, e à filha de 10 anos.
"Minha mãe não teve muitas oportunidades para estudar. Ela precisou trabalhar desde cedo e isso atrapalhou muito na questão educacional. Na vida, sempre fomos ela e eu. Cresci com minha mãe afirmando que a nossa única e maior riqueza é o conhecimento, o estudo. Sempre tentei corresponder ao esforço dela que fazia questão de pagar uma boa escola, mesmo ganhando pouco", lembra a administradora.
Ao iniciar a graduação em administração em uma universidade pública, Thamara já traçava planos futuros. No entanto, no terceiro semestre do curso, ela descobriu que seria mãe. "Eu fiquei com muito medo. Ser mãe, naquele momento, não fazia parte dos meus planos. Senti como se tudo que planejei não fosse acontecer, pois não tive apoio do pai da Madalena e sabia que toda a responsabilidade seria minha. Minha mãe teve papel fundamental para que levasse meus planos adiante", conta.
A administradora relembra que era difícil conciliar a rotina de mãe solo com os estudos e estágio. Mesmo assim, ao se graduar, Thamara conseguiu ingressar em uma especialização e foi efetivada na empresa que atuava como estagiária. "Percebi que as coisas estavam começando a ter um novo rumo e que parar por ali não era o suficiente para mim. Para conseguir chegar a cargos maiores e sempre me manter afinada com as exigências do mercado, procurei, e ainda procuro, formação, estudar, ir de encontro à informação. Muitas pessoas me perguntam se eu não me canso de estudar. Eu sempre respondo que conhecimento nunca é demais e é isso que tento passar para a minha filha. Ao finalizar o mestrado, vou pleitear uma vaga no doutorado. O plano é nunca parar", pontua.
“Dedicar-se aos estudos é o melhor investimento”
“Ser um eterno aprendiz é necessário”, afirma Flávia Cavalcante, especialista em gestão de carreira. Para ela, levando em consideração o cenário atual, não ir em busca de se reinventar é estar em desvantagem. “Ter uma titulação, hoje em dia, não é o suficiente. Talvez, essa premissa fosse válida há cerca de dez anos, quando as pessoas achavam que concluir o ensino médio era suficiente para conquistar uma vaga no mercado de trabalho. Esse pensamento não é válido para o cenário atual, que é marcado por instabilidades e competitividade”, explica.
De acordo com a especialista, a educação continuada deve ser considerada sempre, seja ela por meio de cursos de pós-graduação, lato sensu ou stricto sensu, ou livres. "Dedicar-se aos estudos é o melhor investimento. Agrega tanto a vida profissional, quanto pessoal. No entanto, o ato de estudar não pode ser algo feito por obrigação. Deve ser um ato que faça bem e não seja um momento pesado, feito sem prazer”, ressalta.
Flávia acrescenta que o acesso à informação ficou mais fácil devido ao avanço da tecnologia. “Muitas pessoas justificam a não continuidade dos estudos pela falta de tempo. Porém, o acesso à internet facilitou isso. Hoje, estuda-se onde quer e no horário que cabe na rotina. Além disso, muitas plataformas disponibilizam formações gratuitas. As possibilidades estão por aí e é necessário agarrá-las”, salienta.
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*Conteúdo originalmente publicado em http://blog.carreiras.sereducacional.com/