OAB XXXII: 'Apenas para reprovar', alegam candidatos

Apesar das reclamações dos alunos, professor acredita que prova não tenha sido mal elaborada

por Ruan Reis seg, 14/06/2021 - 11:05
Freepik Examinados afirmam que a prova foi extremamente difícil Freepik

Mais de 200 mil bacharéis em direito realizaram, em todo o país, neste domingo (13), o XXXII Exame da Ordem Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No entanto, professores e examinados estão reclamando sobre a dificuldade das provas e alegando que a FGV, banca organizadora do exame, elaborou as questões "com o intuito de reprovar".

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A pernambucana Arthemyza Ferreira, de 24 anos, que pretende atuar na área civil, afirma que a prova foi extremamente difícil. "A sensação que eu tive foi que não estudei nada. Todos os simulados anteriores eu vinha fazendo e obtendo um bom resultado, e, na prova, apenas acertei 32 pontos", conta. Ela complementa: “Achei que conseguiria passar e o nível da prova estaria compreensivo, mas foi totalmente o oposto”.

A candidata ainda reclamou da falta de medidas de segurança contra a Covid-19: "Teve muita aglomeração, não teve o distanciamento na hora de entrar no prédio e a sala estava com o ar ligado e as janelas fechadas", relatou.

Sarah Carvalho, de 24 anos, que vive em Minas Gerais, já estava habituada com as questões do Exame de Ordem. Ela diz que refazia provas anteriores e estudava tanto as teorias quanto resolvia questões. "Minha pontuação dava acima de 40", disse. Porém, ao realizar o XXXII Exame da Ordem, a examinanda alega: "Fiz a prova ontem e estava extremamente difícil. Alguns enunciados não eram tão claros quanto deveriam ser. Não passei, infelizmente. Me arrependo de ter ido fazer a prova".

Na página do Instagram do Vai Cair na OAB, projeto realizado em parceria com o LeiaJá, muitos outros examinados reclamaram da prova. "Infelizmente eles fizeram essa prova única e exclusivamente para reprovar, fora que algumas questões estavam totalmente mal elaboradas", disse um internauta. "Tão desnecessária essa elevação de nível exigido. Normalizem provas justas!", pediu outra.

Em entrevista ao LeiaJá, o professor Paulo Rodrigo, especialista em direito trabalhista, confirmou o alto nível da prova. “Acredito que no contexto geral, as questões desse exame foram elaboradas com um grau de complexidade muito grande, o que foi sentido pelos examinandos”. O docente ainda complementou: “Não acho que a prova foi mal elaborada, muito embora tenham questões discutíveis sobre eventuais recursos, mas o nível foi altíssimo em algumas áreas, o que gerou esse impacto negativo em todo o Brasil”, concluiu.

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