Contra cortes na educação, estudantes fazem ato no Recife
O ato critica os cortes sofridos pela universidades federais e Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), cuja perda orçamentária é de R$ 8,5 milhões
Estudantes da Universidade de Pernambuco (UPE) e universidades Federal e Rural de Pernambuco (UFPE e UFRPE) ocuparam, nesta quinta-feira (15), os arredores do Palácio do Campo das Princesas, localizado na área central do Recife. O ato, que também contou com entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes, (UNE), Movimento por uma Universidade Popular (MUP), União da Juventude Comunista (UJC) e União da Juventude Socialista (UJS), critica os cortes sofridos pela universidades federais e Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), cuja perda orçamentária é de R$ 8,5 milhões.
A emenda foi apresentada pelo deputado bolsonarista Alberto Feitosa (PL) e foi adotada após o remanejamento de R$ 90 milhões para turbinar o orçamento da própria Alepe. Ao LeiaJá, João Mamede, coordenador geral do diretório central dos estudantes da UPE, salienta que o corte na Facepe foi "repentino". "A votação foi feita na Alepe em nove segundos. As entidades estudantis foram pegas de surpresa. O orçamento da Facepe vinha apresentando um crescimento nos últimos anos, assim como, o orçamento da UPE. Essa decisão reproduz um pouco daquela política bolsonarista, de desmonte do Estudante das bases de desenvolvimento, de ataque às universidades públicas, ao ensino e à pesquisa", contou.
João reforça que a principal pauta da manifestação é que o governador do estado, Paulo Câmara (PSB), não aprove os pontos da Lei Orçamentária que afetem a Facepe. De acordo com ele, a Academia Pernambucana de Ciência calcula que o valor retirado refletirá na ausência de pagamento de duas mil bolsas de mestrado e mil e quinhentas bolsas de doutorado.
"O projeto,0 como foi enviado pelo Poder Executivo, previa R$ 92,5 milhões para Facepe. Com esse corte, ele cai para R$ 84 milhões, ou seja, abaixo do piso constitucional determinado pela Constituição do Pernambuco", expõe Mamede.
Os estudantes também chamam atenção para os últimos contingenciamentos orçamentários das universidades. À reportagem, Davi Souza, que é militante do MUP e UJC, aponta que mesmo com revogação, por ora, e normalização, em partes, dos pagamentos das bolsas e auxílios estudantis, é necessário continuar a luta. "Embora eles [Governo Federal] tenham voltado, em partes, eles não retrocederam por completo. Parte do dinheiro voltou, mas não na sua totalidade. A gente está falando de estudantes que dependem desse dinheiro para estar se mantendo, a gente fala de estudantes que ainda não receberam suas bolsas de monitoria", desabafa.
Neste momento, os estudantes aguardam para serem recebidos por uma comissão do governo estadual. Em seguida, eles seguiram em passeata até a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).