14 de setembro é dia de frevo!

Dia Nacional do Frevo, eleito Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2012, é comemorado neste sábado

por Priscila Urpia sab, 14/09/2013 - 06:22

Em 13 de janeiro de 2009, um decreto assinado pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva instituiu o Dia Nacional do Frevo. Desde então, 14 de setembro é dia de lembrar e reverenciar o ritmo genuinamente pernambucano.

O frevo - enquanto dança - surgiu como camuflagem da luta dos capoeiras. Nos desfiles carnavalescos, alguns capoeiristas iam à frente para defender os músicos das multidões, dançando ao rítmo do dobrado, ritmo nascido nas bandas do exército. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo. Hoje são mais de 120 catalogados, entre eles pernadas, giro parafuso, dobradiça, tesoura e saca-rolha, envolvendo gingados, malabarismos, rodopios, passinhos miúdos e muitos outros movimentos.

O Jornal Pequeno do Recife mantinha uma detalhada seção carnavalesca da época, assinada pelo jornalista Oswaldo Oliveira. Na edição de 9 de fevereiro de 1907, ele publicou a primeira referência ao ritmo, em reportagem sobre o ensaio do clube Empalhadores do Feitosa, do bairro do Hipódromo, que apresentava, entre outras músicas, o frevo.

A palavra frevo vem de ferver e foi atribuída ao ritmo pelo mesmo causar efervescência, agitação, confusão, rebuliço entre os dançantes. A dança pode ser de duas formas: quando a multidão dança, ou quando passistas realizam os passos mais difíceis de forma acrobática.

O ritmo possui três tipos musicais diferentes: o frevo de rua, o frevo canção e o frevo de bloco. O frevo de rua foi o primeiro gênero a surgir e se diferencia dos outros por não conter letra alguma, pois é destinado exclusivamente para ser dançado. Chamado também de marcha canção, por se assemelhar muito às marchinhas cariocas, o frevo canção possui uma introdução e uma parte cantada.

Já o frevo de bloco têm como traço marcante a orquestra composta por instrumentos de pau e corda, como violões, banjos e cavaquinhos. Além de terem sido incorporados recentemente clarinetes e coral de mulheres. No Recife, existe a Frevioca, um carro aberto, que comporta todos os músicos e percorre as ruas da cidade, sendo seguido por foliões.

A primeira gravação com o nome do gênero foi o Frevo Pernambucano, de Luperce Miranda e Oswaldo Santiago, lançada por Francisco Alves no final de 1930. Um ano depois, Vamo se Acabá, de Nelson Ferreira, tocada pela Orquestra Guanabara, recebia a classificação de frevo. Dois anos antes, ainda com o codinome de 'marcha nortista', saía do forno a pioneira Não Puxa Maroca (Nelson Ferreira), executado pela orquestra Victor Brasileira, comandada por Pixinguinha.

Compositores como Capiba, Nelson Ferreira, Edgard Moraes, Levino Ferreira, Getúlio Cavalcanti, J. Michiles, João Santiago, Lídio Macacão, Clídio Nigro e Alex Caldas, entre outros, reforçaram a importância do ritmo para o Estado e para o mundo. Os intérpretes e instrumentistas do frevo pernambucano, como Spok Frevo Orquestra, Alceu Valença, Claudionor Germano, Gustavo Travassos, Almir Rouche, Nena Queiroga, André Rio, entre muitos outros, fazem a voz do frevo contemporâneo acontecer nas ruas do Recife. 

Hoje, o frevo, música e dança, integra a rica diversidade da cultura brasileira e é marco do carnaval pernambucano, especialmente em Olinda e no Recife. Por isso, também é celebrado na capital pernambucana, no dia 9 de fevereiro, data de seu 'nascimento'. Em cerimônia realizada na cidade de Paris, França, no ano de 2012, o frevo foi eleito por unanimidade, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.

Confira o clássico Vassourinhas interpretado pelo Maestro Spock.

 

 

 

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