Artesãos estrangeiros criticam exclusão na Rio 2016
Apesar de não estarem exercendo nenhuma atividade ilegal, eles afirmam que são constantemente perseguidos pela organização do espaço
“Eu não vim pra fazer dinheiro, vim pra conhecer mais a cidade”. Na principal área de lazer gratuito das Olimpíadas, cheia de atrações programadas para entreter o público que chega de todos os países do mundo, um grupo tem chamado atenção: os artesãos estrangeiros de rua.
Peruanos, argentinos e colombianos vendem colares, brincos, pulseiras e anéis que produzem para sobreviver. Como o peruano Antônio Rueda, autor da fala usada no início da matéria. Para ele, que vive da arte que produz há 12 anos e veio ao Rio em “uma viagem inesperada”, estar trabalhando nas Olimpíadas é uma forma de conhecer mais sobre as diversas culturas.
É o que também pensa a argentina que se identificou como Florência, quando revela o que tem visto durante o tempo que está no Boulevard Olímpico. “Muita alegria e muita gente. Esse intercâmbio cultural tá muito legal”.
Porém, nem todos estão alegres com o trabalho desses profissionais informais. Alguns artesãos contaram com exclusividade ao Portal LeiaJá que, apesar de não estarem exercendo nenhuma atividade ilegal, eles são constantemente perseguidos pela organização do espaço. “A fiscalização não gosta que a gente venda. Eles só não nos tiram à força porque têm medo do escândalo, por causa da quantidade de gente”, afirmou uma colombiana que não quis se identificar.
Outra colombiana, apelidada de Juanita, reforçou: “Estamos o ano todo [vendendo] aqui e nunca tivemos problema. Agora, só por causa das Olimpíadas, estão atrapalhando nosso trabalho. Parece que eles querem fazer uma limpeza”, lamentou.