Rock Rio Guamá aquece a cena da música underground
Bandas mostram trabalhos independentes em palco montado na beira do rio, no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém
O festival Rock Rio Guamá chegou à sua 10ª edição. De 12 a 15 de dezembro, mais de 15 bandas autorais se apresentaram nos palcos da beira do rio da Universidade Federal do Pará (UFPA). Também houve exibição de documentários, pocket shows, palestras, bate-papos e mostras culturais.
O Rock Rio Guamá é um festival que surgiu em Belém, a partir da iniciativa de estudantes, produtores e artistas locais, na década de 80. O evento, que foi batizado em alusão ao festival Rock in Rio, tem o objetivo de valorizar e dar espaço ao trabalho das bandas paraenses. Artistas que vão do rock, rap ao carimbó se apresentaram durante os quatro dias de festival.
A banda paraense Steamy Frogs, que tocou na noite do dia 14 no Rock Rio Guamá, iniciou a carreira no ano de 2015, com o propósito de trabalhar somente músicas autorais. Influenciada pelo rock progressivo dos anos 70, a banda também bebeu na fonte da neopsicodelia de bandas contemporâneas, como Tame Impala e MGMT.
O vocalista e guitarrista da Steamy Frogs, Lucas Castanha, afirmou que tocar no Rock Rio Guamá foi a realização de um sonho. “Eu frequento o festival desde 2007, e ver a cena underground paraense crescendo é muito bonito. Participar disso lá em cima dos palcos é um sonho que eu não esperava que fosse acontecer tão cedo”, disse.
A banda é formada por Lucas Castanha (vocal e guitarra), Tiago Ribeiro (baixo), Lucas Armstrong (bateria), Olavo Nascimento (guitarra) e Felipe Mendes (teclado e sintetizadores). O quinteto já lançou dois singles: “Levantei”, gravado no Abbey Monsters Studios, em Belém, e “Trubal”, gravado de forma independente. Os dois singles estão disponíveis nas plataformas digitais.
No dia 15, a banda Cérebro de Galinha, headliner do palco principal, fechou a noite de apresentações e encerrou a 10ª edição do Rock Rio Guamá. Formado em 2013, em Marabá, o trio composto por “Torrada” (guitarra), “Cego” (vocal) e “Suco” (bateria) viajou pela primeira vez a Belém, para se apresentar no festival. A banda de hardcore, com influências de Sepultura, Ratos de Porão, Delinquentes e Surra, já gravou mais de cinco singles.
O guitarrista Torrada afirmou que a expectativa de tocar no Rock Rio Guamá foi a melhor possível. Segundo ele, os festivais precisam ser valorizados. “Festival é festival, e precisam acontecer em todos os lugares, pois promovem bandas autorais, além da união da cena”, pontuou.
O estudante Richard Carvalho, que acompanhou o festival pela terceira vez, contou que houve uma grande evolução na organização do evento. Segundo Richard, o Rock Rio Guamá é importante porque fornece espaço a artistas independentes. “As primeiras bandas de Heavy Metal do Brasil foram criadas aqui no Pará, mas isso é amplamente desconhecido pelo público. Dar espaço pra galera independente vir aqui e mostrar seu som é fundamental”, finalizou.
Por João Paulo Jussara.