Homem que “tentou salvar Jesus” teria problemas mentais
De acordo com o diretor da peça, Adriano Ferreira, em entrevista ao LeiaJá, disse que o comentário na cidade é que ele estaria "desequilibrado" e por isso teria "surtado"
O vídeo no qual mostra um homem agredindo um ator na tentativa de “salvar Jesus”, durante a encenação da crucificação de Cristo, na noite dessa sexta-feira (30), em Nova Hartz, no Rio Grande do Sul, repercutiu nacionalmente neste sábado (31). O questionamento da população é o que teria levado o agressor, que usou um capacete para cometer a violência, a agir de tal forma.
Em entrevista concedida ao LeiaJá, o diretor da peça e também de Cultura do município, Adriano Ferreira, contou que o cidadão teria problemas mentais. “Pelo que se comenta, é um cidadão que está com problema mental, desequilibrado, mas ao mesmo tempo como é que um cara desse estaria andando de moto? E voar daquela altura em cima do palco? São coisas inexplicáveis que a gente não tem como dizer. Nunca esperávamos uma coisa dessa até porque na peça tem várias famílias sentadas assistindo e nunca imaginávamos que alguém pudesse fazer isso”, lamentou.
Testemunhas afirmaram que o intruso teria gritado “seus demônios, eu vim para salvar Jesus”. Ferreira contou que o rapaz poderia ter “surtado” pela cena ter sido muito forte. “A gente estava levando uma mensagem e, quem sabe, por ter sido tão forte e impactante. Naquele momento o rapaz surtou tanto que ele se direciona direto aos soldados que, na cabeça dele, mataram Jesus e fez aquele ato. Ele foi contido, tirado do palco pelos próprios atores. Depois, quando ele já estava embaixo, cercamos e ajudamos a segurar para que não batessem nele”.
Ferreira falou que, apesar da tamanha agressão, os mais de 80 atores envolvidos não desejam o mal dele. “Se ele está doente tem que ajudar a tratar porque o nosso papel é a de levar a mensagem de Jesus. Se a gente se reúne e trabalha tanto nessa peça para levar o amor, já que esse era o papel de Jesus, temos que começar por nós. A gente tem que seguir a vida. Ficamos conhecidos no Brasil inteiro e a gente queria o reconhecimento pelo trabalho e não pelo ato que aconteceu, mas Deus sabe de todas as coisas”, afirmou.
O diretor ainda contou que a família do agressor foi buscá-lo na praça e garantiu que o ator que foi atacado está bem e terminou a peça mesmo após todo o ocorrido. De acordo com ele, mais de três mil pessoas assistiam à peça no momento. “Há muitas pessoas fazendo chacota, dando risada, mas ao mesmo tempo estão conhecendo o trabalho que é árduo e no qual muitas pessoas se dedicam para que aconteça. O fato acontecido, por mais que seja difícil de encarar isso, vai nos dar força para continuar”, concluiu.