Inaugurado, Mercado Eufrásio Barbosa segue esvaziado

Apesar de toda a cerimônia formal promovida pela Prefeitura de Olinda, espaço ainda não está em pleno funcionamento

por Paulo Uchôa sab, 07/07/2018 - 17:29

Turistas, olindenses e demais pernambucanos terão que esperar mais um pouco para viver o Mercado Eufrásio Barbosa. Na última quinta-feira (5), o local recebeu autoridades e visitantes para a reinauguração do espaço, porém sem começar a funcionar de forma plena.

Falta muito para o Eufrásio Barbosa retomar o fôlego depois de ficar quatro anos fechado para reforma. O ambiente recebe o público com novidades, incluindo uma livraria com café, salas para exposições e a reinauguração do teatro Fernando Santa Cruz, entre outros atrativos. Tudo é bem sinalizado, como os banheiros e galerias, mas falta a sinalização de certezas e prazos. Por enquanto, o Eufrásio funciona de terça-feira a sábado, por apenas quatros horas (das 9h às 13h).

 A reportagem do LeiaJá esteve neste sábado (7) no novo espaço cultural e se deparou com os boxes dos comerciantes fechados e o silêncio protagonizado pelo fluxo baixo de pessoas que entram e saem rapidamente. De acordo com a assessoria de comunicação, será lançado em até dois meses um edital para definir a ocupação dos lugares, que irão abrigar lojas de artesanato e lanchonete, por exemplo.

A Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) está responsável por gerir o mercado através de um termo de cessão assinado com a Prefeitura de Olinda. No dia da reabertura do mercado, a Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca) publicou uma nota no Facebook expondo sua preocupação sobre a falta de respostas relacionadas à revitalização do espaço.

“Desde o início do processo solicitamos plano de gestão e manutenção do equipamento, carta de anuência da prefeitura para cessão do prédio (que é patrimônio do povo de Olinda) e plano de conservação do edifício, além do esclarecimento justificando a construção de passarela, elevador e escadas dando acesso ao quintal do Mercado pelo pátio do mosteiro de São Bento e até hoje nunca recebemos nenhuma resposta oficial”, diz um trecho da carta aberta divulgada na rede social.

O prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) precisa de uma atenção a mais do que está previsto para estar a todo vapor em seu funcionamento. A entrada, mesmo com a luz natural que vem do lado de fora, merece uma iluminação, assim como as galerias. Uma delas exibe as peças do Museu do Mamulengo, antes instalado na Praça Laura Nigro, no Carmo. 

Orçado em quase R$ 20 milhões (com previsão inicial de R$ 8 milhões), o Mercado Eufrásio Barbosa renasceu. Ele está pronto para receber as visitas no seu berço histórico e preparado para engatinhar, mas na dúvida de saber se os seus passos serão dados de forma devagar, assim como foi a ansiedade dos moradores ao serem testemunhas de uma gestação que durou quatro anos.

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