Anitta sobre mortes em Paraisópolis: 'poderia ter sido eu'
Cantora falou sobre a ação policial que acabou com noves jovens mortos, em comunidade de São Paulo
Anitta usou o seu Instagram para falar sobre a ação policial do último domingo (1º), realizada em um baile funk na comunidade de Paraisópolis (SP), que resultou na morte de nove jovens. Em tom sério, a cantora afirmou que ela poderia ter sido uma dessas vítimas já que, anos atrás, costumava cantar em "bailes de favela".
Relembrando o início da carreira, Anitta comentou que tanto ela, quanto sua família, poderiam ter sido vítimas de uma ação como essa. "A única coisa que consigo pensar é que, se fosse alguns anos atrás, poderia ter sido eu, minha mãe e meu irmão uma dessas pessoas. Uma das coisas que a gente mais fazia quando eu estava começando a cantar era cantar em baile de favela. Sem palavras", disse.
Ela também criticou a forma como a polícia realizou a ação e afirmou que, se tratasse de um outro tipo de evento, não seria empregada tamanha violência. "O fato de ser uma festa com presença de drogas ilícitas e criminosos não justifica o fato de você sair entrando e atirando. E se tivessem entrado num super festival respeitado? Vários festivais respeitados têm droga, um monte de gente roubando. E aí, sai entrando atirando? Não sai, né, porque é diferente. É complicado o preconceito".
No entanto, a cantora fez questão de manifestar sua admiração pela profissão de policial e falou sobre a dificuldade de acesso à cultura que os moradores das comunidades têm. "Admiro e dou valor à profissão de policial. Tenho amigos policiais. Mas acho que isso é uma coisa do governo, sabe, de como fazem a gente encarar as coisas. Se a letra é o que é, se as pessoas não têm condição de curtir entretenimento em outros lugares, é porque eles não têm acesso a outras coisas, gente".