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Um homem foi filmado soltando um lagarto de quase dois metros, da espécie teiú, em um palco de um baile funk, na comunidade Nova Holanda, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. 

O vídeo que vem repercutindo e gerando revolta nas redes sociais, mostra o homem segurando o animal, de forma truculenta e o sacudindo como se estivesse portando uma arma. Em seguida, o rapaz coloca o lagarto em cima do palco, no qual acontecia uma apresentação artística.

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O caso que se configura como crime ambiental já está sendo analisado pela Polícia Civil do Rio, que tenta identificar o homem que aparece segurando o réptil no colo e saber se ele tem autorização do IBAMA para criar o animal silvestre.

Essa espécie, considerada como o maior lagarto brasileiro, vive principalmente em áreas de campo e poças, se alimentando de insetos, aves, roedores, anfíbios, ovos, frutas e folhas. E apesar de possuir comportamento agressivo, geralmente tende a fugir quando se sente ameaçado.

Bia Miranda que esteve em A Fazenda 14 deu o que falar dentro do reality e continua com o nome super em alta fora dele. Pois é, a neta de Gretchen acabou contando em seus Stories do Instagram que passou verdadeiramente por uns maus bocados nos primeiros dias do ano.

Parece que realmente não foi fácil essa virada de 2022 para 2023 para Bia Miranda porque a ex-peoa revelou que foi com o noivo em um baile funk em uma comunidade do Rio de Janeiro, e acabou sofrendo algumas agressões por lá. Detalhando que foi arranhada e teve os cabelos puxados, Bia Miranda comentou:

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"Pimentinhas, cheguei em casa. Gente, eu gosto muito de ir para baile e eu estava com saudade de ir. Mas deu para matar a saudade, porque eu estava sentindo a falta de colocar o som para tocar e dançar. (Mas) não deu muito para dançar. Eu fiquei mais tempo no carro, né? Porque eu, se eu saísse, estava com medo das pessoas me machucarem, porque puxaram meu cabelo, me arranharam e fizeram um monte de coisa. Daí eu [falei]: 'Vou ficar aqui no carro. Não quero sair não. Às vezes eu saía lá na frente para ver como estavam as coisas e curtir um pouco. Não deu para dançar não, bem que o Lucas, Deolane, Pétala me avisaram que não ia. Não ia ser normal! Mas deu para matar a saudade. Eu estava com o vidro aberto quando cheguei lá. Aí como o pessoal estava me machucando, me puxando e tal, o Gabriel falou: 'Fecha o vidro, fecha que vai ser melhor. Chegando lá [no baile] você dá atenção para o pessoal."

Bia Miranda ainda contou que o público chegou até a dar soco na janela do carro em que ela estava.

"Para que eu fui fechar o vidro? O pessoal começou a dar murro no vidro para eu abrir. Aí eu falei: Meu carro, meu Deus. Mas não aconteceu nada com o carro, eu fiquei com medo do pessoal quebrar o vidro. Aí eu: Calma, calma! Chegando lá tentei dar atenção para todo mundo, para a criançada, criançada doida também."

Ludmilla fez um festão daqueles no Catar! Em clima de Copa do Mundo, a cantora reuniu famosos em um baile funk no país - que contou com a presença de Rafa Kalimann, Belle Silva, MC Carol, Karoline Lima, Aline Gotschalg, MC Mirella, entre outros.

Caso você não se lembre, antes de viajar, a cantora sofreu fortes críticas, já que o Catar tem leis que proíbem e reprimem a comunidade LGBTQIA+. Em resposta a essa repercussão negativa, Lud prometeu levar a palavra da liberdade ao país. E assim foi feito! Além de viajar com a esposa Brunna Gonçalves, a cantora fez questão de cantar a música Maldivas, que fez especialmente para a amada.

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Nos Stories, Belle Silva, esposa do jogador Thiago Silva, elogiou a apresentação e escreveu:

"Noite brasileira. Nem parece que estamos no Catar! Ludmilla dominou tudo."

Em suas redes sociais, Lud também compartilhou alguns cliques da noite e disparou:

"Sacudindo o Qatar."

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A expressão “lugar de mulher é onde ela quiser” nunca foi mais possível do que nos últimos anos. Cada vez mais seguras de si e donas de suas escolhas, as mulheres contemporâneas vêm ocupando espaços antes impensáveis para elas. Nos bailes funk do Recife, capital pernambucana, não tem sido diferente graças a uma iniciativa coletiva fundada em 2018, o Elas no Funk, primeiro grupo exclusivamente feminino de minas que curtem um bom pancadão.

O ‘Elas’, como chamam suas integrantes, surgiu após uma inquietação da cabeleireira Rayane Andreza Dias. Convidada por uma amiga para conhecer um baile funk, em 2018, ela se apaixonou de cara pela música e dança da festa. Mas, apesar do ‘amor à primeira vista’, algo chamou a atenção da jovem: no evento, a presença masculina era massiva enquanto o número de mulheres era muito inferior.

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Diretoria do 'Elas no Funk'. Foto: Cortesia

Incomodada com a situação, Rayane decidiu mudar o cenário. Uniu-se a outras três amigas - hoje todas diretoras do coletivo -, e criou o ‘Elas no Funk’, primeiro grupo feminino de mulheres do movimento. “A gente queria o respeito dos homens, poder dançar sem sermos interrompidas, por exemplo”, explica a fundadora. 

O projeto teve ótima recepção entre as garotas e a ajuda de um outro coletivo, a Fape, ‘equipe’ que atua em prol do movimento funk. “No início tiveram situações de preconceito, alguns ‘bondes’ (grupos formados em bairros) diziam que era modinha, mas lutamos pelo nosso espaço e conseguimos. Depois que a gente foi ganhando nome, os rapazes de cada bonde foram abraçando o movimento e nós fomos acolhidas”, diz Rayane.

Desde o início, o Elas no Funk vem reunindo mulheres de diferentes localidades da Região Metropolitana do Recife e, após o surgimento do coletivo, vários outros ‘bondes’ femininos foram surgindo nos bairros. Juntas, elas ocupam os bailes para se divertirem em segurança e também promover a “união, o respeito e a igualdade”. “Os homens estão aprendendo com a gente”, declara a diretora.

Rayane idealizou o coletivo em 2018. Foto: Cortesia

Débora Leão, a Negrita MC, é outra mulher que vem se beneficiando do trabalho do Elas. Atriz, rapper, produtora e comunicadora social, ela deu seus “primeiros passos” no funk em 2018, embora já tivesse o conhecimento do movimento desde sua infância, vivida no bairro do Ibura, localizado na Zona Sul do Recife. “Minha relação com o Elas surgiu a partir do momento que eu vi esse movimento trazendo várias outras mulheres, agregando outros bondes femininos e ocupando todo baile. Foi daí que eu vi que eu queria tá nessa articulação e tá representando junto com elas esse movimento que aonde chega mostra cada vez mais resistência”, diz a artista.

Para Negrita, também muito atuante na cena Hip Hop. a falta de visibilidade para as mulheres desses segmentos e o predomínio dos homens neles ainda continuam a despeito de iniciativas como das que ela participa. A MC consegue apontar alguns detalhes que ainda precisam de atenção nesse sentido. “Sinto falta de mais bailes voltados pra mulheres, mais bailes onde nós mulheres sejamos as que produzem e que outras MCs sejam chamadas pra somar no palco. Falo isso na minha perspectiva, seja como ouvinte mas como MC também. Espero que com o passar do tempo e principalmente com mais resistência e força (isso mude). Mas com o surgimento do 'Elas’' vejo mais mulheres curtindo bailes, abrindo rodas, fazendo ações sociais, realizando outros movimentos e isso é importante”.

Débora Leão, a Negrita MC. Foto: Cortesia.

Juntas

As mudanças no movimento funk promovidas pelo Elas comprova o quão poderosa pode ser a união das mulheres. Dentro desse coletivo, minas de diferentes idades vêm derrubando estereótipos, exterminando preconceitos e ressignificando todo um movimento antes hostil para elas. Tudo com muita persistência, força de vontade e, sobretudo, resistência, como coloca a diretora Rayane: “Ainda falta melhorar muita coisa, é uma evolução constante, mas a gente está aí na luta”.

 

O Ministério Público de São Paulo denunciou nesta segunda-feira, 19, doze policiais militares por homicídio triplamente qualificado de nove pessoas que morreram pisoteadas após ação da PM em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, no dia 1º de dezembro de 2019. De acordo com a Promotoria, denunciados 'agiram por motivo torpe e meio que resultou em perigo comum, atuando de surpresa, recurso este que dificultou a defesa' das vítimas, matando os jovens por asfixia por sufocação indireta.

"Deliberadamente [os PMs] deixaram de observar regras mínimas para a contenção de distúrbios civis e dispersão de multidões e, com intuito de provocar pânico e sofrimento nas pessoas que participavam de evento cultural no local dos fatos, agiram com violência, confinando as vítimas no quarteirão da Rua Ernest Renan, entre as ruas Herbert Spencer e Rodolf Lotze, o que causou suas mortes", registra a denúncia.

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Os 12 PMs denunciados pelos homicídios também são acusados das lesões corporais de duas jovens, Giovanna Ferraz da Silva e Miryan de Araújo Macário. A primeira foi atingida no rosto por uma das garrafas, com vidros quebrados, que eram atiradas pelos policiais em direção da população. Já Miryan foi alvejada por uma bala de borracha que permaneceu alojada em sua perna.

A peça é assinada pelos promotores Neudival Mascarenhas Filho, Luciana André Jordão Dias e Alexandre Rocha Almeida de Moraes, da Promotoria de Justiça do I Tribunal do Júri da Capital. O trio denunciou ainda um 13º policial por colocar a vida alheia em perigo mediante explosão - durante a ação ele jogou três 'morteiros' (bomba caseira) em direção a um grupo de pessoas. Com relação a ele, a Promotoria ofereceu a suspensão condicional do processo pelo prazo de 2 anos - possibilidade de o acusado cumprir certas condições em troca da extinção da ação.

A denúncia narra que a ação dos PMs tratou-se de uma operação com 'verdadeira violação dos direitos dos cidadãos que estavam no baile e moradores de Paraisópolis' frisando que os agentes 'de forma livre e consciente, se omitiram em cumprir com as normas previstas no Manual de Controle de Distúrbios e nos Procedimentos de Operação Padrão da Polícia Militar, em especial os da Força Tática e de uso de granadas, embora tivessem o dever legal de garantir a segurança daquela população'.

A peça de 11 páginas apresentada ao juízo da do 1º Tribunal do Júri de São Paulo narra que os 12 PMs denunciados jogaram granadas contra as pessoas que estavam no baile, além de as terem agredido com cassetetes, tonfas e um bastão de ferro. Os denunciados também dispararam balas de borracha contra a população e jogaram garrafas, objetos e gás de pimenta para o interior da viela do Louro - onde nove pessoas foram encontradas desacordadas. "[Os PMs] fizeram uso de desmedida violência e armas não letais, confinando a multidão, em verdadeiro desespero, obrigando-a a sair por vias que não comportavam aquele número de pessoas", registra o documento.

De acordo com os promotores, os denunciados tinham conhecimento de que não havia rotas fuga suficientes para o escoamento da multidão e por isso foi considerado que o resultado da operação 'foi previsto pelos acusados, policiais militares e profissionais preparados para a atuação em Contenção de Distúrbios Civis e dispersão de multidões'. "Todas as pessoas que estavam no baile da DZ7, na madrugada de 01 de dezembro de 2019, foram expostas ao perigo de vida, já que ficaram confinadas, expostas aos disparos de armas não letais e à violência policial praticada e aos riscos do escoamento da multidão por via inadequada", argumenta o MP-SP.

A promotoria também indica que depois que as vítimas foram encontradas 'desacordadas' não foi efetuado nenhum socorro imediato a elas. Os corpos permaneceram na rua por cerca de 40 minutos, enquanto a tenente Aline Ferreira Inácio, comandante da tropa, 'buscava socorro por ambulâncias, sem que nenhuma medida de reanimação fosse procedida'.

Na denúncia, a promotoria pede, além da condenação dos policiais, a fixação de valor mínimo para reparação dos danos materiais e morais causados pelos crimes. O MP-SP enviou uma cópia da peça de acusação ao Tribunal de Justiça Militar, considerando que há inquérito policial militar em curso sobre o caso, e pediu ainda, ao promotor que atual em tal procedimento providências para o afastamento dos policiais militares denunciados das atividades de rua até o fim do processo'.

A morte de nove jovens pisoteados durante um baile funk em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, completa um ano nesta terça-feira, 1º. O principal inquérito do caso, conduzido pela Polícia Civil, ainda não foi concluído, mas o Ministério Público já antecipou que enxerga culpa de parte dos policiais militares que atuaram no caso. As famílias vão realizar nesta tarde um ato em memória das vítimas e por responsabilização pelas mortes.

Os nove jovens foram pisoteados após a polícia atuar para dispersar o baile da DZ7 na comunidade de Paraisópolis. Esse pancadão, na época, costumava reunir entre 3 mil e 5 mil pessoas nos fins de semana. Os agentes dizem que perseguiam um suspeito e foram alvo de disparos. A ação causou tumulto e levou as vítimas para duas vielas da comunidade, onde as pessoas se aglomeraram. Testemunhas relatam truculência na ação policial, o que teria colaborado para aumentar o tumulto e dificultar a dispersão pelas ruas estreitas do local.

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A principal investigação do caso é conduzida desde dezembro pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. Em nota enviada na segunda-feira, 30, a Secretaria da Segurança Pública informou que a apuração segue em andamento, sob sigilo, "com o cumprimento de solicitações feitas pela promotoria". A pasta disse também que os policiais envolvidos seguem afastados do serviço operacional. Trinta e um deles haviam sido afastados pouco tempo depois da ocorrência.

O inquérito poderá esclarecer como atuou cada agente durante a ocorrência e qual foi o papel deles para as mortes dos jovens. Após o encerramento da investigação, essa apuração deverá ser submetida ao Ministério Público, que avaliará apresentação de denúncia formal à Justiça contra os policiais.

O MP já havia antecipado que enxerga culpa de parte dos policiais envolvidos nas mortes em Paraisópolis. Em nota enviada na segunda-feira, o órgão reforçou essa posição. "Os elementos dos autos apontam o dolo dos policiais militares, na modalidade dolo eventual, para as nove vítimas, pois se trata de uma única situação fática. Todavia, à primeira vista, não seriam os 31 policiais militares responsabilizados, sendo necessária a análise de cada conduta", informou, por nota, a promotora Luciana André Jordão Dias.

Ela classificou o trabalho da Polícia Civil como "bastante criterioso" e lembrou que a apuração está "ocorrendo ininterruptamente desde a prática dos fatos". "Acreditamos que o inquérito policial está próximo de seu encerramento. A demora decorre da complexidade do caso, com 31 policiais envolvidos e nove vítimas fatais, além de outras que também sofreram agressões e lesões, e da pandemia de covid-19, que, assim como nas demais áreas, dificultou a apuração dos fatos", acrescentou.

Uma outra apuração foi conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar e enviada para a Justiça Militar, que analisa a prática de eventuais crimes militares dos agentes. Esse inquérito concluiu que as mortes aconteceu também em virtude da ação da PM naquele local. Apesar disso, o capitão que investigou a atuação dos agentes disse que eles não devem ser punidos porque agiram em legítima defesa.

Na tarde desta terça-feira, as famílias das nove vítimas deverão se reunir em frente ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo paulista no Morumbi, em um ato em memória dos jovens e para pedir justiça no caso.

"A nossa ideia é continuar na luta por justiça, o que temos feito ao longo deste ano, com uma cobrança enfática. Eram jovens com um futuro muito bonito pela frente e que foram brutalmente arrancados de nós", disse o estudante Danylo Amilcar, de 20 anos, irmão de Denys Henrique, de 16 anos, uma das vítimas. Ele cobra responsabilização não só para os agentes, mas também para os comandantes da tropa que atuou no baile.

"É muito difícil expressar todo esse sofrimento. Além de perder um irmão com 16 anos, nas circunstâncias que nos foram impostas, há um trabalho árduo e longo para mostrar para a sociedade que ele tinha um valor, que trabalhava, que se esforçava para estudar. Esse trabalho é um desafio. O que a polícia tentou fazer foi dizer que eles eram culpados pela própria morte. Quem perdeu ali não foi somente a gente, foi toda a sociedade ao ver um jovem que saiu para se divertir e foi morto. Pedimos respostas e reparações", reforçou Danylo.

Na última segunda (20), o sambista Neguinho da Beija-Flor enterrou um neto de apenas 20 anos. Gabriel Ribeiro Marcondes foi baleado durante uma batida policial em um bairro funk, em uma comunidade do Rio de Janeiro, e faleceu. A tragédia abalou toda a família e Neguinho revelou que cogita sair do Brasil pela segurança dos seus. 

Durante o sepultamento do neto, Neguinho falou sobre a violência urbana. Em entrevista ao Extra, ele classificou as operações policiais nos morros do Rio como “desastrosas” e manifestou o desejo de sair do país. “No Brasil, basta nascer pobre para ser suspeito. Por isso, estou metendo o pé do país”.

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Gabriel trabalhava montando toldos em evento. Segundo Neguinho, o rapaz estava a serviço quando ocorreu a ação policial que lhe ceifou a vida. O sambista também revelou que um de seus filhos trabalha no mesmo ramo e que vai abandonar o segmento. “Além do Gabriel, tenho um filho que também trabalha nisso. A partir de agora não vai mais exercer esta atividade. É perigoso”. 

O sambista Neguinho da Beija-Flor perdeu um neto após um tiroteio em um baile funk, no Rio de Janeiro, no último domingo (18). Gabriel Ribeiro Marcondes, de 20 anos, estava no evento, no Morro da Bacia, distrito de Miguel Couto, quando outros participantes da festa trocaram tiros com a polícia. Além dele, outros dois homens morreram e um ficou ferido.

Em suas redes, Neguinho lamentou a morte do familiar a pediu justiça. "Pessoal, agradeço por todas as mensagens de conforto e carinho que estou recebendo de amigos e fãs, por conta da passagem do meu neto Gabriel. Peço desculpas aos amigos por não estar atendendo e nem retornando as ligações, mas estou cuidando da burocracia para o enterro, já que o meu filho PC não está condições de cuidar sozinho de tudo. É um momento muito difícil. A dor é enorme. Peço que orem para que o Gabriel siga um caminho de luz. E espero que a polícia e a justiça cumpram seu papel", postou.

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Segundo o UOL, policiais militares do Batalhão de Mesquita estavam em patrulhamento pelo bairro Ambaí, em Nova Iguaçu, quando receberam a denúncia sobre um evento não autorizado que estaria bloqueando uma rua. Ao portal, a PM carioca informou que foi recebida com tiros no local e houve apreensão de uma pistola calibre 9 mm, dois revólveres calibre 38, duas granadas, munições, uma réplica de fuzil, três rádios comunicadores e drogas.

Após o cessar dos tiros, quatro vítimas foram levadas para o Hospital Geral de Nova Iguaçu. O neto de Neguinho, Gabriel, já chegou sem vida ao local, bem como Matheus da Silva Gomes. Rogério Bezerra, 20, passou por uma cirurgia na barriga e está sob custódia. A terceira vítima fatal do tiroteio não foi identificada. 

Quatro anos depois do caso de estupro coletivo no Morro do Barão, a Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga agora um outro caso de violência sexual, no Morro do Cantagalo, na região de Copacabana. Uma menina de 14 anos teria sido abusada por cinco homens, sendo dois deles menores de idade, depois de um baile funk na comunidade. O caso aconteceu em 26 de setembro, mas só foi registrado pela mãe da adolescente na última segunda-feira (5). As informações são do jornal Extra.

A mãe da vítima registrou o caso na segunda-feira (5), na 13ª Delegacia de Polícia de Copacabana. O Instituto Médico Legal realizou exames e constatou evidências do estupro.

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O depoimento da jovem foi tomado na Delegacia de Criança e Adolescente Vítima (DCAV), seguindo o protocolo de atendimento às vítimas de violência sexual.

A vítima relatou que estava na festa e fez ingestão de bebida alcóolica. Em algum momento, perdeu os sentidos e, quando acordou, estava sendo violentada pelos cinco homens, numa laje, em 26 de setembro.

Segundo o Instituto de Segurança Pública e o Tribunal de Justiça do Rio, em 2019, o estado registrou 4,6 mil estupros, mas somente 542 prisões por violência contra mulher. A média de estupros por dia no Rio de Janeiro é de 15 registros.

Duas festas irregulares com público somado de cerca de sete mil pessoas foram fechadas pelas equipes de segurança pública do Amazonas em conjunto com órgãos da Prefeitura de Manaus-AM na noite do domingo (20). Os eventos foram localizados após recebimento de denúncia.

Um dos eventos era um forró, realizado no Clube dos Empregados da Petrobras. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), havia cerca de quatro mil pessoas no local e a festa estava sendo realizada desde a tarde.

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O outro evento encerrado foi um baile funk com aproximadamente três mil pessoas na Associação dos Servidores do Incra.

Ambos os eventos foram fechados por causa da aglomeração e por não apresentarem licença sanitária. Os realizadores do evento foram identificados e podem ser punidos

A intervenção policial da Guarda Civil Municipal (GCM) de Rio Claro (a 176 km de São Paulo) durante um baile funk teve final trágico na madrugada do último domingo (2). Um tiro de espingarda calibre 12, disparado por um agente da corporação, causou a morte de Gabrielle Mendes da Silva, 19 anos, e feriu José Felipe de Lima Verneck, de 29. O servidor público, que não teve a identidade revelada, foi preso e deve responder por homicídio culposo. Ele pagou fiança de R$ 5 mil e foi liberado.

Segundo a prefeitura de Rio Claro, a GCM foi chamada para coibir a realização da festa clandestina. Na data do ocorrido, o município ainda não estava autorizado a liberar eventos, como bailes, por pertencer à fase laranja do Plano São Paulo.

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À Polícia Civil, guardas municipais das quatro viaturas que participaram da ação, alegaram que frequentadores do local resistiram à possibilidade de dispersão arremessando pedras contra as equipes, que decidiram agir com veemência.

Já o atirador, em depoimento, afirmou que o disparo foi involuntário. Ele citou não ter percebido que a arma estava carregada com munição letal, enquanto tentava abastecer a espingarda com balas de borracha.

Ambos os jovens atingidos foram socorridos, mas Gabrielle morreu no hospital. Já Verneck segue internado, mas não corre risco de morte. Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Segurança de Rio Claro comunicou ter retirado o servidor das funções.

"Não podemos, nem devemos fazer julgamentos precipitados. Até que as investigações terminem, o GCM está afastado das atividades operacionais. O que estiver de acordo com a lei será cumprido".

Além de responder ao inquérito de homicídio sem a intenção de matar, o servidor é alvo de um processo administrativo instaurado para investigar, de maneira técnica, o manuseio do equipamento durante a operação.

Um jovem de 19 anos foi preso na manhã deste sábado (29) no Distrito Federal. A prisão foi realizada após uma investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), que encontrou na residência do suspeito uma bomba caseira e materiais para fabricação de mais explosivos. O rapaz pretendia usá-los para atacar um baile funk no Corredor Central, no Setor Comercial Sul, em Brasília.

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Divulgação / PCDF

De acordo com informações do Delegado Dario Taciano, um empresa multinacional de serviços de internet encaminhou a Polícia Civil um post de perguntas e respostas onde o rapaz informa que cometeria o crime.

Nas mensagens divulgadas pela polícia, o rapaz dá detalhes do plano: "Vou fazer um massacre histórico em um showzinho de rap, funk e trap, cheio de adolescentes vagabundos, descolados e drogados. (...) com meus conhecimentos em química e acesso a armas ilegais, poderei fazer algo explêndido, o plano consiste em liberar gás venenoso ou paralizante na multidão e depois disso detonar um carro bomba com explosivos destrutivos, os sobreviventes vou matar na bala anônimo. Adoro ver o choro de vocês. Não é sonho, é real e estou pronto para me vingar. Espero que você seja uma vítima, mesmo sem nos conhecermos".

Durante a busca e apreensão realizada pelos investigadores, outros itens foram encontradas na residência do rapaz, no Lago Norte, onde morava com os avós. Ainda segundo o delegado, o jovem será encaminhado para prestar depoimentos e a polícia irá investigar a motivação por trás do atentado.

Anitta não costuma se posicionar publicamente a respeito de temas políticos, mas  a cantora abriu uma exceção ao saber de uma possível ameaça aos bailes funk do Rio de Janeiro. No último domingo (26), a cantora usou seu Twitter para criticar a primeira proposta que a secretária da cultura em fase de teste, Regina Duarte, apresentou ao presidente Jair Bolsonaro. Regina quer criar um evento da família ao lado de cada 'pancadão' carioca. 

Segundo o jornalista Lauro Jardim, Regina Duarte já teria apresentado o projeto a Bolsonaro. A proposta é a criação de um evento da família ao lado de lugares onde acontecem bailes funk. A ideia seria contrapor essas festas que são muito populares nas periferias do Rio de Janeiro.

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Anitta soube da notícia e não gostou nem um pouco. Ela fez questão de se colocar contra a iniciativa da nova secretaria em teste e explicou seus motivos pelo Twitter. "Tô torcendo pra que seja mentira. Se for verdade, eles precisam conhecer um baile funk pra ontem. Acho lindo criar eventos para as famílias. Mas na intenção de competir com baile funk? Não entendi essa parte.".

A cantora, que começou sua carreira em um dos mais importantes eventos de funk do país, o baile da Furacão 2000, ainda falou sobre sua relação com o esse tipo de festa. "É muita irresponsabilidade colocar os bailes como locais indevidos em que famílias não possam frequentar. Eu sempre frequentei com a minha e todos nós somos brasileiros honestos e merecemos que o funk seja visto como cultura". Ela também sugeriu que as autoridades competentes deveriam ir às comunidades e bailes a fim de conhecê-los e entendê-los melhor. "Frequentar as comunidades e seus bailes os fariam entender tudo que acontece por ali e principalmente o porquê. Assim encontrariam formas verdadeiras de incentivar os moradores e frequentadores".

Moradores de Paraisópolis, na zona sul paulistana, querem que o poder público ajude a organizar o Baile da Dz7, pancadão em que nove pessoas morreram após uma ação policial na semana passada. Com a medida, o Prefeitura e o Estado seriam responsáveis por fornecer a estrutura do evento, mas o baile funk também passaria a ter regras definidas, como horários para começar e terminar.

A proposta foi apresentada por líderes comunitários nesta segunda-feira (4) a uma comitiva formada por 20 representantes das gestões do governador João Doria (PSDB) e do prefeito Bruno Covas (PSDB), entre secretários e presidentes de autarquias. Entre as reivindicações, há, ainda, a criação da Subprefeitura de Paraisópolis, que englobaria a comunidade e o bairro vizinho do Morumbi. Os governos devem responder às demandas em dez dias.

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O mais famoso pancadão de Paraisópolis, o Baile da Dz7 reúne, em média, entre 3 mil e 5 mil pessoas. A maior parte fica concentrada na Rua Ernest Renan, mas o público também se espalha por vielas e ruas do entorno. Sem organizadores oficiais, o evento começa na quinta-feira e só termina no domingo - e motiva reclamações de barulho e de comércio de álcool e drogas. O baile acontece a partir de carros ou paredões de som que somam ao fluxo, além de bares da região, abertos durante a madrugada.

"Um evento da cidade de São Paulo que pode chegar a ter até 30 mil pessoas deve ser estruturado", afirma o líder comunitário Gilson Rodrigues, representante dos moradores de Paraisópolis. Na reunião com representantes dos governos, ele cobrou apoio na logística, além de instalação de banheiros químicos e de palco no baile funk.

"Queremos que nossos bailes, já que são uma realidade, possam ser organizados, com horário para começar e terminar. Mas também com infraestrutura até que se crie condições de migrar para um espaço mais adequado."

Presente na reunião, o secretário municipal de Cultura, Alê Youssef, diz que é necessário "criar uma série de ações voltadas para infraestrutura, mas também para valorização".

"É fundamental termos, por parte do poder publico, a noção da importância do funk enquanto gênero cultural expressivo e protagonizado pela juventude", afirma. "A gente vai, juntamente com todos os órgãos, buscar ações para garantir a presença do Estado."

Já o secretário estadual de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, afirma que é preciso fixar regras para qualquer evento em áreas públicas de Paraisópolis.

"Não apenas o baile funk, mas qualquer outra manifestação cultural que aconteça na comunidade", diz. "Tem de ter qual é o horário de funcionamento, o padrão em relação a decibéis e por aí vai. É perfeitamente factível fazer isso."

Na reunião, também foram expostas demandas de educação, habitação, infraestrutura, emprego, entre outros temas. Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, a ideia é que as ações direcionadas para Paraisópolis também sejam replicadas.

"Hoje, foi dia de ouvir", afirma. "Vamos trabalhar em comissões técnicas nos próximos dez dias para retornar com um programa para Paraisópolis que, provavelmente, também vai ser utilizado para atender outras comunidades."

Subprefeitura

Hoje, Paraisópolis está dividida entre duas subprefeituras, já que o distrito da Vila Andrade, onde está a maior parte da comunidade, pertence à Subprefeitura do Campo Limpo, na zona sul; enquanto o distrito do Morumbi, à Subprefeitura do Butantã, na zona oeste.

"Hoje, as subprefeituras do Butantã e do Campo limpo recebem muita demanda e não conseguem absorver as demandas daqui", diz Rodrigues. "A instalação de uma subprefeitura para Paraisópolis e Morumbi é muito necessária, para que essas ações possam ser centralizadas e a gente consiga ter uma proximidade."

Conforme o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, a proposta será discutida com Bruno Covas. "Vamos fazer um estudo técnico e voltar a debater com a sociedade."

Parque

Após a reunião, a gestão Covas também anunciou que as obras para o Parque Paraisópolis devem começar em fevereiro. "É um parque em implementação há alguns anos. O prefeito determinou que nós encerrássemos o período licitatório e iniciássemos as obras, diz o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo de Castro.

Segundo Castro, o projeto já estaria aprovado e a previsão de entrega é até o fim de agosto. "São 68 mil m², um investimento inicial de R$ 3,1 milhões."

Entre moradores, há queixas de que a área seria insuficiente para atender a comunidade. "Existe a possibilidade de incorporarmos mais duas áreas da Secretaria de Habitação, mas isso é uma tratativa de governo ainda", diz ele.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, respondeu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após o deputado ter afirmado que, se uma proposta do projeto de lei anticrime estivesse vigorando, não estariam sendo investigados os envolvidos na operação policial em Paraisópolis, que terminou com a morte de nove pessoas no início do mês.

Uma das propostas do pacote do ministro Sérgio Moro, a ampliação da chamada excludente de ilicitude, lista situações em que policiais em atividade e cidadãos em geral poderiam ficar sem punição mesmo se causassem mortes. O ministro afirmou, no entanto, que essa regra não poderia se aplicar no caso específico de Paraisópolis, bem como na morte da garota Ágatha Felix, no Rio de Janeiro, por um tiro de policial.

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"Respeitamos a decisão da Câmara de rejeitar a excludente de ilicitude, mas não podemos confundir as coisas. Tanto no caso da menina Ágata como no episódio de Paraisópolis, não teria qualquer pertinência a aplicação da proposta de excludente de ilicitude constante no projeto anticrime", disse Sérgio Moro ao jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (9).

Maia tocou no assunto horas mais cedo ao defender as alterações promovidas pela Câmara dos Deputados no projeto de lei enviado ao Legislativo pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública. "Se o projeto estivesse sancionado com o excludente de ilicitude, os policiais do caso Paraisópolis não estariam sendo investigados", disse Maia.

Nove pessoas morreram pisoteadas e 12 ficaram feridas durante tumulto após ação da Polícia Militar em baile funk na comunidade na madrugada de domingo, 1º. Três policiais militares envolvidos nessa ação foram afastados de suas funções.

As mortes foram descritas por Moro, na semana passada, como resultado de um "erro operacional grave". Em participação em um debate na quarta-feira (4) passada, Moro já tinha opinado também que não haveria chance de os policiais de Paraisópolis se beneficiarem da excludente de ilicite proposta no pacote anticrime. "Em nenhum momento ali existe uma situação de legítima defesa (a justificar a excludente de ilicitude", disse.

Naquele mesmo dia, a Câmara dos Deputados aprovou o chamado pacote anticrime sem a excludente de ilicitude de Moro. A alteração foi feita pelo grupo de trabalho que unificou duas propostas, a do ministro da Justiça e a do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Outra modificação significativa no pacote retirou a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, assim como o chamado plea bargain - acordo entre Ministério Público e réu de confissão do crime para cumprir pena mais branda sem necessidade de julgamento.

Ainda sobre o pacote anticrime, Maia disse que é importante ter uma lei mais dura para enfrentar a impunidade e atender pleitos da maioria da sociedade, desde que "limitado a não ter excessos". "Tiramos coisas (do pacote) que não estão maduras para serem aprovadas."

O pacote anticrime chegou nesta segunda-feira, ao Senado. Questionado sobre a perspectiva para a tramitação nesta Casa, Maia ressaltou que pressionar os senadores para apenas ratificarem o texto tal como saiu da Câmara "não é bom".

As declarações foram dadas por Maia ao chegar para almoço com CEOs de Empresas Britânicas no Brasil, no começo da tarde em São Paulo.

Uma semana após a morte de nove pessoas em Paraisópolis, na zona sul da capital, as mesmas vielas onde vítimas foram pisoteadas e sufocadas receberam grafites e novas homenagens. Um ato ecumênico, com a presença de alguns familiares dos jovens mortos, que tinham entre 14 e 23 anos, foi realizado no fim da tarde deste domingo (8).

Nos muros, grafites traziam mensagens de protesto contra a violência policial e pedidos de paz. "Paraisópolis pede paz, chega de preconceito com o povo pobre!", dizia uma. As mortes ocorreram após uma ação da Polícia Militar, enquanto ocorria um baile funk com cerca de 5 mil pessoas.

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"A viela é escura, não tem iluminação pública, e a maioria da comunidade tem medo de passar ali, então os moradores se juntaram com os grafiteiros para mudar a cara dela", conta Igor Amorim, membro da associação de moradores. Os desenhos e frases foram feitos ontem por grafiteiros voluntários de Paraisópolis e de outras regiões da cidade.

Por volta das 17 horas, o ato ecumênico encerrou um fim de semana dedicado à memória das vítimas. Os moradores também lembraram da morte de uma pessoa em Heliópolis, também na zona sul, no mesmo fim de semana. Três policiais militares envolvidos foram afastados no sábado (7).

DZ7

Durante a madrugada, foi reeditado o Baile da DZ7, mesma festa onde houve as mortes. Muitos foram vestidos de branco, em referência aos pedidos de paz na comunidade. A festa também foi marcada por homenagens às vítimas, com orações do pai-nosso entoadas pelos presentes. Moradores disseram que o baile foi esvaziado em relação à semana passada e edições anteriores.

Segundo nota divulgada pela Prefeitura, uma comissão de secretários municipais e estaduais se reunirá hoje com líderes comunitários de Paraisópolis. A intenção é "dialogar com a comunidade para criar e intensificar programas e políticas públicas que atendam às necessidades da população local", diz a Prefeitura. Os moradores devem entregar uma carta de reivindicações ao governo estadual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os 50 pontos que G., de 17 anos, precisou receber estão espalhados por testa, supercílios e queixo de um rosto inchado e arroxeado. Os ferimentos, afirma ela, são de uma garrafada que tomou no Baile da DZ7, em Paraisópolis - e o objeto foi atirado por um policial militar que atuava na dispersão da festa na madrugada do domingo passado, quando nove pessoas morreram pisoteadas.

A confusão também a levou a ficar encurralada em um dos becos onde as pessoas morreram. Seu relato ganhou repercussão e é um dos que contradiz a versão de uso moderado da força dada pelos PMs. Agora, quer a responsabilização do agente, mas teme que o caso termine impune. "Eu quero que ele seja punido, mas acredito que não vai ser. Porque para muitos o que aconteceu foi normal."

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G. diz ter perdido a conta de quantas vezes saiu de Pirituba, na zona norte da capital, para ir à festa na zona sul. Estima que o trajeto tenha sido feito mais de 20 vezes. Naquela noite, chegou por volta da meia-noite na Rua Ernest Renan, onde o baile ainda começava a encher. No caminho, passou por uma viatura, o que não serviu de prenúncio para um conflito. Não porque a relação entre os frequentadores e os agentes fosse boa; ela já tinha visto os policiais "invadirem" o baile, mas a festa voltava quando a situação se acalmava.

O evento já estava lotado perto das 4 horas do domingo, quando G. se recorda de ouvir os primeiros barulhos de bombas e disparos. Ela permaneceu na rua desde que chegou ao local e conta não ter memória de qualquer episódio envolvendo uma perseguição a uma moto, versão sustentada pelos policiais. O que se lembra é da sucessão de bombas e da correria que se seguiu. Com as duas pontas da rua fechadas, procurou qualquer alternativa que a tirasse dali e acabou em um beco. "Em momento nenhum teve gente com moto no baile. Ficou todo mundo assustado porque fecharam as duas pontas, o povo só sabia correr, em momento algum as pessoas revidaram. Eles chegaram superagressivos."

Bomba

 

"O beco lotou, nisso começaram a tacar bomba dentro do beco. Tinha gente desmaiando, gente pulando por cima de outras pessoas para tentar sair de lá. Muita gente. Tinha muita gente chorando, gente pedindo socorro, gente no chão. Eles tacavam tudo que eles viam na rua", contou ao jornal O Estado de S. Paulo ontem na sala da sua casa. Testemunhas apontam que as nove mortes aconteceram em dois becos paralelos e vizinhos que são travessas da Rua Ernest Renan, onde o baile acontecia.

As agressões dos policiais cessaram, segundo afirma G.. e eles pediram para que as pessoas começassem a sair com a mão na cabeça, ordem que obedeceu. Ao ver uma garota caída na rua após a agressão de um policial, ela parou para ajudar. "Ela falou que tinha perdido o tênis e tinha de pegar o tênis e agachou para procurar. Nessa hora, o policial estava com uma garrafa na mão e falei para ela que ele talvez iria jogar a garrafa na gente. Pedi para ela abaixar e ela abaixou. Eu virei para o lado para ver se ele estava ali ainda e ele tacou a garrafa. Comecei a sangrar e ele só mandou eu sair correndo", diz G., chorando. O rosto ensanguentado não a impediu de sofrer um golpe de cassetete nas costas enquanto tentava sair do local.

Foi uma mulher que a encontrou na rua quem a ajudou a chegar ao pronto-socorro mais próximo e a ligar para a mãe, contando o que tinha acontecido. A mãe disse ter ficado atordoada com a informação, já que nem sabia que a filha tinha ido a Paraisópolis. Foi correndo ao hospital, mas teve dificuldade de encontrar a filha em um primeiro momento. "Não dava para reconhecê-la, não dava para reconhecer pelo rosto. Tive certeza de que era ela pela roupa."

Ela foi liberada do hospital no fim da tarde do domingo e se recupera dos ferimentos em casa, onde passa a maior parte do tempo descansando e tenta não acompanhar as notícias. A mãe espera que o depoimento dela à polícia possa ocorrer logo para que alguma paz possa começar a ser incorporada à rotina. "Quero levá-la para longe daqui."

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que "todas as circunstâncias relacionadas à ocorrência deste fim de semana em Paraisópolis são investigadas por meio de inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo DHPP". "A autoridade policial está trabalhando para identificar e, posteriormente, ouvir a vítima e o máximo possível de testemunhas", acrescentou a pasta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de mudar o tom em relação ao massacre de Paraisópolis e determinar uma mudança de protocolo da Polícia Militar, o governador de São Paulo, João Doria, disse nesta sexta-feira, 6, que não tem "compromisso com erro" e chamou de "dramático" o episódio.

Em discurso para uma plateia de empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), o governador chegou a ficar com a voz embargada ao falar da tragédia e disse que na segunda-feira vai receber representantes da comunidade e familiares das vítimas.

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"Nesse momento dramático de Paraisópolis, ao invés de uma atitude impositiva, generalista ou de acusação à um ou outro, não vamos nem acusar a comunidade nem acusar a policia. Buscamos o diálogo", disse Doria. Em outro momento de sua fala, o tucano defendeu a comunidade e a PM.

"O fácil era ser um oportunista ou populista, como alguns foram, ou agir generalizando e dizendo que a culpa é da comunidade. Não é verdade. A maioria expressiva dos que vivem em comunidade são pessoas de bem. Também não é verdade dizer que a policia é insensível e violenta. Seria o mesmo erro do outro lado da moeda", emendou.

No último domingo, 1, uma ação da PM causou a morte de 9 jovens em um baile funk na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Na segunda-feira, 2, o governador saiu em defesa da corporação e disse que a letalidade não foi provocada pela PM.

No entorno de Doria, o caso é tratado como a maior crise da sua gestão e a primeira reação do tucano foi considerada um erro.

No evento do Lide o governador também aproveitou seu discurso para fazer um contraponto ao presidente Jair Bolsonaro. Disse que não há "nada melhor que a democracia" e que seu eixo é o centro, longe dos extremos. "Nunca advoguei o ódio e a contenda como princípio básico de vida". E frisou: "Torço pelo bem e pelo êxito do presidente da República, sem uma visão mesquinha pensando em algo que pudesse me favorecer."

A Ouvidoria da Polícia está solicitando investigações sobre a atuação da Polícia Militar em outros três bailes funk da capital e da Grande São Paulo que terminaram com pessoas feridas e mortas. O ouvidor Benedito Mariano vê indícios de excesso no comportamento dos agentes em casos na comunidade de Heliópolis - no mesmo dia da tragédia de Paraisópolis, que terminou com nove mortos; em Guaianases, em novembro; e em Guarulhos, há um ano. A Secretaria da Segurança Pública diz que todas as ocorrências estão sendo investigadas.

Uma perseguição de PMs no fim de semana passado terminou com a morte de um suspeito em Heliópolis, maior comunidade de São Paulo, na zona sul. A atuação dos agentes também causou a dispersão de um baile funk que ocorria no local e vídeos mostram policiais encurralando os frequentadores da festa em um beco estreito. A ação tem característica similar à que aconteceu em Paraisópolis.

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A Ouvidoria pediu perícia técnica para esclarecer as circunstâncias da perseguição. O suspeito teria sido morto em uma troca de tiros. O órgão também instaurou procedimento para apurar eventual abuso de autoridade e agressão no local e pediu à Corregedoria da PM o afastamento dos policiais envolvidos na perseguição e na dispersão da festa.

Um vídeo mostra dezenas de pessoas circulando em um beco. Em dado momento, o fluxo começa a andar rapidamente no sentido contrário até não ter mais para onde ir. À frente do grupo aparecem dois policiais militares e um deles desfere seguidos golpes de cassetete em pessoas que tentam se proteger; um terceiro policial se junta ao grupo. As agressões continuam até o grupo de pessoas conseguir se deslocar para trás e sair dali.

A Secretaria da Segurança Pública disse que as ocorrências em Heliópolis são investigadas pelo 95.º DP e pela Corregedoria da Polícia Militar. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa também instaurou inquérito para apurar a morte decorrente de intervenção policial no domingo passado.

"A PM atua semanalmente em centenas de bailes funk e na maioria absoluta (dos casos) não há intervenção. Os protocolos são seguidos e não há conflito. Mas há quatro situações que são prioridades e que devem ser analisadas para ver se houve uso do protocolo adequado de controle de distúrbio", disse o ouvidor Benedito Mariano ao jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 4.

Guarulhos

Em novembro de 2018, a intervenção da polícia no Baile do Vermelhão, em Guarulhos, terminou com três mortes por pisoteamento. Segundo testemunhas, a confusão teve início quando a PM jogou bombas e spray de pimenta na população. Sobre esse caso, a Secretaria disse que a investigação é conduzida pelo 8.º DP da cidade. Foram ouvidas vítimas, testemunhas e policiais militares.

De acordo com a pasta, os laudos foram anexados ao inquérito instaurado, que está no Fórum Distrital de Guarulhos, com pedido de quebra do sigilo telefônico de um dos organizadores do evento. O inquérito instaurado pela Polícia Militar foi concluído e encaminhado para a Justiça Militar. "O artigo 16 do Código de Processo Penal Militar determina sigilo nas informações do inquérito", informou a pasta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Moradores de Paraisópolis e parentes das vítimas pisoteadas durante a dispersão da Polícia Militar a um baile funk no fim de semana passado realizaram uma manifestação na tarde desta quarta-feira (4). Centenas de pessoas participaram da caminhada, que seguiu da comunidade ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na zona sul da capital. No caminho, os integrantes do ato pediram apuração célere do caso e responsabilização para quem causou as mortes ou contribuiu para que elas acontecessem.

Parentes carregaram fotos e usaram camisas com imagens das vítimas. Fernanda Santos, irmã de Dennys Guilherme dos Santos Franca, uma das vítimas do fim de semana passado, cobrou respostas para o caso. "A única coisa que nos restou fazer foi enterrar o corpo, pois não deram satisfação de nada. Quem está investigando sou eu. A única coisa que quero no momento, nada vai trazer de volta, mas quero justiça", disse.

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O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. Seis policiais que atuaram em Paraisópolis foram afastados para atuarem somente em serviços administrativos.

Nesta quarta-feira, ao comentar a ocorrência, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse que, aparentemente, houve um excesso. "Nesse caso em São Paulo, com todo respeito à Polícia Militar do Estado de São Paulo, realmente é uma corporação de qualidade, elogiada no País inteiro, aparentemente houve lá um excesso, um erro operacional grave que resultou na morte de algumas pessoas. Mas em nenhum momento ali existe uma situação de legítima defesa", disse Moro.

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