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A suscetibilidade de jovens negros da zona rural diante da possibilidade de sofrer violências, a defesa do uso de câmeras corporais acopladas ao uniforme de policiais, a impunidade de agentes que cometem excessos e um Estado com poucos negros em posições de tomada de decisões. Essas foram algumas das colocações, em relação ao Brasil, feitas nesta sexta-feira (8), por membros do Mecanismo Internacional Independente de Especialistas para Promover a Justiça Racial e a Igualdade no Contexto da Aplicação da Lei.

Os integrantes da comitiva chegaram ao país no último dia 27. Eles vieram com a missão de avaliar se a aplicação de leis e políticas têm assegurado ou violado direitos da população negra.

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A análise antecipada, em entrevista, por Tracie L. Kesse e Juan E. Mendéz, será pormenorizada futuramente, na forma de um relatório que será divulgado em setembro de 2024. Outro aspecto que deve constar do documento é o reconhecimento da efetividade de instrumentos como as cotas para negros no funcionalismo público e a criação do Ministério da Igualdade Racial pelo governo Lula.

A comitiva passou por Salvador, Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro, além de Brasília. Um dos critérios para definir a rota da viagem foi incluir locais que registraram casos mais graves de violência policial recentemente, como o da Operação Escudo, na Baixada Santista, e os episódios ocorridos na Vila Cruzeiro e em Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e em Salvador. Outro ponto de partida, explicaram os integrantes do órgão, foram as denúncias que são compartilhadas diretamente com eles, não somente pela mídia.

Durante a visita ao Brasil, o grupo conversou com diversas autoridades, tanto do Poder Executivo como representantes do Ministério Público e Defensoria Pública. Durante o período, os especialistas também dedicaram atenção e tempo a ver de perto as condições de presídios - como a Penitenciária Lemos Brito, em Salvador - e do Rio de Janeiro, que não tiveram os nomes citados.

Juan E. Mendéz afirmou que, no Brasil, o que se observa é um cenário que comporta uma "impunidade generalizada", com diversos crimes sem a devida investigação e um adequado desfecho e um negacionismo quanto à existência do racismo estrutural, que "deve ser erradicado". Ele defendeu o uso obrigatório de câmeras corporais por parte dos agentes de segurança como medida para vigiar sua conduta e coibir abusos contra a população.

Em sua entrevista, Mendéz, que já foi diretor executivo do Instituto Interamericano de Direitos Humanos e relator especial da Organização Nacional das Nações Unidas (ONU) sobre tortura, disse, ainda, que outra marca atual do Brasil é a "erosão de confiança" em relação às forças de segurança, causada, sobretudo, pelas violações de direitos humanos. Um aspecto ressaltado por ele foi como o modelo de masculinidade tóxica acaba se refletindo em abordagens policiais.

Impunidade no sistema criminal

"A impunidade de que estamos falando é generalizada no sistema criminal. As comunidades têm medo de apresentar suas denúncias com medo de retaliação", observou ele, que hoje leciona Direito dos Direitos Humanos na American University-Washington College of Law.

Quanto às penitenciárias, Mendéz elencou o saneamento inadequado, a má qualidade dos alimentos oferecida aos detentos, a criminalização dos presos e a estigmatização das famílias, assim como a sobrecarga dos agentes penitenciários, como os principais problemas constatados ao longo das visitas. "O número de encarcerados é impressionante", destacou, adicionando que também fica evidente a grande proporção de negros atrás das grades.

Tracie L. Kesse é co-fundadora e vice-presidente sênior de Iniciativas de Justiça do     Center For Policing Equity. Ela complementou os apontamentos do colega e classificou o que acontece no país como uma modalidade de um "racismo perverso" que contamina as relações. Ela deu ênfase a práticas que se tem adotado, como o trabalho de defensores públicos junto a famílias de vítimas e a lacunas também, citando a falta de representatividade de mulheres no Poder Judiciário e ações de combate à intolerância religiosa. Outra crítica foi quanto à falta de esforço para a utilização do nome social de pessoas transgênero.

"O racismo está sempre presente em algumas leis, que perpetuam a desigualdade em áreas como a saúde", disse ela. "Nós reconhecemos o desafio do governo para oferecer segurança à população", acrescentou.

Quilombolas

Um dos pontos que intrigou a reportagem foi o fato de o Mecanismo não tratar dos assassinatos de lideranças quilombolas, já que muitas das mortes eram anunciadas e parte dos casos geram suspeitas sobre o envolvimento de policiais. Perguntados sobre isso, Tracie L. Kesse e Juan E. Mendéz desconversaram e justificaram as escolhas da programação da viagem dizendo que procuraram focar em casos como o da Operação Escudo. Eles também argumentaram que escutaram "várias lideranças negras", mas sei exemplificar com algum nome quilombola.

A comitiva também não comentou nada sobre indígenas e também não visitou o Norte do país.

"Sabíamos que não podíamos ir a certos locais", declarou Tracie, ao responder indagação feita pela reportagem, o que pode ser interpretado como cautela quanto a idas a comunidades quilombolas, pelo grau de violência que paira sobre elas atualmente.

Um balanço da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) - compartilhado com a reportagem em novembro - indicava que, nos últimos dez anos, houve 35 assassinatos de quilombolas. No relatório consolidado sobre os casos, a Bahia, com nove ocorrências, se destaca como um dos estados com maiores índices desse tipo de violência.

Um homem foi morto a tiros na tarde desta segunda-feira (4) no bairro do Pina, na zona sul do Recife. O crime aconteceu na Avenida Conselheiro Aguiar, próximo à Igreja Presbiteriana do Pina.  

Um vídeo circula nas redes sociais mostrando o momento exato em que ele é atingido por três tiros à queima-roupa. A vítima, vestindo camiseta branca, cai no chão após dois tiros, e ainda é atingido por mais um. O atirador, todo vestido de preto, entra em um carro prateado parado na pista com a porta aberta. 

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A polícia ainda não informou se alguém já foi identificado, até o fechamento da matéria.  

 

O elenco do Bahia desembarcou em Salvador, na madrugada desta segunda-feira, sob críticas e protesto da torcida, no aeroporto Luís Eduardo Magalhães. A Polícia Militar precisou intervir para garantir a segurança dos jogadores. O time corre sério risco de rebaixamento na última rodada do Brasileirão, na quarta-feira.

"Vocês não merecem vestir a camisa do Bahia. Tira essa camisa. Uma vergonha. Pelo amor de Deus. (Jogaram contra) Um time rebaixado, e os caras não jogam nada", criticou um torcedor, em referência à derrota do Bahia por 3 a 2 para o América-MG, já rebaixado para a Série B, no domingo.

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Os jogadores do Bahia deixaram a área de desembarque escoltados por policiais. Diante da aproximação de alguns torcedores, a PM disparou balas de borracha para dispersá-los. Houve corre-corre e a confusão foi rapidamente neutralizada.

O novo tropeço no Brasileirão deixou o Bahia em situação delicada na tabela. O time ocupa o 17º lugar, o primeiro dentro da zona de rebaixamento, justamente na única vaga ainda em aberto para o descenso. América-MG, Coritiba e Goiás já estão rebaixados.

O Bahia, com 41 pontos, disputa com Vasco (42) e Santos (43), que estão em 16º e 15º, respectivamente, para tentar escapar da degola. Na última rodada, na quarta-feira, o time de Salvador enfrentará o vice-líder Atlético-MG, que ainda tem chances de título, embora dependa de uma improvável combinação de resultados para chegar ao troféu.

Libertada na sexta-feira (1º), a professora Samara Araújo, erroneamente detida no Rio de Janeiro, viu-se compartilhando cela com outras 21 mulheres durante um dos oito dias que passou no presídio feminino de Benfica.

Residente em Rio Bonito, a jovem teve sua vida drasticamente transformada ao ser acusada por um delito ocorrido há 13 anos, quando ela contava apenas 10 anos de idade, na distante Paraíba, a milhares de quilômetros de sua residência. Ao adentrar o ambiente prisional, ela experimentou uma sensação de completo abandono.

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Privada da participação em sua própria cerimônia de formatura e sem discernir se era dia ou noite, Samara não pôde participar da solenidade de sua formatura em Matemática na UFF. A celebração ocorreu no último fim de semana, período em que ela ainda estava sob detenção.

Externamente, a aflição envolvia sua família. O pai da moça passou todas as noites dormindo na porta da penitenciária, permanecendo dentro do carro até sua liberação.

Entenda

Samara foi acusada de um crime de extorsão cometido há 13 anos atrás, quando ela tinha apenas 10 anos – o que pela lei é proibido, porque um menor não responde a crimes.

"Sempre trabalhei, dei minhas aulas, faço tudo correto, nunca esperava parar ali", afirma a jovem.

Ela estava na casa de um aluno particular quando os policiais chegaram para cumprir o mandado. "Eu me desesperei", relembra.

Em 2010, um comerciante residente em São Francisco, na Paraíba, foi submetido à coação por telefone por um indivíduo que afirmava estar armado nas proximidades de sua loja. Temendo pela própria vida, o homem foi compelido a realizar oito transferências no valor de R$1 mil cada.

As investigações revelaram que uma das contas utilizadas estava vinculada ao CPF de uma moradora de Rio Bonito, localizada a mais de 2 mil quilômetros de distância.

Segundo a defesa de Samara, o CPF dela foi alvo de roubo e posteriormente utilizado pelos criminosos para abrir as contas bancárias. Demonstrando indignação, ela afirma que não pretende esquecer o ocorrido. "Esquecer não tem como. Porque se eu esquecer, vou ignorar algo que acontece no seu país e antes eu não tinha noção", revela.

Posicionamento dos Envolvidos

A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que apenas executou o mandado de prisão e que a investigação está a cargo da polícia da Paraíba.

O Ministério Público da Paraíba declarou que manifestou apoio à defesa assim que tomou conhecimento da situação, na última terça-feira (28). O Ministério Público confirmou que o grupo criminoso utilizava CPFs de terceiros.

Por sua vez, o Tribunal de Justiça da Paraíba informou que o alvará de soltura foi emitido e que o próprio advogado de Samara expressou agradecimento pelo empenho da Justiça em resolver o caso.

 

Um homem de 34 anos foi amarrado com cordas pelos pés e pelas mãos em abordagem realizada por agentes da Polícia Militar na tarde desta quinta-feira, 30, no centro de São Paulo. O caso ocorreu na Rua Santo Amaro, na Bela Vista, após a corporação ser acionada para atender a uma ocorrência de importunação sexual na região.

As imagens da ação, publicadas pelo coletivo Mídia Ninja, repercutiram nas redes sociais. A abordagem foi comparada a um caso ocorrido em junho deste ano na Vila Mariana, na zona sul da capital paulista, em que um suspeito de furtar chocolates de um supermercado também teve os pés e mãos amarrados por PMs.

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A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo afirmou, em nota, repudiar esse tipo de abordagem. Disse ainda que a ação desta quinta "nada tem a ver com qualquer procedimento sobre abordagem que respeite a dignidade humana". Conforme a Secretaria da Segurança Pública, as "circunstâncias relacionadas ao caso" estão sendo investigadas.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a PM foi acionada para atender uma ocorrência de importunação sexual na tarde desta quinta-feira, 30. Os agentes envolvidos na ocorrência afirmaram que o suspeito apresentou comportamento agressivo e chegou a atingir uma mulher com uma pedra, além de ameaçar os policiais.

Ainda de acordo com a pasta, o homem foi preso em flagrante por lesão corporal, ameaça, resistência, dano e desacato. O indiciado foi encaminhado nesta sexta-feira, 1, para audiência de custódia, procedimento para determinar se ele permanecerá preso.

Nas imagens divulgadas pelo coletivo Mídia Ninja, é possível ver que o homem foi amarrado com os pés e mãos para cima. Ao menos seis policiais estavam no local. Pelo vídeo, é possível ver que alguns agentes tentam fazer que o suspeito entre em uma das duas viaturas presentes. Ao mesmo tempo, testemunhas parecem discutir no momento da abordagem.

Ouvidoria afirma repudiar abordagem

"A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo tomou conhecimento, através de vídeos e fotos que circularam nas redes sociais, da prisão de um jovem negro na Rua Santo Amaro, na tarde do dia 30/11/23 em condições similares às ocorridas no triste episódio de 4/06 deste ano na Vila Mariana, São Paulo", disse o órgão.

Para a Ouvidoria, a abordagem fere diretamente os direitos da pessoa humana, descumpre decisão judicial da 8ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo - que determinou que a PM deixe de usar em abordagens cordas ou arames, por exemplo - e contradiz orientação da própria corporação sobre como proceder em abordagens.

O que diz a Secretaria da Segurança Pública

A Secretaria da Segurança Pública afirmou, em nota, que as circunstâncias relacionadas ao caso são apuradas por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). "As imagens que registraram a abordagem, incluindo as das câmeras corporais, foram juntadas ao inquérito que apura a conduta dos agentes", disse.

A secretaria afirmou ainda que promove o "treinamento constante dos integrantes de suas polícias para aperfeiçoar técnicas de abordagem". "Qualquer cidadão ou mulher em uma situação de vulnerabilidade ou vítima de importunação, pode acionar a Polícia Militar pelo telefone 190", acrescentou a pasta.

A Polícia Civil cumpriu, na última quinta-feira (30), um mandado de prisão preventiva contra uma funcionária de um posto de saúde, acusada de atender, de maneira clandestina, integrantes da facção criminosa Trem Bala, no distrito de Porto de Galinhas, em Ipojuca, no litoral sul do estado.  

Segundo a polícia, Valesca Helena dos Santos, de 41 anos, foi levada à Delegacia de Porto de Galinhas para a realização dos procedimentos cabíveis, e o caso segue em investigação. 

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De acordo com informações apuradas pelo repórter Raphael Guerra, Valesca seria mãe de um dos integrantes da organização criminosa conhecida por agir de maneira violenta contra rivais, além de cometer outros crimes, como tráfico de drogas, comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro. A acusada, funcionária de um posto de saúde em Porto de Galinhas, atendia os integrantes quando ficavam feridos em algum conflito. 

 

Uma sessão do júri, realizada nesta quarta-feira (29), na Vara Única da Comarca de São José do Belmonte, no Sertão do estado, foi interrompida após o réu sofrer uma tentativa de homicídio com arma de fogo pelo filho da vítima, que foi morto em 2012. 

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Cristiano Alves Terto atirou contra Francisco Cleidivaldo Mariano de Moura, que responde como autor do crime que matou o pai do suspeito, Francisco Alves Terto.  

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O TJPE informou ainda que o atirador foi perseguido pelo Policiamento do Fórum e pela Polícia Civil, e preso em flagrante com a arma do crime. Cristiano foi autuado em flagrante e encaminhado à delegacia do município. 

Já a vítima do atentado chegou a ser encaminhada ao Hospital de São José de Belmonte, mas foi transferido para o Hospital de Serra Talhada, município também do Sertão do estado, onde se encontra sob cuidados médicos. ‎ 

Entenda o caso 

Segundo os autos do processo, o crime aconteceu em outubro de 2012, na divisa com o estado da Paraíba, quando Franciso Terto foi ferido com um tiro de arma de fogo desferido por Francisco Moura, que estava em estado de embriaguez. Eles chegaram a ter uma discussão antes, quando o acusado foi ao sítio da vítima questionar sobre um burro que teria fugido de sua propriedade. 

Após os disparos, o atirador fugiu, e a vítima foi levada para o hospital da cidade. Ele veio a óbito cerca de 18 dias depois do ocorrido, e o suspeito virou acusado. 

 

Um homem foi agredido por transeuntes na portaria de um edifício na Avenida Boa Viagem, zona sul do Recife, no último domingo (26), após ele ter batido em sua namorada. O suspeito é investigado por violência psicológica e ameaça. 

Segundo testemunhas no local, o homem teria batido na namorada quando foi advertido por uma pessoa que passava pela calçada e viu a cena. Ele chegou a agredir essa outra pessoa e diversos comerciantes da praia se aproximaram do local. Em um vídeo que circula nas redes sociais é possível ver quando um grupo de mais de dez pessoas invade a área do prédio residencial para bater no agressor. 

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Segundo a Polícia Militar, uma equipe foi acionada para atender à ocorrência. O homem foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, também na zona sul, e depois encaminhado à Delegacia da Mulher de Santo Amaro, no centro da cidade. A Polícia Civil informou que duas ocorrências foram registradas, uma de violência psicológica e outra de ameaça. 

Outra ocorrência foi registrada, na Delegacia de Boa Viagem, contra as pessoas que invadiram o prédio e agrediram o homem. Não há informações se algum dos transeuntes chegou a ser detido. 

 

Um homem foi preso em conexão a um ataque a tiros contra três estudantes universitários de ascendência palestina no estado de Vermont, informou a Polícia nesta segunda-feira (27), no que as autoridades americanas consideram ser "um crime motivado pelo ódio".

O chefe de polícia da cidade de Burlington, Jon Murad, afirmou que o suspeito se chama Jason Eaton, tem 48 anos e foi preso no domingo (26). Ele é esperado em um tribunal ainda nesta segunda-feira.

As evidências coletadas durante uma busca no apartamento de Eaton, bem como dados adicionais reunidos "deram aos investigadores e promotores motivos prováveis para acreditar que o Sr. Eaton executou o tiroteio", disse Murad em um comunicado.

Porta-vozes da polícia haviam declarado anteriormente que o autor era "um homem branco que portava uma pistola", que agiu sem dizer uma palavra e "disparou pelo menos quatro balas".

O incidente ocorreu em meio a altas tensões e episódios de violência registrados em campi de universidades e em outras partes dos Estados Unidos, simultaneamente ao conflito entre Israel e o grupo islamista palestino Hamas.

Um comunicado policial indicou que duas das vítimas estão em condição estável e a terceira sofreu "ferimentos muito mais graves". Dois são cidadãos dos Estados Unidos e outro tem residência legal no país.

Embora ainda não tenham chegado a uma conclusão sobre a motivação do atirador, foi confirmado que dois dos jovens usavam "keffiyehs", o tradicional lenço de cabeça palestino preto e branco.

"Neste momento tão tenso, ninguém pode ver este incidente e não suspeitar que pode ter sido um crime motivado pelo ódio", afirmou Murad em nota.

As três vítimas eram formadas na Ramallah Friends School, uma escola privada Quaker no território palestino da Cisjordânia, e agora frequentam diferentes universidades no nordeste dos Estados Unidos, de acordo com um comunicado de um porta-voz das famílias das vítimas.

"Como pais estamos devastados com a horrível notícia de que nossos filhos foram atacados e baleados... Fazemos um apelo às autoridades para que realizem um investigação exaustiva. Não ficaremos confortáveis até que o agressor seja levado à Justiça", sustentou a nota.

O Comitê Árabe americano contra a Discriminação se pronunciou sobre o caso afirmando ter "razões para acreditar que este tiroteio ocorreu porque as vítimas são árabes". Além disso, pediu às autoridades de Vermont que investiguem o ocorrido como um "crime de ódio".

O presidente americano, Joe Biden, foi informado sobre o incidente no domingo, segundo a Casa Branca.

Bernie Sanders, senador de Vermont e ex-candidato presidencial do Partido Democrata classificou o ataque como "impactante e profundamente decepcionante", acrescentando que "o ódio não tem lugar" nos Estados Unidos "nem em qualquer lugar do mundo".

O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, compareceu a uma audiência pública que discutiu a segurança pública do estado, nessa quinta-feira (16), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A reunião aconteceu após a divulgação de um relatório da Rede de Observatórios da Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), que apontou os números da letalidade nas ações das forças de segurança locais e indícios de racismo policial. 

Apresentando dados consolidados de 2022 e parciais de 2023, o secretário negou que Pernambuco apresente alta letalidade policial e ressaltou que as polícias têm autonomia para se defender quando são recebidas com violência. O chefe da pasta também destacou a posição do estado em relação às outras unidades federativas, e analisou que o aumento da violência é uma realidade do Brasil.  

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"Estamos vendo que o crime organizado, as facções em todo o país, estão agindo cada vez mais de forma mais violenta e com mais armas nas mãos dos criminosos. Aumentou em 10 anos porque a violência como um todo aumentou também. [...] Quando a polícia chega no local e é recebida a tiros, ela vai revidar”, justificou o secretário. 

Segundo os dados apresentados por Carvalho, com base na Secretaria de Segurança Nacional, Pernambuco apresentou 92 mortes por intervenção de agentes de segurança pública em 2022, o que representou 2,69% de todas as mortes violentas intencionais (MVI) deste período em seu território. Ainda de acordo com o secretário, para referência, as ações policiais são consideradas letais quando o índice sobre MVI é igual ou superior a 10%. Assim, proporcionalmente, no último ano, Pernambuco foi a 26ª unidade federativa mais letal do Brasil, ou seja, a segunda menos letal. No Nordeste, ocupou o 9º lugar (menos letal). 

“Eu estou legitimando a morte de qualquer cidadão pela polícia? De forma nenhuma. Agora, todo policial, mesmo com a farda que veste, é uma pessoa, um ser humano, um pai de família; e vai à rua para garantir a segurança da sociedade e quando ele usa a arma de fogo, ou ele usa para a legítima defesa própria ou de terceiros, ou ele cometeu excesso e abuso. Ele também tem o direito de se defender, isso está escrito. Ninguém vai para a rua e deixar de se defender ou defender a terceiros”, disse Alessandro. 

A audiência pública foi coordenada pela deputada Dani Portela (Psol) e contou com a colaboração de diversos parlamentares, mas também de representantes da força do Estado, como o comandante-geral da Polícia Militar, Tibério César dos Santos, e Simone Aguiar, chefe da Polícia Civil. O Juntos Pela Segurança, programa do Governo do Estado que deve substituir o Pacto Pela Vida, foi tema de debate na audiência; aprovado pela Casa desde maio, até o momento, o programa não foi implementado.  

Violência policial em Pernambuco 

Por outro lado, em números absolutos (sem proporção populacional ou por MVI), a letalidade policial no estado é a 13ª maior do país. Este ano, os números devem ser ainda maiores. No levantamento parcial, de 1º de janeiro a 30 de setembro, foram 94 mortes causadas por ações de segurança do estado. Isso representa 3,65% das MVI ocorridas este ano, até agora. 

Nessa quinta-feira (16), o Cesec divulgou o estudo "Pele Alvo: Bala Não Erra o Negro", que mostrou que, em quatro das maiores cidades do Grande Recife, apenas pessoas negras foram mortas pelas forças policiais em 2022. O resultado se repetiu por dois anos seguidos, sendo o mesmo também em 2021. Os municípios com a totalidade de pessoas pretas ou pardas mortas pela polícia foram Recife, com 11 mortos; Igarassu, com sete mortos; Olinda, com seis mortos; e Cabo de Santo Agostinho, com cinco mortes. O recorte de raça, sob discussão de racismo policial, também foi levado à tribuna da Alepe.  

Ouça a fala do secretário completa, na íntegra:

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LeiaJá também 

- - > ‘A cada 100 mortos pela polícia em 2022, 65 eram negros’  

 

O número de pessoas mortas pela polícia em apenas oito estados brasileiros chegou a 4.219 em 2022. Desse total, 2.700 foram considerados negros (pretos ou pardos) pelas autoridades policiais, ou seja, 65,7% do total. Se considerados apenas aqueles com cor/raça informada (3.171), a proporção de negros chega a 87,4%. 

Os dados são do estudo Pele Alvo: a Bala não Erra o Negro, realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), e divulgado nesta quinta-feira (16), com base em estatísticas fornecidas pelas polícias do Rio de Janeiro, de São Paulo, da Bahia, de Pernambuco e do Ceará, Piauí, Maranhão e Pará, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).

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Dos oito estados, apenas o Maranhão não informou a cor/raça de qualquer um dos mortos. Já nos estados do Ceará e Pará, há um grande número de mortos sem identificação de cor/raça: 69,7% e 66,2% do total, respectivamente. 

Os dados mostram que a polícia baiana foi a mais letal no ano passado, com 1.465 mortos (1.183 tinham cor/raça informada). Desse total, 1.121 eram negros, ou seja, 94,8% daqueles com cor/raça informada, bem acima da parcela de negros na população total do estado (80,8%), segundo a pesquisa, feita com base em dados do Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE). 

Aliás, isso ocorre em todos os sete estados que informaram a cor/raça de parte das vítimas. No Pará, por exemplo, 93,9% dos mortos com cor e raça identificadas eram negros, enquanto o percentual de negros na população é de 80,5%, de acordo com o estudo. 

Os demais estados apresentaram as seguintes proporções de mortes de negros entre aqueles com cor/raça informada e percentuais de negros na população: Pernambuco (89,7% e 65,1%, respectivamente), Rio de Janeiro (87% e 54,4%), Piauí (88,2% e 79,3%), Ceará (80,43% e 71,7%) e São Paulo (63,9% e 40,3%). 

Racismo

“Os negros são a grande parcela dos mortos pelos policiais. Quando se comparam essas cifras com o perfil da população, vê-se que tem muito mais negros entre os mortos pela polícia do que existe na população. Esse fator é facilmente explicado pelo racismo estrutural e pela anuência que a sociedade tem em relação à violência que é praticada contra o povo negro”, diz o coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), Pablo Nunes. 

Nunes também destaca que há falta de preocupação em registrar a cor e raça dos mortos pela polícia em estados como Maranhão, Ceará e Pará. “A dificuldade de ser transparente com esses dados também revela outra face do racismo, que é a face de não ser tratado com a devida preocupação que deveria. Se a gente não tem dados para demonstrar o problema, a gente ‘não tem’ o problema e, se ‘não há’ problema, políticas públicas não precisam ser desenhadas.”

O estudo mostrou ainda que, neste ano, a Bahia ultrapassou o Rio no total de óbitos (1.465 contra 1.330). Em terceiro lugar, aparece Pernambuco, com 631 mortes. “Isso significa um cenário de degradação das forças policiais baianas e um processo de falta de políticas públicas de ação do governo estadual para lidar com essa questão, elencando-a como prioridade e estabelecendo metas e indicadores de redução dessa letalidade por parte das forças policiais”, afirma Nunes.

Segundo a Rede de Observatórios, a quarta edição do estudo demonstra o crescente nível da letalidade policial contra pessoas negras. “Em quatro anos de estudo, mais uma vez, o número de negros mortos pela violência policial representa a imensa maioria. E a constância desse número, ano a ano, ressalta a estrutura violenta e racista na atuação desses agentes de segurança nos estados, sem apontar qualquer perspectiva de real mudança de cenário”, afirma Silvia Ramos, pesquisadora da rede. 

Segundo ela, é preciso entender esse fenômeno como uma questão política e social. “As mortes em ação também trazem prejuízos às próprias corporações que as produzem. Precisamos alocar recursos que garantam uma política pública que efetivamente traga segurança para toda a população”, completa. 

Posicionamentos

A Secretaria de Segurança de São Paulo informou, por meio de nota, que as abordagens da Polícia Militar obedecem a parâmetros técnicos disciplinados por lei, que criou a Divisão de Cidadania e Dignidade Humana e que seus protocolos de abordagem foram revisados. Além disso, oferece cursos para aperfeiçoar seu trabalho – nos cursos de formação, os agentes estudam ações antirracistas.   

Uma comissão analisa todas as ocorrências por intervenção policial e se dedica a ajustar procedimentos. A Polícia Civil paulista busca “estabelecer diretrizes e parâmetros objetivos, racionais e legais, sem qualquer tipo de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, origem, onde o policial civil, no desempenho da sua atividade”. 

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informa que, de janeiro a outubro de 2023, o estado alcançou redução de 22% nas mortes por intervenção de agentes do Estado, se comparado ao mesmo período de 2022, quando foram registrados, respectivamente,  440 e 569 casos em todo o Pará. A Segup ressalta que as ocorrências são registradas no Sistema Integrado de Segurança Pública pela Polícia Civil e que o campo “raça/cor” não é de preenchimento obrigatório, sendo a informação de natureza declaratória por parte de parentes ou da vítima no momento do registro.

Na Bahia, a Secretaria da Segurança Pública ressalta que as ações policiais são pautadas dentro da legalidade e que qualquer ocorrência que fuja dessa premissa é rigorosamente apurada e todas as medidas legais são adotadas. A secretaria informa que investe constantemente na capacitação dos efetivos e também em novas tecnologias, buscando sempre a redução da letalidade e a preservação da vida.

Para tanto, foi criado um grupo de trabalho voltado para a discussão e criação de políticas que auxiliem na redução da letalidade policial, promovendo uma análise mais aprofundada das informações provenientes dessas ocorrências, como o perfil das pessoas envolvidas, contextualização e região, entre outros dados que possam colaborar para a redução desses índices. A secretaria destaca ainda que a maioria dos acionamentos  policiais se dá a partir dos chamados via 190 (Centro Integrado de Comunicações) e 181 (Disque Denúncia), além das operações para cumprimentos de mandados determinados pela Justiça.

No Rio de Janeiro, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, em todos os cursos de formação e aperfeiçoamento de praças e oficiais, a corporação insere nas grades curriculares como prioridade absoluta disciplinas como direitos humanos, ética, direito constitucional e leis especiais. A questão racial perpassa, de forma muito incisiva, por todas essas doutrinas na formação dos quadros da corporação.

De acordo com a assessoria, internamente, a Polícia Militar do Rio de Janeiro tem feito a sua parte para enfrentar o desafio do racismo estrutural ao longo de mais de dois séculos. Foi a primeira corporação a oferecer a pretos uma carreira de Estado, e hoje mais de 40% do seu efetivo é composto por afrodescendentes.

A instituição orgulha-se também de seu pioneirismo em ter pretos nos postos de comando. O coronel PM negro Carlos Magno Nazareth Cerqueira comandou a corporação durante duas gestões, nas décadas de 1980 e 1990, tornando-se uma referência filosófica para toda a tropa, ao introduzir os conceitos de polícia cidadã e polícia de proximidade. No decorrer dos últimos 40 anos, outros oficiais negros ocuparam o cargo máximo da corporação.

A Agência Brasil entrou em contato com as polícias dos outros estados e aguarda os posicionamentos.

Policiais civis da 16ª DP (Barra da Tijuca), no Rio de Janeiro, prenderam uma mulher acusada de matar a própria tia, nessa terça-feira (14), no bairro Barreto, em Niterói. Jacira Oliveira da Silva foi assassinada dentro de sua casa, em 2016, no município de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio.

De acordo com os agentes, na época do crime, a autora morava com a tia, que não tinha filhos ou parentes próximos, e passou a subtrair os benefícios financeiros que a vítima recebia. A mulher desconfiou da acusada e foi morta asfixiada. Após o homicídio, a autora fez diversos saques da conta de Jacira. Segundo os agentes, o dinheiro foi utilizado para pagar dívidas com o tráfico de drogas.

No decorrer das investigações, a autora foi presa preventivamente, mas obteve o benefício de responder em liberdade após se tornar mãe. De acordo com a 16ª DP, pelo crime, ela foi condenada a 22 anos de prisão em regime fechado.

Da assessoria

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A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu em flagrante um homem, de 26 anos, por feminicídio contra a ex-companheira, de 30, ocorrido em Jacarezinho, na região Norte do Estado. A prisão aconteceu em menos de oito horas após o crime, nesta quinta-feira (9), no município de Ourinhos, em São Paulo. 

Conforme apurado, o suspeito invadiu a residência da vítima na madrugada da quinta-feira e efetuou disparos de arma de fogo contra a mulher, fugindo na sequência. A ex-companheira estava grávida de sete meses e o autor do crime era o pai. 

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"O crime foi praticado na presença da filha da vítima, de 4 anos, que correu para o portão pedindo socorro. A equipe policial foi acionada e iniciaram de imediato as diligências para localizar o suspeito, que foi preso em menos de oito horas no Estado de São Paulo", afirma a delegada da PCPR Caroline Fernandes. 

A PCPR também apurou que a vítima não possuía boletins de ocorrência ou medida protetiva em desfavor do autor. O homem já possui passagens pelos crimes de furto, receptação e porte de arma de fogo. Ele foi encaminhado ao sistema penitenciário. 

DENÚNCIAS - A PCPR ressalta que trabalha constantemente no combate à violência contra a mulher, conduzindo investigações, solicitando medidas protetivas e realizando prisões dos autores.

Além disso, solicita a colaboração da população com informações que auxiliem em investigações contra este tipo de crime. As denúncias podem ser feitas de forma anônima, pelos números 197, da PCPR ou 181 do Disque-Denúncia.

Da assessoria

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), anunciou, na noite desta segunda-feira (6), a abertura de um novo concurso público para Polícia Científica, com 214 vagas, sendo 60 oportunidades para médicos legistas, 77 para perito criminal e outras 77 para agente de medicina legal.

O anúncio aconteceu pelas redes sociais da governadora. Segundo ela, a homologação tem o objetivo de “reforçar a segurança pública de Pernambuco”. O concurso vem após os editais da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco.

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“É assim que a gente vai trabalhar para prevenção à violência, para elucidação de crimes e para ganho da cidadania da nossa população, garantindo mais segurança ao estado de Pernambuco”, afirma Lyra.

A contratação da empresa que ficará responsável pelo concurso ainda será anunciada, junto com datas de lançamento do edital e provas. Uma comissão será formada para tratar dos procedimentos do concurso, em uma portaria conjunta com a Secretaria de Administração (SAD) e a Secretaria de Defesa Social (SDS). A resolução autorizada será publicada amanhã no Diário Oficial do Estado.

A secretária de Administração do Estado, Ana Maraíza, declara que este concurso público irá “auxiliar na recomposição do efetivo da Polícia Científica de Pernambuco, contribuindo para a política de segurança pública estadual e também trazendo benefícios para toda a população”.

O Fórum dos Servidores da Segurança Pública de Pernambuco se reúne nesta terça-feira (7), às 18h, em uma Assembleia Geral, na sede do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), para debater as recentes reivindicações feitas ao poder público por melhores condições de trabalho e reajuste salarial. A assembleia aponta o indicativo de deflagrar operação padrão em toda a segurança pública no estado, quando os servidores apenas cumprem o mínimo obrigatório estabelecido em suas demandas de trabalho. 

“O massacre pela falta de estrutura, sobrecarga de trabalho e os piores salários do país já vem acontecendo há muito tempo e por isso estamos adoecendo. Esse governo tem a responsabilidade de resolver isso, ainda mais depois de todos os compromissos que assumiu com todos nós e com o povo pernambucano”, afirma o Presidente do Sinpol-PE, Rafael Cavalcanti.  

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Participam do Fórum os representantes do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Associação dos Delegados de Polícia do Estado De Pernambuco (Adeppe), Sindicado dos Policiais Penais de Pernambuco (Sinpolpen-PE), Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS), Associação de Praças da PM (Aspra), Associação de Polícia Científica de Pernambuco (Apoc-PE), Sindicato dos Peritos Oficiais de Natureza Criminal (Sinpocrim), Associação dos Peritos Médicos Legistas e Odontolegistas (Apemol), Associação dos Agentes de Perícia e de Medicina Legal (Apemepe) e a Associação dos Peritos Papilocopistas. 

Um homem de 26 anos sofreu golpes de faca após pedir um cigarro a uma pessoa nas proximidades do Terminal Integrado (TI) de Joana Bezerra, na Zona Sul do Recife, na manhã desta segunda-feira (30). O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado ao local para socorrer a vítima, que foi encaminhada para o Hospital da Restauração, na área central da cidade, sem apresentar quadro grave. 

O Grande Recife Consórcio de Transporte, por meio da gerência de operações de terminais, afirmou que o homem foi esfaqueado fora do TI, em uma rua entre a entrada da estação e o Centro Comunitário da Paz (Compaz) Dom Helder Câmara. A vítima ferida teria então corrido para dentro da estação, onde foi socorrida por testemunhas e posteriormente pelo Samu. 

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A Polícia Militar informou que não foi possível identificar o agressor. 

 

Um homem, suspeito de matar a própria esposa, na cidade de Varjota, no interior do Ceará, foi preso neste sábado (28). O corpo da professora Flávia Maria Lopes de Sena Vasconcelos foi encontrado na última quarta-feira (25), com cerca de oito golpes de faca. O marido chegou a ser preso no mesmo dia, mas havia sido liberado. 

A polícia aponta que ele a teria matado na noite da terça-feira (24), no mesmo dia em que ela foi dada como desaparecida por ele, em uma publicação nas redes sociais.  

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"Amigos, minha esposa saiu para fazer caminhada às 19h e até agora, 00:22, não voltou para casa. Já procurei em todos os lugares e a polícia já foi acionada. Pelo amor de Deus me liguem ou me mandem mensagem. Nossa família está sem chão", diz a mensagem divulgada pelo homem. 

Mensagem publicada pelo suspeito do crime. Imagem: Reprodução/redes sociais 

O caso está sendo investigado pela Delegacia Municipal de Varjota, que segue apurando informações para confirmar a autoria do crime. 

Flávia era professora na Escola Tereza Aragão Ximenes, em Varjota. A Secretaria de Educação da cidade suspendeu as aulas no local no dia da confirmação de sua morte. A vítima deixa dois filhos. 

 

O marido da cantora gospel Sara Mariano, que foi encontrada morta na última sexta-feira (27), foi preso na madrugada deste sábado (28) após ter confessado o crime à polícia. Sara estava desaparecida há três dias e o próprio marido chegou a publicar nas redes sociais mensagens à procura de seu paradeiro. O caso aconteceu no município de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, na Bahia. 

Ederlan Mariano está preso temporariamente na 25ª Delegacia Territorial (DT/Dias D’Ávila), onde a ocorrência foi registrada, por um prazo de até 30 dias. Segundo o pedido de prisão, expedido pelo juiz Antônio Marcelo Oliveira Libonati, o delegado Euvaldo Costa informou que o suspeito tinha intenções de obstruir as investigações. O texto relata que Ederlan “deixou claro sua intenção de destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos, bem como impedir a aplicação da lei pena”. 

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O corpo de Sara foi encontrado na BA-093, na altura de Dias D’Ávila, e estava parcialmente carbonizado. Ederlan havia informado à polícia que na última vez que Sara foi vista com vida, ela estava a caminho de um evento em uma igreja em outra cidade, mas não soube informar o local nem o evento.  

A família de Sara também aponta Ederlan como autor do crime. Sua irmã, Soraya Correia, publicou uma mensagem de áudio de Sara, em que ela desabafa preocupação por Ederlan querer comprar uma arma de fogo. Na mensagem, a vítima afirma que se ele comprasse, se separaria dele, por ele ter um temperamento explosivo. Sara e Ederlan estavam casados há 15 anos e têm uma filha de 11 anos de idade. 

 

Era a última semana de dezembro de 2022. Thiago Vieira, analista de 26 anos, morador do bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife, decidiu ir com amigos ao Pagode do Didi, roda de música que acontece toda sexta-feira no Bar do Didi, localizado no bairro de Santo Antônio, no centro do Recife. Em um local sempre lotado, Thiago se sentia seguro e estava à vontade. "Eu sempre soube que no Pagode do Didi é razoavelmente ok quando você está ali perto da movimentação, mas as ruas adjacentes são muito perigosas”, relembra Thiago, em entrevista ao LeiaJá

Perto do fim da festa, quando todos já estavam se preparando para ir embora, Thiago se afastou um pouco do seu grupo. Foi nesse momento que ele percebeu alguém passando por trás, conseguindo levar sua bolsa pequena, onde guardava celular, carteira e outros pertences. Thiago conta que o movimento do furto foi tão preciso, “como se [o ladrão] já soubesse tanto fazer aquilo”, que ele só percebeu depois que ainda estava com a alça pendurada no ombro. A bolsa em si, apresilhada na alça, havia sido levada. Mesmo tendo tentado correr atrás do suspeito, o perdeu de vista na primeira esquina dobrada. 

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O relato de Thiago faz parte da estatística de tantas pessoas que tiveram seus bens roubados ou furtados nos arredores do bairro de Santo Antônio durante a noite. De acordo com dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), o bairro de Santo Antônio é inserido na Área Integrada de Segurança 1 (AIS-1), que registrou, em todo o ano de 2022, mais de 4,6 mil casos de crime contra o patrimônio, como roubo. A AIS-1 é composta pelos seguintes bairros: Boa Vista, Cabanga, Coelhos, Ilha do Leite, Ilha Joana Bezerra, Paissandu, Recife Antigo, Santo Amaro, Santo Antônio, São José e Soledade, todos localizados no Recife. De janeiro a setembro de 2023, a SDS-PE registrou 3.705 casos na mesma região. 

Outra vítima nesse período foi Agay Borges do Nascimento, de 36 anos, morador do bairro da Várzea, Zona Oeste da capital pernambucana. No início de setembro deste ano, o desenvolvedor de sistemas estava com sua namorada e outros amigos no evento de pagode. Assim como aconteceu com Thiago em dezembro, eles se afastaram por um momento do grupo com o qual estavam, quando um homem se aproximou deles. “Ele chegou perto e ficou mexendo na cintura, e eu achei muito estranho. Quando a gente foi saindo, voltando [para o grupo], o cara continuou, veio para o lado da gente, puxou uma faca e anunciou o assalto”, relata.

Como Agay havia deixado seu próprio celular com uma amiga, o assalto resultou no roubo de um relógio seu, além do celular e outros pertences da namorada.

Com os relatos constantes de roubos e furtos no centro do Recife, principalmente à noite, a população teme participar de eventos e outros momentos de lazer na cidade, com receio de ser vítima de algum tipo de violência. Segundo fontes, até um dos pandeiristas do Pagode do Didi já foi assaltado na região.

Frequentadores do evento afirmaram que o problema da falta de segurança nos arredores do Pagode do Didi não é novidade. Os relatos das vítimas costumam se assemelhar: foram abordadas por alguém portando uma faca.

A reportagem apurou que a gerência do bar chegou a solicitar à polícia, há mais de seis meses, que agentes de segurança fossem colocados de plantão nos arredores do estabelecimento, principalmente no dia do pagode, para evitar os assaltos. Não houve resposta à solicitação. 

Ruas nos arredores do Pagode do Didi são palcos de assaltos. Imagem: Reprodução/Google Maps 

A gestão de Raquel Lyra (PSDB) chegou a anunciar o programa http://leiaja.com/politica/2023/07/31/raquel-lyra-lanca-programa-juntos-...">Juntos Pela Segurança, no final de julho deste ano, garantindo investimentos e implementação de um plano de ação de segurança pública, http://leiaja.com/politica/2023/10/04/governo-lyra-atrasa-apresentacao-d...">que deveria ter sido divulgado ainda no final de setembro. Agora no mês de outubro, o governo federal, por meio do http://leiaja.com/politica/2023/10/11/em-pe-flavio-dino-anuncia-investim...">Ministério da Justiça, assinou a liberação de cerca de R$ 160 milhões para a segurança pública do estado e de municípios, inclusive Recife. 

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http://leiaja.com/politica/2023/08/01/pe-juntos-pela-seguranca-desagrada...">PE: 'Juntos pela segurança' desagrada oposição e sindicato  

www.leiaja.com/politica/2023/10/04/ouvir-para-mudar-como-raquel-agira-di...">https://www.leiaja.com/politica/2023/10/04/ouvir-para-mudar-como-raquel-...">Ouvir Para Mudar: Como Raquel agirá diante das demandas? 

Os acontecimentos relatados no início da reportagem não desestimularam as vítimas entrevistadas, que continuam aproveitando a vida noturna do Recife. Thiago até contou que foi novamente ao Pagode do Didi na semana seguinte a do furto que sofreu. “Recife respira muito ‘rolê de rua’, é uma parada que eu gosto muito. (...) Não foi uma novidade para mim isso, tipo 'descobrir que [nas imediações do] Pagode do Didi acontecem furtos e assaltos'. É que nem Carnaval, eu não vou deixar de curtir”, exemplificou. 

Thiago acrescentou: “Eu volto a defender que a gente tem que estar tanto nesses lugares, nas ruas. Eu acho que, a partir do momento que vira uma bola de neve e a pessoa diz 'na rua é perigoso, vou ficar em um lugar fechado', cada vez mais a rua fica vazia, fica um lugar mais perigoso.”

Agay Borges, assaltado na companhia da namorada, apresenta opinião semelhante. “Uma escolha que eu fiz pra mim é não ficar com medo das coisas, não me privar de nada por causa dessa sensação de insegurança”, enfatizou.

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) afirmou, por meio de nota, que o policiamento nos bairros centrais do Recife é organizado pelo 16º Batalhão, “com o lançamento de Guarnições Táticas, equipe de Contrarresposta e do Grupo de Ações Táticas Itinerante (GATI), que realizam rondas com abordagens, na localidade”. A corporação informou também que ações especializadas vêm sendo realizadas na região, “na busca da diminuição dos crimes violentos contra o patrimônio”. 

A inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que criminosos planejavam um atentado contra o governador Cláudio Castro (PL), sua esposa, Analine Castro, e seus dois filhos. O plano foi descoberto após a morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como "Faustão", que ocasionou uma onda de violência na capital carioca.

Após a descoberta do plano de atentado, o Gabinete de Segurança Institucional do Rio de Janeiro reforçou a segurança de Castro e sua família. Segundo o governo estadual, serão feitas investigações rigorosas para identificar os mentores da elaboração do ataque contra o chefe do Executivo.

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Rezende tinha 24 anos e morreu em um confronto com policiais civis em uma comunidade de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, nesta segunda-feira, 23. No mesmo dia, cerca de 35 ônibus foram queimados na região. Castro anunciou que 12 suspeitos foram detidos e iriam ser mandados para presídios federais de outros estados por "praticarem atos terroristas".

O governador do Rio classificou a morte de Faustão como um "duro golpe em uma das maiores milícias da zona oeste do Rio".

Leia a nota do governo do Rio de Janeiro:

"O Governo do Estado do Rio de Janeiro informa que o Gabinete de Segurança Institucional reforçou a segurança do governador Cláudio Castro e de sua família após o setor de inteligência da Polícia Civil identificar um plano de atentado contra ele, a primeira-dama e seus dois filhos.

O plano foi descoberto após ataques da milícia na Zona Oeste da Capital a partir da morte de Matheus da Silva Rezende, o "Faustão", apontado como o segundo homem na hierarquia de um grupo de milicianos que atua naquela área. Matheus, que é sobrinho do chefe da facção, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, foi detido durante operação da Polícia Civil na manhã de segunda-feira (23/10).

As informações seguem sob rigorosa investigação para que os autores sejam identificados e punidos".

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