Blatter pede mais empenho do Brasil na organização da Copa

Presidente da Fifa ainda esclareceu que polêmica com Valcke é "caso encerrado"

dom, 01/04/2012 - 11:09
Roosewelt Pinheiro/Abr Blatter está insatisfeito com o andamento das obras no país Roosewelt Pinheiro/Abr

O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, cobrou, na última sexta-feira (30), mais ação do governo brasileiro na organização da Copa do Mundo de 2014. As declarações foram feitas durante o último dia da reunião do Comitê Executivo da Fifa, realizada na cidade suíça de Zurique.

“Estamos esperando atos [do Brasil] e não somente palavras”, disse o suíço, durante entrevista à imprensa após reunião na sede da Federação. Blatter disse ainda não estar satisfeito com o andamento das obras de infraestrutura para o mundial. “Agora a bola está no campo [brasileiro]”.

Sobre o mal-estar causado por declarações do secretário-geral da organização, Jérôme Valcke, Blatter declarou que o “caso está encerrado” e deixou claro que Valcke continua como interlocutor da entidade com o governo brasileiro. “Temos confiança em nosso secretário-geral”.

Diante da demora na votação da Lei Geral da Copa e de algumas obras de infraestrutura, Valcke declarou que o Brasil parecia estar mais preocupado em ganhar a competição do que em organizá-la. Disse ainda que o país precisava de “um chute no traseiro”, de acordo com interpretação do Ministério do Esporte brasileiro. Para Valcke, a frase, traduzida do francês, significava apenas que o país precisava de um "empurrão".

As declarações irritaram o governo e parlamentares, o que acabou "obrigando" um encontro entre Blatter e a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, para acalmar os ânimos. Na ocasião, o suíço disse ter confiança no país para a realização do mundial.

Na última quarta-feira (28), a Câmara dos Deputados aprovou a Lei Geral da Copa, que autoriza a venda e consumo de bebida alcoólica nos estádios de futebol onde serão disputadas partidas da Copa de 2014. No entanto, os deputados deixaram para a Fifa a tarefa de negociar a liberação com os cinco estados que proíbem o consumo de álcool em estádios.

O texto da lei geral segue agora para análise no Senado. Se os senadores mudarem a proposta, o texto terá de voltar à Câmara para nova votação, antes de seguir para a sanção da presidente.

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