Brasil vence África do Sul, mas é vaiado
Hulk saiu do banco de reservas para fazer o gol da vitória aos 29 minutos da etapa final
SÃO PAULO - Para voltar a atuar diante dos brasileiros foram necessários quase 365 dias. Com a bola rolando, 90 minutos foi o suficiente para transformar a saudade em frustração. Nesta sexta (07), a Seleção Brasileira venceu a África do Sul por 1x0, com gol de Hulk no segundo tempo, e não escapou das vaias. Resultado: 1x0 e 51538 insatisfeitos no Morumbi.
O próximo compromisso da Seleção Brasileira será contra a China, no Recife. O amistoso internacional será segunda-feira (10), às 22h, no Arruda. Em seguida, nos dias 19 de setembro, em Goiânia, e 3 de outubro, em Resistencia, será realizada a edição 2012 do Superclássico das Américas, contra a rival Argentina.
Problemas e vaias antes, durante e depois da bola rolar no primeiro tempo
Escalação com o tradicional 4-4-2. Quadrado ofensivo com dois jogadores de velocidade, um de criatividade e outro de finalização. Tirando a ausência do zagueiro Thiago Silva, o Brasil comandado por Mano Menezes tinha tudo como manda a cartilha do bom futebol. Entretanto, os problemas começaram antes mesmo de a bola rolar.
Foram exatamente 33 minutos de atraso para o apito inicial do argentino Nestor Pitana. A seleção africana subiu para o gramado com o uniforme verde e amarelo e, como não trouxe o padrão número dois, os brasileiros precisaram jogar com a camisa e os calções azuis. Coincidência ou não, as camisetas do lateral-esquerdo Marcelo e do zagueiro David Luiz apresentaram falhas e o jogo também foi paralisado para a troca.
Na hora das escalações, as primeiras vaias do dia ecoaram quando o nome de Mano Menezes foi anunciado. Quando o cronometro finalmente rolou, o futebol, pelo menos o brasileiro, seguiu parado. Aos seis minutos, os protestos seguiram. O nome do atacante do São Paulo, Luís Fabiano, que nunca não foi convocado por Mano, foi gritado no Morumbi.
E quando aos 11 minutos Gaxa invadiu a área e, cara a cara com Diego Alves, bateu fraco e perdeu a oportunidade de abrir o placar, as vaias se tornaram uma constante. Minutos depois, após bela cabeçada de Dedé e grande defesa de Khune, a esperança de um bom futebol reacendeu. Mas ficou por aí.
A frágil África do Sul, apenas a 74ª colocada no ranking da Fifa e com um vitória em 2012 contra o Gabão, seguiu cumprindo o papel defensivo e apostando nos contra-ataques. Para se ter uma ideia, a única jogada bem trabalhada da Seleção foi aos 42. Daniel Alves lançou Neymar, que livre de marcação dentro da área, bateu em cima do arqueiro adversário.
Mais vaias e Hulk, saindo do banco de reservas, salva Brasil
Na volta para a segunda etapa, a tentativa de gritos de incentivo dos torcedores durou apenas três minutos. Lerato Chabangu, arriscando de fora da área, e Parker, batendo cruzado e Dedé salvando na linha, tiraram (novamente) a paciência dos brasileiros.
Diferente da etapa inicial, dessa vez, as vaias incendiaram o time de Mano Menezes. A cada substituição do treinador, gritos de “burro” e “adeus, Mano” preenchiam o repertório de reclamações. Leandro Damião, após jogada individual de Oscar, e Neymar pararam nas boas defesas do goleiro Khune.
E quando Hulk entrou no lugar de Damião, o nome de Luís Fabiano novamente foi lembrando. Isso até os 29 minutos. Em jogada que parecia despretensiosa, a zaga sul-africana parou pedindo impedimento, o zagueiro David Luiz chutou e Khune deu rebote. Hulk apareceu na grande área e mandou uma bomba para abrir o placar. 1x0.
Apesar da vitória, os torcedores ainda elegeram Neymar com alvo antes do apito final. O atacante do Santos, considerado a principal esperança dessa geração da Seleção Brasileira, foi definido como pipoqueiro, quando foi substituído por Arouca, no Cícero Pompeu de Toledo.
Ficha do jogo
Estádio do Morumbi, São Paulo-SP
Árbitro: Nestor Pitana (ARG)
Auxiliares: Diego Bonfá (ARG) e Gustavo Rossi (ARG)
Brasil: Diego Alves; Daniel Alves, Dedé, David Luiz e Marcelo (Alex Sandro); Rômulo (Paulinho), Ramires, Oscar e Lucas (Jonas); Neymar (Arouca) e Leandro Damião (Hulk). Técnico: Mano Menezes
África do Sul: Khune; Gaxa, Sangweni, Khumalo, Punch Masenamela; Dikgacoi, Dean Furman (Katlego Mashego), Tshabalala, e Serero (George Maluleka); Dino Ndlovu (Benni McCarthy) (Bernard Parker) e Lerato Chabangu (Letsholonyane). Técnico: Gordon Igesund
Cartões amarelos: Dedé, Marcelo, Hulk (Brasil); Lerato Chabangu, Gaxa, Dikgacoi (África do Sul)
Gol: Hulk, aos 29 minutos do segundo tempo
Público: 51.538