Fazer negócio, no varejo ou no atacado, não é uma tarefa simples. É preciso convencer o cliente e o mesmo tem que estar ciente que não saiu lesado.
Hoje um lotado Mineirão, com 57.714 expectadores viu que o Chile ainda é freguês do Brasil. Hoje muito mais qualificado e exigente. Só aceitou a sua condição depois de mais de duas horas que conversa. E mesmo assim em briga duríssima. Empatou em 1x1 enquanto pode, E só se deu por vencido nos pênaltis, no apertado placar de 3x2.
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Agora Brasil espera por Colômbia ou Uruguai, para continuar mostrando que dentro dos seus domínios quem manda é ele.
Negociação travada
Brasileiros iniciaram o jogo mostrando alguns produtos não atraentes aos chilenos, como a entrada forte de Fernandinho antes dos três minutos de jogo.Não satisfeitos com a mercadoria, três andinos, ao mesmo tempo, devolveram a oferta sobre Neymar.
A catimba, disponível nas prateleiras sul-americanas, não poderia ficar de fora de um confronto decisivo de uma Copa do Mundo. Chile e Brasil, quase em sequência, reclamaram de pênaltis, mas o fiscal Howard Webb, vindo da fria Inglaterra, e acostumado com pontapés, vez vista grossa para as irregularidades
Sabendo que uma dos pontos fracos do cliente é a bola aérea, o Brasil se aproveitou da fraqueza consumista chilena e ofereceu o produto que veio por cima e foi escorado por David Luiz. O Chile já guardava um gol na sacola.
Como consumidores e cada vez mais exigentes, os chilenos resolveram endurecer a negociação, mostrando que tinha argumentos para se queixar do atendimento brasileiro. Alexis Sanchez fez cara feia e empatou os trâmites e o jogo com um chuto seco na saída de Júlio César.
Neymar e Daniel Alves ainda tentavam convencer a seleção chilena a levar mais alguma coisa, mas os chilenos não caiam na lábia brasileira. A decisão de quem faria um melhor negócio ficaria para depois, após um breve intervalo;
Chile faz jogo duro e negociação não anda
De volta as conversas, o Chile parecia muito mais seguro em deixar de ser cliente dos brasileiros, que titubeavam. Se não fosse por Júlio César, os compradores já teriam virado as costas e o jogo, e ido embora. Estavam mal organizados e aceitando as imposições daqueles que estavam do outro lado do balcão. Hulk até quis trapacear, usando a mão boba e leve. O mediador e fiscal inglês, exato como os ponteiros dos relógios do seu país, viu e puniu o mascate paraibano.
O Brasil parecia dominado, sem argumentos, aceitando a desistência do Chile. Quando demonstrava que não ia deixar tão barato assim, os brasileiros esbarravam em no goleiro bravo, que fazia jus ao nome, e queria deixar a situação da mesma forma. Como não houve acordo entre as partes, a decisão sobre um acordo teve que prorrogado
Decisão olho no olho
Sem acerto e sem iniciativa dos dois lados, a tendencia era o embrolho seguir sem vencedores. Pelo lado brasileiro apenas Hulk queria botar um ponto final no jogo e no empate, mas sempre sendo impedido pelo goleiro Bravo.
Os chilenos começaram a apelar. Fizeram corpo mole e outras milongas para adiar uma possível negociação. A resolução teria que sair de alguns representantes. Cada um a sua vez e de forma alternada, teria que apresentar argumentos para vencer. Nem pelo cansaço houve um derrotado.
E a negociação só terminou no diálogo alternado abaixo.
David Luiz: - Você são fregueses
Pinilla: - Acho que somos
William: - Vamos dar uma chance a eles
Sanchez: - Eu quero ir embora
Júlio César: - Pode ir
Marcelo: - Pode acabar logo
Aranguiz: - Agora não
Hulk – Vamos dar mais um chance
Bravo: - Obrigado
Diaz: - Não somos mais fregueses
Neymar: Ah, são sim!
Jara: - Ok, somos sim!
FICHA DO JOGO
BRASIL
Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Ramires) e Oscar (William); Hulk, Neymar e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari
CHILE
Bravo; Medel (Rojas), Silva e Jara; Isla, Aránguiz, Díaz e Mena; Vargas (Gutierrez), Vidal (Pinilla) e Sanchez. Técnico: Jorge Sampaoli
Arbitragem: Howard Webb (ING)
Assistentes: Michael Mullarkey e Darren Cann (ING)
Gols: David Luiz (Brasil), Sanchez (Chile)
Cartões Amarelos: Mena, Silva e Pinilla (Chile), Hulk, Luiz Gustavo e Jô (Brasil)
Local: Mineirão (Belo Horizinte-MG)
Horário: 13h