Tata Martino pede demissão da seleção argentina
A saída de Martino acontece em um contexto complicado para a Associação de Futebol da Argentina (AFA). A entidade vive crise sem precedente, com a presidência indefinida e interventores do Executivo do governo, do Judiciário e até da Fifa
O técnico da seleção argentina, Tata Martino, surpreendeu nesta terça-feira ao deixar o comando da equipe vice-campeã mundial. Depois da derrota para o Chile na final da Copa América Centenário e do anúncio de Lionel Messi de que não jogaria mais pelo time nacional, Martino enfrentava a situação constrangedora de não conseguir reunir 22 jogadores para completar um time para jogar na Olimpíada do Rio de Janeiro, em agosto.
Faltando exatamente um mês para o início dos Jogos Olímpicos, o treinador havia adiado por uma semana o começo dos treinamentos, mas o prazo não foi suficiente para montar uma equipe para representar o país. Dirigentes do Comitê Olímpico Argentino o acusaram de passividade ao deixar a situação chegar a este ponto.
A saída de Martino acontece em um contexto complicado para a Associação de Futebol da Argentina (AFA). A entidade vive crise sem precedente, com a presidência indefinida e interventores do Executivo do governo, do Judiciário e até da Fifa, que não esconde a preocupação com a situação vivida pela entidade nacional.
Gerardo "Tata" Martino assumiu o comando da seleção argentina em agosto de 2014, em substituição a Alejandro Sabella, que deixou o time após o vice-campeonato na Copa do Mundo disputada no Brasil. Martino vinha de uma passagem frustrante pelo Barcelona, com apenas o título da Supercopa da Espanha em uma temporada de trabalho.
À frente da seleção, Martino exibiu bom rendimento. Levou a Argentina a duas finais seguidas da Copa América. Em 2015, perdeu para o anfitrião Chile nos pênaltis, o que viria a se repetir neste ano, na Copa América Centenário, nos Estados Unidos.
A segunda derrota, porém, trouxe consequências mais duras ao time. Logo após a partida Lionel Messi anunciou sua saída da seleção, o que gerou comoção no país. A derrota em mais uma final aumentou o jejum dos argentinos para 23 anos sem títulos.
Além dos dois vice-campeonatos, Martino levou a Argentina ao terceiro lugar das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2018. Em seis jogos, a seleção sofreu apenas uma derrota. A AFA ainda não se pronunciou sobre nomes para substituir Martino no cargo.