Equipe alviverde exalta vitória difícil em Recife
Segundo o técnico Cuca o resultado foi “difícil e complicado”, exigindo doses a mais de calma e perseverança do time, líder isolado da Série A
Para Cuca e seus comandados, nada mais do que a vitória interessava no jogo disputado no estádio do Arruda, em Recife, na noite desta segunda-feira (3). E ela veio. O placar de 3 a 2 conquistado foi suficiente para que o time chegasse aos 57 pontos na competição, se isolando na liderança com três de diferença para o Flamengo (54), segundo colocado, e cinco para o Atlético Mineiro (52), que vem logo em seguida.
Todavia, o torcedor palmeirense que imaginou vida fácil para a equipe no jogo contra o Santa Cruz, vice-lanterna do Campeonato Brasileiro da Série A, frustrou-se. “Você tem uma ideia de que se o time vai jogar com o último ou penúltimo da tabela, ele vai ganhar. Mas isso aí é uma ilusão, porque quando o jogo começa, cada um tem uma luta. Um luta para ser campeão, outro luta pela sobrevivência e é difícil saber qual luta é a maior”, comentou o técnico palestrino.
Apesar de um primeiro tempo razoavelmente bem jogado na capital pernambucana, com maior posse de bola, boas finalizações e um gol (uma ‘pintura’ do meia Zé Roberto), a equipe alviverde acabou vendo os donos da casa crescerem na segunda etapa e igualarem o placar por duas vezes. “Não acho que o Palmeiras tenha iniciado mal o segundo tempo e sim que a postura do Santa Cruz mudou principalmente com a entrada do Arthur (autor do primeiro gol tricolor). Tivemos apenas um excesso de força num lance infeliz que resultou no pênalti e no segundo gol do Santa Cruz (marcado por Grafite)”, defendeu Cuca.
O desempate que decretou a vitória do time paulista veio, literalmente, após um deslize do meio-campista coral Wagner, que acabou deixando a bola de presente para Cleiton Xavier, que cruzou e achou o atacante Róger Guedes livre para afastar um jejum de gols que já durava quatro meses.
Cuca avaliou a vitória como “difícil e complicada” e admitiu que alguns jogadores renderam menos na partida, como o meio campista Moisés, o atacante Gabriel Jesus (que buscou não criar riscos para sua participação no jogo da seleção brasileira logo nesta quinta-feira) e o próprio Cleiton Xavier, que apesar do passe para o gol ainda se recupera de lesões recentes e, em campo, busca maior ritmo de jogo. Mas o técnico exaltou o resultado ao qual também se referiu como digno de muita comemoração. “Acho que foi um resultado merecido pela calma e perseverança que o time demonstrou para conseguir remontar o placar. Sem isso, certamente, não sairíamos daqui com esta vitória que com certeza vai ser muito saboreada”, comentou.
E o sabor do triunfo fora de casa - mais um - para o elenco alviverde, não podia ter tempero melhor do que a incontestável tranquilidade adquirida para seguir firme na luta pelo título do campeonato. E quando perguntado sobre qual principal ferramenta para manter a equipe longe da ansiedade no fim do campeonato, o treinador foi enfático. “Os números. Nós trabalhamos com os números que os próprios jogadores construíram. Então você olha para a tabela e vê que o time tem a melhor defesa, tem o melhor ataque, tem o artilheiro da competição, é o melhor visitante e é o melhor mandante, esses números me dão a certeza de que as coisas estão no caminho certo”, concluiu otimista.
Se o comandante palmeirense - e os números - continuarem certos, a torcida pode, também, continuar confiante. É que o supracitado melhor visitante enfrenta no próximo domingo (9) o América-MG, lanterna da competição, novamente fora de casa. Mas a confiança também divide espaço com a atenção redobrada, já que o Santa Cruz mostrou que matemática não ganha jogo e a diferença entre um candidato ao título e outro ao rebaixamento pode ser, dentro de campo, a de apenas um deslize.
Confira abaixo um vídeo com falas de Cleiton Xavier, Leandro Pereira (autor do segundo gol do Palmeiras no jogo) e Tchê Tchê, sobre a partida em Recife e os próximos desafios no campeonato.