Orçamento, MC Troia e App: Os planos de marketing do Santa
Diretor do clube revelou planos e expectativas do marketing coral dentro dos próximos meses
Um nova cara para o marketing do Santa Cruz chegou juntamente com o novo programa de sócios do clube, o Santa Forte, regido pelo carioca Dênis Victor. O clube vem dando início a uma nova era visando reestruturar um dos departamentos corais mais criticados pela torcida nos últimos anos. Com planos diferenciados aos realizados nas últimas temporadas, o diretor revela algumas das pretensões do setor como orçamento de R$ 5 milhões vindo somente por meio dos sócios, ações com MC Troia, um aplicativo oficial e mais ações com a marca própria do clube.
Trabalhando em parceira com o Santa Cruz desde a criação do programa de sócios ‘Santa Cruz de Corpo e Alma’, Dênis assumiu a diretoria de marketing somente no final do último ano, após convite do presidente Alírio Morais. Desafio que considera enorme e motivante. “Pegamos uma massa de torcedores apaixonados, o que é muito legal de se trabalhar. É um desafio enorme, pois você não consegue agradar todo mundo. É uma massa grande dentro do Santa com todas classes sociais e os produtos de divulgação vão agradar uma parte e não vão agradar outra. Além disso tem uma questão de estrutura em si, tem uma questão da torcida que já vem há muito tempo com insatisfação com a fornecedora e isso tudo está ligado ao marketing. Muita coisa já mudou de lá para cá e muita coisa vai mudar ainda. Um estilo meu de trabalho é que procuro trabalhar junto do cliente, então fico próximo da torcida sempre fazendo a divulgação. Hoje minha vida inteira é o Santa Cruz”, afirma o diretor em entrevista ao LeiaJá.
Um dos principais projetos dentro desses novos planos de marketing está o ‘Santa Forte’, programa que já o vem surpreendendo com apenas cerca de 22 dias após o seu lançamento. “Eu esperava um tempo maior para compreensão do projeto, para o torcedor se sentir confortável dentro do programa, mas tem sido uma aceitação ate mais rápida do que esperava. Estamos tendo uma receptividade positiva, óbvio com dúvidas, pois ainda precisamos de um tempo de maturação, só que tudo isso em um espaço menor do que a gente esperava. Projetávamos uns três meses até que se começasse a ter um faturamento expressivo porque é um projeto com conceito totalmente novo que nunca foi utilizado aqui e é muito mais complexo do que outros. Isso gera dúvidas e demora no atendimento, na associação e até que o próprio sócio vire uma ferramenta de divulgação, mas isso está acontecendo muito rápido”, revelou.
Com projeto inicial de se manter com o faturamento de anos anteriores, com cerca de R$ 3 milhões no ano, Dênis revela que devido a esse maior aceitamento da torcida a perspectiva cresceu e hoje já tem a expectativa de que apenas com sócios já gere uma receita de R$ 5 milhões em 2017. “Nosso objetivo inicial, mínimo no ano, era de R$ 3 milhões, o faturamento máximo que alcançamos nos projetos anteriores. Então, para o primeiro ano onde teríamos toda essa consolidação do projeto, já conseguimos ter um janeiro com faturamento na casa de R$ 190 mil e em fevereiro até a data de ontem (quinta-feira) ultrapassando a casa dos R$ 150 mil. Nos anos anteriores se dividíssemos R$ 3 milhões por 12 meses daria R$ 150 mil/mês. Estamos tendo uma resposta positiva, mas não vamos descansar se alcançarmos o número inicial. Eu pessoalmente tenho uma meta de alcançar os R$ 5 milhões”, destacou mirando a maior receita que o clube já obteve com sócios em toda sua história.
Com estilo de trabalhar junto a torcida, o diretor ainda comenta que em breve uma nova fase do programa está prevista não ficando apenas nas redes sociais. “Existem dois momentos o online, que está acontecendo agora e logo em seguida é adicionado o momento offline. São duas linhas, no offline vamos para mídia em si de rádio, de outdoor e para o corpo a corpo, criando atendimentos no mercado de São José, de Casa Amarela. Criar uma série de pontos que vamos ocupar fazendo panfletagem e atendimento mesmo fora do Arruda”, pontua.
Marca Própria
Juntamente com o programa de sócios, surgiu uma camisa desenvolvida exclusivamente pelo clube, sem qualquer ligação com a Penalty. O que rapidamente gerou o questionamento quanto ao fim da relação do clube com a fornecedora para poder das espaço à uma criação de camisas pelo próprio Santa Cruz, assim como já é feito em clubes como Paysandu, Joinville e Juventude.
Essa, no entanto, não é uma das pretensões de marketing do Santa no momento. Com contrato com a Penalty até 2018, o cumprimento dele é dado como certo por Dênis. Após isso, aí sim, dependendo da aceitação da torcida, a Santa Forte poderá vir a se tornar a fornecedora do clube. “Nós temos contrato com a Penalty até o final de 2018. Esse contrato é assinado pelo clube e não há motivo nenhum para intervimos. Recebemos material da Penalty em dia, não falta material, então não há motivo para ser rompido. Agora, se a marca Santa Forte pode vir a ser a marca própria do Santa, aí o tempo vai dizer, a aceitação vai dizer, mas até 2018 garanto que somos da Penalty” ressaltou.
Em paralelo a isso, a criação da marca própria do clube é colocada pelo diretor como um benefício tanto financeiro, quanto visando ações promocionais. “A gestão da marca própria é complexa. Você precisa ter uma estrutura. Com uma marca do clube você começa a controlar a produção na criação dos produtos e tenho que entender que a Penalty tem uma linha industrial de produção. Não dá para eu chegar para Penalty e dizer que preciso fazer mil camisas com tal tecido e design, você não consegue. Quando se trabalha a marca própria, você tem uma série de fornecedores com capacidade diferente de te entregar rápido mil camisas e aí se pode ter um modelo comemorativo. Já a receita depende muito da torcida, nós junto com a Penalty temos números de contrato como verba de marketing, de produto e quando temos a marca própria não temos nada disso. O lucro é maior, mas depende do volume de venda e de distribuição desse dinheiro”, explica.
MC Troia
Outra das ações para alavancar o programa de sócios e até o marketing do clube é desenvolvida com um dos artistas de maior sucesso em Recife nos últimos meses, o MC Troia. Segundo Dênis Victor, o clube já mantém conversas com o cantor, que é tricolor, para desenvolver ações em breve. A ideia de tê-lo como um ‘garoto propaganda’ surgiu da própria torcida. “A história com Troia surgiu como com qualquer outro artista que tem identidade com o Santa Cruz. O nome do Troia surgiu da proximidade com a torcida, você começa a receber sugestões e o Troia foi uma delas com uma chamada com ele para o programa por exemplo. Ele atinge hoje uma grande massa da torcida do Santa Cruz e ele é um tricolor que faz questão de postar foto no estádio, torcendo para o clube. A torcida pediu e meu trabalho é atender. Entrei em contato com ele, ainda não temos nada definido do que vai ser feito ou não , mas já tivemos conversa muito boa por telefone e ele esta disposto e animado a ajudar”, comentou.
Aplicativo
Fora apenas do âmbito de sócios, o clube também planeja em breve lançar o aplicativo oficial. Único dos três de Pernambuco que ainda não possui, a necessidade deverá ser suprida em breve. “Vem sim um aplicativo de noticias, de venda de ingressos para sócio, de painel de mensalidade... É um aplicativo para resumir tudo no celular o que o torcedor precisa fazer em partes separadas hoje. Acredito que isso deve ocorrer dentro dos próximos 45 dias, isso já vem sendo desenvolvido há um tempo fora do Brasil por meio de uma parceria nossa. Acredito que dentro desse período de 45 dias já o tenhamos pronto tanto para IOS como para Android”, concluiu Dênis.