'Sem dormir', Tite mira vitória do Brasil contra Argentina
Treinador brasileiro está preocupado com o desempenho do craque Messi
Após quatro jogos sem vitórias, em um incômodo jejum que começou após a conquista do título da Copa América, a seleção brasileira enfrenta a Argentina nesta sexta-feira (15), às 14 horas (de Brasília), em Riad, na Arábia Saudita, onde o técnico Tite espera encerrar a má fase e recuperar a paz que o troféu continental havia lhe dado anteriormente.
Nesta quinta-feira, o treinador reconheceu que o fato de estar prestes a encarar Lionel Messi, de volta após cumprir suspensão aplicada pela Conmebol, lhe tira o sono. "Continuo sem dormir direito para neutralizar um jogador com capacidade extraordinária", afirmou o comandante.
Tite aposta na força do coletivo da seleção brasileira para anular o camisa 10 argentino. "Ele é um jogador diferente, tem qualidades técnicas impressionantes. Mas a gente nunca neutraliza um jogador assim, diminuímos as virtudes", aposta.
No último encontro entre as duas seleções, o Brasil venceu por 2 a 0, no Mineirão, na semifinal da Copa América, no início de julho. E Tite admite que bater o adversário de novo tem um peso enorme, embora seja em um amistoso. "É um jogo especial na história do futebol internacional. O próprio nome diz, é superclássico, seleções com histórias. É um jogo muito forte, tem toda dimensão de espetáculo, mas é sim um campeonato à parte."
O comandante também se negou a confirmar a formação titular para o confronto diante do tradicional rival após fechar o último treino da seleção para o jogo, em Riad, assim como já havia feito na quarta-feira, em Abu Dabi. "O time está escalado, mas não vou definir (revelar a equipe). Não adianta ficar enrolando para vocês (jornalistas). Vou trazer essa situação para o jogo", avisou.
Apesar do mistério feito por Tite, a única dúvida maior da seleção para o amistoso desta sexta, que ocorrerá no Estádio Universitário Rei Saud, é em relação ao substituto de Neymar, que não foi convocado por estar lesionado. Willian e Richarlison disputam pela vaga aberta pelo astro do Paris Saint-Germain.
MESSI DE VOLTA - Pelo lado argentino, Messi espera poder conquistar uma espécie de vingança, pois foi suspenso por três meses depois de ter disparado críticas pesadas à Conmebol e insinuar que havia um esquema corrupto para favorecer o Brasil na Copa América. O astro criticou a arbitragem da semifinal em que sua seleção foi eliminada e chegou a dizer que "não deixaram a Argentina chegar à final".
O técnico Lionel Scaloni celebrou nesta quinta o retorno do astro à equipe nacional, mas evitou exibir euforia ao negar que esteja vendo a equipe comandada por Tite em má fase, apesar da sequência de quatro amistosos sem vitórias do Brasil após a conquista do título da Copa América. "Messi está como sempre, para nós é uma alegria tê-lo".
E ele enfatizou a importância de o craque poder estar presente nos últimos amistosos da Argentina nesta reta final da temporada antes do início das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, que começam em março de 2020. "Ele precisa jogar, e quanto mais estiver no campo é melhor. E precisamos dele bem quando virem as coisas realmente importantes, que serão no ano que vem", completou.
Sem a presença do artilheiro do Barcelona neste período da sanção, a Argentina acumulou um 0 a 0 com o Chile, goleou o México por 4 a 0, empatou por 2 a 2 com a Alemanha e atropelou o Equador por 6 a 1 em seus últimos quatro amistosos. Mesmo com a volta do atacante, Scaloni deixou claro que espera por mais um duelo complicado diante do Brasil, embora reconheça que sua seleção evoluiu em relação ao time que foi derrotado pela equipe de Tite em julho passado no torneio continental.
"O Brasil não está em crise nem nada, segue sendo perigoso, segue sendo Brasil. Mas nós como equipe estamos mais consolidados. Isso é indubitável, isso nos dá tranquilidade", enfatizou o treinador, que lamentou o fato de a Argentina voltar a encarar os brasileiros sem Neymar, que está lesionado - o astro do Paris Saint-Germain também não disputou a última Copa América por motivo de lesão. "Eu gostaria que Neymar estivesse em campo", disse Scaloni, lembrando que a presença dos grandes craques em campo é "sempre melhor para o espetáculo".