Associação protocola ação por repasse a clubes do Pará
Governo do Estado e Banpará destinaram R$ 2,4 milhões para quatro times de futebol
O movimento liberal Livres ingressou nos últimos dias com uma ação civil pública contra o Governo do Estado do Pará e o Banco do Estado do Pará (Banpará) pelo repasse de R$ 2,4 milhões para quatro clubes de futebol do estado. O principal questionamento é o motivo de se fazer o investimento em times enquanto a região vive momentos delicados pela pandemia do novo coronavírus.
Os R$ 2,4 milhões liberados pelo paraense serão destinados aos clubes que disputam as Séries C e D do Campeonato Brasileiro. Remo e Paysandu receberão cada um R$ 1 milhão. Já o Independente de Tucuruí e o Bragantino vão embolsar, ambos, R$ 200 mil. Os valores são uma forma de minimizar os graves problemas financeiros pela paralisação do calendário do futebol.
"Qual o intuito da destinação dessa verba em um momento em que o País vive sua maior tragédia sanitária, economia e social os últimos cem anos", disse o diretor-executivo do Livres, Paulo Gontijo. "O incremento de R$ 2,4 milhões para patrocínio de atividades de clubes de futebol afronta completamente o princípio da moralidade administrativa e, também, o princípio da vedação de comportamentos contraditórios, porque, se você está precisando de dinheiro, como é que você vai financiar questões de futebol, de autonomia privada?", comentou o advogado do movimento e autor da peça, Irapuã Santana.
Segundo o movimento Livres, o repasse aos clubes inclui como contrapartida a exposição da marca do banco do estado nas camisas oficiais dos clubes, placas de publicidade nos jogos e a utilização de camarotes nos estádios. O projeto de repasse aos times de futebol foi assinado pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), o presidente do Banpará, Braselino Assunção e o vice-presidente da Federação Paraense de Futebol Maurício Bororó.
Um dos últimos desdobramentos do caso veio do Remo. O clube ingressou no processo como assistente de defesa do Estado para tentar fazer com que a ação seja julgada improcedente e possa receber, portanto, o valor de R$ 1 milhão repassado pelo governo estadual.
O Estadão procurou o governo do Pará para questionar sobre a ação civil pública, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto.