Futebol abre espaço para discussão em torno da diversidade

Caso envolvendo o jogador australiano Josh Cavallo tem repercutido nas redes sociais e mostra que já é hora do meio esportivo começar a abandonar preconceitos

por Rafael Sales qui, 04/11/2021 - 18:37
Instagram/@joshua O jogador australiano Joshua Cavallo, que recentemente assumiu sua sexualidade Instagram/@joshua

Recentemente, Josh Cavallo, jogador que atua na primeira divisão da Austrália, revelou por meio de suas redes sociais sua preferência sexual por homens, o que para o atleta é muito importante, já que durante sua trajetória no esporte sempre houve um sentimento de vergonha em se assumir. O anúncio repercutiu nas mídias sociais de todo o mundo e grandes esportistas se pronunciaram e apoiaram a decisão do atleta, assim como os jogadores Gerard Piqué, Antoine Griezmann, além do treinador alemão Jürgen Klopp. O que leva a refletir sobre como o futebol começa a abrir espaço para discutir a diversidade e combater preconceitos.  

De acordo com o educador físico e especialista em pedagogia do esporte, Raphael Matheus de Aquino, acontecimentos como esse mostram que o meio esportivo está em evolução, principalmente se tratando do futebol, que ainda possui muitos torcedores retrógrados. Além disso, o especialista ainda cita que o esporte pode estar caminhando para um cenário menos machista, à medida que o crescimento do espaço feminino é iminente. Assim, quanto mais pessoas dentro do cenário esportivo, melhor para a sociedade num todo. “Estamos no caminho certo”, afirma Aquino.

Vale lembrar que, apesar do incentivo ao atleta por parte de grandes personalidades, houve também, por outro lado, pessoas que reprovaram a atitude de Josh. Para eles,   o que realmente importa para um esportista é a sua performance e pouco importa sua sexualidade. Para o especialista, é necessário ter cuidado no momento de avaliar esta situação no aspecto social, já no sentido profissional, a performance realmente está acima de tudo. “Um esportista precisa entregar resultados, independente de crença, religião e sexualidade. Independentemente de qualquer coisa fora do esporte. O principal é entregar aquilo que o clube espera: a melhor performance”, esclarece.

Entretanto, segundo Aquino, é importante ressaltar que casos como o de Josh são importantes ganharem publicidade ao redor do mundo, já que assumir a sexualidade pode encorajar e inspirar outras pessoas a fazer o mesmo. Além disso, em condições ideais, o meio esportivo deveria ser um espaço mais aberto à diversidade, não apenas para jogadores e atletas, mas também em outros cargos em diferentes clubes. 

Grandes marcas já entenderam que apoiar causas das minorias pode trazer o devido apoio e respeito, assim como fez o Burger King. Segundo Aquino, no meio esportivo tal tendência  também deve se verificar - a Nike  já desempenha esse papel e junto aos grandes clubes deve apoiar a iniciativa, já que é a maior vitrine no esporte, seja no Brasil ou no mundo. “O assunto precisa ganhar mais força, para que todos se libertem. A gente não precisa mais viver em um mundo onde cada um se aprisiona. Todos devem ter a oportunidade de ser quem desejam ser”.

 

 

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