Relembre momentos em que torcidas prejudicaram os clubes

Ao longo dos anos torcedores foram responsáveis por invasões ao campo e injúrias contra jogadores de times adversários

por Rafael Sales qui, 11/11/2021 - 19:44
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O Campeonato Brasileiro foi alvo de mais uma polêmica nesta temporada. Em partida válida pela 29ª rodada, o Grêmio perdeu de 3 a 1 d,o Palmeiras em sua própria arena e, após o término do jogo, parte dos torcedores gaúchos invadiu o campo e depredou os setores no campo, inclusive a cabine do VAR. Como resultado, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu impedir que as torcidas organizadas do Grêmio estejam presentes nos estádios por um período de até 180 dias. Não é a primeira vez que um clube é prejudicado por conta de seus torcedores e o LeiaJá selecionou uma lista que apresenta momentos semelhantes a este. Confira:

Revolta com o rebaixamento do Coritiba

Na última rodada do Brasileirão de 2009, o Coritiba jogou contra o Fluminense em uma tentativa de conquistar a partida e se livrar do rebaixamento, entretanto, o Coxa apenas empatou em 1 a 1, e foi rebaixado em pleno Estádio Couto Pereira no ano de seu centenário. Com isso, mais de 200 torcedores invadiram o campo, depredaram diversas partes do estádio e entraram em confronto com a Polícia Militar. O resultado da briga fez um policial sofrer traumatismo craniano e um comerciante precisou ser resgatado por helicóptero, enquanto estava desacordado no meio do gramado. Com isso, o STJD impôs uma punição de perda de mando de campo de dez jogos e multa de R$ 100 mil.

Confronto direto entre torcedores e Polícia Militar

São Paulo e Corinthians se enfrentaram no Morumbi, em partida válida pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo acabou em zero a zero e a torcida são-paulina tentou arrumar confusão com os torcedores corintianos. Na tentativa de intervir no conflito, a Polícia Militar foi acusada de arremessar uma possível bomba nas arquibancadas. O caso foi levado ao STJD e o resultado foi punição para ambos os clubes que estavam presentes no Morumbi. O São Paulo perdeu quatro jogos de mando de campo e não jogou mais em seu estádio naquela edição do Brasileirão, além de uma multa no valor de R$ 80 mil. O Corinthians também recebeu multa, mas com valor mais baixo, de R$ 20 mil.

Injúrias raciais ao goleiro Aranha

Em agosto de 2014, aconteceram as partidas de ida da Copa do Brasil. E nesta ocasião, um dos confrontos que mais chamavam a atenção era Grêmio e Santos, que aconteceu em Porto Alegre. O Tricolor Gaúcho venceu a partida por 2 a 0, mas durante os 90 minutos, o goleiro Aranha, do Santos, ouviu ofensas racistas vindas das arquibancadas próximas. Enquanto isso, câmeras que faziam a transmissão conseguiram captar imagens dos torcedores que o chamaram de macaco. Com isso, o STJD se reuniu por mais de quatro horas com seus respectivos membros, e juntos, a decisão foi unânime: o Grêmio foi punido e excluído da edição de 2014 da Copa do Brasil.

Fla-Flu que terminou no tribunal

Em janeiro de 2020 ocorreu mais um confronto entre Flamengo e Fluminense, e desta vez o jogo era válido pela Taça Guanabara. A partida terminou em 1 a 0 para o time das Laranjeiras, mas o principal destaque do jogo não foi dentro de campo, mas sim nas arquibancadas do Tricolor Carioca, que em determinado momento passou a gritar que o Flamengo é um “time assassino”, em alusão à tragédia do Ninho do Urubu, que deixou dez pessoas mortas e outras três feridas, em fevereiro de 2019. Em julgamento no mês seguinte, o Pleno Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) impôs uma multa de R$ 25 mil ao time das Laranjeiras.

Cantos homofóbicos na Copa do Brasil

Na atual edição da Copa do Brasil, o confronto entre Flamengo e Grêmio foi palco de mais uma situação que precisou ser resolvida fora do campo. A disputa aconteceu em setembro e o Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQIA+ levou provas ao STJD, sobre a torcida do Flamengo que entoou cânticos ofensivos aos gremistas. Em um dos gritos, flamenguistas foram flagrados cantando: “Arerê... gaúcho dá o c* e fala tchê”. O ato se enquadra no artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que condena qualquer prática ou injúria relacionada à origem étnica, racial ou sexual. Como resultado, o Flamengo recebeu uma multa de R$ 50 mil.

 

 

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