Brasil faz campanha histórica no Parapan de Santiago
O País terminou no topo do quadro geral pela quinta vez consecutiva, com 343 medalhas, sendo 156 de ouro, 98 de prata e 89 de bronze, mais do que o dobro dos Estados Unidos, o segundo colocado geral
Os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, foram históricos para o Brasil, que encerrou a competição com a melhor campanha da sua história. O País terminou no topo do quadro geral pela quinta vez consecutiva, com 343 medalhas, sendo 156 de ouro, 98 de prata e 89 de bronze, mais do que o dobro dos Estados Unidos, o segundo colocado geral.
A campanha em Santiago superou a mais vitoriosa até então, registrada nos Jogos de Lima-2019, onde o Brasil conquistou 308 pódios (124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze). O nadador carioca Douglas Matera, que tem deficiência visual, foi um dos que mais contribuíram = para essa façanha. Ele encerrou esta edição dos Jogos como o maior colecionador de medalhas de ouro do País, com oito douradas.
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, classificou o resultado como "extraordinário". O dirigente é bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas-2004 e Pequim-2008) e já foi eleito o melhor jogador do mundo em 1998.
"Mais de 100 medalhas conquistadas por atletas jovens. Realmente uma competição espetacular! Saímos daqui muito orgulhosos e muito emocionados com esse feito extraordinário dos nossos grandes atletas", comemorou.
A delegação brasileira viajou para o Parapan de Santiago com 324 atletas, sendo 190 homens e 134 mulheres, que representam 24 estados brasileiros em 17 modalidades. Entre eles, 132 (40,7%) eram estreantes, o que mostra um rejuvenescimento do grupo.
ÚLTIMO DIA DE PARAPAN
No último dia de provas, atletas brasileiros do ciclismo e do badminton foram ao pódio para receber um total de 11 medalhas, cena que acabou se tornando rotineira durante os dez dias de competições. Foram cinco ouros e seis pratas no domingo.
A brasiliense Daniele Souza foi uma das estrelas, vencendo no badminton e levando a medalha de ouro na classe WH1, título que dedicou à família e à comissão técnica. Hoje com 30 anos, ela contraiu uma infecção hospitalar ao nascer que atingiu a coluna e causou paraplegia.
"Muita emoção. É gratificante saber que o trabalho que eu andei fazendo deu certo e dessa vez o ouro foi meu, mas ele vai para a minha família e meus técnicos. Agradeço, principalmente, a Deus. Foi uma grande vitória por tudo que passei nesse ano e esse ouro foi muito bom mesmo", disse.
DE OLHO EM PARIS
Com os Jogos Paralímpicos de Paris-2024 no horizonte, o presidente do CPB projeta que o Brasil repita a campanha de superação alcançada em Santiago. "Nossa expectativa, e estamos trabalhando intensamente para isso, é registrar na Cidade Luz o melhor resultado de todos os tempos, desde a primeira participação do Brasil em 1972", afirma. O evento acontecerá entre 28 de agosto a 8 de setembro do ano que vem.