Guerra pela terra provocou 47 mortes na Amazônia em 2015

Região concentra quase 100% dos assassinatos no campo registrados em todo o País, segundo relatório da CPT

qui, 03/03/2016 - 17:05
Divulgação/CPT Indígenas também são vítimas dos conflitos rurais na Amazônia Divulgação/CPT

Divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Manaus, o relatório-denúncia "Amazônia, um bioma mergulhado em conflitos" informa que a região lidera a ocorrência de assassinatos no campo. Dos 50 casos listados ano passado, 47 foram registrados no Norte do País, que abriga pelo menos nove grandes conflitos rurais.

Rondônia, com 20 ocorrências, e o Pará, com 19, lideram a lista de assassinatos. Outros seis foram registrados no Maranhão. Duas pessoas morreram no Amazonas e Mato Grosso. A região amazônica também concentra 50% de todas as tentativas de execução de indígenas, trabalhadores rurais ou camponeses. Ao todo, a CPT apurou relatos de 93 ameaças de morte em 2015.

“Esta publicação quer ser uma amostra dos conflitos e suas causas. Em cada estado da Amazônia foi escolhido um conflito que, de certa forma, representa, ainda hoje, o mundo dos conflitos e da violência em que estão inseridas as comunidades do campo”, informa a apresentação da publicação, lançada oficialmente no dia 29 de fevereiro.

Foco - “A Amazônia é hoje a região de maior intensidade nos conflitos agrários no Brasil. Ano passado foram assassinados inúmeros camponeses, indígenas e lideranças populares nestes conflitos. E em 2016 já foram cinco assassinatos na Amazônia”, afirma Ruben Siqueira, da coordenação executiva nacional da CPT, Rubem Siqueira, em comunicado público. 

Com informações de Isane Pimentel.

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