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Atletas da UNAMA - Universidade da Amazônia estão a caminho de Curitiba para mais uma edição dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). Serão mais de dois dias de estrada até a capital do Paraná (PR), a cerca de 3.280 km de Belém. Além dos 32 acadêmicos, a delegação é composta por coordenação, técnico e equipe de apoio.

Desde 2015 a UNAMA participa dessa etapa do JUBs, na modalidade futebol, se consagrando como uma das maiores representantes da região Norte. A universidade está com times masculinos treinados para Futebol de Campo e Futebol de Sete. A novidade é a estreia do Futebol de Sete, com aproximadamente 10 alunos envolvidos, do campus Ananindeua, que seguem na competição até o dia 26 de maio.   

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Para o coordenador do Núcleo de Desporto da UNAMA (NED), Almir Figueiredo, o diferencial é o preparo dessas equipes. "Nós não paramos de treinar de um ano a outro. Nosso time é o mesmo, nos fortalecemos e esperamos fazer um bom campeonato e trazer possíveis títulos", disse. 

O treinamento do Futebol de Campo, por exemplo, ocorre três dias na semana, no estádio da Tuna Luso Brasileiro. Além disso, durante o ano há vários amistosos com times de base da 2ª divisão do Campeonato Paraense. O time da UNAMA é comporto por atletas com passagens por times internacionais.

Apoio com a bolsa-atleta

A UNAMA é uma das instituições do grupo Ser Educacional a caminho de Curitiba. Anualmente, a Universidade realiza seletivas para a chamada de novos atletas, matriculados nos campi Alcindo Cacela, Ananindeua, Parque Shopping e Castanhal. Todos são avaliados, semestralmente, por uma comissão e recebem bolsas de estudos que vão de 60% a 80%.

Quem quiser conhecer o trabalho do NED, o Núcleo funciona no campus Alcindo Cacela, sempre de segunda a sexta-feira, das 08 às 13 horas e das 15 às 20 horas.

Da Ascom UNAMA.

Em 2022, 47 camponeses foram mortos em conflitos fundiários no Brasil. É o que indica o levantamento anual feito pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O material completo será apresentado às 9h do da próxima segunda-feira (17), durante seminário no Auditório Esperança Garcia, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UNB). O evento será transmitido ao vivo no Youtube da instituição.

A data escolhida para o lançamento faz referência aos 27 anos do massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido no Pará, um dos mais graves episódios de conflitos agrários no país. Na ocasião, 21 trabalhadores rurais foram assassinados.

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 De acordo com a CPT, o número de assassinatos de camponeses 2022 subiu 30,55% em relação ao ano anterior. A programação do lançamento do relatório se estenderá até as 17h, com mesas de debate.

A zona rural brasileira é considerada um celeiro do mundo. O país está entre os cinco maiores exportadores mundiais de produtos agropecuários, principalmente, soja, milho, açúcar, suco de laranja e carnes de frango e bovina. Além disso, é responsável por alimentar quase 800 milhões de pessoas no mundo, segundo estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Esse alimento, entretanto, nem sempre chega à mesa de quem o produz, o morador do campo. Seis em cada dez habitantes (63,8%) de áreas rurais apresentam algum grau de insegurança alimentar, ou seja, não se alimentam de forma adequada.

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Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) que entrevistou 35 mil pessoas em 2022. A pesquisa mostra que dois em dez moradores (18,6%) do campo estão numa situação de insegurança alimentar grave, ou seja, passam fome.

Nas cidades, os percentuais são um pouco mais baixos: 57,8% são afetados por insegurança alimentar e 15% enfrentam a fome.

Em 2022, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fez uma análise que mostrava que a insegurança alimentar começava a piorar nas áreas rurais do país – com o índice de famílias que enfrentava essa dificuldade subindo de 35,3% em 2013 para 46,4% em 2018.

A análise foi feita a partir dos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2017-2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Isso significa fome”, explicou o pesquisador do Ipea Alexandre Arbex Valadares, em nota, à época.

“Os dados da POF-2018 surpreenderam porque, nas pesquisas anteriores, os indicadores apontavam uma tendência de superação da insegurança alimentar no país, trajetória que mudou sensivelmente em 2018”, completou.

O Ipea constatou ainda que a renda das famílias rurais caiu de 2008 a 2018, o que mostra um empobrecimento dessa população.

Famílias 

As irmãs Daiane e Gabriela vivem com sete crianças e adolescentes (entre 2 e 15 anos) na zona rural de Guapimirim, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em uma casa humilde de alvenaria - parte emboçada, parte com tijolo aparente - onde antes havia acabamento. A única fonte de renda das duas é o Bolsa Família e isso evita que elas passem fome. Mesmo assim, o dinheiro é curto para garantir comida durante todo o mês.

“A gente recebe [o Bolsa Família] e consegue abastecer o armário. Mas, no fim do mês, é difícil. A gente fica sempre preocupado se vai faltar comida. Mas tem algumas pessoas que ajudam a gente”, conta Daiane, que está treinando para poder trabalhar como cuidadora e melhorar a renda da família.

A pesquisa constatou também que, em 2018, havia menos dinheiro disponível para a compra de comida do que dez anos antes. De acordo com o Ipea, houve uma queda de 14% dos gastos dessas pessoas com alimentos nesse período.

Maria e Everaldo moram com os três filhos, em São José da Tapera, na caatinga alagoana, em uma casa precária, feita com estacas de madeira, de apenas dois cômodos. Em um deles dormem as crianças. O outro serve de quarto para o casal, banheiro e cozinha.

Os alimentos e a água são armazenados em dois tambores de plástico. Everaldo não consegue trabalhar na terra, devido a um problema na coluna. E os R$ 600 que ganha do Bolsa Família não são suficientes para garantir uma alimentação adequada a todos.

São duas refeições por dia, nada além disso. E mesmo essas refeições precisam ser controladas para que não falte comida até o fim do mês. “São R$ 600 pra tudo. E o Everaldo ainda toma remédios controlados. Não tem como comer mais do que duas vezes por dia. É complicado”, conta Maria.

Concentração de terra

Segundo o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Sérgio Sauer, a fome no campo é resultado da “profunda desigualdade socioeconômica” que afeta a sociedade brasileira. Na zona rural, isso se materializa na concentração de terra que faz com que muitos moradores do campo não tenham acesso a um local para cultivar.

“Além da desigualdade estrutural, proporcionalmente, há mais gente com fome no campo devido a problemas históricos na formulação e implementação de políticas governamentais ou estatais. Historicamente, inclusive com as políticas públicas socioassistenciais, houve uma concentração de investimentos nas cidades”, explica Sauer.

A fome não poupa nem os próprios produtores de alimentos. A pesquisa da Penssan mostrou que a fome atingia 21,8% de agricultores familiares e produtores rurais no país. A insegurança alimentar, em todos seus graus, afetava 69,7% dessas pessoas.

No Norte do país, a insegurança alimentar atinge 79,9% dos produtores rurais/agricultores familiares. Quatro em dez dessas pessoas (40,2%) passam fome. No Nordeste, 83,6% enfrentam insegurança alimentar em algum grau e 22,6% encaram a fome.

“Do ponto de vista ético e de direitos humanos, é inadmissível que o espaço produtor de alimentos abrigue pessoas passando fome. Essa contradição é o elemento - político, ético, humano - que torna a fome no campo tão marcante, inclusive porque não é possível justificá-la com argumentos equivocados como, por exemplo, ‘há fome porque faltam alimentos’”, destaca o pesquisador.

Sauer afirma que, nos últimos anos, houve um desmantelamento de políticas públicas voltadas para a população do campo, o que, junto com a pandemia de covid-19, fez com que a situação piorasse.

“O crescimento da fome no campo, inclusive entre produtores de alimentos, se deve aos cortes orçamentários, quando não à extinção de políticas públicas, desenhadas para atender à população do campo. A fome aumentou, portanto, devido aos cortes nos investimentos e ao desmantelamento de políticas depois de 2016, particularmente depois de 2018.”

Entre as políticas desmanteladas nos últimos anos, segundo Débora Nunes, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), estão o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que incentiva a compra de alimentos produzidos por agricultores familiares, e o acesso ao crédito para pequenos produtores rurais.

“A gente imagina que, quem está no campo, teria melhores condições de produzir o alimento. Por isso, é importante a gente relacionar a fome à garantia de políticas públicas que contribuem, para quem está no campo, produzir o alimento, com acesso ao crédito, à política da reforma agrária, a políticas públicas como o PAA, como PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar], que ajudam no fortalecimento da produção e, consequentemente, fazem com que as famílias tenham melhores condições de existência”, afirma Débora.

Segundo ela, a fome no Brasil também tem relação direta com o modelo agrícola adotado no país, que privilegia a exportação de commodities, como a soja, em vez da produção de alimentos para os brasileiros.

“O modelo do agronegócio exige a concentração da terra, não gera emprego e não produz alimentos, não produz comida, produz commodities para exportação. E é um modelo que destrói o meio ambiente, com o uso intensivo de agrotóxicos, o envenenamento do nosso lençol freático e a destruição das nossas matas.”

"O outro modelo é o da agricultura familiar, da reforma agrária, que justamente propõe o inverso, partindo da democratização do acesso à terra. É um modelo que compreende que, para sua existência, precisa ter uma relação saudável com o meio ambiente. Só consigo ter água na minha cacimba, se preservamos o ambiente", completa.

Para Sergio Sauer, combater a fome no campo exige “medidas estruturantes”, com políticas de Estado que independam do governo da ocasião e que permitam o acesso da população à terra para produzir.

“As experiências históricas de acesso à terra (criação de projetos de assentamentos) ou garantia de permanência na terra (reconhecimento de direitos territoriais de povos e comunidades tradicionais e povos indígenas) demonstram claramente a diminuição da fome e melhorias nas condições de vida no campo", ressalta.

"Esses programas são, ou deveriam ser, acompanhados de outras políticas públicas (assistência técnica, crédito, construção de infraestrutura, acesso à saúde, acesso à educação, etc), que resultam diretamente na produção de alimentos, consequentemente na diminuição da fome e na melhoria da vida no campo”, conclui Sauer.

Governo

Segundo a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, historicamente “a pobreza é mais dura” na zona rural e lembra que essas áreas  englobam populações tradicionais que são muito afetadas pela desnutrição.

“Ela é mais dura porque você considera comunidades indígenas, reservas extrativistas e populações quilombolas onde os indicadores de desnutrição, geralmente, têm sido maiores. E mesmo nos últimos anos foram os núcleos duros da desnutrição. É onde a gente tem que fazer nossas políticas chegarem. É claro que esse núcleo duro se ampliou nas áreas rurais e cresceu muito nos últimos anos. Isso se reverte enxergando primeiro essas populações, buscando onde estão e criando políticas públicas específicas, desde políticas de saúde até as políticas sociais”, afirma.

De acordo com a secretária, o governo quer reforçar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com a recuperação do orçamento e uma reformulação com foco nas famílias mais vulneráveis.

“Nossa ideia é focar o PAA cada vez mais nas famílias do Cadastro Único, nas mulheres e famílias, para a compra de alimentos. Nos últimos anos, o programa deixou de ser operado com as organizações da agricultura familiar. Houve uma concentração de operações nas prefeituras e produtores de pessoas físicas. Nossa ideia é, de alguma forma, retomar a atuação com as organizações da agricultura familiar até para poder fortalecer o modelo associativo.”

A secretária destacou que, apesar disso, o PAA continuará atuando com os entes federativos. Ela ressaltou também a importância de ter programas que fomentam a inclusão das famílias do campo no setor produtivo, seja pela própria agricultura seja por outras atividades empreendedoras.

“A gente tem que enxergar essas famílias, saber as carências e organizar uma oferta de políticas públicas para que a situação possa ser revertida no curto prazo. Isso passa pela transferência de renda, mas, às vezes, pela própria oferta de comida. Programas que comprem a comida que elas produzem, mas também façam a comida chegar onde não está chegando”, afirma.

Ela destacou também a importância de garantir o acesso à água. “A insegurança hídrica potencializa a insegurança alimentar. Tem programas que nos permitem reduzir isso de forma bastante concentrada, como o programa de cisternas no semiárido. Nossa proposta é chegar onde não chegamos. Já tem mais de 1 milhão de cisternas implementadas, mas ainda tem cerca de 300 mil a 350 mil famílias que precisam receber cisternas.”

Agência Brasil publica nesta terça-feira (21) a última parte do especial Prato Vazio: um retrato da fome no Brasil.  

Iza montou o look de torcedora e foi ver o namorado jogar na disputa entre Mirassol e Palmeiras. Durante a transmissão do jogo, as câmeras flagraram a cantora super concentrada enquanto o affair, Yuri Lima, titular do time do interior de São Paulo, estava em campo.

O casal começou a ser visto junto em janeiro, ainda durante a virada no ano. O jogador esteve em uma festa privada da cantora, no Rio de Janeiro, e mais tarde postou uma foto super provocante ao seu lado nas redes sociais, segundo informações do Em Off.

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Vale lembrar que Iza está solteira desde outubro de 2022, quando anunciou o término de seu casamento com o produtor musical Sérgio Santos. Os dois estavam juntos desde 2018.

 

A Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) aprovou nesta quinta-feira (1) o relatório do senador Jean Paul Prates (PT-RN) sobre a implantação das redes móveis de quinta geração (5G) no Brasil — política pública acompanhada neste ano pelo colegiado.

O parlamentar sugeriu a apresentação de três projetos para estimular o acesso à internet em áreas rurais; incentivar o compartilhamento de infraestrutura entre distribuidores de energia elétrica e empresas de telecomunicações; e garantir a participação da CCT na sabatina de indicados para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

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Segundo Jean Paul Prates, as áreas rurais enfrentam uma “grande disparidade no acesso à internet na comparação com as áreas urbanas”. No primeiro projeto de lei, o relator sugere a desoneração de taxas e contribuições incidentes sobre a infraestrutura de telecomunicações instalada no campo.

Pela proposta, seriam zeradas as taxas de fiscalização destinadas ao Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), à Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública (CFRP) e à Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). O benefício valeria apenas para estações rádio base e repetidoras do Serviço Móvel Pessoal localizadas em áreas rurais.

O segundo projeto de lei remunera as distribuidoras de energia pelo compartilhamento de infraestrutura com empresas de telecomunicações. De acordo com o relator, 45 milhões de postes poderiam ser usados simultaneamente pelos dois setores com uma economia potencial de R$ 13 bilhões por ano.

Pela proposta, as receitas auferidas com o compartilhamento de infraestrutura de suporte e com o direito de passagem permaneceriam integralmente com as empresas cedentes. Não haveria, por exemplo, o repasse de percentual para garantir a redução do preço da tarifa de energia paga pelo consumidor final.  Em contrapartida, o compartilhamento da infraestrutura seria obrigatório.

“Tal proposta não chega a ser significativa para o consumidor de energia elétrica, pois a receita advinda do compartilhamento de postes é equivalente a pouco mais que 2% da receita total das distribuidoras”, argumenta Jean Paul.  A terceira proposta é um projeto de resolução para mudar o Regimento Interno do Senado. De acordo com a matéria, os indicados para compor o Conselho Diretor da Anatel não seriam mais sabatinados pela Comissão de Infraestrutura (CI), mas sim pela CCT.

“Entendemos que a arguição pública de indicados, que ocorre atualmente na CI, com todo o respeito àquele colegiado, trata-se de equívoco que precisa ser ajustado, uma vez que a comissão especializada no Senado para tratar dos assuntos relativos às comunicações é a CCT”, pondera Jean Paul Prates.

Indicações Além das três sugestões legislativas, a CCT aprovou duas indicações ao Poder Executivo. A primeira delas sugere a participação de um representante do Legislativo nas reuniões do Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape). Vinculado à Anatel, o grupo tem representantes dos ministérios das Comunicações e da Educação, além de empresas vencedoras da licitação na faixa de frequência de 26 GHz. Uma das atribuições do Gape é propor sugestões para a conexão de escolas públicas de educação básica.

A segunda indicação ao Executivo diz respeito à ampliação da concorrência na licitação dos blocos nacionais, que na última rodada resultou em um ágio médio de 12%. Na disputa pelos blocos regionais, o ágio foi bem superior e alcançou os 5.600%.

“Tal diferença se justifica porque havia apenas três concorrentes no mercado brasileiro em condições de disputar os quatro lotes nacionais ofertados, enquanto nos blocos regionais havia doze interessados para somente sete lotes”, explica Jean Paul Prates.

A sugestão do relator é de que a Anatel passe a adotar nas próximas licitações, quando possível, o método de leilão combinatório de múltiplas rodadas. Segundo Jean Paul Prates, esse modelo é utilizado em países como Estados Unidos, Reino Unido, Áustria, Austrália, Canadá, Dinamarca, Irlanda, Holanda e Suíça. No Brasil, o método adotado na implantação das redes 5G foi o de leilão ascendente aberto com múltiplas rodadas.

*Da Agência Senado

Em um pequeno sítio no município de Riachuelo, no interior do Rio Grande do Norte, vive Maria Lúcia, a agricultora aposentada de 58 anos que conquistou o Brasil ao compartilhar, nas redes sociais, a rotina na roça. Acordar cedo, fazer skincare, colocar comida para as galinhas e cozinhar estão entre as atividades diárias da influencer. A vida tranquila e o sorriso sempre no rosto fazem da potiguar uma figura especial. O sucesso veio rápido e naturalmente. O primeiro vídeo foi publicado há menos de nove meses. Desde então, já são mais de 2,6 milhões de seguidores no TikTok e no Instagram.

"A minha filha comprou uma sobremesa e gravou a minha reação enquanto experimentava. Provei, gostei e dei nota 10. No dia seguinte, comecei a receber várias mensagens e me espantei. Perguntei à minha filha do que se tratava e ela me explicou que tinha criado um perfil no TikTok para mim", relembra. O retorno do público foi imediato. Em um dia, já eram 100 seguidores. Logo, chegou aos 500. "Fiquei muito feliz e pedi para minha filha fazer um bolinho para comemorarmos. Para mim, já era muita gente. Dava para encher o Teatro Municipal de São Paulo", conta Maria, aos risos. Em 10 dias, a quantidade de seguidores pulou para 2 mil. E não parou mais. Hoje, com a ajuda das filhas - que editam os vídeos - a produtora de conteúdo publica uma média de quatro vídeos por semana.

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Os conteúdos produzidos por Maria Lúcia fogem do padrão encontrado nas principais redes sociais. Com simplicidade e muito carisma, a aposentada compartilha os vlogs do seu dia a dia no campo. Tudo é feito sem planejamento e ela vai gravando o que acha mais interessante. No cenário, a vegetação do sítio, o céu ensolarado no RN e a tranquilidade de uma vida rodeada por animais. "Acho que eles gostam desse conteúdo diferente que mostro. A vida simples. Eu apareço lavando o rosto com a água do balde, fazendo a minha skincare, colocando comida para as galinhas. E o fato de fazer tudo isso com alegria e não ficar reclamando dos problemas. Acho que isso faz as pessoas gostarem", avalia. "É uma terapia para muita gente. As pessoas mandam muitas mensagens dizendo que estavam no início de depressão e, quando assistiram aos meus vídeos, ficaram mais tranquilos".

Quando questionada sobre o segredo para viver com tanta alegria, Maria Lúcia abre um sorriso largo e responde sem hesitar: "Eu vejo sempre o lado positivo das coisas. Não gosto de ficar reclamando, mesmo quando estou passando por algo difícil. Por que reclamar? A vida é muito curta. Então precisamos aproveitar enquanto estamos aqui. É também importante olhar para as outras pessoas com amor e desejar o bem a elas. Fazer o bem. Tudo isso deixa a vida mais leve", aconselha.

Os vídeos de Maria Lúcia se espalharam rapidamente pela Internet e fizeram com que a aposentada fosse notada por muitos famosos, como Juliette, Dani Calabresa, João Gomes e Ana Maria Braga. "É um sonho ver tudo isso. Ver pessoas que eu assistia na televisão falando sobre mim. Fico de queixo caído com elas assistindo, comentando e compartilhando algum vídeo meu. Ainda é bem surpreendente. Difícil de acreditar", explica. Os animais também fazem sucesso entre o público. Galos, galinhas, cachorros e até cabritos são personagens marcados nos vlogs. E todos têm um nome: João Gomes, Maísa, Mansinho, a Namorada de Mansinho, Nazaré Tedesco, Caramela, Chico Galego, Jeovanny e Belinha. "Os animais estão sempre comigo. O público gosta e comenta sempre. Se passar um dia sem mostrar algum deles, as pessoas sentem falta".

Maria Lúcia sempre viveu na zona rural do Rio Grande do Norte. Quinta de 11 filhos, nasceu em Caiçara do Rio do Vento, cidade potiguar com pouco mais de 3 mil habitantes. "Vim de uma família pobre e tive uma infância difícil. Trabalhei desde criança, ajudando meus pais na roça. Na época, a gente plantava algodão, milho, feijão. Apesar de pobres, estávamos sempre felizes. Íamos todos juntos sorrindo e brincando para o roçado. Já adulta, quando não estava trabalhando como agricultora, ia para Natal trabalhar como babá, empregada doméstica e também numa fábrica de roupas", relembra. "Hoje, moro nesse sítio que é da minha mãe. Ela tem 86 anos e está com a saúde bastante debilitada; como a maioria dos meus irmãos vive em Natal, levamos minha mãe para lá para ter uma assistência melhor na capital. E eu fiquei aqui para cuidar das terras e da casa", explica.

Por causa da realidade difícil e da distância com o centro urbano, Maria Lúcia não conseguiu concluir os estudos. Frequentou a escola somente até a metade do Ensino Fundamental. "As coisas antigamente eram muito difíceis. Para quem morava no sítio, tinha apenas uma professora que ensinava até certo ponto", explica a agricultora. Apesar disso, a educação sempre foi um sonho que quis passar para os filhos. "Quando eu tive os meus filhos, fiz de tudo para eles estudarem, terminarem o colegial e fazerem uma faculdade. Esse era o meu grande sonho".

E deu tudo certo. Maria Lúcia tem quatro filhos, sendo três mulheres. Hoje, por causa da educação, uma das meninas conseguiu se mudar para Londres, na Inglaterra. O filho mais novo mora em São Paulo, para onde Maria Lúcia costuma viajar com frequência para visitar. As outras duas filhas vivem no Rio Grande do Norte e se revezam para ajudar a mãe na produção de conteúdo para as redes sociais. "São quatro filhos que só me dão orgulho. Temos uma relação muito boa. Eles sempre me apoiaram, principalmente na época em que me divorciei do pai deles, há dois anos", rememora a aposentada.

Com o sucesso nas redes sociais, Maria Lúcia começou, aos poucos, a ser procurada por marcas para fechar parcerias. Mas, na bagagem da vida, ainda coleciona muitos sonhos. "A gente sonha, né? Quem é que não sonha com uma vida melhor? O meu desejo é o de conseguir um lugar para morar, para mim e para os meus filhos, porque eles ainda moram de aluguel. Sonho em poder cuidar da minha mãe, comprar um carro para viajar. E espero ter sempre saúde para correr atrás de tudo isso". A meta da casa própria está se concretizando. "Sou aposentada como agricultora e ganho um salário mínimo. E meus filhos se uniram para construirmos um cantinho para morarmos". O novo lar fica no sítio em Riachuelo, ao lado da casa da mãe. E todo o processo da obra é compartilhado com os seguidores por meio dos vlogs. "Vamos colocar a mão na massa e filmar tudo. Temos a ideia de fazer também casinhas para os animais, então vamos mostrar o processo".

Os vlogs da agricultora também atraíram o olhar do público para a região agreste do Rio Grande do Norte. "É muito bom apresentar o estado potiguar de uma forma positiva. Mostrar que aqui não é só seca como as pessoas pensam. Em um pedaço de terra pequeno, como é aqui, tem tanta coisa para mostrar. Os meus conterrâneos sempre comentam que sentem orgulho de ter uma influenciadora assim representando o estado, com o meu jeito de mostrar o lado simples da vida. Tudo fica mais leve quando você faz aquilo com amor. E tem muita gente também se inspirando na Maria Lucia, querendo fazer vlog, mostrar o dia a dia e a sua cultura. Isso é muito bom, sabe?"

A vida simples de Maria Lúcia inspira quem assiste e desperta nos seguidores o desejo de também morar no campo. A influenciadora já chegou até a receber pedidos de seguidores interessados em conhecer o sítio onde ela mora. "Muita gente pede para vir me visitar e passar um dia aqui no sítio comigo. Mas, infelizmente, a casa não tem condições de receber muita gente. Quem sabe, quando terminarmos a obra, pensemos na possibilidade de abrir para o público e convidar alguns seguidores para virem aqui. Quero ver quem vai aguentar meu pique", brinca Maria Lúcia sobre as atividades que executa no dia.

Para os seguidores fiéis, a boa notícia é que Maria Lúcia vislumbra muitos conteúdos pela frente, inclusive com a possibilidade de criar também um canal no YouTube. "As pessoas estão pedindo para eu criar um canal, porque lá é possível colocar vlogs mais longos. Conteúdo para mostrar é o que não falta. Mesmo sendo o dia a dia, a rotina, a gente sempre está mostrando algo diferente. E outra coisa: gosto sempre de trazer uma receita nos vlogs; como já vou fazer pra comer, aproveito para mostrar também e ensinar aos seguidores. É bem legal, as pessoas gostam muito".

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A entrevista coletiva pós-jogo estava marcada para ser sem presença da imprensa, de forma remota, mas a assessoria do Santa Cruz não conseguiu segurar a manifestação de Leston Júnior, todos os jogadores, comissão e o executivo de futebol Marcelo Segurado. A cobrança foi por salários, mas também por “estrutura mínima” para jogadores e funcionários do clube pernambucano, após a vitória diante do Atlético de Alagoinhas.

"Peço licença para proferir algumas palavras, externar algumas situações. O Santa Cruz é um grande clube, mas é algo da história. O momento não condiz. Jogadores, comissão e funcionários têm mais respeito ao clube do que muita gente que anda por aí falando que ama", iniciou Leston Jr.

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Rodeado dos seus comandados e de muitos funcionários do clube, Leston Jr cobrou publicamente os salários atrasados e pediu união para que o Santa Cruz saia de uma situação de terra arrasada.

"Que fique claro: isso não é só reinvindicação de salário. É de salário também, porque somos pais de família, temos contas como todo mundo. O clube está largado. Nós profissionais somos covardemente atacados. Eu vivo em um ambiente covarde", desabafou Leston.

O volante Gilberto tomou a palavra para reforçar as queixas do técnico coral.

“Nosso time mostrou que não existe covardia e a partir de hoje esse grupo vai ter uma atitude diferente. Chega de se acovardar. Nós precisamos de dinheiro. Tem funcionário aqui com seis meses de salário atrasado. Isso não existe. Vamos cobrar o que é deles e o que é nosso”, disse o capitão do time.

O executivo de futebol, Marcelo Segurado, também falou sobre a situação.

“Se unam porque quem está se acabando é o Santa Cruz. Em momento algum esse grupo esmoreceu. Nós somos ameaçados de morte. Isso não é futebol. Não é amor”, se queixou.

Leston voltou a falar e expôs as condições críticas que o grupo de jogadores e comissão tem enfrentado, além dos salários atrasados.

“Ninguém está pedindo luxo, estamos pedindo condições dignas de treinar, dos atletas se alimentarem. Se o segurança não recebe, se o médico não recebe, os atletas não vão ter as condições necessárias. Esse pessoal é até mais importante que eles. O clube só vai atingir o acesso se a gente tiver alimentação adequada, salário... vários disseram não para esse clube pelo que ele se tornou. Os que estão aqui toparam o desafio, mas é preciso que se dê uma condição digna. Precisamos de campo para treinar”, finalizou Leston Jr.

Quem esperava emoção no primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano, entre Náutico e Retrô, nos Aflitos, nesta quinta-feira (21), com certeza se deparou com uma cena muito inusitada. Um cachorro da Polícia Militar invadiu o campo e "roubou" a bola.

O cão, da raça Pastor Alemão, passeou por todo o gramado e foi a atração principal durante cerca de dois minutos. Os jogadores tentaram retirá-lo do gramado, mas não conseguiram.

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Durante o ocorrido, muitas vaias e gritos puderam ser ouvidos por parte da torcida alvirrubra. No momento, o Náutico perdia de 1x0 para o Retrô. O cachorro só parou quando foi alcançado por um policial militar, que colocou sua coleira e o levou para fora dos gramados - ainda com a bola na boca.

Nas redes sociais, o assunto foi bastante comentado. Confira alguns tweets sobre o acontecido:

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Nesta quinta-feira (24), o secretário de Saúde de Pernambuco André Longo deu indicativos de que as torcidas poderão retornar aos estádios em todo o estado em março. O retorno do público deve ser decretado no plano de convivência que passa a vigorar a partir do próximo dia 2.

"Como qualquer plano de convivência, esse avanço para permissão do público dentro dos estádios de futebol é natural", pontuou.

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O gestor da pasta disse que espera os índices da 8ª semana epidemiológica, que se encerra no sábado (26), para analisar o atual cenário e avaliar se a liberação para público em eventos esportivos pode ser anunciada na atualização dos protocolos.    

Caso os números da pandemia sigam em queda, o novo plano vai abranger todas as atividades e eventos com medidas proporcionais, sugeriu Longo.

Na manhã desta terça-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a comemorar a suspensão de demarcações de território indígena em seu governo e disse que o fazendeiro está mais tranquilo com a posse de fuzis. O mandatário também apontou que as críticas sobre desrespeito ao Meio Ambiente são motivadas por outros países em razão da concorrência no mercado agrícola.

Em entrevista à rádio Capital Notícia, Bolsonaro confirmou a visita a uma comunidade indígena do Mato Grosso na próxima quinta (26) para a "entrega de algum material". Ele também comentou sobre um projeto no Congresso de autoria do Executivo sobre a permissão para que os nativos possam explorar as terras demarcadas.

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"Os fazendeiros não acordam mais preocupados em saber se foi publicado no Diário Oficial da União uma portaria iniciando a demarcação de uma nova terra indígena. Nós fizemos uma série de exigências de modo que, em dois anos e meio de governo, nenhuma nova terra indígena começou a ser demarcada", celebrou o Bolsonaro, que continuou, "nós também zeramos essa questão de quilombolas".

Fazendeiros armados

Ele acrescentou que outro motivo de tranquilidade aos empresários rurais foi a ampliação das regras de armamento. Segundo o presidente, o Governo Federal tem a missão de “não atrapalhar quem produz e, obviamente, facilitar a vida dessas pessoas”.

"O homem do campo passou a ficar mais tranquilo quando nós conseguimos a posse de arma estendida. [Antes] o elemento comprava uma arma e só podia usar dentro de casa, nós ampliamos isso aí. Hoje, o fazendeiro pode pegar seu cavalo, sua viatura e andar armado em toda a extensão da sua propriedade, inclusive comprando fuzis", ressaltou.

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Fiscalização abusiva do Ibama

Para o gestor, o alinhamento com os fazendeiros também se deve pela diminuição do poder do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "O Ibama chegava e era um festival de multas. Nós racionalizamos isso. Multa é a última instância para ser aplicada por parte do Ibama e assim foi feito, uma multa racional, multa legal, e não uma multa abusiva como sempre existia no passado", avaliou.

Pressões internacionais

Criticado por entidades ambientais nacionais e internacional, Bolsonaro indicou que “poderosas pressões internacionais” têm objetivo de “desmoralizar o governo, desgastar, falar que não gosta do índio, não trata bem a questão ambiental, isso logicamente vai impactando a gente, a gente luta contra isso”.

As críticas sobre o descuido do Meio Ambiente seriam motivadas por países como Estados Unidos, Austrália e França para enfraquecer a atuação do Brasil no Mercado. "Essa concorrência não faz bem para os países que produzem aquilo que nos cultivamos aqui, então esse e o motivo desse desgaste enorme que vem de fora para dentro do Brasil", concluiu.

Arraes, Campos, Ferreira, Labanca, Coelho e Lyra essas são algumas das principais famílias inseridas na política e que perpetuam as oligarquias em Pernambuco. São famílias que há décadas comandam determinadas cidades do estado, passando o comando como uma forma de herança de pai para filho, neto, irmãos e sobrinhos. 

Arraes/Campos

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João Campos e Marília Arraes disputam o comando da capital pernambucana. Foto: Montagem/LeiaJáImagens

Esses sobrenomes devem ser os mais conhecidos no cenário político pernambucano por se tratar de famílias que comandam a capital pernambucana e o próprio Estado há anos e até décadas. Tudo começa com Miguel Arraes assumindo a Prefeitura do Recife pela primeira vez em 1960 - já em 1962 elegeu-se governador de Pernambuco pela primeira vez.

Ainda enquanto estava vivo, Arraes trilhou o caminho de seu neto Eduardo Campos, que conseguiu se eleger deputado estadual em 1991, depois ao cargo de deputado federal em 1995. Em 2004, no primeiro governo Lula (PT) foi nomeado, após indicação de seu avô, ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil. 

A partir daí, não mais o sobrenome Arraes tinha peso único, já que os Campos - mesmo integrando os Arraes - solidificaram o sobrenome no Estado. Em 2006, um ano após a morte de Miguel Arraes, o neto Eduardo foi eleito governador de Pernambuco.

Atualmente, temos na disputa pela prefeitura do Recife a “sucessora direta” de Arraes e o sucessor direto de Eduardo Campos disputando a continuidade da oligarquia na capital pernambucana. Marília Arraes (PT) lidera as intenções de voto, enquanto João Campos (PSB) está em segundo lugar. 

Ferreira

Fred, Manoel, Rodrigo Maia, Anderson e André Ferreira. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Em Jaboatão dos Guararapes e no Recife, o sobrenome Ferreira mostra ter uma força muito grande, não à toa já se organizam para tentar abocanhar o governo do Estado. Contando com a força do universo evangélico, Manoel Ferreira (PSC), patriarca da família, está em seu oitavo mandato como deputado estadual e conseguiu solidificar a família no mundo político, sempre com votos expressivos, seja como vereador, deputado estadual, federal ou prefeito. 

Com 54,26% dos votos válidos, Anderson Ferreira (PL), filho de Manoel, conseguiu se reeleger neste ano como prefeito de Jaboatão dos Guararapes no primeiro turno. O irmão gêmeo de Anderson, André Ferreira (PSC), é atualmente deputado federal. Fred Ferreira (PSC), que é cunhado de Anderson e André, conseguiu se reeleger vereador do Recife neste ano, o que fortalece o clã na capital pernambucana.

Labanca

Ettore e Vinícus Labanca. Foto: Reprodução/Instagram

A hegemonia dos Labanca em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife, começou em 1988, com a eleição de Ettore Labanca como prefeito da cidade. Ele permaneceu no poder até 1992, quando elegeu o seu sucessor Antônio Cândido. Em 1996, Ettore volta a ocupar a prefeitura de São Lourenço pela segunda vez e ficou até 2000. De 2002 a 2006 foi deputado estadual. Em 2008, o patriarca dos Labanca volta para São Lourenço e se elege prefeito pela terceira vez, se reelegendo pela quarta vez em 2012. 

Ettore morreu em março de 2019, mas o caminho de seu filho Vinícus Labanca (PSB) já estava traçado e, neste ano, o deputado estadual conseguiu que os Labanca retomasse o poder político em São Lourenço e se elegeu prefeito com 40,60% dos votos válidos no primeiro turno.

Coelho

Fernando Bezerra Coelho. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Os Coelho são antigos na sucessão de familiares para o comando de Petrolina, maior cidade do Sertão pernambucano; a cidade também foi importante para a ascensão dos Coelho no cenário político nacional. O clã político domina a cidade desde o início do século XX, com Clementino Coelho, mais conhecido como Coronel Quelê, que foi subprefeito. Ele teve 12 filhos e a força política de sua família vem atravessando gerações há mais de um século.

Na geração atual, Fernando Bezerra Coelho (MDB), que foi prefeito de Petrolina por dois mandatos e atualmente é senador é a figura de destaque da família, conseguindo colocar os seus dois filhos no universo político. Fernando Coelho Filho (DEM), é deputado federal e já foi ministro de Minas e Energia no governo Michel Temer (MDB).

O filho mais novo do senador Fernando Bezerra Coelho, Miguel Coelho (MDB), conseguiu neste ano se reeleger prefeito de Petrolina com 76,19% dos votos válidos já no primeiro turno. O emedebista obteve a maior votação do Nordeste. 

Lyra

Raquel Lyra, atual prefeita de Caruaru. Foto: Arthur Souza/LeiaJá Imagens

Na capital do Agreste pernambucano, os Lyra começaram a governar em 1959, com João Lyra Filho, que retomou o poder em 1973. O patriarca da família ainda conseguiu se eleger deputado federal e estadual, antes de morrer em 1999. Claro que, dentro desse tempo, ele conseguiu colocar os seus filhos Fernando Lyra e João Lyra Neto no mundo político. 

João Lyra Neto (PSDB), filho mais novo de João Lyra Filho, foi prefeito de Caruaru em duas ocasiões: 1989 a 1992 e 1997 a 2000. Vice-governador de Pernambuco nos governos de Eduardo Campos, João Lyra Neto assumiu o governo do Estado quando Eduardo se afastou para concorrer à presidência da República.

Com a sua força em Pernambuco e, claro, em Caruaru, Lyra Neto investiu na candidatura da sua filha Raquel Lyra (PSDB) em 2015, que conseguiu se eleger. Neste ano, Raquel tentou a reeleição e saiu vitoriosa para o seu segundo mandato consecutivo, com 66,86% dos votos válidos.

Em entrevista ao LeiaJá, o cientista Político e professor da Faculdade Damas, Elton Gomes, explica que os oligarcas familiares costumam ser figuras de destaques do ponto de vista da negociação de status, poder e prestígio, além de serem importantes do ponto de vista do exercício do poder político e costumam ser os indivíduos mais preponderantes em uma dada região.

 Segundo explica o professor, isso acaba possibilitando “que essas elites se perpetuem no poder de maneira praticamente dinástica, fazendo com que você tenha, de tempos em tempos, a renovação desses ciclos com a transferência do poder de pai para filho, de filho para sobrinho, de avô para neto. No caso mais contemporâneo que a gente está vendo aqui (no Recife) é de bisavô para bisnetos”, diz. 

O especialista acentua que essa dinâmica da política familiar ou dinástica, de pessoas que são educadas para poder se incluir na atividade política partidária, que são consideradas herdeiras e sucessoras de personalidades políticas importantes é uma coisa que não acontece só no Brasil. 

“Nos Estados Unidos, por exemplo, você vai encontrar famílias de políticos poderosos, por exemplo a família Bush. Mas você vai ter isso em maior escala no Brasil e, principalmente, nas regiões menos favorecidas, e aí o Nordeste ganha preponderância por fatores culturais e econômicos que beneficiam o exercício do poder de oligarquias familiares”, revela o cientista. 

Para ele, é importante notar que as oligarquias conseguiram se apresentar como uma força política moderna, que foi vista como uma alternativa ao que existia antes, que eram oligarquias do passado escravocrata, do império brasileiro, da monarquia.

“Quando surgiram figuras como Antônio Carlos Magalhães, Miguel Arraes, Esperidião Amin, Eles foram saudados na sua época como reformistas e modernizadores . Mas hoje eles são verificados como elites políticas que se investem de poder e autoridade do poder econômico, simbólico e político, e perpetuam a sua permanência no poder”, pontua.

Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional a Resolução 458/2013 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que estabelece procedimentos simplificados para licenciamento ambiental em assentamentos de reforma agrária.

Na ação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustentava violação ao ordenamento constitucional ambiental e ao dever da União e dos demais entes federados de proteção do ambiente. Segundo a PGR, ao fragmentar o licenciamento ambiental para os assentamentos e determinar, como regra, a realização do procedimento de modo simplificado, a resolução afrontou ainda os princípios constitucionais da vedação ao retrocesso ambiental, da proibição à proteção deficiente e da exigência de estudo de impacto ambiental para atividades potencialmente poluidoras.

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Função socioambiental da propriedade

O Plenário seguiu o voto do relator, ministro Edson Fachin. A seu ver, a simplificação busca afastar a redundância de estudos e tornar o processo de licenciamento mais eficiente, atendendo, assim, à função socioambiental da propriedade.

Fachin apontou que, diante das características da maioria dos assentamentos, a exigência irrestrita burocratiza e atrasa a sua implantação e dificulta a concretização da finalidade social da terra. O ministro frisou que o licenciamento pressupõe algumas etapas, que podem incluir, conforme o caso, o estudo prévio para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de degradação do meio ambiente.

Especificidades

Segundo o relator, é equivocado equiparar a criação de um projeto de assentamento a um empreendimento ou atividade poluidora ou potencialmente poluidora, desconsiderando as especificidades que envolvem a sua criação no âmbito da política de reforma agrária. Esse motivo levou o Conama, em diálogo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a editar sucessivas resoluções para ajustar o procedimento.

“Não há aí qualquer retrocesso, encontrando-se devidamente justificadas as razões que levaram à edição da norma”, afirmou. “Simplificar não é necessariamente vulnerar, mas conformar a técnica de proteção à finalidade socioambiental, atendendo, ademais, ao princípio da eficiência”.

Baixo impacto ambiental

De acordo com o relator, a resolução define como assentamento o conjunto de atividades e empreendimentos planejados e desenvolvidos em área destinada à reforma agrária, de modo a promover a justiça social e o cumprimento da função social da propriedade. Na sua avaliação, essas características, aliadas à função de reordenamento agrário para fins de desconcentração fundiária destinadas à agricultura familiar, indicam baixo impacto ambiental.

Fachin destacou, ainda, que a norma prevê, como regra, o licenciamento ambiental simplificado para os empreendimentos de infraestrutura e as atividades agrossilvipastoris, mas ressalva que, caso o órgão ambiental competente identifique potencial impacto ambiental, deverá exigir o procedimento ordinário. “Deve-se compreender, portanto, o projeto de assentamento não como empreendimento em si potencialmente poluidor. Caberá aos órgãos de fiscalização e ao Ministério Público, concretamente, fiscalizar eventual vulneração do meio ambiente”, concluiu.

Da assessoria do STF

Cerca de 6.000 dos 13.000 refugiados que ficaram desabrigados após o incêndio devastador no campo de Moria, na ilha de Lesbos, já estão instalados no novo acampamento habilitado e entre eles há 157 casos positivos de coronavírus, disseram as autoridades gregas nesta sexta-feira (18).

Um total de "6.000 pessoas entraram no campo, entre elas há 157 casos positivos" de covid-19, disse Alexandros Ragavas, porta-voz do ministério grego das Migrações.

Desde o incêndio ocorrido na noite de 8 para 9 de setembro, esses milhares de migrantes, que viviam em deploráveis condições de higiene e segurança em Moria, se viram ao ar livre e passaram a dormir nas estradas, nos estacionamentos ou mesmo no cemitério da ilha.

Muitos deles estavam relutantes em entrar no novo campo porque temiam ficar presos no local por um longo tempo sem que sua situação legal progredisse.

Mas as ameaças da polícia e das autoridades, que os advertiram de que não processariam seus pedidos de asilo se não entrassem no novo campo, fizeram com que milhares de pessoas aceitassem.

Após sua chegada, todos os refugiados são submetidos a um teste de diagnóstico para verificar se estão infectados com o novo coronavírus. Se for esse o caso, são isolados em uma zona de quarentena.

Este novo acampamento terá capacidade para acomodar entre 8.000 e 10.000 pessoas.

Em nota, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) lembrou nesta sexta-feira que este campo era uma "solução provisória" e destacou que a permanência desses migrantes em Lesbos não deve ser perpetuada.

Paralelamente, Moria, descrito por muitas ONGs como "a vergonha da Europa", será demolido em breve.

As poucas pessoas que permaneceram entre suas ruínas foram evacuadas nesta sexta-feira.

A Petrobras vai alterar o nome do campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos. A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou a substituição para campo de Tupi. Descoberto em 2006, Lula hoje responde por mais da metade de toda produção interna.

No pré-sal, a maior parte dos campos é batizado com nomes relacionados a moluscos, como Atapu, Berbigão, Búzios, Lapa, Sapinhoá, Sépia e Sururu. A adoção do nome de Lula foi, no entanto, contestada na Justiça em 2015 em ação popular, com o argumento de que sua escolha teve intenção política, ao homenagear o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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No dia 2 de junho deste mês, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) informou que, como a estatal não recorreu, sua decisão pela mudança do nome foi definitiva. Agora, a companhia petrolífera deverá alterar toda referência ao nome "Lula" registrado até então.

Tupi, o novo nome do campo, foi o primeiro escolhido para a área antes da empresa informar à agência reguladora que o projeto é economicamente viável. Tradicionalmente, as áreas são rebatizadas quando é declarada a economicidade.

Uma operação de resgate de grande escala acontecia no campo de migrantes de Moria, na ilha grega de Lesbos, onde vários incêndios foram registrados na madrugada desta quarta-feira (9).

De acordo com os bombeiros, "incêndios espalhados nos prados ao redor do campo, mas também dentro da estrutura" mobilizam 25 bombeiros e 10 veículos para evacuar o campo mais insalubre da Europa, que abriga quase 12.700 demandantes de asilo - quatro vezes acima de sua capacidade.

Os bombeiros afirmaram que no momento "não há vítimas, e sim algumas pessoas levemente feridas, com problemas respiratórios provocados pela fumaça".

Um fotógrafo da AFP constatou que "quase todo o local está em chamas, tanto o interior como as barracas do lado de fora".

Quase 500 migrantes estão na rodovia que segue até o porto de Mitilene, mas permanecem bloqueados pelas forças de segurança. Outros buscaram refúgio nas colinas próximas ao campo.

"A ilha de Lesbos está declarada em estado de emergência", anunciou o porta-voz do governo grego, Stelios Petsas.

Uma reunião do governo, com o primeiro-ministro e o comandante do Estado-Maior, acontecerá nesta quarta-feira para "examinar a situação em Moria e as medidas que serão adotadas", informou o porta-voz.

De acordo com o site de notícias Lesvospost, mais de 3.000 barracas, milhares de contêineres, escritórios administrativos e uma clínica dentro do acampamento foram atingidas pelas chamas.

O presidente do sindicato dos bombeiros de Lesbos, Yorgos Ntinos, afirmou que o campo "está 99% incendiado e o fogo continua".

A 'Stand by Me Lesvos', organização de moradores locais e refugiados, alertou no Twitter: "Tudo está queimando, as pessoas estão fugindo".

"Algumas testemunhas afirmam que alguns moradores bloqueiam a passagem (de refugiados) na localidade vizinha", acrescentou.

De acordo com agência de notícias ANA, os incêndios teriam começado após uma revolta de alguns solicitantes de asilo que seriam colocados em isolamento depois que testaram positivo para o coronavírus ou entraram em contato com uma pessoa infectada.

Os bombeiros afirmaram que alguns grupos de refugiados impediram a entrada das unidades e que a polícia teve que atuar para permitir a continuidade do resgate.

Na semana passada, as autoridades detectaram o primeiro caso de coronavírus no campo de Moria e colocaram o local em quarentena.

Após 2.000 exames, 35 pessoas testaram positivo para covid-19 em Moria.

"Apenas uma pessoa apresentou sintomas, as outras 34 estão assintomáticas", afirmou o ministério das Migrações. "As 35 pessoas foram transferidas para um espaço previsto para o isolamento".

"Com o incêndio, todos dispersaram e os casos positivos se misturaram com os outros", disse uma fonte policial em Lesbos.

O governo adotou medidas de restrição no campo, que não foram eliminadas, apesar das críticas das ONGs de defesa dos direitos humanos, que consideram as medidas "discriminatórias" porque em maio o confinamento chegou ao fim no país.

As organizações criticam o campo de Moria por sua falta de higiene e superlotação. Também defendem a transferência dos demandantes de asilo mais vulneráveis.

Os distúrbios e confrontos são quase diários. De janeiro a agosto, cinco pessoas foram esfaqueadas em mais de 15 ataques.

Em março, uma menina morreu em um contêiner queimado. Em setembro de 2019, duas pessoas faleceram em um incêndio.

O presidente Jair Bolsonaro participou, na tarde desta quarta-feira (29), do lançamento de uma campanha do governo federal por igualdade de direitos para as mulheres que trabalham no campo, mas não discursou sobre o assunto. A campanha 'Mulheres Rurais, mulheres com direitos' busca dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes que vivem e trabalham em um contexto de desigualdades estruturais e desafios sociais, econômicos e ambientais.

No evento, que ocorreu no Palácio do Planalto, fizeram pronunciamentos as duas únicas ministras mulheres do governo, Damares Alves (Mulher, Família, Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura), e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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"Está passada a hora de as mulheres terem os seus direitos reconhecidos, e principalmente as mulheres do campo, aquelas que são mais vulneráveis", disse a ministra Tereza Cristina. "Neste mundo ainda tão masculino, precisamos cada vez mais evidenciar e fortalecer o papel das mulheres do campo na transformação da nossa sociedade."

A ministra destacou que as mulheres rurais têm menos acesso à crédito financeiro, tecnologia, mecanização, assistência técnica e ao cooperativismo. "Isso representa um potencial econômico perdido, ministro Paulo Guedes, por isso é tão importante essas linhas de crédito para possibilitar a melhoria de vida dessas mulheres. Empoderar as mulheres rurais, portanto, é promover o crescimento e a produtividade da agricultura", defendeu.

Tereza também falou sobre a questão da política ambiental, criticada no Brasil e no exterior, ao dizer que "a busca da sustentabilidade tem sido o nosso caminho na agropecuária". "Sabemos que a preservação ambiental e a produção de alimentos são complementares, podem e devem andar juntas", declarou.

De acordo com a Agricultura, a campanha lançada nesta quarta é uma iniciativa promovida pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com a colaboração de entidades governamentais, organizações da sociedade civil e empresas privadas de toda a América Latina que buscam "reconhecer a liderança, as capacidades e as necessidades das mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes da região".

Dados da FAO indicam que atualmente 60 milhões de mulheres vivem em zonas rurais da América Latina e do Caribe e parte delas têm papel central na produção e abastecimento de alimentos. No entanto, muitas delas enfrentam sérias limitações para acessar recursos produtivos, como terra, água, insumos agrícolas, financiamento, seguro e treinamento, além de várias barreiras para colocar seus produtos no mercado.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente 19% das propriedades rurais no Brasil são dirigidas por mulheres. Dos 5 milhões desses estabelecimentos, quase 1 milhão conta com mulheres no comando. Os dados são do Censo Agropecuário de 2017.

A Etiópia se prepara para fechar um campo de refugiados eritreus e estabelecer milhares deles em outros, já superlotados, apesar dos temores de que tal operação possa torná-los mais vulneráveis ao coronavírus.

O campo de Hitsats é um dos quatro na região de Tigray (norte), que abriga cerca de 100.000 refugiados da Eritreia, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), de mais de 170.000 refugiados eritreus em todo o país.

As autoridades etíopes informaram o ACNUR no início de março de sua intenção de fechar o campo de Hitsats, como parte de um plano de reconstrução, que foi adiado depois que a Etiópia registrou seus primeiros casos de COVID-19 naquele mesmo mês.

Mas os preparativos para fechar o campo continuaram e as reinstalações podem começar no final de abril, disse o vice-diretor da Agência Etíope para Refugiados e Repatriados, Eyob Awoke.

Os refugiados de Hitsats poderão se reinstalar em outros dois campos ou obter uma permissão para viver e trabalhar de forma independente na Etiópia.

A decisão de fechar Hitsats, que segundo o governo abriga 13.022 refugiados, está parcialmente relacionada aos cortes no orçamento do ACNUR, disse Eyob.

O governo também acredita que pode acomodar melhor os refugiados reestruturando os campos de Tigray, acrescentou.

A Etiópia iniciou no ano passado uma redução de 14% no financiamento da organização, mas isso não justifica o fechamento de um campo, disse à AFP Ann Encontre, representante do ACNUR na Etiópia.

Mover os refugiados de Hitsats para outros campos na região de Tigray "sem dúvida" os tornaria mais vulneráveis à COVID-19, alertou.

Nesses dois campos "não há água suficiente, instalações sanitárias, serviços médicos", disse Encontre. "Não existem instalações e abrigos suficientes para uma chegada tão grande" de refugiados.

Até agora, a Etiópia registrou 92 casos de COVID-19, nenhum deles nos campos de refugiados.

Uma mulher migrante que vive no campo de Ritsona, perto de Atenas, testou positivo para o novo coronavírus depois de dar à luz em um hospital de Atenas, informou nesta terça-feira (31) o ministério das Migrações. Este é o primeiro caso oficial de contágio da COVID-19 entre migrantes dos campos.

A requerente de asilo, "originária da África", segundo a televisão pública ERT, deu à luz por cesariana há dois dias, antes do teste de COVID-19, informou uma fonte médica.

Uma dúzia de membros da equipe do hospital, que estiveram em contato com a paciente, foram colocados em quarentena. Além disso, testes serão realizados em outros três pacientes que estavam na mesma sala e no recém-nascido, disse a fonte. O pai não está infectado.

Especialistas do Sistema Nacional de Saúde (ESY) visitaram Ritsona, 70 km ao norte de Atenas, para descobrir com quem o casal teve contato e tentar identificar a origem da infecção da mulher.

Quatro dias antes de ordenar o confinamento, o governo grego impôs medidas estritas nos campos de migrantes, onde vivem dezenas de milhares de pessoas, muitas vezes em condições de higiene assustadoras.

No entanto, poucos testes de diagnóstico são realizados nos campos, principalmente porque o país negou aos migrantes o direito à seguridade social depois que o governo conservador chegou ao poder.

Até o momento, a Grécia (quase 11 milhões de habitantes) registrou 43 mortes e 1.212 infecções pela COVID-19.

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O espetáculo "Desterro" é a primeira ópera rock autoral brasileira a ser encenado na região Norte do país. Inspirado no álbum da banda de rock paraense Álibi de Orfeu, estará em cartaz nos dias 13, 14 e 15 de março, às 19h30, no palco do Teatro Margarida Schivasappa, no Centur, no bairro da Batista Campos, em Belém do Pará.

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A obra conta a história de Dira (Carol Maia), uma mulher do interior do Pará que sai da terra natal, Terra do Meio, após o assassinato da avó, Doroteia do Carmo (Graciane Gonçalves), uma ativista que lutava contra a grilagem de terras e a violência no campo. Em Belém, Dira encontra “refúgio” no bar e prostíbulo do seu Raul (Matheus Lensi), e vive situações que jamais imaginava.

Segundo Sidney Klautau, baixista da banda Álibi de Orfeu, que propôs o enredo inicial, o álbum foi concebido para ser um espetáculo de ópera rock. “A meta não era fazer um show de lançamento como todo mundo faz. Tanto que, em 2018, disponibilizamos o álbum com 14 músicas no Spotify. Nós combinamos que só iríamos lançar quando conseguíssemos fazer o espetáculo, o que vai acontecer agora”, diz Sidney.

“A história central passa por questões de conflitos agrários e violência no campo. Fronteiras econômicas que criam conflitos de terras, que geram ganância de grileiros e madeireiros, que querem explorar e expulsam os menos favorecidos. Por isso se chama ‘Desterro’, eles são obrigados a sair da região e procurar obrigo em outros lugares. Todo esse contexto econômico e político pode ser encontrado nas músicas, que também falem de amor e questões existenciais. Uma obra rica e que merece ser vista e escutada”, reitera o baixista.

De acordo com Rui Paiva, baterista da banda, as temáticas da obra vão provocar um choque de realidade nos paraenses. A pessoa que assistir à ópera poderá formar o ponto de vista acerca do assunto. “O público pode esperar uma discussão do tema da realidade brasileira, da Amazônia, da realidade de Belém que está pertinho de todos. O público vai se encontrar lá dentro do palco”, afirma.

Personalidades e mitos

Para o dramartugo Danilo Monteiro, o maior desafio foi criar um universo que se encaixasse na história que já existia e fazê-la crescer. Na construção dos personagens misturam-se as personalidades, que vão entrar na vida da Dira com mitos amazônicos. Por exemplo, o Jonathan (Igor Ibiapina), que é garoto de programa e tem traços do boto. “Queria sensibilizar as pessoas com coisas que normalmente elas não veem no dia a dia. No Ver-o-Peso, tem mulheres, homens, crianças que são traficadas para vir se prostituir. Isso não é ficção, isso é uma realidade. Quero que as pessoas se impactem com o desfecho da história que é bem emblemático”, completa.

“O ‘Desterro’ representa um momento de exaltação da cena regional. Acreditamos que ele irá alavancar muitas coisas boas não só para Belém como para o Estado”, afirma Bel Lobato, diretora geral e coreógrafa.

“É uma fórmula brasileira inédita e foi um desafio enorme fazer com que 21 pessoas cantassem de maneira dinâmica, e que se integrassem com aquele estilo novo, pois nem todos estão acostumados com uma instrumentação ao vivo e que seja com a pegada de rock. Além do rock, o público poderá encontrar musicalidade paraense, nortista com a presença de tambores e do olodum”, complementa Lídia Marçal, diretora musical.

“Meu maior desafio foi conseguir trazer tantas emoções para a personagem. O público pode esperar cenas fortes e muita emoção”, afirma Carol Maia, atriz que interpreta a protagonista Dira.

“Eu quero que as pessoas que me veem em cena sintam-se tocadas por essa história. O meu maior desafio é fazer que Dorotéia seja real, pois ela existe no interior do Estado", afirma Graciane Gonçalves, que interpreta Dorotéia e usou as avós como inspiração. “A maior mensagem é que as pessoas não deixem de lutar por aquilo que acreditam e defendem, é o momento de se unir e não se desesperar, correr atrás dos ideais e lutar por eles”, completa 

“Interpretar o Raul me tirou totalmente da minha zona de conforto. Ele é um personagem para ser odiado, ele é para ser aquela pessoa que vão olhar e sentir nojo da cara dele. Fazer uma pessoa fora da minha realidade foi um grande desafio, mas foi um desafio incrível”, afirma Matheus Lensi, ator que dar a vida ao vilão Raul.

“A última música da ópera pergunta ‘E de que lado você está?’; não queremos tentar dizer para as pessoas na ópera o que é certo ou o que é errado, iremos contar uma história e deixamos que tomem as suas decisões. A história está contada, os fatos estão aí. O que a ópera faz, o que as letras fazem é colocar as pessoas para pensar”, afirma Sidney.

A obra conta com o apoio da Fundação Cultural e da Escola Mirai de Dança. Os ingressos do evento estão sendo vendidos na Escola Mirai, na Bejamin Constant, 1536, entre Gentil e Braz de Aguiar. Ou no site do Sympla, a R$ 60,00 (no dia do evento) e R$ 30,00 (meia e antecipada). A censura é de 16 anos. Segundo a assessora Emanuele Corrêa, no dia do espetáculo, se ainda tiver ingresso, estará sendo vendido na bilheteria do Schivassapa (Centur).

Por Amanda Martins.

 

Mais de 500 imigrantes foram transferidos ontem para acomodações temporárias, depois que a polícia da França desmantelou um campo de imigrantes em Paris. A operação, a 60ª do tipo na capital francesa desde o início da crise migratória, em 2015, foi realizada sem incidentes e sob supervisão policial.

Há três semanas, a polícia desmantelou outros dois campos no norte de Paris, onde 1.600 imigrantes viviam em tendas. As autoridades prometeram desmantelar todos os acampamentos ilegais de Paris. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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