Paralimpíada recorre a verba pública para ser realizada

Prefeito do Rio de Janeiro culpa baixa venda de ingressos pelo déficit nas contas dos Jogos

LeiaJa / Wagner Silvapor Wagner Silva sex, 19/08/2016 - 14:34

O comitê da Rio 2016 precisou utilizar parte da verba disponível para a Paralimpíada na Olimpíada que se encerra no domingo (21). Faltando menos de um mês para o início das competições para atletas portadores de necessidades especiais, a competição ficou ameaçada por conta de um déficit nas contas do evento, que foram deixadas de lado em favor da realização dos Jogos Olímpicos. Segundo o Ministério Público Federal, os valores apresentados na prestação de contas não “fecham” desde 2010, conforme dados revelados pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Com isso, foram cortadas despesas do evento no montante de R$ 900 milhões, na esperança de que pudesse ser evitado o prejuízo.

A Paralimpíada será realizada com utilização de dinheiro público, ao contrário do que foi dito desde a eleição do Rio de Janeiro como cidade-sede. Cerca de R$ 250 milhões serão repassados, R$ 150 milhões pela prefeitura e o restante pelo governo federal, depois que uma liminar derrubou uma decisão judicial que impedia a ação. Estatais e agências públicas como Petrobras, BNDES, Embratur, Apex (empresa de promoção do Brasil no exterior) e Caixa Econômica Federal fecharão um acordo para financiar os valores. O presidente interino Michel Temer esteve na tarde de ontem no Rio de Janeiro para avaliar o decorrer da Olímpiada e confirmou presença na abertura da Paralimpíada.

Na manhã de hoje, Eduardo Paes, prefeito do Rio, explicou que o repasse de dinheiro da prefeitura para completar o orçamento já era previsto em contrato e que o esforço seria para não utilizá-lo, mas, como a venda de ingressos não atingiu o valor esperado, declarou: "Como a gente ia saber que o povo não ia comprar ingressos?" Paes disse ainda que o valor repassado pode diminuir caso as vendas melhorem nos próximos dias ou durante as competições. O próximo passo é aguardar o recurso de uma decisão do TRE-RJ que proibiu o repasse do dinheiro por entender que há fins eleitoreiros na medida.

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