Anistia Internacional exige respostas em 'caso Marielle'
Jurema Werneck, diretora-executiva da AI no Brasil, disse que o ataque foi "cuidadosamente planejado" e executado por "pessoas treinadas"
Às vésperas de completar um mês da morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), a Anistia Internacional (AI) afirmou nesta sexta-feira (13) que as autoridades brasileiras precisam dar "prioridade" para solucionar o assassinato dela e de seu motorista Anderson Gomes.
"A sociedade tem que saber quem matou Marielle e por quê. Cada dia que este caso segue sem ser resolvido se agravam o risco e a incerteza em torno dos defensores e defensoras dos direitos humanos", afirmou Jurema Werneck, diretora-executiva da AI no Brasil.
"As autoridades devem expressar claramente que isto não vai mais acontecer e rapidamente investigar quem matou Marielle e quem ordenou sua morte", acrescentou.
Ainda segundo a AI, se os responsáveis pelos assassinatos de Marielle e Anderson não forem encontrados, as autoridades vão "transmitir a mensagem de que se pode matar com impunidade" as pessoas que defendem os direitos humanos.
Werneck também afirmou que o ataque foi "cuidadosamente planejado" e executado por "pessoas treinadas".
A AI revelou que o Brasil é um dos países mais perigosos para as pessoas defensoras dos direitos humanos, tendo registrado 58 homicídios em 2017. O Brasil também lidera o ranking de assassinatos contra ativistas ambientais, sendo um levantamento da ONG Global Witness.
Marielle e Anderson foram mortos a tiros, na noite do dia 14 de março, no bairro do Estácio, após deixarem a Lapa, onde ela participou de seu último ato político. As investigações seguem em sigilo.
Da Ansa