Agentes que almoçavam com preso resgatado serão demitidos

O detento foi resgatado por quatro pessoas em um carro de placa clonada quando estava em um restaurante com dois agentes penitenciários, voltando de uma audiência de custódia

por Jorge Cosme sab, 16/06/2018 - 16:26
Sindasp/Divulgação Bruno Rafael Moura Alencar responde a processos por homicídio, tráfico e roubo Sindasp/Divulgação

O secretário de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Pedro Eurico, informou que dois agentes penitenciários serão demitidos. Eram eles que transportavam o detento Bruno Rafael Moura Alencar, resgatado na tarde da quinta-feira (14) durante o trajeto da audiência de custódia para a Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, Região Metropolitana do Recife. O resgate ocorreu enquanto os agentes almoçavam com o preso em um restaurante.

“Vamos ser bem claros. Não gosto de tapar o sol com a peneira. Não foi um resgate. Foi a entrega de um produto ruim. Isso foi coisa organizada e nós já instauramos inquérito policial e administrativo. Os dois agentes que participaram dessa empreitada serão demitidos exemplarmente”, disse o secretário, demonstrando indignação. O secretário reforçou que o deslocamento de presos para audiência é feito em um camburão fechado e sem interrupção no deslocamento tanto de ida quanto de volta.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp), João Carvalho, defendeu que o secretário pode estar se precipitando. "O sindicato defende que sejam feitas as devidas investigações de como ocorreu o fato. Falar sem ter elementos comprobatórios é no mínimo uma precipitação", disse ao LeiaJá. Carvalho afirma que é preciso haver um processo administrativo com direito a ampla defesa. "Após o cumprimento de todos os requisitos e sendo comprovado a culpabilidade do  previsto nos artigos da lei, o Sindicato não se furtará de que servidores devem ser devidamente punidos, quando descumprem a legalidade", complementou.

Um carro preto, modelo Polo, de placa clonada parou no local. Quatro homens fizeram o resgate e ainda levaram duas armas, uma de cada agente penitenciário. Eles fugiram no sentido João Pessoa. “Se alguém parou para almoçar com preso amigo vai responder por isso, porque isso é leniência, é irresponsabilidade e crime e nós não toleramos o crime, principalmente quando praticado por agentes públicos”, declarou Pedro Eurico.

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