Agentes que almoçavam com preso resgatado serão demitidos
O detento foi resgatado por quatro pessoas em um carro de placa clonada quando estava em um restaurante com dois agentes penitenciários, voltando de uma audiência de custódia
O secretário de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Pedro Eurico, informou que dois agentes penitenciários serão demitidos. Eram eles que transportavam o detento Bruno Rafael Moura Alencar, resgatado na tarde da quinta-feira (14) durante o trajeto da audiência de custódia para a Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, Região Metropolitana do Recife. O resgate ocorreu enquanto os agentes almoçavam com o preso em um restaurante.
“Vamos ser bem claros. Não gosto de tapar o sol com a peneira. Não foi um resgate. Foi a entrega de um produto ruim. Isso foi coisa organizada e nós já instauramos inquérito policial e administrativo. Os dois agentes que participaram dessa empreitada serão demitidos exemplarmente”, disse o secretário, demonstrando indignação. O secretário reforçou que o deslocamento de presos para audiência é feito em um camburão fechado e sem interrupção no deslocamento tanto de ida quanto de volta.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp), João Carvalho, defendeu que o secretário pode estar se precipitando. "O sindicato defende que sejam feitas as devidas investigações de como ocorreu o fato. Falar sem ter elementos comprobatórios é no mínimo uma precipitação", disse ao LeiaJá. Carvalho afirma que é preciso haver um processo administrativo com direito a ampla defesa. "Após o cumprimento de todos os requisitos e sendo comprovado a culpabilidade do previsto nos artigos da lei, o Sindicato não se furtará de que servidores devem ser devidamente punidos, quando descumprem a legalidade", complementou.
Um carro preto, modelo Polo, de placa clonada parou no local. Quatro homens fizeram o resgate e ainda levaram duas armas, uma de cada agente penitenciário. Eles fugiram no sentido João Pessoa. “Se alguém parou para almoçar com preso amigo vai responder por isso, porque isso é leniência, é irresponsabilidade e crime e nós não toleramos o crime, principalmente quando praticado por agentes públicos”, declarou Pedro Eurico.